Ato XII – Tão eu, ser seu

“Quando se tem um amigo ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem,
dentro de seu coração.”
Amor e Amizade, William Shakespeare –

— WangJi?! – A voz suave de Lan XiChen o chamava.

Lan WangJi estava sentado sobre a almofada na varanda de seu Jingshi, apesar de sua face ainda ser a mesma, a velhice havia tomado o corpo que antes era forte e enérgico. Os longos cabelos negros agora eram como um véu suave embranquecido, seus movimentos lentos ainda eram precisos, quando ergueu o rosto e fitou seu irmão com seus luminosos olhos dourados.

— Irmão.

Lan XiChen se aproximou e sentou sobre os joelhos em uma almofada ao lado de seu irmão mais novo. Olhava-o com enorme carinho e admiração, afinal quando este lhe comunicou a decisão de parar o cultivo para a imortalidade e seguir junto ao seu parceiro de cultivação, Lan XiChen apesar de insatisfeito não pode se opor ao desejo de seu irmão. Ver os anos passarem envolvendo a Wei WuXian e Lan WangJi com o destino do fim de suas vidas angustiava o coração do líder do clã Lan.

— Irmão, alguma novidade sobre as mortes nas vilas?

— Não, mas seguimos investigando e claro orientando a todos para não saírem em caçada noturna sozinhos.

— Sim.

— Não deve se preocupar, vim justamente para lhe informar a decisão de manter todos nossos discípulos nos Recantos da Nuvem. – Lan XiChen estendeu a mão e colocou entre eles uma bandeja com chá e servindo duas xícaras rasas. – Mestre Wei deve ser tranquilizado.

— Informarei. – WangJi pegou a xícara e puxou suavemente a manga para que lhe permitisse levar aos lábios sem esbarrar nas suas vestes impecavelmente limpas.

— Como esta mestre Wei?

— Descansando.

— Bom.

— Irmão…

Lan XiChen inspirou suave olhando o céu que naquele momento começou a desprender das nuvens seus flocos frios anunciando a neve que começava a se formar pelo jardim dos Recantos da Nuvem.

— Eu sei…

Lan XiChen suspirou novamente, pousando a xícara sobre a bandeja de madeira e virou o olhar lacrimoso para WangJi.

— Irmão XiChen, veio nos ver e não me chamou. – A voz de Wei WuXian interrompeu a conversa das duas jades.

Wei WuXian caminhou até ambos e sentou cruzando as pernas ao lado de WangJi encostando em seu ombro.

— Somente chá? – Esboçando um sorriso arteiro piscou para o líder do clã Lan. – Prefiro algo mais forte hahahahaha…

— Wei Ying.

— Er-gege, eu sei… – Virou o rosto para o amado marido e tocou suavemente a face fria. – Eu estou brincando um pouco…

— Irmão trouxe notícias.

— Sobre as mortes dos cultivadores? – Wei WuXian virou-se curioso para Lan XiChen.

— Não temos nada que comprove as mortes a algo sobrenatural, no entanto as investigações seguem com base nos relatórios que ambos fizeram ajudou a conseguir identificar um padrão em todos os casos. – Lan XiChen fez uma breve pausa e em tom mais sério continuou. – Todos sem exceção perderam a vida de forma instantânea sem marcas de ataque ou doenças.

— Como se fechassem os olhos e nunca mais abrissem… – Wei WuXian completou. – Queria poder ajudar mais. – Pegando uma xícara do chá, levou aos lábios e sorveu um gole. Em seguida fez uma careta e sorriu. – Ainda prefiro algo mais forte hahahaha…

— Irmão disse que todos os discípulos e membros do clã entrarão e reclusão no inverno e suspenderão as caçadas noturnas.

— Irmão XiChen tira do meu coração um peso, SiZhui, JingYi e os demais discípulos mesmo saindo com Wen Ning ainda me deixava temeroso. – Wei WuXian sentia o peso daquele temor, por ele iria sempre as caçadas, mas o corpo não lhe permitia mais tais “aventuras”.

Wei WuXian sentia os anos pesando, apesar de cultivar e fortalecer o núcleo dourado herdado do corpo que habitava, ele não chegaria à imortalidade. O fato de não estar mais presente protegendo os jovens do clã o preocupava apesar de ele não dizer era facilmente visto em sua face quando via o grupo sair em caçada noturna.

— Uma decisão assertiva mestre Wei, todos concordamos que até descobrirmos a causa das mortes não sairão em caçadas.

— Obrigado, irmão XiChen.

Lan WangJi se afastou de Wei WuXian e levantou, caminhou lentamente para dentro do jingshi.

— Irmão XiChen. – Wei WuXian olhava para o líder do clã Lan. – Lan Zhan não diz, mas sei que estar tão cansado quanto eu. – Virou por fim a face para o jardim que começava a ficar embranquecido pela neve fina que caia. – Não veremos a primavera dessa vez.

Lan XiChen fechou os olhos respirando suave para acalmar o coração, ele sabia que ambos o estavam preparando para o momento que seguiriam juntos e findariam essa existência.

— Irmão XiChen, tenho um pedido importante para fazer.

Lan XiChen abriu os olhos e voltou a face para Wei WuXian com um suave sorriso onde por fim balançou suavemente a cabeça confirmando que acataria o pedido.

— Quando Lan Zhan reencarnar peço que não deixem que ele seja criado tão rigoroso, deixe-o brincar e ser criança.

Lan XiChen sentiu os olhos queimarem por tanto esforço ao conter as lágrimas. Inspirou profundamente e fechou novamente os olhos dizendo logo depois.

— Claro, mestre Wei.

— Hahahahaha… Ótimo! – Wei WuXian levantou resmungando de sentir leve dor nas costas e parou em frente ao jardim estendendo sua flauta. – Confiarei ao irmão essa missão e tenho outro pedido.

— Qual seria mestre Wei?

— Eu adoraria beber um gole do Sorriso do Imperador.

*****

XiChen estava sentado na ampla sala de sua residência, olhava para a tela do seu notebook analisando as cenas do acidente de WuXian no metrô. Quando ouviu de WangJi que havia contato quem era ao rapaz, ficou imensamente feliz e aliviado. Sua maior frustração era ter falhado com ambos e levado tanto tempo para conseguir que WangJi reencarnasse e encontrar WuXian. O passado vinha em sua mente tão cristalino quanto água, eram vivas como se tivesse ocorrido no dia anterior. Intrigado voltou a olhar para o “ataque” e confrontar as informações com o que conseguiu na Empatia que realizou no vagão.

— Havia algo muito forte naquele vagão e o desejo de morte para o rapaz, o que o atacou o queria morto, mas por que não conseguiu? – XiChen olhava a cena e resolveu enviar um e-mail para MingJue e logo em seguida ligou, depois de alguns toques foi atendido.

 XiChen, não vou reclamar da hora porque sei que não é de fazer tal ato se não tiver algo muito sério lhe perturbando.

 MingJue, ainda bem que entende e de fato há algo me perturbando e se não descobrir logo possivelmente WangJi estará em perigo.

 Hum, diga o que posso fazer para te ajudar? – MingJue sentou na beira da cama e pegou seus óculos.

 O acidente com um dos participantes do concurso, analisamos os vídeos e a possibilidade de ser algo direcionado é muito grande. – XiChen olhava a tela com o vídeo aberto. – Tem como ver o e-mail e olhar a cena?

 Claro. – MingJue, levantou e com o telefone no ouvido saiu do quarto e foi para seu escritório. – Me dê um minuto. – Ao entrar, foi a mesa e abriu seu notebook, poucos minutos depois tinha o vídeo aberto na tela. – Pronto, diga o que estar acontecendo.

 Primeiro de tudo olhe o rapaz.

MingJue olhou para o rosto e seus olhos se abriram surpresos ao reconhecer quem era.

 Wei WuXian!!!

 Sim, encontramos a reencarnação do mestre Wei.

— Que?! É ele mesmo… – MingJue ampliava a cena para olhar bem. – Vocês confirmaram que é ele mesmo, certo?

Sim, sem nenhuma sombra de dúvida. – Xichen sorriu suavemente na linha. – Ele não tem as lembranças, mas a forte ligação com WangJi existe.

— Temos que comemorar, já venho por 200 anos ouvindo você falar disso e finalmente aconteceu.

XiChen sorriu e de certa forma concordou por ter passado tanto tempo falando de suas buscas pelas almas reencarnadas de Lan WangJi e Wei WuXian.

A cerca de 700 anos atrás, Lan XiChen alcançou a imortalidade e com isso seus dons espirituais eram muito mais poderosos. Usando de suas habilidades, arranjos e melodias sagradas ele conseguiu purificar o espirito de Nie . O amigo e irmão desprendeu das máculas que lhe tornaram um cadáver feroz e entrou novamente no círculo de reencarnação.

A família Nie era pequena, um único descendente nascido de Nie HuaiSang no passado possibilitou a 230 anos atrás que MingJue reencarnasse. O clã Nie ainda segui a trilha do cultivo o jovem e promissor cultivador assumiu como líder. Nessa ocasião devido ao forte elo que tinha com XiChen, MingJue acabou por recordar de seu passado e foi com apoio de seu irmão jurado que superou as dores e ressentimentos.

*****

XiChen relatava tudo que analisou desde as cenas no vídeo até quando foi ao local e por fim a Empatia que lhe mostrou que algo poderoso e com instinto assassino estava por trás do acidente do rapaz, cogitando assim a possibilidade de que persiga a reencarnação de Wei WuXian.

 Se tudo que me disse e suas suspeitas se confirmarem eles estão correndo perigo. – tinha uma expressão séria olhando a cena do suposto “acidente”. – Estou indo.

 Hum?

MingJue sorriu na linha enquanto voltava para o quarto para se trocar e com um tom provocativo disse:

— Quero te ver.

XiChen esboçou um leve sorriso.

— O que foi? – MingJue terminou de se arrumar e pegou a chave do carro.

— Agindo por impulso do momento?

— Para você ver, seguindo seu conselho... – MingJue, fechou o apartamento e desceu no elevador. – Não reclame.

— Eu não reclamo, é contra as regras do clã… – XiChen continuava com leve sorriso nos lábios.

 Ts… Eu sim e vou te ver… – MingJue entrou no carro e ligou. -… Para reclamar no seu ouvido.– Encerrou a chamada e partiu para a residência da família Lan.

Desde que XiChen ficou viúvo e passou a criar WangJi sozinho, ambos se aproximaram muito, ao ponto de praticamente viverem um na casa do outro e vice-versa. Tamanha aproximação e cumplicidade resultou em descobertas de sentimentos que nenhum deles poderiam esperar. Essa ocasião MingJue estava com um casamento arranjado por sua família, uma união de clãs, no entanto ele decidiu que não se casaria e assumiu XiChen sem se importar com as queixas de seus pais. Com passar dos anos e o nascimento de HuaiSang estes resolveram depositar no caçula a responsabilidade de continuar a família Nie.

*****

Os corpos estavam unidos em um forte abraço saudoso, MingJue murmurava ao ouvido de XiChen seu desejo em meio a sua habitual reclamação por ficar quase um mês sem se verem pessoalmente.

— Eu sinto sua falta Jue-ge, mas o concurso realmente tem tomado meu tempo. – Sorriu afastando o rosto do ombro largo de MingJue.

MingJue encarava aquele olhar com carinho apesar da face emburrada, no passado pensava no homem em seus braços com tanta admiração que lamenta ter perdido tempo em descobrir o que sentia. Puxo-o novamente para seu abraço e beijou com ansiedade seus lábios.

XiChen retribuiu e o abraçou ainda mais, esquecendo-se de sua força, mas estava tão feliz em poder ficarem sozinhos depois de semanas que perdeu a mão na sua força braçal.

— Eiiii, abraça com calma Huan eu sou forte e até aguento, mas hoje exagerou hahahaha… – Sorriu entre os beijos que trocava.

— Desculpa. – XiChen afastou um pouco dos braços de MingJue e encostou a testa na dele. – Estava sentindo sua falta.

— Ah, então acertei em vir…

— Confesso que havia pensado nessa possibilidade quando te liguei. – XiChen se afastou e segurou a mão do outro o levando para o segundo andar.

— Eu posso ser rude em alguns aspectos, mas não tanto ao ponto de não notar a sua preocupação, por isso viria de qualquer forma.

XiChen andava um pouco a frente ainda segurando a mão de MingJue quando parou de frente ao seu quarto, abriu a porta e virou-se inclinando a cabeça com seu suave sorriso.

— Eu não duvido. – XiChen o puxou para entrar e ao fechar a porta se jogou nos braços de MingJue o beijando com ansiedade.

Os dois trocavam carícias e beijos enquanto se despiam sem se importarem com a bagunça que faziam, largando peças de suas roupas pelo caminho até a cama. O contato dos corpos nus provocava em ambos alta excitação, as peles arrepiadas e gemidos que aumentavam conforme se tocavam.

MingJue deitou sobre XiChen, afastando suas pernas buscando com sua mão a parte desejada ao tocar ouviu o outro gemer alto e ofegar. Sorriu satisfeito quando sentiu bem apertado, denunciando que aquele corpo ao qual lhe pertencia estava sem seu toque.

Se havia algo que XiChen sempre precisaria controlar era a possessividade dele, não que desse motivos nunca faria nada que o magoasse.

O toque ousado de MingJue mudou e com certa pressa afastou mais as pernas do amado para lhe penetrar sem qualquer preparo. XiChen gemeu alto agarrando com força os ombros do outro.

— Jue-ge devagar… Ahhh~ – Inclinou a cabeça e voltou a buscar os lábios de MingJue.

— Eu não aguente esperar… – Retribuiu os beijos enquanto movia o quadril para frente se enterrando mais dentro de XiChen. – Ahhh… Como senti falta disso…Humm…Ahhh… – Entre os beijos e carícias olhava para a face de XiChen maravilhado com a expressão de prazer que lhe mostrava.

XiChen retribuía todas as carícias e beijos e murmurou ao ouvido de seu amado palavras apaixonadas de saudades. Ele movia o quadril para sentir o toque e gemia a cada investida e estocadas mais fortes.

Os corpos suados e trêmulos se entregavam conforme aumentavam a intensidade do ato. O quarto era tomado por gemidos, suspiros e palavras desejosas e já perto do climax se abraçaram quando gozaram juntos.

Minutos depois o casal estava no banheiro debaixo da ducha cuidavam um do outro enquanto conversavam sobre as suspeitas de XiChen no caso do acidente de WuXian.

— Eu acredito fortemente que ao longo de todo esse milênio algo vem separando-os. – XiChen esfregava as costas de MingJue com a esponja.

MingJue estava pensativo juntando as peças do passado com as que tinham no momento.

— O que poderia ser? Acredita que alguém lançou alguma maldição? – MingJue virou-se e abriu a ducha deixando a água escorrer pelo corpo.

— Não sei, mas tenho muito receio e temo pelos dois. – XiChen tinha um olhar perdido e preocupado.

— Eu sei de seus receios, mas não se esqueça quem seu filho é e agora que ele está alertado com a possibilidade de algo atacar WuXian, não acredito que será tão fácil pega-los. – MingJue tomou a esponja ensaboada da mão de XiChen e o fez virar para lhe esfregar as costas. – Aliás, desde que me falou que seu filho é HanGuang-Jun reencarnado que não consigo me acostumar, é esquisito demais.

XiChen riu divertindo-se pensando na situação, por mais estranha que fosse, ele amava tanto o irmão no passado que cuidou em tantos momentos que de fato sente como pai. Quando o viu nascer e o segurou em seus braços seu amor duplicou, tanto que mesmo quando as memórias de WangJi voltaram pediu que o continuasse chamando de pai.

— Eu sou protetor demais, não é?

— Sim, mas é compreensivo. – Aproximou e beijou o ombro molhado de XiChen. – Hum isso me excitou…

XiChen sorriu e ainda de costas virou o rosto para olha-lo por cima do ombro.

— E você não é muito diferente, olha como protege seu irmão.

— Nem me fale da peste me deu a volta. – MingJue pendurou no gancho a esponja e passou o braço pela cintura de XiChen trazendo para debaixo da ducha. – Por que não me avisou que HuaiSang se inscreveu no concurso?

— Deixa HuaiSang se divertir. – XiChen envolveu pelo ombro e beijou os lábios enquanto a água caia sobre seus corpos.

— Hum, segundo tempo…

Ambos sorriram excitados e voltaram a transar embaixo do chuveiro.

*****

WuXian estava sentado na cama olhando para WangJi que dormia ao seu lado. Seus olhos um brilho incrédulo com tudo que passou naquelas horas. Cobriu o rosto com as mãos e respirou fundo algumas vezes.

“Como que acabei aqui? Como tudo isso aconteceu? Minha nossa, a gente transou… Transamos!!! Ahhhhhhhhhhhh, eu não acredito… Espera WuXian, respira fundo e abre os olhos para ver que você estar na sua cama e que Cheng estar roncando na cama ao lado.”

WuXian afastou lentamente as mãos do rosto e deparou com os olhos dourados de WangJi o encarando com carinho.

— WuXian.

— É verdade!!! Estou aqui na sua cama. – Levantou o lençol e se viu nu, voltando a se cobrir. – Estou nu e isso quer dizer que aconteceu mesmo, nos transamos. – Seu rosto estava corado.

“…”

WangJi em sua típica expressão fria se aproximou de WuXian e envolveu em seus braços, afagou os cabelos castanhos e beijou o alto da cabeça.

— WuXian, lembra de tudo que passamos nessas últimas horas?

— Eu lembro. – Com o rosto afundado no peito de WangJi ele murmurava encantado com o carinho que recebia, levantou o rosto para o olhar. – E agora, o que vai acontecer?

— O que acredita que irá acontecer?

— Eu não sei…

WangJi afastou os braços e tocou a face de WuXian dizendo em seguida.

— Eu sou seu e não pretendo te deixar nunca mais.

WuXian abriu levemente os olhos, desde que conversaram pelo telefone até aquele momento, tudo que WangJi dizia o tocava profundamente. Era assustador e ao mesmo tempo um sonho que se realizava, ele adorava o ídolo desde criança e quando adolescente se descobriu apaixonado.

— Eu não consigo acreditar, apesar de não duvidar de suas palavras. – Sorriu sem jeito.

“…”

WangJi sentia na energia espiritual de WuXian o receio, mas sabia que tudo isso desapareceria quando ele lembrasse de sua vida passada, mas para isso precisava faze-lo vivenciar fatos do passado de ambos. Pensativo sobre isso, virou o rosto e pegou sua fita da testa estendeu a WuXian.

— Essa fita tem uma razão de ser, na minha família é muito importante e somente os membros da mesma podem tocá-la.

WuXian olhava para a fita e ao ouvir aquelas palavras se arrepiou, ele havia tocado e tirado da testa de WangJi.

— Eu a toquei e puxei, desculpa.

— Não precisa se desculpar, aliás entre nós não há necessidade de desculpas e agradecimentos. – WangJi estendeu a fita e levou a testa amarrando em seguida.

WuXian tinha curiosidade sobre aqueles truques de esconder e muda fisionomia que o outro havia feito, já que até Cheng e YanLi não o reconheceu, mas ao olhar para o relógio que marcava 4 horas da manhã, arregalou os olhos e rapidamente se virou na cama para sair ao mesmo tempo que procurava por suas roupas.

WangJi pensou em como começar a contar sobre o passado e claro saber mais da capacidade de WuXian de ver através dos arranjos, quando fez menção em abrir os lábios para explicar foi interrompido com o rompante exagerado de WuXian em sair da cama.

— Eu tenho que voltar para o quarto, se Cheng acordar e não me ver lá, vai estranhar. E com certeza sairá atrás de mim… – WuXian tagarelava sem parar, até pisar no chão e sentir o pé que naquele momento estava sem a bota ortopédica. – Ai…

WangJi no exato instante levantou para impedir o outro de sair da cama amparando em seguida que ouviu o “ai” de dor de WuXian.

— Cuidado.

— Eu estou tão atordoado com o que aconteceu que não me lembrava desse pé. – Resmungou chateado.

WangJi abraçou-o pelas costas e sussurrou no seu ouvido.

— Não vá.

— Eu preciso ir. – WuXian se emocionou com aquele gesto e pedido, fechou os olhos inspirando fundo para criar coragem e se levantar. – Não podem nos ver juntos, será terrível para você.

— Eu não me importo…

— Zhan, não diga isso. – Virou o rosto para olha-lo por cima do ombro. – Acredite, as palavras de Cheng ainda me assustam e ele tem razão. – WuXian afagou o braço de WangJi em sua cintura. – Eu não sou ninguém, não tenho nada para perder se souberem que sou homo, mas você…

WangJi apertou o abraço com a testa pousada no ombro de WuXian. Alguns minutos em silêncio e por fim liberou o outro.

— WuXian, volta a noite para ficar comigo?

WuXian levantou enrolado no lençol olhou-o timidamente com a face corada.

— Eu vou esperar Cheng pegar no sono e te encontro na escada de emergência. – Sorriu pôr fim a ele.

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