Terror Story – Season 1

“Quem Matou Elena Cooper?”

 

Uma Série de: Eduardo Moretti

 

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Episódio 05 – “Baile da Primavera | 1ª parte”

 

“A Dor nos faz mais forte, enquanto o Medo nos faz mais Corajosos.”

Erin Griffin

 

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Tudo foi muito rápido. Uma hora eu estava correndo daquele carro que partiu pra cima de mim, e cujo motorista eu não consegui ver devido aos vidros escuros e ao forte clarão dos faróis. E já no outro momento eu estava lá caída entre folhas secas no chão e rodeada pelas árvores do bosque. Eu não conseguia me mexer, talvez tivesse quebrado algum osso, não sei… Eu só sei que não sentia dor, apenas medo. Talvez pela adrenalina que estava sentindo. – De repente, eu escutei um barulho de porta de carro batendo, e alguém com passos largos e precisos vindo na minha direção. Nesse momento o meu medo se transformou em pavor, eu pensei que fosse morrer ali mesmo, e tudo o que fiz foi fechar os olhos e começar a orar pela minha vida.”

Erin Griffin

A pessoa misteriosa saiu do carro e foi direto até Erin. Ela vestia um moletom preto com blusa de frio com capuz, também preto e usava luvas, além da máscara branca da morte. Ela chegou bem perto de Erin que havia prendido até a respiração e começo a empurrar o corpo dela com o pé pra ver se ela se mexia e nada. De repente, ela pegou uma faca e ficou de joelhos perto de Erin estirada no chão e levantou a faca para o alto para acertar Erin bem no coração, mas ela foi interrompida pelo barulho de pessoas conversando no bosque.

– Hei Phil, o que acha de acamparmos mais pra cima? Aqui embaixo perto do Rio faz mais frio.

– Boa ideia Carl. Vamos mais lá pra cima então montar a barraca e dormir. E amanhã bem cedo, eu estou confiante de que Deus vai nos ajudar a pescar muitos peixes.

Os dois pescadores fora subindo na direção de Erin, logo a morte se levantou com pressa e viu Erin abrir os olhos e olhar para ela. Em seguida com medo de ser morta, Erin começou a gritar desesperadamente.

– Socorro! Alguém me ajude, por favor. Socorro! Eu estou aqui em cima.

Apressada e com medo de ser pega, a morte com ódio fez sinal de silêncio para Erin não dizer nada, em seguida saiu correndo até seu carro, e deu a partida o mais rápido que pode.

– Santo Deus! O que foi que aconteceu aqui mocinha? – indagou Phil surpreso.

– Eu fui atropelada, me ajuda, por favor. – implorou já chorando.

– Mas é claro. Carl liga para a ambulância e pede pra eles virem pra cá agora, tem uma moça ferida aqui em cima.

Só então Erin pode respirar aliviada e começou a sentir dores por todo o seu corpo.

*****

*Mad World – Gary Jules

Já em casa, Jimmy chegou assustado e nervoso com a abordagem de Nathan. Ele estava confuso e não sabia o que pensar sobre tudo aquilo, mas de uma coisa ele tinha certeza… Era de que Nathan e os seus amigos iram aprontar alguma pra cima dele. – Deitado em sua cama, Jimmy ficou pensativo e não conseguia dormir, virando de um lado para o outro, ansioso com os próximos dias que viriam.

*****

Enquanto isso na delegacia de Village Falls, o Detetive Ross pressionava Tyler sobre o conteúdo achado em seu notebook.

– Vamos senhor Malone, eu exijo uma resposta sua e agora. – disse o detetive já perdendo a paciência.

– Eu amava a Elena, aliás, eu ainda a amo muito… Mas infelizmente eu não era correspondido, nunca fui. – disse meio tímido, desviando o olhar do detetive. E por isso eu tirava fotos dela, eu gostava de ficar admirando a sua beleza, o brilho dos seus olhos, o seu tom branco da sua pele, as maçãs do seu rosto, seus lábios delicadamente rosados, enfim… Eu gostava de admirá-la e por isso eu a fotografava. Por acaso isso é crime, detetive? – perguntou em tom desafiador.

– Mas é claro que é. Você tirava fotos da vítima em qualquer hora e momentos do dia, inclusive na sua intimidade. Há várias fotos dela em seu quarto, tirando a roupa, algumas vezes apenas de lingerie, e tudo isso sem o consentimento dela, pelo lado de fora através de sua janela. O crime de gravações ou fotografias ilícitas, visa proteger especificamente a imagem das pessoas, mesmo quando não esteja em questão a sua intimidade ou vida privada. E ainda que você não tenha mostrado essas fotografias para ninguém, o crime continua valendo porque a infração se consuma com a captação indevida de imagens alheias. Se houver uma denúncia, você poderá pegar de um a dois anos de prisão em regime fechado. Acho que eu não preciso dizer o quanto você esta encrencado não é mesmo, meu jovem? 

– Mas eu não tive intenção nenhuma de invadir a privacidade dela, muito menos de expor a Elena para alguém. Essas fotos estão há mais de um ano no meu notebook e eu já nem me lembrava mais delas. – disse visivelmente apreensivo. – Eu jamais seria capaz de fazer algum mal ou até mesmo de prejudicar a vida de Elena Cooper.

– Pensasse bem nisso antes de fazer o que fez. Olha Tyler, eu não vou mentir pra você… Há duas maneiras de você vir a ser processado e enfrentar um júri, mas uma delas não é mais viável, que seria a acusação da própria vítima Elena Cooper, caso ela estivesse viva e viesse a saber dessas fotos, e o denunciasse para a polícia. Mas felizmente pra você nesse caso, a Elena esta morta. E mortos não fazem denúncias. Porém, existe a família dela. Os pais e o irmão, e eles sim, ainda podem te denunciar por esse crime. – concluiu o detetive sério.

– Mas de que maneira, eles poderiam me denunciar, se eles nem desconfiam da existência dessas fotos, detetive Ross? – perguntou curioso.

– É simples, Tyler… A Elena foi assassinada, e o crime esta sendo investigado. E qualquer informação nova e suspeita deve entrar no inquérito policial, ou seja, eu terei que reportar sobre essas fotos para a família dela. E eles sim, ainda podem querem te denunciar e te fazer pagar por isso. É a lei. E embora eu acredite que você não tenha agido de má fé com a sua atitude de um jovem apaixonado e inconseqüente, acredite… Eles não irão te enxergar dessa forma. Eu sinto muito.

Tyler ficou calado. O seu mundo parecia ter desabado e ele não sabia o que dizer, nem o que pensar, muito menos o que sentir… Ele estava aéreo e parecia estar digerindo ainda tudo o que o detetive havia lhe falado.

Nesse momento, Hollie entrou na sala apressada e séria.

– Desculpe interromper, detetive Ross. – disse olhando para o irmão que estava cabisbaixo e com o semblante um pouco triste. – Mas é que houve um grave acidente no bosque, um atropelamento e nós temos que ir agora pra lá.

– Atropelamento? E teve vítima fatal? – perguntou já se levantando e colocando o cinto com o coldre na cintura.

– Graças a Deus não. A filha do pastor foi levada para o hospital e parece não ter sofrido nada grave. Mas tudo indica que o atropelamento foi criminoso.

– O que foi que você disse? A Erin foi atropelada? – perguntou Tyler angustiado, voltando do seu estado de inércia.

– Foi sim, Tyler. – confirmou Hollie.

– E como ela esta?

– Olha só agora não é hora de bater papo, nós temos que ir até o local com a perícia. – disse o Detetive Ross. – Tyler por enquanto você esta dispensado. Mas em breve nós voltamos a conversar. Agora vamos Hollie, o dever nos chama.

– Vamos. Tyler você quer uma carona até em casa? É o nosso caminho…

– Não Hollie. Obrigado, mas eu prefiro ir andando. Tchau. – disse passando por ela e foi embora.

– O que aconteceu aqui? O meu irmão esta estranho. – disse preocupada.

– No caminho eu te conto tudo, agora vamos.

*****

No Centro Médico de Village Falls, O pastor e a esposa chegaram apressados e muito nervosos na recepção do hospital.

– Por favor, a minha filha deu entrada aqui agora noite, o nome dela é Erin Marie Griffin, ela foi atropelada. – explicou o Pastor Griffin com as mãos trêmulas.

– Me desculpa senhor, mas no momento ela esta sendo examinada. Mas assim que o médico terminar, ele virá falar com vocês, eu vou avisar lá dentro que os pais dela chegaram. – disse a recepcionista pegando o telefone e fazendo a ligação.

– O que será que esta acontecendo lá dentro com a nossa filha, meu amor? Eu estou preocupada. Eu senti, eu sabia que algo de errado tinha acontecido com a nossa Erin. – disse Victoria chorando.

– Eu não sei meu amor, mas vamos manter a calma e orar que logo nós teremos notícias da Erin. Vem, vamos nos sentar aqui, tudo vai ficar bem. Deus há de escutar as nossas orações.

O pastor e a pastora se sentaram e de mãos dadas e olhos fechados, eles começaram a orar pela recuperação total da filha.

*****

Na rodoviária de Village Falls, Michael esperava o ônibus que traria sua filha. Amber estava vindo morar com ele e a esposa, e ele estava muito apreensivo com isso já que ele não via a filha há mais de dez anos, e agora ela já deveria ser uma moça formada. E não demorou muito até que o ônibus parou e os passageiros começaram a descer. 

Nesse momento Michael se deu conta de que não tinha nem uma foto de Amber e não tinha a menor ideia de como a filha estaria depois de tantos anos sem vê-la.

*Hands Of Time – Rachel Diggs

Amber desceu do ônibus apenas com uma mala na mão e uma mochila nas costas. Linda e com um ar curioso misterioso ao mesmo tempo, ela parecia muito segura e dona de si. Muito diferente do que seu pai imaginou que ela estaria. – E foi a própria Amber quem reconheceu o pai, principalmente pelo jeito meio aéreo e perdido em que ele se encontrava. Ela ficou parada olhando para ele e depois sorriu satisfeita, se divertindo com a situação. Então logo em seguida, ela se aproximou do pai.

– Senhor Moore? – perguntou com um tom quase angelical.

– Sim, sou eu. E você é? – depois de perguntar, é que ele finalmente caiu em si. – Meu Deus! Que idiota que eu sou… Você é a Amber não é? Minha filha…

– Sou eu mesma. Como vai o senhor? – perguntou estendendo-lhe a mão.

– Eu vou bem, obrigado. – disse sem jeito. – Mas por favor, esqueça do senhor. Me chame de você ou de… Pai. Apesar de tantos anos, é o que eu sou não é mesmo? – disse um pouco sem jeito e sorrindo.

– Me desculpa, mas já se passaram muitos anos e admito que eu estou me sentindo diante de um estranho, então vamos esquecer esse lance de pai por enquanto. Eu prefiro lhe tratar por você. – disse séria.

– Claro, como você preferir. Eu entendo. – falou sem graça. – Bom, já esta tarde, vamos pra casa? Me dá sua mala, deixa eu te ajudar.

Amber entregou a mala para o pai e juntos eles caminharam calados até o carro.

*****

No centro médico de Village Falls, Tyler entrou devagar no quarto de Erin, ao perceber que a mãe dela estava dormindo no sofá e Erin também dormia. Ele tentou não fazer barulho, mas acabou esbarrando na mesinha do lado cama, acordando Erin, que foi brindo os olhos devagar.

– Tyler… É você? – perguntou ainda sonada.

– Sim, sou eu. Me desculpa, eu não queria te acordar. – disse quase sussurrando e olhando para a mãe dela que continuava dormindo. – Eu fiquei muito preocupado com você garota, que susto você me deu. – disse sorrindo.

– Pois é… Mas graças a Deus, eu estou bem… Quer dizer, quase né? – disse levantando o lençol e mostrando a perna engessada pra ele. – Mas logo eu estarei boa de novo e totalmente recuperada. 

– E como foi que isso aconteceu? Eu ouvi dizer algo sobre perseguição e atropelamento criminoso… É verdade isso? – perguntou curioso.

– Sim. Mas eu prefiro não falar sobre isso agora, Tyler. Por enquanto eu só quero esquecer que tudo isso aconteceu… Foi horrível. Eu fecho os olhos e ainda vejo aquele carro partindo pra cima de mim. – disse Erin um pouco agitada.

– Claro, eu entendo. Esquece isso agora. Eu estava ansioso pra te ver… Se eu não visse que você esta bem, eu nem conseguiria dormir direito essa noite.

– E como você soube do acidente?

– Eu estava sendo interrogado quando chegou a notícia do seu atropelamento. – disse com o olhar distante.

– E como foi o seu depoimento, correu tudo bem? – perguntou curiosa.

– Sim. Foi tudo bem. – disse sem encará-la.

Nesse momento, a pastora se mexeu no sofá e abriu os olhos, levando o maior susto por ver Tyler ali no quarto da filha.

– Mas o que você esta fazendo aqui rapaz? – perguntou depois de se levantar depressa e ir para perto de Erin. – Ele esta perturbando você minha filha?

– Não mãe. O Tyler é meu amigo, ele só veio me fazer uma visita.

– Pode ficar tranqüila pastora que eu não vim fazer nenhum mal pra sua filha não. Aliás, eu já estava de saída.

– Tyler espera, você não precisa ir agora. Diz que ele pode ficar, mãe. – implorou Erin.

– Não filha. É melhor mesmo que ele vá embora antes que o seu pai chegue. Você sabe tão bem quanto eu que não seria nada bom, o seu pai encontrar esse rapaz aqui dentro. Por favor, agora saia. – disse séria a Tyler.

– Tudo bem Erin. É melhor eu ir andando mesmo, esta ficando tarde e a minha mãe já deve estar preocupada com a minha demora. A gente se vê. – disse Tyler sorrindo. – Melhoras garota.

– Obrigada. – disse sorrindo de volta.

– Ah e prepara esse gesse que eu faço questão de deixar minha assinatura nele, viu?

– Pode deixar. Já tem um espaço reservado nele para a assinatura de Tyler Malone. – disse jogando um beijo.

A Pastora Griffin foi até a porta e abriu pra ele sair.

– Tchau. Boa noite pastora. – disse ele sério ao passar por Victoria.

Victoria fechou a porta apressada e depois olhou sério para a filha.

– Então esse é o misterioso rapaz da moto daquela noite? A minha filha pegou carona de moto com Tyler Malone? Eu não posso acreditar nisso. – disse inconformada e com as duas mãos na cintura.

– Quer saber? Era ele sim e qual é o problema? – perguntou em tom desafiador a mãe.

– O problema é que toda Village Falls conhece a fama desse moleque irresponsável e drogado. – disse se exaltando. – Um viciado Erin? Definitivamente você não escolhe bem as suas amizades… “Diga-me com quem tu andas, e eu te direi quem és.” Esta na Bíblia filha, é a palavra do nosso criador que diz, que devemos ser corretos e andar sempre na retidão. Mateus 13,1 – 23 nos narra uma parábola de Jesus muito conhecida, a do semeador e a sua explicação. Ela nos diz que o mundo esta ai tentando os tirar do caminho, lembre-se estreita é a porta para a salvação que vem de Jesus nosso salvador. Mas larga é a porta para a perdição, o inimigo esta lá fora e quer que você saia do caminho da salvação.

– Chega mãe. Sermão a uma hora dessa não. Eu estou toda quebrada numa cama de hospital, com dores… Eu recebi a visita de um amigo, o Tyler não é nada disso que todo mundo pensa. Ele é um ótimo garoto, de coração bom e que merece todo respeito e também a minha amizade. – disse quase chorando.

– Você esta cega. Ele te cegou minha filha, não caia na lábia dele.

– Chega mãe! – gritou por fim. – Por favor, me deixa em paz. – disse começando a chorar. – Se você não parar com isso, eu juro que chamo a enfermeira e peço pra ela tirar você do quarto. Respeita a minha condição pelo menos, eu te peço…

– Tudo bem. Não vamos falar mais sobre esse assunto e eu acho melhor o seu pai não saber que esse garoto esteve aqui. Mas essa conversa não acabou Erin, você vai ter que parar de ver esse rapaz, caso contrário eu e o seu pai tomaremos medidas drásticas quanto a isso. Agora descanse, eu vou pedir a enfermeira que lhe traga um analgésico. Com licença.

Victoria saiu do quarto nervosa, deixando Erin triste e chorando.

*****

Na casa dos Cooper, Paul, o padrasto de Elena e diretor do colégio conversava com Adison sobre um importante evento anual da instituição de ensino que se aproximava.

– Mas como assim o baile da primavera será cancelado, Paul? – perguntou Adison surpresa. – Você pretende adiar o evento ou simplesmente ele não será mais realizado esse ano?

– Eu ainda não sei, mas com os últimos acontecimentos, eu estou pensando seriamente em cancelar o baile de vez por esse ano. – disse categórico.

– Não. Você não pode estar falando sério querido… Esse baile é um dos mais esperados pelos alunos do Colégio Village Falls, principalmente para os que vão se formar naquele ano. Você já imaginou a confusão que seria caso ele fosse cancelado? Eu tenho certeza de que os alunos iniciariam até uma greve por conta disso. – disse sorrindo enquanto meneava a cabeça. – É por causa do que houve com a nossa Elena que você quer cancelar o baile?

– Também. E em respeito a você que é a mãe dela, e até mesmo a memória da Elena. Ela gostava tanto desse baile, você se lembra da animação dela nos últimos anos? – perguntou emocionado.

– E como eu poderia esquecer… Ela animava a casa toda com a sua empolgação. – disse rindo também emocionada. – Eu ainda sinto a presença dela pela casa todos os dias, até o perfume que ela usava ainda esta por todo o quarto… Nas suas roupas, no travesseiro, nas coisas dela…

– Meu amor, isso é normal. Afinal é tudo muito recente ainda, tem só quatro semanas desde que, enfim… Acho melhor eu cancelar esse baile mesmo, todos terão que entender. Além de tudo ainda teve esse acidente com a filha do pastor.

– Não. Eu te peço que por favor, não cancele esse baile Paul. – disse Adison séria. – A cidade toda e principalmente os jovens já estão passando por uma fase de dúvidas, medos e angústias… Eles precisam de algo pra se divertir e distrair um pouco. E nós pais precisamos voltar a respirar aliviados e ter a sensação nem que seja por uma única noite de que tudo esta normal e a paz reina em Village Falls. Eu tenho certeza absoluta de que é o que a Elena iria querer, e de onde ela estiver ela irá ficar muito feliz com isso, e todos os alunos também. – disse feliz.

– Okay. Você venceu senhora prefeita… O colégio vai ter o seu baile anual da primavera daqui uma semana. – disse decidido e satisfeito.

Adison então abraçou o marido e depois o beijou carinhosamente, o agradecendo pela sábia decisão que ela o ajudara a tomar.

*****

No dia seguinte, Brandon receberia uma visita inesperada para o café da manhã.

– Brandon… O café esta na mesa filho, desse jeito você vai se atrasar pra ir ao clube. – gritou sua mãe ao pé da escada.

– Já vai senhora Clark… Pronto. – disse descendo as escadas correndo. – Bom dia… Hum que cheiro bom é esse mãe? – perguntou chegando na cozinha.

– Bom dia filho. São aqueles ovos mexidos com bacon que você tanto adora. Senta ai que eu já vou te servir. – disse desligando o fogo.

– O papai já foi trabalhar? 

– Já sim, ele saiu bem cedo hoje, tinha umas coisas pra resolver.

Christina serviu o filho e sentou-se a mesa ao lado dele, quando a campainha tocou.

– Ué quem será assim tão cedo? 

– Pode deixar que eu atendo mãe. – disse Brandon parando de comer, mas Christina o deteve.

– Não senhor. Pode terminar de comer sossegado, que eu atendo. 

Christina foi até a porta e quando abriu deu de cara com Peyton, toda sorridente e com dois café expressos do Dinner.

– Bom dia senhora Clark. O Brandon esta? – perguntou já olhando pra dentro da casa.

Christina sorriu e a convidou para entrar. Depois disse que ela ficasse a vontade que Brandon estava na cozinha tomando café e que ela iria arrumar o quarto.

– Quem é mãe?

– Oi Brandon. – disse sorrindo. – Bom dia. Desculpa vir tão cedo, mas é que eu precisava te ver e falar com você. Eu trouxe um café com leite e baunilha do Dinner… Ainda é o seu preferido, não é? – perguntou insegura.

– Oi… Bom dia. É sim, o meu preferido ainda. Mas como você pode ver, eu já estou tomando café. – disse escolhendo bem as palavras e confuso por não entender o que ela queria com ele. – Mesmo assim obrigado por ter se lembrado.

– Não foi nada. E também não tem problema que você já esteja tomando o seu café, esse aqui pode ser facilmente descartado. – disse indo até o lixo, onde jogou o café fora. – O meu é cappuccino com chantilly extra e eu ainda não tomei o meu café, eu sai de casa direto pra cá e só fiz a parada no Dinner no meio do caminho. Se você me convidar eu posso me sentar e tomamos o café da manhã juntos, assim eu te faço companhia. – disse esperançosa.

Brandon ainda confuso só olhava sério pra ela e já estava começando a ficar embaraçado com aquela situação toda.

– Me desculpa, mas eu ainda não entendi direito, por isso eu vou direto ao ponto… O que te trouxe até aqui tão cedo, Peyton? – perguntou Brandon sem rodeios.

– Eu já disse… Eu queria te ver e falar com você. – confessou toda sem graça. – Fazem dois dias que a gente, enfim você sabe… Que tudo aconteceu e você não apareceu mais lá em casa, nem me ligou, no colégio nós quase nem falamos e… Isso tudo é muito embaraçoso pra mim. – disse puxando a cadeira e se sentando de frente pra ele.

– Eu concordo com você, essa situação toda também esta muito embaraçosa pra mim. Porque você não me avisou antes que viria?

– Se eu avisasse você me receberia?

– Olha Peyton, eu não sei como te dizer isso, mas… Acho que você esta cruzando uma linha que não tinha que ser cruzada, pelo menos não agora. Naquela noite eu estava confuso, com raiva por ter ficado sabendo da gravidez da Elena, enfim… Acabou que eu me deixei levar pelo calor do momento. Não me entenda mal, eu gosto muito de você e tudo o que aconteceu foi especial, mas eu não estou preparado ainda pra entrar numa nova relação.

– Eu sei, você já me disse isso. Eu só não entendo o porquê disso tudo, a Elena morreu, até quando você vai ficar nesse luto? A vida continua e depois já se passou um mês.

– Peyton me escuta, se a conversa vai pra esse lado eu vou ter que pedir que você vá embora. Por favor, respeite os meus sentimentos. – disse sério.

– Você tem toda razão, me desculpa. – disse quase chorando. – Eu não sei o que esta acontecendo comigo, eu ando fora de mim. Todo esse amor que eu sempre senti por você tem me deixado confusa, Brandon. Ás vezes eu me pego feliz e sorrindo, já em outras eu estou triste e não quero nem sair da cama, até ficar me humilhando pra você o tempo todo, mendigando o seu amor, eu tenho feito. Você tira o melhor e o pior de mim, e eu não estou sabendo direito como lidar com tudo isso.

– Você não precisa lhe dar com isso, tenta se distrair com alguma coisa… Sei lá, um hobby, ler um livro, praticar algum esporte. Eu de verdade não posso te prometer viver algo agora que eu ainda não estou preparado ou não sinto por você, Peyton. Eu sinto muito. Agora se você me da licença, eu tenho que ir ao clube.

– Claro, eu já vou indo. Desculpa ter incomodado você logo cedo. – disse já se levantando e depois saiu apressada. – Tchau.

– Tchau.

Brandon ficou pensativo, enquanto Peyton bateu a porta e Christina apareceu na cozinha.

– É… Essa moça esta mesmo completamente apaixonada por você. E o pior é que ela não desiste mesmo.

– O que eu faço mãe? E se ela não desistir de mim… Eu não sinto nada por ela, e pra fala a verdade nem quero sentir. A Peyton não é o meu tipo de garota.

Christina olhou para o filho sem saber o que dizer e depois respirou fundo colocando a mão no ombro dele em sinal de apoio.

*****

No centro médico de Village Falls, o detetive Ross e a oficial Malone foram fazer uma visita e umas perguntas para Erin sobre o acidente.

– Olha Erin, o importante é que você saiba que tudo o que nos disser pode ajudar nas investigações e a colocarmos as mãos nesse bandido. – explicou Hollie. – Você não tem que ter medo de nada, aliás ninguém tem. Porque é exatamente isso que ele quer, ver todo mundo preso dentro de suas casas e apavorados.

– A oficial Hollie tem toda razão filha, depois você terá a minha proteção de hoje em diante, além do respaldo da polícia, não é mesmo detetive Ross? – perguntou o pastor.

– Claro. Vocês tem a minha palavra. O que estiver ao nosso alcance nós faremos, podem ficar tranqüilos. 

Erin pensou bem, ela ainda estava assustada e tinha medo de que algo pudesse lhe acontecer ainda. Ela respirou fundo e depois concordou em falar toda a verdade.

– Esta bem. Eu vou contar como tudo aconteceu…

Erin contou tudo ao detetive que prestava bem atenção, enquanto Hollie fazia anotações no seu caderninho. Depois de contar tudo, ela respirou mais aliviada.

*****

*Green Light – Lorde

Dois dias depois…

O dia amanhecera ensolarado como há tempos não se via em Village Falls. Era uma manhã de domingo, e Peyton resolvera chamar todos pra sua casa para uma reunião e juntos falarem sobre as ameaças que vinham sofrendo.

– Nossa mas que demora pra Peyton descer… Nós já estamos esperando o que aqui, meia hora? – perguntou Tyler impaciente.

– No mínimo. – respondeu Jimmy desanimado.

– Então vocês não conhecem a Peyton? – perguntou Erin sentada com a perna engessada em cima do sofá. – Ela gosta de entradas triunfais e com toda certeza deve esta preparando uma.

– Eu só sei que se ela demora mais cinco minutos eu vou embora. – disse Brandon decidido. – Eu tenho mais o que fazer do que ficar atendendo os pedidos e os caprichos da Peyton.

– Ai finalmente… Olha ela vindo ai. – disse Alicia apontando o dedo para enorme porta de vidro na sala de star que dava acesso para o jardim e a piscina.

Peyton entrou de nariz em pé e toda metida de maiô preto, um roupão branco por cima, cabelos molhados, óculos de sol e usando um salto alto também preto. – Sem dúvida alguma Erin estava certa, ela gostava mesmo de entradas triunfais.

– Bom dia meus caros amigos. Sejam todos bem vindo mais uma vez a minha casa. – disse tirando os óculos. – Espero não tê-los feito esperar muito por mim, é que hoje era dia da minha hidro com o meu personal. Eu vou pedir a Zoila que sirva o café pra gente, por favor me acompanhem até a outra sala.

– Vamos parar de palhaçada e ir logo ao que interessa. – disse Tyler a segurando pelo braço. – Ninguém veio até aqui pra tomar o seu farto café da manhã.

– O Tyler tem toda razão. Todos nós já tomamos café, obrigada. Nós só queremos saber o motivo dessa reunião e irmos logo embora. – falou Alicia categórica.

– Tudo bem se vocês já tomaram. – disse olhando séria para Tyler e se soltando dele. – Mas eu ainda não tomei o meu e estou faminta. E eu tenho certeza de que vocês serão educados e irão esperar até que eu tome o meu desjejum.

– Peyton não! – exclamou Brandon categórico. – Todo mundo já veio até aqui contra a vontade e querendo saber logo do que se tratava essa reunião. Então eu acho melhor você dizer logo sobre o que se trata tudo isso, ou então não só eu, mas todos aqui irão embora.

– Tudo bem, ok. Sendo você quem pede, eu obedeço Brandon. O meu desjejum pode esperar mais quinze minutos. – disse o encarando sedutora. – Bom, eu vou direto ao ponto. Há mais ou menos uma semana, eu recebi uma mensagem anônima no meu celular. O conteúdo era de uma ameaça velada, de alguém dizendo saber o que nós havíamos feitos com Elena Cooper, e que todos iriam pagar. – disse olhando pra cara de cada um. – Eu só tenho duas perguntas para fazer: A primeira é quem mais aqui recebeu algum tipo de ameaça? E a segunda, quem aqui esta bancando o engraçadinho com essa brincadeira de mau gosto?

– E porque você acha que a pessoa que esta mandando essas mensagens pode ser um de nós? – perguntou Jimmy surpreso.

– Pensa um pouco garoto rosa shock… É óbvio que o mensageiro misterioso só pode estar entre nós, afinal quem mais estava aqui presente na noite do crime da Elena, a não ser nós? Quem mais sabia de tudo o que se passou aqui naquele dia?

– No começo ninguém, além de nós mesmos. Mas você se esqueceu que tudo se tornou público com as investigações da polícia? – perguntou Tyler.

– E como eu poderia esquecer queridinho? Se foi você quem nos entregou pra sua irmãzinha policial? Seu idiota chapado! O que eu estou querendo dizer, é que ninguém além de nós teria motivo pra fazer essas ameaças.

– E o que nós ganharíamos com isso, Peyton? Nós estamos todos no mesmo barco esqueceu? – disse Alicia impaciente.

– Pode até ser garota problemática, mas existe dois de nós aqui presentes que eram ou ainda são completamente cegos de amor pela Elena. E eu aposto que eles seriam capazes de tudo pra querer vingar a morte dela. Estou errada, Brandon Clark e Tyler Malone? – perguntou lançando um olhar desafiador pra cada um deles, que desviaram do olhar dela.

– Você só pode estar maluca, garota! Eu jamais me comportaria feito um bandido pra poder vingar a morte da Elena. Eu quero justiça, sim. Mas que ela seja feita de maneira honesta e legal. – disse pegando o seu celular e ligando ele. – E depois se te interessa saber, ontem a noite por volta das dez horas, eu recebi um telefonema anônimo muito estranho, onde uma voz distorcida por algum tipo de aparelho também me ameaçava dizendo saber o que nós tínhamos feitos contra a Elena naquela noite. E por fim, quando eu perguntei quem era, a voz disse que era a morte. Olhe quem quiser ver, número desconhecido. – disse passando o celular pra todos verem. – Satisfeita agora, estou absolvido?

Peyton ficou calada e sem graça.

– Quem mais aqui recebeu alguma ameaça? – perguntou Brandon mais calmo.

– Eu recebi um email quando estava na biblioteca do colégio estudando. – disse Jimmy apreensivo. – mas isso não quer dizer nada, deve ser só alguém querendo brincar com a gente.

– Vai nessa Alice… Village Falls esta bem longe de ser o país das maravilhas. – disse Peyton séria. – E então quem mais recebeu?

Depois de um breve silêncio, Alicia respondeu timidamente:

– Eu. Eu recebi uma carta anônima com recortes de letras de revista, dizendo: Eu sei o que vocês fizeram contra Elena Cooper e todos vão pagar. Assinado: A morte.

Erin que ouvia tudo calada, ficou desconfortável ao ouvir a palavra morte.

– Alguma problema, Erin? – perguntou Tyler preocupado.

– Não, nada. Eu só senti um calafrio.

– E então, mais alguém recebeu uma ameaça… Tyler, Erin? – perguntou Peyton.

– Não. Eu não recebi nada até agora. – confessou Tyler.

– Como é que é? Deixa eu ver se entendi direito… O Brandon recebe um telefonema, eu uma mensagem, o Jimmy um email e a Alicia uma carta, e só você não recebeu nada? – perguntou Peyton duvidando.

– Não. Na certa é porque sou eu quem anda enviando essas mensagens pra vocês. Não é isso que você esta pensando, Peyton?

– Bom, todos hão de concordar comigo que você não receber, enquanto todos nós recebemos é no mínimo estranho, vocês não acham?

– Pois eu te digo, Peyton Martinez… Eu não tenho nada a ver com isso. Eu mais do que ninguém aqui presente quero justiça pelo assassinato da Elena, mas não a custo de prejudicar as pessoas, ou ameaçá-las.

– Bom esse papo já deu, eu vou embora que isso não vai nos levar a lugar nenhum. – disse Brandon.

– Espera Brandon, nós ainda não acabamos. Ainda tem a garota gospel aqui, que aliás, esta muito calada pro meu gosto. O que foi Erin? Por acaso você esta nos escondendo alguma coisa? – perguntou Peyton desafiadora.

– Eu não preciso esconder nada. Eu fui atropelada, o que você quer mais? E se todos aqui querem saber, eu acho que essas ameaças são verdadeiras e que nós devemos tomar muito cuidado.

Todos ficaram em silêncio nesse momento e olharam espantados pra ela.

– Porque você esta nos dizendo isso, Erin? – perguntou Tyler.

– Porque quem me atropelou chegou a descer do carro depois e ficar bem próximo de mim, e essa pessoa usava uma máscara… Igual aquela da série produzida pra TV, Scream, que foi baseada nos filmes Pânico… A máscara da morte. – disse angustiada por fim.

– Meu Deus! – exclamou Alicia. – Então deve ser a mesma pessoas que esta nos mandando mensagens, todas foram assinadas por essa tal de morte.

– Com exceção da minha que foi um telefonema e quando eu perguntei quem era, ouvi a própria voz dizer que era a morte. – disse Brandon pensativo.

– Todos nós temos que ir até a polícia e contar sobre essas ameaças para o detetive Ross agora mesmo. – disse Erin decidida.

– Mas é claro que não! – exclamou Peyton. – Se nós fizermos isso, corremos o sério risco de nunca colocarmos as mãos nesse bandido. Ele tem que pensar que nós estamos acuados, com medo, e que principalmente não falamos nada com a polícia. Só assim, ele continuará com as ameaças enquanto nós armamos uma cilada pra poder pegar ele. Se contarmos pra polícia, ele pode recuar e nós nunca saberemos quem é esse bandido, que com certeza também deve ser o assassino da Elena.

– Ou alguém querendo vingar a morte dela, como as próprias mensagens sugerem. – disse Jimmy.

– Seja uma coisa ou outra, eu concordo com a Peyton. – disse Brandon. – O melhor que nós temos que fazer agora é deixar rolar, e claro, ficarmos de olho pra pegarmos esse bandido, seje ele o assassino de Elena, ou um justiceiro querendo vingar sua morte.

– Eu também acho que é o melhor a se fazer. Se envolvermos a polícia nisso agora, eles podem acabar afastando esse mensageiro misterioso, e colocando tudo a perder. – concordou Tyler.

– Então de hoje em diante todos nós devemos ficar bem atentos ao recebermos mensagens, e-mails e telefonemas desse bandido, e sempre nos reunirmos para discutirmos e chegarmos juntos num consenso do que deverá ser feito. – disse Brandon.

– Claro. E as reuniões podem ser feitas sempre aqui mesmo na minha casa. – disse Peyton.

– Bom então nós temos um acordo. Ninguém vai até a polícia. Combinado? – perguntou Brandon. – Combinado Erin?

– Sim, podem contar comigo. Mas eu já disse tudo o que aconteceu e o que eu vi para o detetive Ross, inclusive sobre a máscara que ele usava.

– Não tem problema. Pelo menos sobre as ameaças ele ainda não sabe e nem vai ficar sabendo. Porque nós vamos colocar as mãos nesse bandido primeiro. – disse categórico.

Todos se olharam sérios e concordando com tudo o que Brandon havia dito. 

*****

No dia seguinte no Colégio de Village Falls, Amber, a aluna nova seria apresentada para todos.

– Pessoal, eu peço a todos um minuto de atenção. – pediu o diretor Myers. – Eu gostaria de apresentar para vocês a nossa nova aluna, Amber de Minessota. Amber, você poderia por favor, nos falar mais sobre você? Fique a vontade e pode se apresentar.

– Isso é mesmo necessário, diretor Myers?

– Sim, eu creio que todos estão querendo te conhecer melhor. E você também deve querer conhecer os seus novos amigos, afinal todos passarão boa parte de seus dias juntos nesse próximo semestre.

– Tudo bem… Bom eu me chamo Amber Moore, sou de Minessota, onde eu nasci e vivi até agora. Minha mãe esta reorganizando a vida dela pela milésima vez com um emprego novo, e dessa vez ela me pediu pra ficar com o meu pai e aqui estou eu. E caso alguém esteja se perguntando e tenha associado o meu sobrenome ao de uma pessoa presente aqui nessa sala, eu confirmo. Sim, eu sou filha do professor Moore.

Todos os alunos olharam para o professor Moore que sorriu sem jeito.

– Logo vi. Já não gostei dessa garota. – disse Peyton para Alicia que estava sentada ao lado dela.

– Bom, apresentação feita… Brandon, você faria as honras da casa mostrando o colégio para a senhorita Moore? – perguntou o diretor Myers.

– Claro, eu mostro sim. – disse olhando pra ela com um meio sorriso que devolveu um sorriso sem graça pra ele.

– Bom é isso pessoal. Agora sem mais interrupções, tenham uma boa aula. Obrigado professor Moore. – disse o diretor saindo da sala.

– Brandon então pode ficar a vontade para mostrar o colégio pra senhorita Moore. – disse o professor.

– Senhorita Moore? – perguntou Peyton sarcástica.

– Sim, porque o espanto senhorita Martinez?

– Pra mim, o senhor ia chamar ela de filhinha. – comentou rindo e outros alunos a acompanharam.

– Ele não vai me chamar assim. Aqui é o ambiente de trabalho dele, aqui somos apenas professor e aluna, sem nenhum tipo de mérito ou favorecimento, e que isso fique bem claro. Pode ficar tranqüila garota, que nós sabemos muito bem como separar as coisas. – disse Amber segura de si, enquanto alguns alunos, cochicharam baixinho o fato dela ter enfrentado Peyton que ficou sem reação.

– Eu espero realmente que sim, garota de Minessota. – disse forçando um sorriso.

– Pessoal, agora chega. Vamos acabar com isso e voltar pra aula.

Brandon então se levantou e foi até Amber.

– Vamos então? 

– Claro, é só me mostrar o caminho. – disse Amber sorrindo.

– Me acompanhe, por favor. – disse Brandon também sorrindo.

– É… Parece que a It Girl do colégio se deu mal nessa, não é mesmo? O Brandon parece caidinho pela aluna nova. – provocou Tyler falando ao pé do ouvido de Peyton.

– Cala a boca, seu idiota! O jogo mal começou e você acha mesmo que eu, Peyton Martinez me darei por vencida? Essa foi apenas um pequena batalha, mas no fim, eu te garanto. Que quem vence essa guerra sou eu. Escreve o que eu estou te dizendo, garoto chapado.

*****

Mais tarde, já em sua mansão, Peyton não quis almoçar e estava muito nervosa. – Ela entrou para o quarto batendo a porta e se jogou na cama.

– Amber Moore… Quem ela pensa que é pra me desafiar? E ainda por cima ficou jogando charme pra cima do Brandon. Eu odeio essa garota! Já não basta eu ainda ter que lidar com a memória da Elena, agora chega essa outra? Ela que não se meta no meu caminho, nem com o Brandon, ou então ela vai se ver comigo. – disse decidida.

Peyton ficou pensativa e com os olhos cheios de lágrimas, ela se lembrou de uma conversa que teve com Elena anos atrás, naquele quarto.

*Flashback

– Peyton, Peyton… Abre essa porta. – pedia Elena insistentemente enquanto batia na porta do quarto da amiga. – Vamos conversar, por favor.

– Me deixa em paz, Elena. Eu não tenho nada pra conversar com você. – disse Peyton com os olhos inchados de tanto chorar e logo depois tapou o rosto com o travesseiro. 

– Eu não vou sair daqui enquanto você não abrir essa porta e falar comigo, Peyton. Nem que eu tenha que montar acampamento aqui do lado de fora, ouviu? – disse Elena decidida.

Peyton então do lado dentro, teve um rompante e se levantou da cama com tudo, abrindo a porta logo em seguida.

– Qual é o seu problema, hein garota? Já não basta ter arruinado com a minha vida, você ainda tem a coragem de vir até a minha casa pra ver o que sobrou de Peyton Martinez?

– Não é nada disso, Peyton. Você esta sendo injusta comigo. É por gostar de você e da sua amizade que eu vim até aqui. Eu nunca tive a intenção de te magoar. – disse com lágrimas nos olhos.

– Mas magoou… E muito! – gritou em meio aos prantos. – Você me feriu profundamente, me machucou. O meu coração esta sangrando Elena. Eu vi o Brandon primeiro. Desde o começo do ano eu te disse que estava apaixonada por ele. Eu me lembro de você ter me dado força, me encorajado… E tudo isso pra quê, hein? Se na primeira oportunidade que teve, você me apunhalou pelas costas e roubou o Brandon de mim. Eu te odeio, Elena Cooper!

– Não foi assim que aconteceu, Peyton tente entender… O Brandon nunca gostou de você a não ser como amiga. O que aconteceu entre nós dois foi uma atração natural, ninguém premeditou nada. Eu jamais seria capaz de te trair, por favor, me perdoa amiga.

– E quando vocês pretendiam contar pra mim que estavão namorando, hein? Se não fosse eu os flagrar hoje, acho que eu continuaria fazendo papel de boba sabe se Deus até quando.

– Nós íamos te contar, eu juro. Eu só estava esperando o momento certo pra isso.

– Só que pra esse tipo de coisa não existe momento certo. E eu nunca vou te perdoar por isso, Elena. Vai embora daqui e esquece que eu existo, porque pra mim, você morreu… Esta morta e enterrada! – disse batendo a porta do quarto na cara da amiga.

– Peyton não! Me ouve, Peyton… Por favor! – implorava já em prantos do lado de fora.

*Fim do Flashback

– Você já foi mais do que suficiente pra atrapalhar a minha vida, Elena. Eu não irei permitir que essa tal de Amber faça a mesma coisa. Ela que não cruze o meu caminho. – disse Peyton séria e secando as lágrimas.

*****

No colégio, Brandon conversava animadamente com Amber no pátio mesmo depois das aulas terem acabado e nenhum deles ainda havia se dado conta disso.

– Nossa que horas são? O colégio esta um silêncio, como se todo mundo já tivesse ido embora. – comentou Amber.

Brandon então olhou para o seu relógio de pulso e começou a rir.

– É porque na verdade já foi todo mundo embora. As aulas acabaram há uma hora. 

– O que!? – disse espantada e se levantando depressa. – O meu pai e a minha madrasta vão me matar, eles devem estar preocupados com a minha demora. E o pior é que eu nem sei que ônibus devo pegar agora. Eu ainda nem conheço nada direito por aqui. – disse confusa.

– Calma. Pode ficar tranqüila que isso não é nenhum problema. Eu to de carro e te levo até sua casa.

– Sério? Nossa você não imagina o grande favor que irá me fazer. Muito, mas muito obrigada mesmo.

– Não precisa agradecer. Eu gostei de você Amber… Se quiser nós podemos sair qualquer dia desses, e eu te apresento a cidade também.

– Claro, vai ser um prazer. Eu também gostei de você, Brandon… É um cara bacana. – disse sorrindo.

Brandon ficou vermelho e os dois se encararam por alguns segundos.

– É, eu não sei se você ta sabendo, mas no próximo fim de semana nós iremos ter o Baile da primavera no colégio. Como você é nova aqui e eu já não tenho mais com quem ir, será que você gostaria de ir comigo ao baile? – perguntou inseguro.

– Nossa! Você é rápido hein? Mas eu gosto assim… Rapazes com iniciativa estão em falta hoje em dia. Vamos fazer o seguinte, você me leva pra tomar um Milk Shake no Dinner qualquer dia desses, que aliás é o único lugar onde meu pai me levou até agora e que eu conheço nessa cidade, e depois eu te dou a resposta. Pode ser? Temos um acordo? – disse estendendo a mão para ele.

Brandon pegou na mão dela e sorriu.

– Sim. Nós temos um acordo. Me passa seu telefone que eu te ligo.

– Eu te passo no caminho, agora nós precisamos ir andando, vamos. – disse Amber saindo correndo na frente e Brandon foi correndo logo atrás dela.

*****

Na garagem da casa de Tyler, ele e Erin ensaiavam um dueto. Com ela na voz e ele no teclado:

*Only Hope

Erin cantava com emoção e paixão, que até esquecia ás vezes estar com a perna engessada. Ela amava a música e desde sempre sabia que era aquilo que ela queria fazer da vida dela. Tyler já desde pequeno adorava percussão. Aprendeu tocar piano quando criança e ainda na adolescência conheceu o teclado, a guitarra e o violão, esse por último aliás, era o que ele mais gostava. – E foi quase no final da música depois de quase duas horas ensaiando que Beth, a mãe de Tyler apareceu toda sorridente com uma bandeja na mão.

– Que lindo! Que maravilha de voz abençoada, meu Deus! E você meu filho estava ótimo acompanhando com o teclado. Olha se eu não estivesse com essa bandeja pesada nas mãos, eu juro que aplaudiria e muito vocês dois. – disse sorrindo e olhando para o filho que prontamente se levantou e foi até ela ajudá-la. – Obrigada filho. Eu trouxe queijo quente com suco de laranja pra vocês lancharem, afinal os dois devem estar famintos.

– Obrigada senhora Malone. – disse Erin agradecida. – Não precisava se dar o trabalho. Mas eu confesso que a senhora acertou, porque eu estou mesmo faminta.

– E eu não sei? Vocês jovens gastam uma energia, mas também comem e muito pra poder repô-las. E depois não é trabalho nenhum, eu faço com amor.

– A dona Beth tem mania de empanturrar as pessoas sabe, pra ela todo mundo vive com fome. – disse Tyler dando uma bela mordida no sanduíche, enquanto Erin bebia o suco.

– Exagerado… Todo mundo não, só os jovens que precisam crescer fortes e saudáveis. – disse sorrindo.

– E a senhora não é muito diferente da minha mãe não viu, porque ela vive preparando guloseimas o dia todo pra mim. – comentou Erin.

– É como dizem… Toda mãe é igual, elas só mudam de endereço. Bom, mas agora eu vou deixar vocês dois a sós que tem uma pilha de roupa pra passar me esperando. Eu gostei de ver você aqui Erin, volte mais vezes. – disse simpática.

– Eu também gostei muito de ter vindo. – disse olhando para Tyler. – E pode apostar que eu voltarei mais vezes, sim.

– Fiquem a vontade, com licença.

Beth se afastou deixando Tyler e Erin comer os seus sanduíches, enquanto conversavam e riam bastante a vontade um com o outro. E Beth os ficou olhando de longe sorrindo.

*****

Nas casa dos Edwards, Alicia trancada em seu quarto ouvia música e pensava em Andrew boy.

*I Will, I Swear – Sleep

– Que droga! – exclamou impaciente. – Porque eu não consigo tirar aquele garoto da minha cabeça.

Em sua mente, o dia em que Andrew a abraçou bem forte do lado de fora do Dinner, ficava passando com um filme na sua cabeça.

– Eu preciso parar de pensar nele, eu não sei lidar com isso… Nunca vai acontecer Alicia, nunca! – disse desesperada e se levantando da cama apressada.

Alicia foi até o banheiro, abriu a gaveta do armário da pia e tirou de lá de dentro a caixa que ela guardava com todo cuidado e escondia de todo mundo. – Ela então começou a fazer o mesmo ritual de sempre… Abaixou a tampa do vaso, sentou-se em cima, depois abriu a caixa e de dentro tirou lenços umedecidos e uma de suas Gillettes. Então Alicia começou a fazer pequenos e precisos cortes em suas coxas e também nos braços, sentindo toda dor e chorando baixinho.

– Sofrer para viver. Um dia de cada vez, Alicia… Um dia de cada vez. Eu só quero e preciso que toda essa dor vá embora, eu não agüento mais. – disse por fim já não contendo mais o choro que veio alto e forte, a fazendo soluçar.

*****

O fim de semana chegou em Village Falls, e com ele o tão aguardado Baile da Primavera. – Os jovens estavam bastante empolgados, e desde a trágica morte de Elena, eles sentiam pela primeira vez em quase dois meses que tudo voltava ao normal. Aos poucos, sem pressa, e sem mais surpresas ou mensagens anônimas.

Tyler estacionou o carro na frente da casa de Erin e ficou esperando um pouco, como que ganhando coragem para bater em sua porta e enfrentar os pais dela, que segundo ela mesma disse depois de muito relutarem, acabaram aceitando que ele a levasse ao baile. – De repente a porta dos Griffin se abriu e Erin saiu linda em seu vestido azul, acompanhada pelos pais. Tyler ainda inerte e admirando Erin, saiu do carro apressado e foi de encontro a eles.

– Boa tarde senhor e senhora Griffin. – disse meio tímido.

– Boa tarde rapaz. – respondeu a senhora Griffin séria.

– Boa tarde. – disse o pastor bem mais sério.

– Você esta linda, Erin. – disse sorrindo encantado.

– Obrigada. Você também esta bonito. – disse sem graça, olhando para os pais.

– É eu confesso que estou me sentindo um pouco incomodado dentro desse terno e gravata, mas acho que valeu a pena, até minha irmã me elogiou muito. – disse sorrindo.

– Bom, meu jovem rapaz, eu espero que você cuide muito bem da minha filha e que traga ela de volta ás onze em ponto e sóbrio. Eu conheço muito bem como são esses bailes de colégio, rola sempre uma bebida alcoólica por baixo dos panos e eu quero a minha Erin sã e salva aqui no horário marcado. Estamos acertados? – disse o pastor, estendendo a mão para ele.

– Claro, senhor Griffin. Pode confiar em mim e ficar tranqüilo. Eu quero muito bem a Erin, e jamais faria qualquer coisa para machucá-la. – disse Tyler sério e o encarando. As onze em ponto nós estaremos de volta, sãos e salvos. Eu prometo.

Tyler então pegou a caixa e estendeu para Erin abrindo ela.

– Eu trouxe isso pra você.

Erin e sua mãe ficaram encantadas com o gesto. Dentro da caixa, havia uma flor, por coincidência branca e azul que combinava com o vestido dela, para Erin colocar no braço, como era de costumes os rapazes comprarem esse adorno e dar de presente para os seus pares no dia do baile da primavera. – Tyler então retirou a flor da caixa que ele entregou para a pastora e pegou na mão de Erin colocando em seguida a flor no seu braço direito.

– É linda Tyler… Obrigada. – disse encantada.

– Que bom que você gostou. Podemos ir agora?

– Não sem antes registrarmos esse momento. – disse a pastora que estava com uma câmera em mãos. – Fiquem um do lado do outro, por favor.

Erin e Tyler ficaram abraçados e depois de mãos dadas, fazendo poses para as fotos, enquanto o pastor parecia nada satisfeito com aquilo tudo. – Os dois se despediram do senhor e da senhora Griffin e logo entraram no carro e partiram rumo ao baile.

– Nossa que cara, David. Você só faltou fuzilar o pobre rapaz com o seu olhar. – observou Victoria.

– E você não acha que eu tenho os meus motivos devido aos precedentes desse rapaz?

– Eu não estou te recriminando marido, me entenda. Mas eu conversei muito com a nossa filha e tenho reparado melhor no Tyler, ele parece estar mudando de verdade, ele tem se esforçado pra se tornar uma pessoa melhor. Depois eu orei muito a Deus que me mostrasse um caminho, me desse uma reposta e sabe o que ele me disse? Que nós devemos amar e perdoar uns aos outros, como o nosso próprio salvador nos ensinou. Ele me disse também pra sermos mais tolerantes com ele, que esse rapaz será ainda muito importante pra nossa comunidade, mas que ele precisará muito da nossa ajuda. Por isso eu te peço, seja mais paciente e tolerante com ele. O Tyler no fundo é um bom garoto, ele só tem passado por maus momentos.

– Tudo bem, eu prometo me esforçar mais querida. Agora vamos entrar que eu estou com dor de cabeça e ainda quero descansar um pouco antes do culto. – disse sorrindo.

– Eu amo você, David.

– Eu também te amo, querida.

Os dois então foram para dentro abraçados e sorrindo.

*****

No colégio, o baile começara cedo e os jovens continuavam chegando. – A decoração estava linda, muitas luzes, balões brancos e dourados pendurados pista de dança, tudo estava perfeito. Tyler e Erin conversavam com Jimmy e Alicia, enquanto isolada em um canto, Peyton esperava Brandon chegar. – Ele não a tinha convidado para o baile e no fundo ela tinha esperanças de que os dois pudessem ficar juntos quando ele chegasse.

*Green Light – Lorde

E quando ela decidiu se levantar para pegar uma bebida, ela foi surpreendida com Brandon e Amber entrando no salão juntos e de mãos dadas. – Todos sem exceção olharam para o casal, era nítida a sintonia deles, e logo Brandon todo feliz e sorridente puxou Amber para dançar. 

– É… Por essa a Peyton não esperava. Se ódio matasse, coitada dessa Amber. Olha só a cara da Peyton – comentou Alicia.

– Será que eles estão juntos? – questionou Erin.

– Se estão, ele superou rápido demais a perda da Elena. – disse Tyler. – Dá até pra desconfiar se ele realmente a amava como diz.

– É mas ela esta morta, e a vida segue né gente? – disse Jimmy um pouco incomodado de ver Nathan de longe o encarando sem parar.

– Eu concordo com o Jimmy. – disse Erin olhando séria para Tyler. – Chega uma hora em que a pessoa tem que desencanar, partir pra outra. Você não acha, Tyler?

– Claro que sim, aliás nesse caso deve. Afinal quem é louco de continuar amando alguém que já morreu? – disse sem graça ao notar que Erin ficara um pouco decepcionada com o seu comentário.

Alicia sorriu e logo depois ficou séria ao perceber que Andrew vinha na direção deles, e saiu apressada, mas ele foi mais rápido e a alcançou.

– Alicia espera. Não faz isso, não foge mais de mim, por favor!

– Me deixa em paz, Andrew boy. Eu te pedi pra ficar bem longe de mim, lembra? – disse correndo para o banheiro feminino.

Enquanto isso no corredor do colégio, Jimmy saiu um pouco do salão para tomar um ar e deu de cara com Nathan.

– Oi. Como você ta? Gostando do baile? – perguntou se aproximando de Jimmy.

– Fica parado ai onde você esta. Não se aproxima de mim. – disse com receio.

– Para com isso Jimmy. Eu errei esse tempo todo de seguir os outros garotos que sempre pegaram no seu pé, te ridicularizavam… Eu estava confuso, mas agora acabou. Eu não vou mais fazer isso, nem com eles eu estou andando mais. E eu não tenho vergonha de admitir meu erro e de pedir perdão. – disse Nathan chegando mais perto e tocando no braço de Jimmy. – Me perdoa por tudo Jimmy, por favor.

– Deixa de teatro, Nathan. Isso já esta ficando ridículo cara. Diz logo qual é a sua intenção com tudo isso, porque fazer papel de bonzinho não combina com você. – disse tentando ir embora, mas Nathan o segurou pelo braço.

– Você não acredita mesmo em mim, não é mesmo? Esta estampado nos meus olhos, será que você não enxerga?

– Me solta Nathan, ou então você vai se arrepender por isso.

– Eu vou te dizer então o porquê de eu estar agindo assim com você, aliás, vou fazer melhor até e te mostrar o grande motivo por trás da minha mudança.

*Naked – James Arthur

Nathan foi se aproximando devagar de Jimmy que pela primeira vez olhou dentro dos seus olhos, e ele não conseguia mais se mexer, embora algo nele tentasse e muito. – Nathan então o envolveu pela cintura e o puxou para si. Os dois ficaram de rostos colados e se encarando profundamente por alguns segundos, até que Nathan emocionado fechou os olhos e beijou Jimmy ardentemente, mas também com muito carinho. – Jimmy tentou resistir confuso ao que estava acontecendo, mas depois de alguns segundos tentando, ele não resistiu e se entregou aquele beijo inesperado e mágico.

*****

Alicia se olhava no espelho do banheiro nervosa, ela se sentia quente, parece que a sua temperatura estava acima de 40º graus. De repente a  porta se abriu e ela tentou disfarçar jogando uma água no rosto e na nuca pra ver se melhorava.

– Esta tudo bem com você, Alicia? – perguntou Erin se aproximando dela.

– Oi. Esta tudo bem sim, eu só precisava me refrescar um pouco, esta muito quente lá dentro. – disse pegando papel tolha e começou a passar pelo seu rosto.

– É o Andrew não é? Porque você foge tanto dele? Ele parece ser um cara tão legal e já deu pra perceber que ele esta gostando de você.

– Deixa de besteira, Erin. Depois do que aconteceu com a Elena, ele se sente culpado. O Andrew só quer se aproximar de mim pra me ajudar, mas eu estou cansada de falar pra ele que eu não preciso de ajuda. Que droga!

– Será que não precisa mesmo? Agora que todo mundo sabe do seu problema Alicia, todos nós nos preocupas com você, sim. É que você afasta todo mundo, não permite que ninguém se aproxime. Nós não estamos sozinhos na vida Alicia, ninguém esta. E em algum momento todos nós precisamos de ajuda, mais cedo ou mais tarde.

– Acabou o sermão? Ao invés de você ficar se preocupando comigo e dizendo que o Andrew gosta de mim, você deveria criar coragem e se declarar para o Tyler, porque esta na cara que você esta apaixonada por ele. Qual é o problema, você não tem coragem de encarar os seus pais ou tem medo de que ele ainda seja apaixonado pela memória da Elena?

Erin ficou calada, sem saber o que dizer, e antes de sair, Alicia completou:

– É muito bom dar conselhos quando não se esta vivendo os problemas do outro, Erin. Eu quero ver é seguir os mesmos conselhos. – disse saindo do banheiro.

Do lado de fora do banheiro feminino, Alicia encontrou Andrew esperando por ela e passou batida e apressada por ele.

– Mas você não cansa mesmo, né Andrew boy? Quando é que você vai aprender… Me deixa em paz! – disse se voltando até ele. – Eu não preciso da sua ajuda nem da ajuda de ninguém, ouviu? Coloca isso de vez na sua cabeça.

– Eu não posso Alicia… Porque você esta na minha cabeça e no meu coração. Você entrou em mim de um jeito que não sai, e acho que eu estou apaixonado por você. – revelou tímido.

Alicia começou a rir descontroladamente.

– Você só pode estar brincando comigo, ou enlouqueceu o que eu acho bem mais provável. – disse ainda rindo da cara dele.

Até que Andrew num rompante tomou Alicia em seus braços e a beijou apaixonadamente.

*****

Erin procurou Tyler por todo salão e acabou encontrando ele sentado no pátio lá fora, pensativo e distante.

– Te dou um milhão pelos seus pensamentos. – disse sorrindo e se sentando perto dele.

– Quem me dera eles valessem tanto assim. – comentou também sorrindo.

– Algum problema, eu posso te ajudar? – perguntou preocupada.

– Não. Infelizmente ninguém pode me ajudar, mas eu tenho fé que vai dar tudo certo.

– Amém! Se você confiar no senhor, acredite que tudo vai dar certo e dará. – disse o encarando e depois de uma breve pausa, ela continuou. – Você ficou chateado com toda aquela conversa sobre a Elena, né?

– Não. Quer dizer, no fundo todo mundo tem razão, e assim como o Brandon, eu também preciso esquecer a Elena. Eu compreendo isso, só não sei como. Entende?

– Mas isso é fácil, pelo menos todos dizem que é. Basta fazer o que o Brandon esta fazendo… Pra esquecer um amor, na maioria das vezes nós só precisamos mergulhar de cabeça em outro relacionamento. Você precisa querer e estar de coração aberto para as oportunidades, Tyler. 

– Não sei não. Com o Brandon é fácil, o cara é capitão do time de futebol, atlético e todo bonitão, ele faz o maior sucesso com as garotas. Agora já eu… Nem mesmo a Elena me quis, quem mais poderia querer Tyler Malone?

*Apologize – Timbaland & One Republic

– Esquece a Elena, Tyler. Só não fala mais dela, ta bom? – sugeriu Erin se aproximando dele.

Os dois ficaram sérios e se encarando durante um tempo, até que Erin tomou a iniciativa e beijou Tyler como há muito tempo ela já queria. Tyler ficou surpreso, mas gostou e pela primeira vez em anos, ele não se lembrou de Elena e se deixou levar pela emoção do momento.

*****

No meio do salão, Brandon e Amber dançavam agarradinhos e cúmplices. Os dois estavam sentindo uma atração muito forte, um pelo outro, mas ainda não haviam se rendido a isso. De longe, Peyton os observava com ódio no olhar, e já estava bêbada de tanto ponche batizado que tomara desde que chegou no baile. – Por fim, ela decidiu sair lá fora um pouco para respirar, pois já não agüentava mais ficar olhando para os dois juntinhos.

Já do lado de fora, Peyton começou a tremer de frio e ficou encostada na parede. Quando se deu conta, ela viu uma pessoa vindo na sua direção e forçou a vista para ver quem era, já que elas estavam embaçadas de tão grogue que Peyton ficou. – Quando a pessoa chegou mais perto, ela só reparou no rosto branco e bastante gélido da pessoa, como se ela estivesse usando uma máscara. E quando Peyton tentou abrir a boca para gritar, ela levou um soco na cara, caindo desmaiada no chão, logo em seguida. 

A pessoa toda vestida de preto, calça e casaco, além da máscara da morte e uma toca, pegou Peyton do chão e a jogou por cima do ombro a carregando em seguida até o eu carro, onde abriu o porta malas e a colocou lá dentro. Depois pegou uma fita isolante grossa e envolveu os braços e as pernas dela, a deixando imobilizada. Pra terminar ela arrancou outro pedaço e colou na boca de Peyton para que ela não gritasse e fechou o porta malas. Depois ela deu a volta por trás do colégio e quebrou a porta do refeitório, abrindo-a pro lado de dentro e entrando no colégio.

*****

CONTINUA…

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