“Sem Controle”
Daqui seis meses…
[CENA 01 – CASA DA AYLA (NOVA YORK)/ SALA – COZINHA/ NOITE]
(Ayla e Pedro continuam se beijando, sendo observado por seus amigos e alguns outros alunos)
AYLA – (encerra o beija, continua próximo dele, sorri) Why don’t you sing a song for us?
PEDRO – (sorri para ela ainda embriagado) Ok! (Pedro aparece em seguinte em cima de um pequeno palco improvisado no meio da sala, começa a cantar)
[CENA DE MÚSICA – NO CONTROL (ONE DIRECTION)]
Stained coffee cup 1
Just a fingerprint of lipstick’s not enough
Sleep, where you lay
Still a trace of innocence on the pillow case
Waking up 2
Beside you, I’m my loaded gun
I can’t contain this anymore
I’m all yours, I’ve got no control
No control
Powerless
And I don’t care, it’s obvious
I just can’t get enough of you
The pedal’s down, my eyes are closed
No control
Got the taste on my tongue 3
I don’t want to wash away the night before
And the heat where you laid
I could stay right here and burn in it all day
Waking up
Beside you, I’m my loaded gun
I can’t contain this anymore
I’m all yours, I’ve got no control
No control
Powerless
And I don’t care, it’s obvious
I just can’t get enough of you
The pedal’s down, my eyes are closed
No control
Lost my senses 4
I’m defenseless
Her perfume’s holding me ransom
Sweet and sour
I devour
Lying here I count the hours
Waking up 5
Beside you, I’m my loaded gun
I can’t contain this anymore
I’m all yours, I got no control
No control
Powerless
And I don’t care, it’s obvious
I just can’t get enough of you
The pedal’s down, my eyes are closed
No control
No control
No control
Powerless
And I don’t care, it’s obvious
I just can’t get enough of you
The pedal’s down, my eyes are closed
No control
1. Pedro está em cima do palco, praticamente agarrado com o microfone, um pouco bêbado, porém animado. Em alguns momentos da música, ira aparecer ele bebendo e dançando junto com Ayla.
2. Começa a andar, os demais alunos se aglomeram ao redor do palco, cantam e dançam com ele. Pedro aparece sentado no sofá, virando vários copos de bebida, Ayla está ao lado dele o incentivando.
3. Pedro dança e anda pelo palco animado, Ayla que está a frente dele o observa, contente. Pedro aparece em seguida dançando com ela. Seus amigos observam o showsinho dele, nada contente.
4. Ele volta a ficar no centro do palco, os demais alunos continuam dançando, alguns inclusive começa a se pegar em alguns locais da sala.
5. Pedro volta a pular e dançar eufórico. Aparece outros momentos dele com Ayla, dessa vez se divertindo junto com outros alunos.
(após cantar, Pedro retorna para Ayla e os dois voltam a dançar novamente. Seus amigos o observam, preocupados)
MÔNICA – Acho melhor tirarmos o Pedro dali, Sam.
SAMUKA – Você tem razão. (vai em direção ao Pedro)
AYLA – (observa Samuka) Hi, Sam!
SAMUKA – (ignora Ayla, segura no braço de Pedro) Será que podemos conversar um pouco? (o puxa, levando para cozinha. Solta o braço de Pedro) Acha que você está exagerando demais não, Pedro?
PEDRO – (bêbado) Do que você está falando?! Eu estou me divertindo muito nessa festa.
SAMUKA – Isso se percebe de longe. Só que você está bêbado! Olha só o seu estado? Você pelo menos já bebeu alguma vez na vida?
PEDRO – (fica em silêncio por alguns segundos, se aproxima dele, cutuca-o com dedo) Eu estou bem, ok?! Não preciso de babá. Ayla é legal e estamos nos divertindo.
SAMUKA – Qual é, Pedro? Ayla tá querendo aprontar alguma coisa! (Pedro se afasta, cambaleia um pouco) Melhor irmos para casa. A festa acabou.
PEDRO – Claro que não?! Olha a música tocando ainda. Esse bando de alunos aqui. Como que a festa acabou?!
SAMUKA – (se aproxima dele, segura seu braço) Nós vamos para casa, Pedro.
PEDRO – (puxando seu braço) Não! A festa ainda não acabou. Eu vou ficar.
SAMUKA – Não vai não. Você veio com a gente e você vai voltar com a gente.
PEDRO – (olha sério para Samuka) A festa ainda não acabou! (volta para sala, um pouco cambaleando. Samuka o observa, vai para sala em seguida, para perto de seus amigos)
ARTHUR – Então?
SAMUKA – Não sei o que ela fez com ele, mas Pedro não quer ir embora antes da festa acabar.
MÔNICA – Você conhece as festas da Ayla. Elas vão terminar só amanhã de manhã.
SAMUKA – Eu sei.
ARTHUR – Se você quiser eu vou com você e levamos ele a força daqui.
SAMUKA – Não, não precisa. Isso vai criar um constrangimento para ele.
ARTHUR – Então o que você pretende fazer?
SAMUKA – Vou esperar ele mesmo desistir. Pedro nunca bebeu, ele logo vai cair no sono. Aí a gente o leva para casa. (todos voltam a observar Pedro e Ayla dançando)
Agora…
[CENA 02 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO/ DIA]
(Ana e Alan continuam um de frente para o outro, ambos sérios)
ANA – Você quer mesmo ter essa conversa aqui?
ALAN – Na verdade, estava pensando em irmos para outro lugar.
ANA – Mas hoje é o primeiro dia de aula.
ALAN – E como o primeiro dia, não terá nada importante. Então não estaremos perdendo nada.
ANA – E você quer ir pra onde?
ALAN – Aqui perto tem uma praça. Lá é tranquilo, podemos conversar sossegadamente.
ANA – (olha ao redor) E você pensa em matar aula com esses alunos aqui.
ALAN – Só você sair normalmente, ninguém irá perceber. (os dois se encaram por alguns segundos. Alan pega sua mochila, coloca no ombro e caminha tranquilamente até a saída do colégio. Ana o observa, pensa em não o seguir, mas sabe que os dois precisavam conversar, então acaba indo atrás dele. Tenta disfarçar que estava indo embora)
[CENA 03 – CASA DELLE ROSE/ Q. DE SALETE/ DIA]
(Salete está sentada em sua cama, lembrando do passeio de ontem com Horácio. Um grande sorriso está estampado em seu rosto. Larissa entra no quarto)
LARISSA – Oi, licença.
SALETE – (voltando a realidade) Oi, querida. Pode entrar.
LARISSA – Bom dia.
SALETE – (levanta-se da cama, caminha até seu espelho) Bom dia.
LARISSA – Se amanheceu com essa cara de felicidade toda, significa que o dia ontem foi bom, hein.
SALETE – Nem me fale, querida. Nunca pensei que um dia, eu fosse passear com o Horácio.
LARISSA – (senta-se na cama, curiosa) E como foi?
SALETE – (caminha pelo quarto, lembrando de ontem) Foi como se estivéssemos voltando a namorar. Lembrou-me da época que erámos jovens, de quando ele havia me pedido em namoro. (senta-se na cama, ao lado de Larissa) Passeávamos quase que todos os dias.
LARISSA – Vocês eram felizes né?!
SALETE – Muito. Obvio que depois que a gente se casou, começamos uma vida adulto juntos, esses passeios pararam. Nos preocupamos em procurar trabalho, cuidar de uma casa, filho… esses momentos foram ficando de lado. Mas ontem, o Horácio pareceu aquele jovem adolescente do passado.
LARISSA – E ele pediu a senhora em namoro?
SALETE – Não. A gente apenas conversamos, mas… (ri) …confesso que no finalzinho do passeio, estava esperando a qualquer momento ele me fazer o pedido.
LARISSA – Talvez ele não tenha achado apropriado. Afinal, é o primeiro encontro de vocês após anos.
SALETE – Sim, pode ser. (levanta-se novamente)
LARISSA – Vocês combinaram de sair novamente?!
SALETE – Ele não comentou nada, mas estou na espera de um outro convite. (sorri)
[CENA 04 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO/ DIA]
(Pedro, Caio e Dácio estão sentados em um dos bancos do pátio, Ramon se aproxima deles)
RAMON – A turma reunida para mais um semestre de aulas! (cumprimenta todos) Preparados?
CAIO – Eu vou ter mais dois anos ainda aqui, então tanto faz.
DÁCIO – (olha para Ramon e Pedro) Já para nós, este é o último. Ao menos Pedro e Ramon já tem o que fazer depois daqui. Eu ainda estou pensando.
PEDRO – Ué, de todos aqui eu achava que você era o único que já sabia o que fazer depois daqui.
DÁCIO – (ri) Não, não. Eu planejo fazer uma faculdade, com certeza. Talvez em Ciência da Computação, não sei ainda. Estou a decidir. Porém, outros lances podem aparecer no meio do caminho.
PEDRO – Outros lances, é?! Isso quer dizer que “outra pessoa” pode mudar teus caminhos?!
DÁCIO – (envergonha-se, ri) Digamos que sim.
RAMON – (repara em Andréa vindo até eles) É, Pedro… (toca no ombro dele, que também observa em Andréa) Acho que ela quer conversar com você. (Pedro levanta-se assim que Andréa se aproxima)
ANDRÉA – Bom dia, meninos.
DÁCIO – Bom dia.
CAIO – Bom dia.
PEDRO – (de frente com ela) Bom dia.
ANDRÉA – Acho que precisamos conversar.
PEDRO – Sobre o que?
ANDRÉA – (repara que todos estão olhando para ela) Tem que ser em particular. Será que podemos ir lá na sala?
PEDRO – Ok. (Pedro pega sua mochila e a segue até a sala. Os demais continuam observando, curiosos)
CAIO – O que será que eles vão conversar?
RAMON – Acho que eu sei o que é. Mas, dependendo de como a Andréa irá conduzir tudo isso, pode ser que tudo fique na mesma.
[CENA 05 – CONCESSIONÁRIA DE MOTOCICLETA/ ATENDIMENTO/ DIA]
(Otávio está sentada em uma das poltronas, um pouco ansioso, com seu bastão entre as mãos. Junto com ele tem outros dois rapazes, que também esperam pela a entrevista. Otávio está atendo aos sons que vem daquele ambiente, tentando identificar o local o máximo possível)
[CENA 06 – PRAÇA/ DIA]
(Ana e Alan foram para uma praça próxima ao colégio, sentam-se em um banco)
ANA – (apreensiva) Muito bem. Chegamos. Podemos conversar agora?
ALAN – (olha para ela) Quando você chegou em Madrid, a gente costumava conversar todos os dois. No entanto, um tempo depois as nossas conversar foram diminuindo para um simples “Bom dia”. “Como está?”. “Dormiu bem?”. Não prolongávamos mais do que isso.
ANA – É que eu estava conhecendo Madrid com meu tio, Alan. Não podia ficar mexendo no celular direto.
ALAN – Até a noite? Será que você não poderia reservar uns 30 minutos para o seu namorado que ficou no Brasil morrendo de saudade de você.
ANA – (um pouco irritada) Você e meu pai pensam que eu fui embora para o outro lado do mundo. Eu só passei algumas semanas fora do país, eu não fui embora. Não entendo essa saudade toda que vocês sentiram de mim?!
ALAN – Isso é porque a gente gosta de você. E nos preocupamos também. Você mesmo fez essa viaje quase que obrigada, se não seu tio iria tirar a guarda de você do seu pai. Você estava com raiva do seu tio. Não acredito que em tão pouco tempo, você esqueceu tudo o que ele fez.
ANA – O Gustavo gosta de mim, está bem?! Ele ver a minha mãe em mim. Ele seria incapaz de fazer algum mal comigo.
ALAN – Eu sei que não, tá! O assunto aqui é como você conseguiu esquecer as pessoas que te amam aqui tão facilmente.
ANA – Eu não esqueci. Mandava mensagem todos os dias dizendo que estava bem.
ALAN – Sim e depois sumia. Só aparecia no dia seguinte. Nem meus vídeos de dança você respondia mais.
ANA – Não tinha tempo para vê-los, Alan. Eu precisava conhecer Madrid.
ALAN – Viu só. (olha para frente) Parece que Madrid conseguiu mudar você.
ANA – Eu sou a mesma Ana, está bem.
ALAN – Não é o que parece. (olha para ela novamente) Mudou o cabelo, as roupas, até o celular. (repara o celular na mão dela, Ana o esconde em seguida)
ANA – Isso foi um presente do meu tio.
ALAN – Seu tio deve ter te enchido de presentes, né?! (olha para frente novamente, ficam em silêncio por alguns segundos)
ANA – Tá. Eu devia ter mandando mais mensagens, confesso. Me desculpa. Será que podemos a ser como antes? (segura a mão dele) Também estava morrendo de saudades de você. (inclina-se para beijá-lo, Alan recua)
ALAN – Sinto muito, mas acho que precisamos de um tempo disso tudo. (solta a mão dela, levanta-se indo embora em seguida. Ana continua observando-o sentada, sente vontade de chorar)
[CENA 07 – COLÉGIIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ SALA DE AULA/ DIA]
(Andréa encontrou uma sala vazia, entra junto com Pedro. Os dois estão próximos a mesa do professor)
PEDRO – Então? O que você tem pra me dizer?!
ANDRÉA – Desculpa. (mesmo imaginando um pedido de desculpa, não esperava que Andréa fosse dizer um) Eu realmente errei em não ter te contado as regras do edital. No final de conta, nem adiantou nada. Você conseguiu entrar para a universidade de música e eu não.
PEDRO – Nada te impede de tentar o próximo ano.
ANDRÉA – E quem disse que eu quero participar no próximo ano?
PEDRO – Não quer?
ANDRÉA – Não. Tenho outros planos para quando sair daqui.
PEDRO – Olha só. Posso saber quais esses planos?
ANDRÉA – Nem pensar que irei contá-los a você. Não quero arriscar de você roubá-los de mim também.
PEDRO – (ri) Ok. Prometo ficar na minha então. E eu aceito o seu pedido de desculpas. E que isso não volte a se repetir, está bem. Nem comigo e nem com outra pessoa que se preocupa com você.
ANDRÉA – Não se preocupa, que eu aprendi a lição. (os dois riem)
PEDRO – Bem… agora que está tudo certo entre a gente, creio que podemos voltar para o pessoal.
ANDRÉA – Sim. Se não alguém nos pega aqui sozinhos nessa sala e vai começar a pensar besteira.
PEDRO – Também. (ri, os dois saem da sala em seguida. Repara se não tem ninguém nos corredores, voltam para o pátio)
[CENA 08 – CONCESSIONÁRIA DE MOTOCICLETAS/ RUA/ DIA]
(Otávio fez sua entrevista e está saindo da concessionária, com um leve sorriso no rosto. Seu trabalho agora é conseguir voltar para casa. Começa a caminhar pela calçada, sorri)
Anoitecendo…
[CENA 09 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ NOITE]
(Otávio está sentado no sofá, imóvel. Eduardo chega em casa, ao vê-lo caminha ansioso até ele)
EDUARDO – Então, Otávio? Como foi lá na entrevista? (Otávio olha em direção a voz dele, continua sentado) Conseguiu a vaga?
[CENA 10 – CASA DE ANA/ Q. DE ANA/ NOITE]
(Ana está sentada em sua cama, pensando em Alan. Seu celular toca, recebendo uma chamada de vídeo de Gustavo. Ela tenta colocar uma felicidade em seu rosto, atende a chamada)
ANA – Oi, tio.
GUSTAVO (por vídeo) – Oi, minha querida. Como você estar?
ANA – Estou bem. As aulas já começaram, já contei todas as novidades para o papai.
GUSTAVO (por vídeo) – Que bom. Então você contou que você irá morar em Madrid ano que vem? (Ana fica em silêncio, já que não havia conversado isso com seu pai) Você contou que virá para Madrid ano que vem, não contou Ana? (ela não responde, Gustavo fica sério)
Daqui seis meses…
[CENA 11 – CASA DE ARTHUR (NOVA YORK)/ COZINHA/ DIA]
(Samuka entra na cozinha e encontra Arthur tomando café da manhã, caminha direto até a geladeira)
ARTHUR – Bom dia. Pelo visto você não conseguiu trazer o Pedro, né?
SAMUKA – Não. Eu até fiquei um pouco mais depois que você foi embora com a Elisa. (caminha até a mesa, com uma caixa de leite) Só que o Pedro não queria deixar a festa de maneira alguma. Começou a fazer um show lá, cantando uma sequência de música. (senta-se) Mas a Ayla disse que iria trazê-lo para casa.
ARTHUR – Parece que ela não trouxe.
SAMUKA – Como assim?
ARTHUR – Acabo de vim do quarto do Pedro e ele não está na cama.
SAMUKA – (preocupa-se) O Pedro não dormiu em casa?!
[CENA 12 – CASA DE AYLA/ Q. DE AYLA/ DIA]
(Pedro está deitado na cama de Ayla. Ela está deitada ao lado dele, com as mãos em seu peito. Pedro acorda com uma forte dor de cabeça, tenta abrir os olhos, mas começa ver algumas coisas distorcidas. Repara que não está em seu quarto e que Ayla está ao lado dele, praticamente sem roupa)
PEDRO – O que aconteceu aqui? (repara suas roupas espalhadas no chão do quarto, Ayla acorda)
AYLA – Good mornig baby! So, did you like last night?! (Pedro olha para ela confuso e com uma forte dor de cabeça)
Contínua no Capítulo 16…