Na fazenda do sr. Dorico Antunes,o peão, Renato cavalgava pela estrada principal e cantarolava uma música do cantor Sérgio Reis.
RENATO:”Eu venho vindo de uma querência distante,sou um boiadeiro errante,que nasceu naquela serra.O meu cavalo corre mais que o pensamento,ele vem no passo lento,porque ninguém me espera …”.
TIÃOZINHO: Sai da frente Renato. Minha bicicleta está sem freios. Tire esse cavalo da estrada!
Renato puxa a rédea do cavalo para a lateral da estrada e Tiãozinho passa a toda.
RENATO: O que é isso Tiãozinho?Pra que essa pressa toda?
TIÃOZINHO: Tenho que entregar uma carta ao patrão Dorico. (Eufórico)
RENATO:Cuidado moleque! Vai cair no buraco. (Gritando)
Tiãozinho ,estava vindo da vila, trazia uma carta muito importante para o seu patrão. Chegando na fazenda ,Tiãozinho deixou sua bicicleta,saltou a porteira que dava acesso a casa do patrão, gritando pelo mesmo, que estava na varanda.
TIÃOZINHO: Patrão.Patrão…
Seu Dorico se levanta da cadeira assustado:
DORICO: O que foi Tiãozinho?O que houve?
TIÃOZINHO: A patroa, dona Zenaide, mandou eu ir a vila comprar algumas coisinhas, chegando lá ,a dona do correio me mandou trazer essa carta pro senhor. Então achei que era coisa importante ,aí , vim correndo para entregá-la ao senhor.
DORICO: Me dê aqui moleque!
O remetente da carta, era seu grande amigo do Pantanal:
DORICO: Zenaide. Oh, Zenaide ,venha aqui mulher!
ZENAIDE: O que foi Dorico?
DORICO: Chegou mulher. Chegou o que eu esperava há anos. O futuro da nossa filha.
ZENAIDE: O que homem de Deus? Não estou entendendo nada. Que carta é essa?
DORICO: Lembra do compadre Francisco? Aquele “fazendeirão” lá do Pantanal,que esteve aqui quando nossa filha tava pra nascer? Eu disse a ele que se fosse uma menina ,ela iria se casar-se com o filho dele.
ZENAIDE: Lembro, você teve a ideia de batizá-la com o nome de Promessa justamente pra não esquecer o combinado com ele.
DORICO: É isso mulher. Nesta carta ele diz que virá pra oficializar o casório, marcar data e tudo mais.
ZENAIDE: Ah é meu marido? Só tem um problema.
DORICO: Qual? Que problema é esse?
ZENAIDE: Será que a nossa filha irá querer casar-se com quem ela nunca viu? Ela nem conhece esse moço, filho do Francisco!
DORICO: Mas é claro que vai casar. Ela não tem de querer nada. Quem manda aqui sou eu e além do mais foi assim que nós nos casamos, lembra?
ZENAIDE: Lembro. Mas,essa história de casamento arranjado, é um problema sério meu marido.
TIÃOZINHO: Então a patroinha vai se casar?
DORICO: Mas, o que você ainda está fazendo aqui,seu moleque?
TIAOZINHO: Vim entregar a carta pro senhor, meu patrão.
ZENAIDE: Oh Tiãozinho, cadê minhas encomendas lá da vila?
TIÃOZINHO: Que encomendas patroa?
ZENAIDE: O que foi fazer na vila seu atrapalhado?
TIÃOZINHO: É mesmo patroa. Me esqueci delas. Me preocupei com a carta para o patrão e esqueci das encomendas da senhora.Vou buscar agora , calma aí patroa.
Tiãozinho foi até a vila novamente buscar as encomendas da patroa. E seus patrões continuaram na varanda conversando a respeito do casamento da filha.Zenaide como mãe se preocupa muito com a questão de casamento arranjado,porque hoje os tempos são outros.Mas como quem decide tudo é o marido e pai,a opinião dela não conta.
Enquanto isso na casa do senhor Severino e de dona Glória,que são pais de Lídia,conversam sobre Raul,que é sobrinho de Glória.
GLÓRIA: Sabe ,me preocupo muito com Raul.Desde a morte de seus pais e irmãos naquele trágico acidente,quando aquele maldito jipe pegou fogo,ele se trancou no sítio, não deixa ninguém entrar la´,só se fala comigo,mas não deixa eu colocar um pé além daquela porteira.
LÍDIA: Ainda bem mamãe, que pelo menos com a senhora ele fala.
SEVERINO: Acidente?Só sei que já fazem cinco anos que ele não sai de lá .Que decisão ele tomou!Mas uma coisa eu falo,acidente não foi.
LÍDIA: E aquele cachorro bravo que ele tem lá.
GLÓRIA: Aquele cachorro o ajuda a impedir a entrada de quem quer que seja, que se atrever a entrar lá.
LÍDIA: Coitado do primo!Leva uma vida miserável.Não se alimenta direito,vive sozinho e não fala com ninguém.
GLÓRIA: Da pena, mas é uma escolha dele.Vou levar pra ele alguns bolinhos de chuva que eu sei que ele gosta .Quando era pequeno ele e seus irmãos vinham aqui só pra comer os tais bolinhos.Vou até lá leva-los para ele.
É comum as visitas da tia ao seu sobrinho. Raul, no dia do acidente que dizimou sua família, ficou em casa a pedido do pai cumprindo algumas obrigações, quando soube do acontecido, que foi um fato suspeitoso, sofreu muito com a falta da família, decidiu a partir daí trancar a porteira que da acesso ao sítio onde mora .Vive num mundo de recordações e saudades, mas carrega em seu coração o desejo de vingança.
Tia Glória, chega à porteira do sítio de Raul e o chama.
GLÓRIA: Raul! Sou eu ,sua tia.
Raul, olha da janela da casa e confere se realmente é a tia.
GLÓRIA: Meu filho,abre essa porteira e deixa eu entrar e te ajudar a ajeitar suas coisas. Abra esse cadeado.
RAUL: Não minha tia.Só sairei daqui quando for pra vingar a morte da minha família .
Gloria, se espanta,ao ver em seu olhar a crescente expressão de ódio .
parabéns Luiz, boa estreia ontem
Boa história!
Site muito bem construído.
Muito boa a história. Parabéns.
Muito boa a história. Parabéns.