Estação Medicina – Semana Especial – #1 – Planejamento da História Central

 

Luzes apagadas. Lampejo no centro. Charlotte aparece com seu echarpe vermelho-vivo enrolado no pescoço, bem maquiada, chanel moreno hiper hidratado e escovado, rena provocante, vestido exclusivo de luxo preto e salto de 12 cm.  Todos aplaudem.

No palco, uma cadeira dá um giro de 180° e vemos ninguém menos que Alisson Baxter com seus cabelos loiros, óculos introspectivos e devorando a terceira caixa de bombons.

ALISSON– Queira se sentar. Seja bem vinda, Charlotte!

CHARLOTTE–  Muito obrigada, Alisson, querido.

ALISSON – Preparada para as perguntas?

CHARLOTTE – Estou aqui, não estou?

ALISSON – Então vamos lá. Vamos falar de Estação Medicina, a nova sensação teen da Cyber.

CHARLOTTE – Fico muito lisonjeada, é uma obra que tenho muito carinho e tá sendo um trabalhão editá-la, mas fico feliz pela repercussão.

ALISSON – Sim e é por este trabalhão que você está aqui, que estamos aqui, já que hoje, dia da independência do País que só caminha para mais dependência estrangeira, era para ter ido ao ar mais um capítulo de Estação Medicina

Charlotte pega um lencinho seco do bolso, dedilhando o rosto.

CHARLOTTE – Sim, era para ter ido, mas não acabou rolando e por conta dos problemas familiares, principalmente pela universidade que tá cada vez mais puxada, fica difícil mesmo.

ALISSON – Tanto está difícil que abre brecha para plágios de obras dos outros, não é Charlotte querida?

Ela revida

CHARLOTTE – Plágios às vezes podem ser demonstração de carinho, afeto e em muitas vezes chamado de Remake, como foi o caso de Lobão e Cordeirão!

ALISSON – Mesmo que tenha mudado toda a historia né? Quereda!

CHARLOTTE – Para melhor, não é querrido!

Eles trocam olhares leoninos.

ALISSON – Mas vamos ao presente, porque quem vive de passado é museu.

CHARLOTTE– Eu adoro um museu, principalmente o do Louvre!

ALISSON – Poupe-nos dessas suas viagens sórdidas, há leitores nesta postagem que nem podem sonhar com isso. Exerça empatia para com a realidade socio-economica das pessoas.

CHARLOTTE– E eu tenho, inclusive escrevi uma web série focando nisso de cunho político e que está sendo reprisada no Vale a Pena Ler de Novo.

ALISSON– Ah sim, o manifesto comunista da Cyber TV!

CHARLOTTE – Não propriamente, mas bem que poderia ser.

ALISSON – Eterna comuna, ops…canto.

Charlotte olha entediada para a provocação, depois olha para seu prato.

CHARLOTTE – Não como assado de carne, portanto tire essa coxinha tucana do meu prato!

ALISSON – Esqueci que é vegatariana! Vou pedir para Thalles Dias, nosso cozinheiro e autor de Web Novelas providenciar um assado de brócolis.

CHARLOTTE – Perfeito duplamente, pela escolha do salgado e por saber que meu amigo está trabalhando como cozinheiro para Cyber TV

ALISSON – Pois agora, vamos a nossas perguntas de hoje!

CHARLOTTE – Finalmente, já estava dormindo aqui.

ALISSON – Sua marmota sem educação !

CHARLOTTE – Texugo mardito!

ALISSON – Xingamentos a parte, conta-me qual foi a inspiração para Goram?

CHARLOTTE – Ah…foram muitas. Mas me prendi mais a Andreas von Richthofen, o jovem que perdeu os pais assassinados a mando da irmã. Sempre quando acompanhava o caso, mesmo depois de quase 18 anos, questionava-me, como ele estaria, o que se passaria dentro dele e comecei a arquitetar uma história de vingança tendo essa a temática.

ALISSON – Magnífico, Charlotte! Mateus é baseado em Suzane, então?

CHARLOTTE – De certo modo sim, porque ele foi o mandante do assassinato dos próprios pais, mas de características psicológicas não. Considero Suzane uma psicopata, Mateus não é, porque ele sente remorso, é gente como a gente e seu transtorno mental não é de personalidade, é de humor. Ele é bipolar.

ALISSON – Certo. Teremos um programa nesta semana só para falar de inspiração das outras personagens, então não se preocupe. Mas me conte, como foi criar os arcos dramáticos das personagens? Quanto tempo demorou?

CHARLOTTE– Para os núcleos secundários, eu usei apenas storyline e os mais intensos fiz argumentos. Para a história principal eu fui além disso e usei a técnica do Storyclock, conhece?

ALISSON – Nunca vi mais gorda!

CHARLOTTE– Basicamente a técnica consiste em você montar um círculo gigante (simulando um relógio) em que em cada intervalo regular, você define um determinado clímax, reviravolta, ponto de tensão decisivo. Eu dividi Estação Medicina em 8 partes sendo cada uma com 8 capítulos mais ou menos. As primeiras 5 referem-se a primeira fase, que se passa em 2020 e vai da aprovação de Goram na Olimpius até a prisão de Mateus. As últimas 3, referem-se a segunda fase que se passa em 2026, Goram prestes a se formar em Medicina e Mateus saindo da prisão, cumprindo a pena em regime semiaberto e disposto a se vingar de Goram.

ALISSON – Ual! Que interessante. Você pode nos adiantar quais serão os pontos de tensão?

CHARLOTTE – Não conto nem morta. Mas adianto o 2°. O 1° foi, como muitos puderam acompanhar no final do capítulo 8, a descoberta de Goram, agora garoto propaganda da Universidade Olimpius por conta da colocação dele numa Olimpíada Internacional, sobre a paternidade de Bernardo (marido e cúmplice de Mateus) do filho que, a ex-empregada da mansão, Pamela espera. O protagonista flagrou a conversa e agora vai investigar mais essa história para conseguir usá-la contra Bernardo.

Mas respondendo sua pergunta, o 2° ponto de tensão será no final do capítulo 16 com Bernardo chegando na mansão para contar a Mateus que descobriu que Goram é seu irmão e que o mocinho voltou para se vingar e Goram o impedindo porque fez uma gravação tenebrosa de Bernardo, a qual pode não só por fim ao casamento dele com Mateus, como levá-lo para a prisão. 

ALISSON– Ual! Que Gancho!

CHARLOTTE – Muito obrigada.

Os assados chegam, Charlotte logo saboreia um. Alisson vira para câmera.

ALISSON – Encerramos nosso programa por hoje, espero que tenham gostado, amanhã tem mais.

Charlotte fala de boca cheia.

CHARLOTTE– Até mais, queridos.

ALISSON – Roda vinheta de abertura de Estação Medicina, Vianna!

Publicidade
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Comentários recentes

Veja Mais notícias

>
Rolar para o topo