E Vamos À Luta!

Novela de Débora Costa

Baseada na telenovela “A Fábrica” de Geraldo Vietri

Escrita por
Débora Costa

Colaboração
Tainá Andaluz

Revisão de Texto
Marcelo Delpkin

Direção de Novelas
Anderson Silva

Direção Artística
Wellyngton Vianna

Núcleo
Cyber TV

Personagens no capítulo

ALEX

ALFREDO

AMANDA

ANGELA

BRUNO

CAMILA

CÉLIA

CÉSAR

CLARICE

DANIEL

DENISE

EDUARDA

ERASMO

FÁBIO

GABRIEL

ISADORA

IVAN

JOSÉ

JOSIVALDO

JULIANA

KIRA

LIZ

LÚCIA

MANUELA

MARTA

NICOLAS

OTAVIANO

PATRICIA

 

Cena 1/Int./Restaurante/Dia.

Fábio está segurando a mão de Liz. Ambos se encarando, quase se beijando. O gerente se aproxima.

GERENTE

Com licença, a briga entre vocês está atrapalhando o almoço das pessoas.

Fábio solta a mão de Liz. Ambos disfarçam o clima de romance. 

LIZ

Desculpa, a nossa conversa passou um pouco dos limites.

GERENTE

Vocês se conhecem?

LIZ

Sim. Está tudo bem.

GERENTE

Peço que, se forem brigar, que não façam aqui. Com licença.

O gerente sai. Liz encara Fábio, nervosa.

LIZ

(tom baixo) Viu o que você fez?

FÁBIO

Eu?

JULIANA

Fábio, vamos almoçar em outro lugar, é melhor.

FÁBIO

Tá certo. Já deu o que tinha que dar aqui.

Juliana e Fábio saem. Liz os observa sair e se senta constrangida. Eduarda se senta.

EDUARDA

(empolgada) Liz, o que há entre vocês?

LIZ

Vocês quem?

EDUARDA

Não se faça de boba. Você e o Fábio.

LIZ

A única coisa que tem entre nós, além do trabalho, é incompatibilidade. Somos muito diferentes. Ele vive nas cavernas… Grosseiro!

Kira

(toma vinho) Tem toda razão. Ele não é pra você, Liz.

EDUARDA

(sorri, a Liz) Os opostos se atraem, amiga.

LIZ

Vocês querem parar?! Vamos almoçar logo e sair daqui.

Liz cruza os braços, irritada. Eduarda sorri.

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Cena 2/Ext./Rua.

Juliana e Fábio estão caminhando.

JULIANA

Fábio, por que você fez aquela cena?

FÁBIO

(irritado) Ela que começou!

JULIANA

Ela mexe com você… 

Fábio para de andar, assim como Juliana.

FÁBIO

Mexe, mas mexe com a minha paciência! Desde quando eu conheci a madame, que não suporto ela!

JULIANA

Não suporta? Fábio… Vocês estavam quase se beijando.

FÁBIO

(ri debochado) Nem em sonho, Juliana. Impressão sua, hein!?

JULIANA

Pode ser. Bem, e vamos almoçar onde?

FÁBIO

Eu perdi a vontade de comer. Eu vou pra casa.

JULIANA

Mas/

FÁBIO

Foi mal mesmo, mas não quero. Valeu o convite.

Fábio vai embora. Juliana fica triste e cruza os braços.

JULIANA

(a si mesma) Droga,! Por que fui trazer o Fábio nesse restaurante.

Cena 3/Int./Tecelagem Santa Isabel/Refeitório/Dia.

Josivaldo e Nicolas estão fazendo a reforma do refeitório. Denise entra com uma sacola na mão, sorri e se aproxima.

DENISE

Oi, meu amor.

JOSIVALDO

(feliz) Denise!  

Denise beija Josivaldo. 

JOSIVALDO

O que você veio fazer aqui?

DENISE

Eu vim trazer o seu almoço.

NICOLAS

(levanta a mão) Eu também posso participar desse almoço? O cheiro tá batendo aqui.

DENISE

(ri) Claro que pode. Eu fiz bastante.

JOSIVALDO

Você fez?

DENISE

Sim, claro, sem a minha mãe ver. Ela detesta que eu entre na cozinha para fazer alguma coisa.

JOSIVALDO

A sua mãe é uma bruaca mesmo.

NICOLAS

É, esse namoro tá dando certo mesmo. Josivaldo até não gosta da sogra.

DENISE

A minha mãe é uma pessoa muito difícil.

JOSIVALDO

Matemática é difícil. A sua mãe é osso duro de roer.

DENISE

Verdade. Eu não posso demorar. Só vim trazer o almoço.

JOSIVALDO

A gente se vê à noite?

DENISE

(sorri) Claro que sim, no lugar de sempre.

Denise beija Josivaldo, entrega a sacola e sai. Nicolas se aproxima.

NICOLAS

Vê aí o que ta com esse cheiro bom.

JOSIVALDO

Tira o olho. É meu.

NICOLAS

Larga de ser fominha. A Denise falou que dá pra nós dois.

JOSIVALDO

 pensa no seu caso.

Josivaldo abre a sacola.

Cena 4/Ext./Praça.

Isadora está comprando um churros em uma barraquinha. Ivan se aproxima.

IVAN

(sedutor) Oi, Isadora.

ISADORA

(sorri) Oi.

IVAN

O dia tá lindo, né? Assim igual você.

ISADORA

Sério? Não tinha outra cantada?

IVAN

Tenho várias. Só comecei, gata.

ISADORA

(morde o churros, fala com a boca cheia) Melhor parar, porque tá feio, viu?

IVAN

Nossa, nunca me deu tanta vontade de comer um churros como tô agora.

ISADORA

Compra aí e aproveita e paga o meu, tá?

Isadora se afasta. Ivan a observa e a deseja.

IVAN

Isso que é mulher!

VENDEDOR

Vai querer um ou só vai pagar o dela?

IVAN

Dá um aí.

O vendedor dá um churros para Ivan, que morde e queima a boca com o recheio.

IVAN

Eita, que tá mais quente do que a Isadora.

Isadora está andando pela praça distraída. Alfredo vem caminhando. Isadora esbarra em Alfredo, sujando a roupa dele com o churros. Isadora fica aflita.

ISADORA

Ai, moço, desculpa!

Isadora começa a limpar a roupa de Alfredo.

ALFREDO

(sorri) Está tudo bem, fica tranquila.

Isadora e Alfredo se olham e sorriem.

ISADORA

Eu sou desajeitada mesmo.

Alfredo percebe que o canto da boca de Isadora está sujo com doce de leite e pega um lenço.

ALFREDO

Me permite?

ISADORA

(coloca a mão no nariz) Meu nariz tá sujo?

ALFREDO

(ri) Não.

Alfredo limpa o canto da boca de Isadora.

ALFREDO

Mas sua boca estava.

ISADORA

(sorri) Ah, sim. É que isso estava tão bom que nem me importei de me lambuzar. 

ALFREDO

(sorri) Entendi. Qual é o seu nome?

ISADORA

(acelerada) Isadora. Acabei de mudar pra cá. Tô morando na casa do meu cunhado. Ele é bem chato. Quer que eu arrume um emprego, sendo que ele trabalha na tecelagem, e é muito mais fácil ele me arrumar alguma coisa; mas não: eu tenho que me virar do avesso.

Alfredo ri, achando Isadora interessante. 

ALFREDO

Entendi.

ISADORA

E você? Chama como?

ALFREDO

Alfredo. Muito prazer, Isadora.

Alfredo aperta a mão de Isadora, cumprimentando-a.

ISADORA

Você também trabalha na tecelagem?

ALFREDO

Não, mas conheço quem trabalha lá.

ISADORA

E você acha que eu consigo um emprego?

ALFREDO

Qual é a sua profissão?

ISADORA

(orgulhosa) Eu trabalho na área da beleza, cabelo unha, essas coisas, e também sou modelo nas horas vagas.

ALFREDO

(sorri) Combina com você, mas acho que você não se encaixa lá.

ISADORA

(chateada) Que pena! (sorri) Já vou indo. Desculpa pela lambança na sua roupa.

Isadora vai saindo. Alfredo a observa e sorri.

Cena 5/Int./Mais Tarde/Mansão Camargo/Sala/Dia.

Liz está sentada no sofá. Clarice se aproxima e joga um pacote em cima da mesa.

CLARICE

(altiva) Aí está todo o dinheiro que eu peguei.

Liz pega o pacote e abre.

LIZ

Você resolveu devolver em espécie por quê? Era só depositar na conta da Tecelagem.

CLARICE

Assim fica mais fácil para jogar na sua cara.

Liz se levanta e encara Clarice.

LIZ

Clarice, você sabe que cometeu um erro grave. Não tem por que agir assim como se eu fosse a errada na história.

CLARICE

(se faz de vítima) Você é minha sobrinha e me fez ameaças! 

LIZ

Claro! Você roubou os meus funcionários, você me enganou! Você cometeu um crime!

CLARICE

Tudo bem, Liz. O dinheiro está aí. Eu não vou mais fazer isso. Pode ficar tranquila.

LIZ

Ótimo, e eu nem quero saber como você conseguiu tudo isso em tão pouco tempo.

Liz vai indo em direção ao escritório.

CLARICE

Liz.

Liz para e olha Clarice.

CLARICE

O que você acha de uma trégua? Afinal não temos porque brigar. Nós somos uma família.

LIZ

Isso que é triste, Clarice. Somos uma família, e você só está interessada no meu dinheiro.

Liz entra no escritório. Clarice fica com raiva. Marta se aproxima, e Clarice não a vê.

CLARICE

Que vontade de torcer o pescoço dela!

MARTA

Se eu fosse a senhora, não perderia o meu tempo odiando a minha própria sobrinha.

CLARICE

Ainda bem que não somos a mesma pessoa.

MARTA

Tem razão. Eu iria me odiar se fosse tão mesquinha e egoísta quanto a senhora.

Clarice encara Marta. 

CLARICE

Não é porque Liz está aqui que você deixou de ser uma empregada. Coloque-se no seu lugar, ou eu vou fazer com que você saia dessa casa.

Clarice sai. Marta fica pensativa.

Cena 6/Dia Seguinte/Tecelagem Santa Isabel/Administração/Sala de reunião/Dia.

Célia está arrumando umas pastas na mesa. Ângela entra e estranha ao ver Célia.

ÂNGELA

Quem é você?

CÉLIA

(sorri) Meu nome é Célia. Sou secretária da dona Liz.

ÂNGELA

Impossível. Eu sou a secretária da administração.

CÉLIA

Dona Liz me contratou para trabalhar diretamente com ela.

Alex entra. Ângela o encara.

ÂNGELA

Temos novidades, Alex. Liz contratou uma nova secretária.

ALEX

E é isso que te chama a atenção? Ela convocou essa reunião de última hora. Coisa boa não vai sair daqui.

Erasmo e Eduarda entram.

ALEX

Vocês sabem por que a Liz está fazendo essa reunião?

ERASMO

Não, mas é compreensível. Ela chegou faz poucos dias. Essa reunião estava previsível.

EDUARDA

Agora tenho certeza que as coisas vão mudar e para melhor.

LIZ

(entra) Bom dia.

ALEX

Agora vamos saber do que se trata a reunião. Já que fomos chamados, mas não informados sobre o assunto.

LIZ

Os assuntos… vamos falar de tudo que envolve a tecelagem, mas ainda não podemos começar. Falta chegar uma pessoa e a Ângela sair.

ÂNGELA

Como? Por que eu vou sair?

LIZ

Porque você é a secretária do Alex. É dispensável aqui.

Eduarda gosta, mas disfarça. Ângela fica incrédula. 

ALEX

Ângela sempre participou das reuniões.

LIZ

Agora isso mudou. Como estão vendo, essa é a Célia, minha secretária. Ela, sim, fica.

FÁBIO

(entra) Desculpa ter demorado. Tive que dar um jeito em uma das máquinas.

ALEX

E quem te chamou aqui?

LIZ

Eu. Fábio era a pessoa que faltava. A partir de hoje, ele irá participar de todas as reuniões, representando os operários, para que tudo seja feito às claras.

Fábio sorri maroto para Alex, que, com raiva, encara Liz e Fábio.

Fim do Capítulo

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