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The Black List : Episódio 1×05 – Enterrado

Jade

 

Os momentos após a mensagem foram intensos. O desespero tomou conta de Jade, suas mãos tremiam tanto que ela mal conseguia segurar o celular. Na mesma hora, Jade ligou para o irmão, desesperada. Ela queria muito saber como e onde ele estava, ele simplesmente saiu de casa sem avisar.

Ela precisava muito falar com ele, antes de notificar os pais. Mas Austin não atendia de jeito nenhum. Ela ligou para Harry, que também não atendeu. E então, sobrou apenas Travis, o último amigo de confiança que Austin tinha.

– Oi, Jade. – ele respondeu, sua voz bastante nervosa.

– Você está com o Austin? – ela tentou se acalmar. Havia uma confusão no outro lado da linha, parecia um monte de pessoas falando ao mesmo tempo.

– Sim…na verdade – ele fez um pausa e gritou com quem estava com ele. – ele saiu. Pegou a chave do carro…os garotos foram atrás dele.

– Aonde ele foi, Travis?! – gritou Jade. – Onde meu irmão foi?!

– Jade – Travis estava tenso. – eu não sei.

Harry

 

Uma das únicas coisas que seu pai deixara antes de abandonar ele e sua mãe foi seu velho carro. Sua mãe o deixou na garagem por anos, apenas fazendo a manutenção para que Harry pudesse dirigir quando atingisse a idade. Pelo menos pra isso o pai serviu.

Harry e Sam entraram no carro e foram atrás de Austin, que estava com sua incrível Mercedes. Seria quase impossível alcançar Austin, mas eles poderiam contar com o trânsito turbulento da cidade. Mesmo durante a noite, Nova York não parava por um segundo.

– Para onde ele tá indo?! – Harry murmurou entre os dentes.

– Cara – Sam estava com as mãos presas na porta do carro, Harry estava acelerando demais. – vai mais devagar.

– Eu estou competindo com a porra de uma Mercedes! – gritou Harry. – Vamos perder ele!

Austin estava desviando de todos os carros da pista, ele parecia estar querendo sair da cidade e pegar a rodovia.

– Quem diabos é essa Kelly da mensagem? – Sam perguntou. – E por que esse estresse todo?!

– Não dá tempo de explicar. – Harry franziu a testa, desviando dos carros. – Ele vai sair da cidade. Droga.

O telefone dele tocou, Harry entregou para Sam, que atendeu e colocou no viva-voz.

– Harry? – era a voz de Jade Evans.

– Jade, eu- Harry começou a falar. Sam estava vidrado no telefone.

– Aonde ele tá?! – ela gritou. – Eu preciso falar com o Austin!

– Eu estou atrás dele! – Harry gritou. – Ele vai pegar a rodovia!

E nesse momento, Harry teve que parar no sinal no meio de um cruzamento. Austin conseguiu escapar antes do sinal fechar e a imensa quantidade de carros tomarem partida. Era o último sinal até a rodovia.

– Droga! – gritou Harry. – Perdemos ele…

– Ainda dá tempo. – disse Sam.

– Ele pegou a rodovia?! – gritou Jade. – Tudo bem, Harry. Pode ir para casa. Deixa que eu resolvo a partir de agora.

– Como assim?

– Te mantenho informado. – e desligou.

Harry e Sam se encararam, sem entender.

– Essa era…

– Jade. – disse Harry. – A irmã de Austin.

– Ela falou sério? De irmos para casa?

– Cara…ela é louca. Austin é descontrolado. Mas ele vai estar em boas mãos.

– Que loucura. – o sinal abriu e Harry avançou com o carro. – Então o que vamos fazer?

– Vamos dar uma volta. Preciso te explicar umas coisas.

Mason

 

Mason estava no meio de um encontro, digamos que interessante, antes de todo aquele tormento da mensagem.

A boate estava lotada naquela noite, mas felizmente hoje ele não iria se misturar com a multidão. Mason iria para as suítes VIP com um grupo de conhecidos, na maioria deles, contatos que serviriam bastante no futuro. Um deles era o charmoso Leonard, ator e modelo de uma das maiores marcas de roupa de Nova York. Além dele, estava Petra, jornalista e dona de um dos maiores canais de fofoca de todo o país.

– Amo esse lugar. – Leonard disse, ao se sentar no sofá vermelho da cabine. Além dele e Petra, estavam mais 5 pessoas. – Vem bastante aqui, Mason?

– Até que não. – ele riu. – Vim apenas uma vez com Jade e suas amigas. Apenas a trabalho.

– Então hoje você não veio focado no trabalho, hm? – Leonard olhou Mason de cima a baixo.

– Digamos que não. – Mason tomou um pouco do seu drink.

– Mas precisamos conversar sobre Jade Evans. – Petra cruzou as pernas, ela tinha um sotaque francês bem carregado. Ao seu lado, duas modelos faziam carinho nas suas pernas desnudas. – Soube que Max Peterson voltou…

– Sim. – Mason secou os lábios após beber o drink. – Ele tentou uma conversa mas Jade não quis muito assunto.

– Hm. – Petra disse. – Eles dois tem muito potencial juntos.

– Foi o que eu disse. – Mason sorriu. – Mas ela não quer mais ele. Ela precisa chamar novamente a atenção da mídia para ela.

– Gosto da forma que você vê as coisas. – Leonard suspirou. – Como consegue ser amigo dessa garota?

Mason foi pego de surpresa com a pergunta.

– Bem, somos bastante amigos. Mas primeiramente os negócios. É o meu trabalho.

– Inteligente. – Leonard disse. – Primeiramente o dinheiro, eu faria o mesmo. Ei, Petra, o que acha?

Petra estava beijando uma das modelos, a outra continuava a acariciar seu corpo. Mason deu um risinho sem graça.

– Desculpe. – ela disse. – Jade é bem promissora. Ela precisa de algo novo em sua carreira…eu sei que essa família tem muitos podres.

– Sim. – Mason disse. Ele sabia onde ela queria chegar, e era o motivo de Petra tê-lo convidado. – Mas não posso falar nada.

– Querido, não pense isso de mim. – Petra ergueu a mão cheia de joias. – Estou ofendida. – ela riu.

– Eu sei o que a senhora quer. – Mason cruzou os braços. Ele olhou para Leonard, que parecia incomodado. – Me comprar para trazer informações.

– Te comprar? – ela se levantou, as modelos e as outras pessoas da cabine pararam o que estavam fazendo.

– Não precisa perder seu tempo. Pode simplesmente ficar mais ligada nos acontecimentos da Escola Harper.

– O que quer dizer? – Petra se aproximou.

– Alguém está bombardeando os alunos com algumas mensagens estranhas. A senhora pode ficar mais atenta a isso.

Petra arregalou os olhos e olhou para as pessoas da cabine. Mason sabia quem eram, além das modelos e Leonard, eram todos jornalistas atentos para que ele soltasse algum furo da família Evans.

– Que tipo de mensagens? – um deles perguntou. Mason riu.

– Descubram. Coloquem paparazzis pela Harper, investiguem. É o papel de vocês. – Mason se levantou. – Até logo.

Ele saiu da cabine e desceu as escadas até a saída da boate. Chegando na saída, ele sentiu alguém dele.

– Gostei da sua atitude. – Leonard segurou Mason pelo ombro. – Enfrentou todos esses jornalistas.

– Qual a sua função nisso tudo?

– Eu devo uns favores à Petra. – ele se aproximou. – Uma das minhas funções era deixar você bêbado e te seduzir.

– Boa sorte. – Mason riu e se afastou de Leonard, que se aproximou ainda mais.

– Falhei em te deixar bêbado. Mas ainda sou capaz de te seduzir? – Leonard sussurrou no ouvido de Mason, que se arrepiou inteiro.

– Quem sabe?

Mason e Leonard ficaram juntos por curtíssimas duas horas, sentados no bar da boate e se pegando nos cantos escuros que todo aquele ambiente proporcionava. Mason prometeu a si mesmo que não contaria nada sobre os Evans, mesmo se Leonard lhe desse a melhor noite sua vida.

Foi quando ele recebeu a mensagem e ficou completamente em choque, com os olhos arregalados e calado.

– O que houve? – Leonard estava massageando a perna de Mason.

– Preciso ir. – Mason se levantou. Deu um beijo na boca de Leonard e partiu. – Urgente.

– Espera aí! – Leonard gritou. – Me dá seu telefone!

Mas Mason já tinha ido correndo para a casa dos Evans.

Jade

 

Ela sabia onde Austin estava indo. O único motivo para ele pegar a rodovia era para chegar até o cemitério.

O motorista a deixou em frente ao portão enferrujado do cemitério. Ela viu a Mercedes do irmão estacionada na calçada. Jade suspirou, cruzou os braços contra o sobre tudo e entrou.

O caminho rodeado de lápides estava bastante escuro, obviamente, aquilo não era hora de visitar a droga de um cemitério. Ela caminho por entre as lápides, infelizmente ela já tinha decorado onde provavelmente Austin estaria.

E lá estava ele, sentado na lápide ao lado, observando o túmulo branco onde estava o corpo de Kelly.

– Austin. – ela disse, séria.

Austin estava realmente abatido, ele virou o rosto para Jade e ela pode ver o estrago que a mensagem tinha feito em seu irmão. Ela se aproximou e afagou seus cabelos.

– Não precisava vir até aqui, Austin. O risco que você correu de bater o carro…

– Eu precisava, Jade. – Austin fungou, ele estava chorando. – Precisava ter a certeza.

– Ela está morta. – ela olhou para o túmulo. – Acabou.

– Será?

Austin se levantou e encarou a irmã, Jade franziu a testa e cruzou novamente os braços.

– O que está falando? – ela perguntou.

– Será que Kelly realmente morreu naquela clínica?

– Você pirou. – Jade riu.

– Não vimos o corpo dela, não é? Poderíamos muito bem ter enterrado outra pessoa! Será que realmente ela…

– Cale a boca, Austin! – gritou Jade. – Não estamos bancando a família dessa desgraçada a toa. Todo o estrago que essa vagabunda causou na nossa família, tivemos que calar a boca de todo mundo para que essa história não vazasse.

– Ela pode estar por trás disso tudo. – Austin cerrou os punhos. – Ela está querendo se vingar de nós.

– Pode até ser. – Jade disse. – Mas eu não vou deixar ela ganhar. Você vai simplesmente ignorar essa história, não vai contar nada a ninguém.

– Temos que ir atrás disso. – ele olhou nos olhos da irmã. – Temos que visitar a família dela. Investigar. Ir na clínica…

– Pode ser. Mas não iremos contar para nossos pais. – Jade disse. – Só em último caso.

Austin concordou, virou o rosto para o túmulo. A foto sorridente de Kelly estava estampada ao lado de seu nome, não era possível que era ela a responsável de toda essa confusão.

– Vamos embora. – Jade puxou seu braço. – Já chega. A nossa sorte é que papai está viajando e mamãe está ocupada com as lojas.

– Amanhã vai ser outro dia. – Austin disse para si mesmo.

– Vai. – ela concordou.

Os dois caminharam até a saída do cemitério. Austin foi até seu carro e Jade entrou no outro com o motorista. Os dois partiram praticamente no mesmo momento.

Tudo parecia ter se acalmado.

 

Até um paparazzi sair de trás de um dos postes ao redor do cemitério. Com a câmera em mãos, ele olhava as fotos dos dois irmãos Evans saindo juntos daquele cemitério.

– O que eles estavam fazendo aqui à essa hora da noite, hein? – ele se perguntou, olhando para a rua, agora vazia.

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