Olá, querido(a) leitor(a)! O Observatório da Escrita está no ar com uma atração pra lá de mortal.

O que você faria se descobrisse que seu padrasto, dado como morto, está atrás de você com milésimas intenções, mesmo que precise de um banho de sangue para atingir o objetivo? É sobre isso o programa de hoje. Vamos em frente!

 


 

~ RESENHA ~

 

No fim de 2020, a autora Maureen Prescott — muitos dizem ser pseudônimo de Cristina Ravela (será?) — lançou na plataforma Webtvplay a primeira obra da saga Cruel Summer. Mais tarde, veio Slashdance, a segunda parte. O público foi à loucura com o sucesso da dobradinha e lhe deu vários prêmios. Hoje vou analisar o primeiro episódio de Cruel Summer.

 

Nell, Irene e Nicole são três garotas de uma típica high school — escola de ensino médio — estadunidense de meados dos anos 80. Elas conversam sobre o futuro, até que Nell, a personagem central, vê um homem misterioso de capuz preto ao fundo e fica com medo. Assustadas, as meninas se desviam para outro caminho, e o sujeito some na mata. Mais tarde, na sala de aula, o vilão surge novamente à janela e encara Nell enquanto ela faz uma prova. Ela abre um estojo e lê um papel velho com os dizeres: “Sei o que você fez. Me dá nojo. Vou contar.”. O que será que ela contaria sobre o homem de capuz? Mistério!!!

À noite, os jovens vão à boate e assistem à apresentação de Nicole, aspirante a cantora. E lá vai o homem aterrorizar Nell mais uma vez. A garota decide sair em busca dele. Lá fora, descobre-se que ele é Juarez Ramirez, o padrasto, que voltou em busca de vingar-se da garota e de possuí-la sexualmente. A partir daí, começa uma corrida de cão e gato da rua para uma fábrica abandonada e obscura. Os outros jovens estranham o sumiço dela, saem da boate após o show de Nicole e buscam Nell na fábrica, horrorizada. Já de volta para casa, a futura escritora conta às amigas sobre o convívio com Ramirez no passado. A mãe havia-o conhecido em meio à linha de trem. Apaixonou-se por ele e o levou para casa. De alguém bonito e carismático, tornou-se violento e manipulador. Estuprava a esposa e queria o mesmo com Nell, ainda uma menina — e com 17 anos durante a ação atual. Fragilizada, a mãe terminou doente. Até que Ramirez colocou fogo na casa. Nellie, como ele a chamava, fugiu pulando da janela enquanto ele tentava atacá-la e escapou. A mãe terminou carbonizada ao lado de um corpo supostamente do facínora.

Nell resolve passar a noite na casa da tia Annabeth, mas vê que esta saiu e segue para a casa de Nicole. Entretanto, ela não está sozinha. Ramirez a persegue mais uma vez e a chantageia. Prepara-se para estuprá-la. Correria e pancadaria se seguem. Nell o empurra pelo corrimão abaixo. Os amigos entram bem naquele instante e encontram Ramirez desacordado. Acreditam que ele esteja morto. Se é verdade, aí só lendo os próximos episódios.

 

Cruel Summer é uma história de suspense com alguns requintes de crueldade e com elementos típicos de filmes dos anos 1980. Tem uma espécie de “clube dos cinco”, tem jovens que curtem sonhos , romances e aventuras na escola secundária, um vilão da pesada e cenas chocantes sem ser apelativas demais. O título remete a um hit do grupo Bananarama e também à musicalidade presente. Destaque para os temas cantados por Sandra e por Modern Talking.

O roteiro se mostra eficiente no desenvolvimento e na sucessão das cenas. Desde o começo, prepara o leitor para altas doses de adrenalina no clímax, já nas últimas das 43 páginas do episódio. Descrições bem detalhadas das cenas e escritas com fluidez e sem cansar o leitor com futilidades, literariedades nem amostras desnecessárias de comandos ao diretor. Limpeza, clareza e síntese em primeiro lugar. É verdade que há diálogos um tanto artificiais e até caricatos como nas dublagens de filmes da época, especialmente na primeira metade, mas Maureen Prescott acerta em cheio a partir da cena da revelação do passado de Nell e Ramirez. Aliás, os dois personagens são a cereja do bolo na série. Elaborados minuciosamente, com maestria, pela autora. A cantora Nicole Ricchie — homenagem à filha de Lionel, famoso em 1985? — é outro destaque: sonhadora, um tanto convencida, mas sonhadora e empoderada na busca pelo sucesso.

Mais um ponto positivo: a história aborda temas sempre atuais, como a violência contra a mulher em suas várias modalidades, e conscientiza leitores e leitoras dos riscos dessa situação tão tóxica à sociedade como um todo a partir das cenas, sem discursos vazios e “lacradores de enfeite”. Os maus-tratos fazem parte do núcleo da trama, e isso dá mais impacto à discussão. Outra obra do Mundo Virtual que tem essa característica bem forte é a novela Estação Medicina, aqui da Widcyber. Falando nela, aproveite para ler a resenha que fiz no Universo Virtual. Deixo o link aí embaixo, no fim da resenha.

Sobre os aspectos gramaticais, há algumas inadequações ortográficas, como na acentuação de uma palavra ou outra, e a falta da vírgula para separar alguns vocativos. Ainda assim, um texto muito bem escrito e legível.

Cruel Summer tem todos os elementos pra conquistar você, especialmente se gosta de algo retrô e com o colorido de quarenta anos atrás — sim, quarenta!. Bons tempos de Madonna, Michael Jackson, Xuxa e jogos do Atari em pleno auge. Aproveite pra ler esta e outras obras de Maureen Prescott na Webtvplay.

 

LEIA A RESENHA DE “ESTAÇÃO MEDICINA” NO UNIVERSO VIRTUAL

LEIA A ENTREVISTA COM CRISTINA RAVELA SOBRE OS JOGOS DO ARCADEFLIX
NO CYBER BACKSTAGE DE DOMINGO PASSADO

 


 

A enquete do programa passado terminou, e a próxima resenha será de Animais Racionais.

 

Aproveite para votar na atração do dia 13 de junho:

 


O Observatório fica por aqui, mas no próximo programa tem mais. Às 19h, tem o Cyber Backstage com uma participação imperdível. Aliás, duas. Até já!

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