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Aventuras em um planeta desconhecido

 

Quando a gente sai do interior, a gente se sente em outro planeta em uma cidade grande. É bem diferente da nossa realidade: imagine só, tem metrô! Linha azul, linha verde. Eu sempre fico confusa. Mas é muito interessante também. Eu sei que não se pode comparar com viagens longas e baldeações diárias, mas como para mim é fato raro, eu acho divertido sim passear em metrô – me julgue. De toda forma, a aventura se iniciou antes mesmo da chegada à grande cidade. Já no ônibus de Indaiatuba para São Paulo, eu me deparei com uma emergência biológica e tive que ir ao banheiro do próprio transporte… que situação! Balança daqui, balança de lá. E não toque porque você não tem álcool gel, segure com um papel para amenizar o contato com as superfícies dos locais e lembre-se sempre: você está indo para uma zona de risco! Poxa! Há mais de dois anos que fui em evento pra cidade grande e justo esse evento ocorre em final de semana pós confirmação de pandemia global? Pois bem. A regra é clara: não se tocar quando chegar e nem durante. Não foi bem assim. No começo estavam convictos, mas depois, a amizade falou mais alto. Mas calma aí, que tem um detalhe antes da chegada. Um detalhe não, uma boa parte da história, pois, após descer do ônibus, estava esperando um amigo e cadê? Quase uma hora depois e nada. Pra fechar com chave de ouro a situação, meu celular havia caído no chão do ônibus ao tentar ajudar uma mulher. Aí lascou. Sem comunicação, sem achar o amigo. E eu o vi. Gritei seu nome. E ele nem se quer me viu. E tive a brilhante ideia de pedir para falarem no microfone seu nome. Resultado? Em vão. Eu estava após a catraca, não tinha como ir atrás dele nem ligar. E aí devo ir ao evento nos moldes do passado: pedindo informação. E pergunta dali, pergunta de cá, deu certo. Cheguei. Mas sem celular, sem internet. O evento ocorre sem problemas e no fim, o retorno. Com gostinho de quero mais. Relacionamentos novos e antigos sempre são benéficos e em um planeta desconhecido, a gente quer mais é se sentir acolhido. E por falar em acolhimento… A quarentena veio em boa hora: colocar as leituras em dia, os filmes também. Curtir a família, o lar, descansar e estudar… será? Eu só sei que não tenho que reclamar de nada, pois tenho um lar agradável e aconchegante, alimento de sobra e não estou na linha de frente dos hospitais escolhendo quem vive e quem morre. Eu só fico preocupada com a situação de caos que pode vir a ocorrer, quando a população ficar ensandecida e aos surtos, começar a saquear e usar e abusar de violência. Mas é claro que o buraco é mais embaixo. Tem muita coisa rolando. Pra não falar de tantas mortes – em um único dia. Claro que temos milhares de mortes todos os dias no mundo por causas diversas, mas a velocidade em que está ocorrendo está chocando o mundo. Com a globalização e o acesso à informações tão imediato, com dados explodindo em tudo que clicamos, consumimos mais informações de que dispomos de tempo e interesse. Nossa capacidade de discernir o certo e o errado é abalada e a dúvida paira no ar. E isso é só o começo. Aguardemos o que está por vir.

 

 

 

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  • Olá Ana !! Que legal, criatividade e fluidez na narrativa. Gostei muito!! parabéns e continue com seu dom de escritora. Bjss

  • Parabéns, Ana por sua estreia aqui na Widcyber! Estou muito feliz por ver você por aqui, amei o conto, foi muito gostoso de ler e de acompanhar essa história.

    • Uhuuu enfim a estreia! Haha obrigada ♡ q comentário fofo *-* fico feliz com esse sentimento XD

  • Um conto muito interessante. A sua escrita é muito profunda. Gostei demais. Continue <3

  • Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

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