Olá, leitor(a)! Começa agora mais um Observatório da Escrita. Hoje é dia de mostrar mais algumas regras sobre a crase e de deixar a resenha de um dos capítulos de uma novela da DNA. Como diz o personagem mexicano Chapolin Colorado, sigam-me os bons!

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No programa passado, vimos em que casos usamos a crase. Sim: ela tem tanta regra, que se torna um dos maiores vilões da língua portuguesa, não é mesmo? Resta-nos encarar o “lobo mau” e usá-lo a nosso favor. Então vamos ao que interessa. Não usamos crase:

1) Antes de palavras masculinas (a não ser aquele, aqueles ou aquilo):

Leona deixou um recado a Marco Antônio.

Mas: Como bife à cavalo. (trata-se de uma maneira de preparar o bife)

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2) Antes de verbos no infinitivo:

Começamos a assistir ao filme estrelado por Pola Negri.
A partir de amanhã, o trem virá quinze minutos mais cedo.

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3) Entre substantivos repetidos:

“Corpo a Corpo” é o título de uma novela de Gilberto Braga.
Rita Spencer e Stella Mancini estiveram frente a frente.

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4) Antes de substantivos no plural:

Referiam-se a espécies exóticas de aves.

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5) Antes do artigo indefinido uma ou de numerais cardinais:

Chegaram-se a duas conclusões.
Enviei aquela história a um revisor.

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6) Antes da palavra casa (quando se refere ao próprio lar) e da palavra terra (quando se refere ao chão, ao solo):

Ao anoitecer, voltei a casa. (= para casa)
O avião russo voltou a terra. (= aterrissou)
O foguete russo voltou à Terra. (com crase, pois se trata do planeta e não do solo)

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7) Antes do nome de mulheres célebres ou com quem não se tenha intimidade. Pelo mesmo motivo, não se usa a forma ao à frente de nomes masculinos equivalentes.

A tiete enviou flores a Glória Pires.
Uma encomenda foi entregue a Zilá.

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Com as dicas apresentadas sobre a crase, sua escrita vai-se tornar mais bonita e correta. No próximo Nossa Língua, vou abordar um novo tema importantíssimo: a coesão — como essa ferramenta pode deixar seu texto com um melhor acabamento com poucas modificações.


MANEIRAS DE SER, de Weslley Fuchs

No último dia 5, no mesmo horário em que o adolescente Kadu voltava a dar as caras aqui na Cyber TV, duas jovens faziam sua estreia na Dramaturgia Novos Autores. Elas são Heloísa e Júlia, atrizes que sonham em um dia serem veteranas como Rita Spencer e Stella Mancini (protagonistas de Holofotes, da Aster TV). Enquanto Helô é rica a trabalha na TV, Júlia é pobre e atua no teatro. Elas estão ligadas não só pela arte, mas também pela escola — estudam na CEI — e pelo amor que sentem pelo nerd Fernando. Outra personagem importante na história é a misteriosa e cruel Eva/Roberta.

Vamos aos trechos de destaque do episódio analisado:

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O capítulo 9, exibido na última quinta-feira (15), inicia-se com uma DR entre Heloísa e o possessivo Brandon. A relação deles não está na melhor fase, ainda mais depois do ataque que ele deu logo no primeiro capítulo (e em outros também). No excerto acima, notam-se alguns problemas na pontuação. As frases são amarradas por vírgulas, o que deixa as sequências muito longas. O melhor seria dividi-las com pontos, sempre que a ideia de cada frase mudasse. Deve-se evitar também a construção dês de, marcada de vermelho, tão comum nos textos atuais. Ela não existe na língua portuguesa. O correto é desde.

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Enquanto isso, Júlia e sua mãe Mariza se declaram apaixonadas e esperançosas de terem seu amor correspondido. Fico na torcida desde já!

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Numa cena cheia de cortes descontínuos, os personagens se preparam para a gravação de uma nova série, pela qual brindam. Dois pontos a comentar: quem brinda, faz a alguma coisa. Logo, pede-se a crase nas partes destacadas em vermelho; queridos escritores do Brasil, usem a vírgula para separar os vocativos (chamamentos), beleza? A nação leitora agradece. ;-D

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Sabe o que isso quer dizer, não é? Mais sofrimento para a mocinha daqui pra frente. Afinal alguém tem que sofrer para a alegria dos noveleiros. Vamos em frente.

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Heloísa também quer um namorado para a mãe! Será que Pandora terá sorte de arrumar um bom pretendente? Resposta nos próximos capítulos.

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Confesso que fiquei um pouco confuso com o uso do comando de alterar cenas seguido de falas ao celular. Faltou clareza nessa parte. O que a “tela” mostra exatamente a cada fala dos personagens: a suíte de Joaquim, o quarto de hotel onde está a vilã ou os dois lugares em alternância. A propósito: Eva se passa por Roberta; daí o fato de Joaquim chamá-la com a segunda forma.

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E o capítulo termina com um bom gancho: Júlia tenta acordar a mãe. Mariza está doente? De quê? Será que morre?

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Muitos diriam que Maneiras de Ser é mais uma das adaptações de Malhação no Mundo Virtual — o que inclui web-emissoras, Wattpad, blogs e afins. Embora pareça verdade a princípio, o autor consegue mostrar os personagens como seres do cotidiano, com humanidade e sem rótulos ou lacrações. Júlia, Heloísa e sua turma vivem as mesmas situações que nós. Elementos de um folhetim “normal”, como a dupla de mocinhas (uma sofredora e outra empoderada) com força equivalente e a luta de ambas pela carreira de atriz, marcam presença. Por tudo isso, vale a pena ler as emoções de Maneiras de Ser. Transmissão de segunda a sexta, às 16h, na DNA.

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O Observatório termina por aqui, mas na próxima semana tem mais. Tenha uma ótima semana de leituras! Um abraço!

 

SÉRIE DE PEDRO LIMA
Segundas, quartas e sextas às 22h

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