CAPÍTULO 5 – ALIANÇAS E TRAIÇÕES

CENA 1 – EXTERIOR – RUA EM PARIS – DIA

A luz suave de uma manhã parisiense se espalha pelas ruas, refletindo nas fachadas de prédios antigos, ornados com varandas de ferro forjado e janelas altas. FELIPE e ISABELA caminham pelo calçadão estreito, misturados aos turistas e moradores que carregam sacolas de pão fresco e flores. O ar cheira a café, e o som distante do acordeão de um músico de rua dá um tom encantador à cena, embora o rosto dos irmãos esteja marcado por uma tensão sutil.

FELIPE observa o cenário com um olhar misto de nostalgia e ceticismo.

FELIPE – (Com um leve sorriso, tentando aliviar a tensão) Paris… até dá pra esquecer por um segundo o que estamos fazendo aqui, não acha?

ISABELA mantém o olhar firme no caminho à frente, tentando suprimir um sorriso que escapa aos lábios.

ISABELA – (Evasiva, mas com um brilho no olhar) Estamos aqui para descobrir o que ele nos deixou… e eu duvido que seja só nostalgia.

FELIPE suspira, concordando em silêncio. De repente, uma voz feminina ecoa atrás deles, inconfundível e alegre.

CHLOÉ – (Com energia, quase teatral) Mes chers! Então vocês chegaram mesmo à cidade das luzes e mistérios!

Eles se viram e encontram CHLOÉ, com uma expressão vibrante e descontraída. Ela veste um vestido florido, os cabelos desarrumados ao estilo típico das parisienses, e sorri como se tivesse um segredo guardado.

CHLOÉ – (Com um olhar travesso)

Gustavo me pediu para ajudar vocês. Não me disse que viriam tão tensos… Parisienses de coração, vocês deveriam relaxar!

CHLOÉ ri, e FELIPE não consegue evitar um sorriso. A presença leve e brincalhona de CHLOÉ parece reduzir um pouco da rigidez entre os irmãos.

CENA 2 – INTERIOR – CATEDRAL DE NOTRE DAME – TARDE

A luz do fim da tarde se filtra através dos vitrais imensos da Catedral de Notre Dame, derramando cores suaves de verde, azul e vermelho sobre o chão de pedra fria e as colunas majestosas. O silêncio é profundo, reverberando em cada canto e enfatizando a grandeza do lugar.

FELIPE, ISABELA e CHLOÉ caminham entre as fileiras de bancos de madeira, os passos ecoando suavemente. Os olhos dos irmãos percorrem cada detalhe, buscando uma conexão, uma pista. CHLOÉ observa-os, com um sorriso enigmático.

CHLOÉ – (A voz em um sussurro, respeitosa)  Seu pai… sempre parava ali, em frente ao confessionário, como se guardasse um segredo.

Ela aponta discretamente para um confessionário ornamentado com símbolos antigos. Os irmãos se aproximam, trocando olhares intensos. FELIPE passa a mão pela madeira entalhada e percebe uma marca discreta esculpida, o mesmo símbolo que viram no pergaminho anterior.

FELIPE – (Surpreso, tocando o símbolo)  Ele realmente escondeu algo aqui… e achamos que ele só estava nos levando em passeios.

ISABELA desliza a mão por uma cavidade oculta no confessionário e retira, com cuidado, um pedaço de pergaminho. Ela e FELIPE se entreolham, visivelmente emocionados.

ISABELA abre o pergaminho com cuidado. As letras antigas, em latim, parecem desenhadas com precisão, mas o papel está desbotado pelo tempo.

ISABELA – (Lendo, com a voz suave e reverente)  – Ex tenebris lux. Da escuridão, vem a luz. 

CHLOÉ observa, intrigada, enquanto FELIPE reflete sobre a mensagem.

FELIPE – (Tentando entender)  – Talvez ele esteja nos dizendo que precisamos olhar para algo escondido… em algum lugar sombrio.

CHLOÉ – (Com um leve sorriso) – Em Paris, conheço muitos lugares “sombrios”… mas vai ser uma aventura para achar o certo.

CENA 3 – EXTERIOR – ALLEY SOMBRIA – NOITE

A noite cai sobre Paris, e uma brisa fria percorre uma ruela estreita e mal iluminada. As paredes são cobertas de pichações, e algumas lâmpadas piscam, lançando sombras dançantes no chão de pedra. O silêncio é quase perturbador, apenas interrompido pelo som ocasional de um gato correndo por entre os becos.

Do outro lado da rua, BEATRIZ e MARCOS observam FELIPE, ISABELA e CHLOÉ à distância. BEATRIZ ajusta o cachecol ao redor do pescoço, seu olhar penetrante e frio.

BEATRIZ – (Murmurando para Marcos, com desprezo)  – Olhe para eles… acham que estão tão perto da verdade.

MARCOS – (Sorrindo de forma cínica) – Eles mal sabem o que os espera. Em Paris, só os tolos pensam que conhecem o caminho.

Os dois trocam um olhar conivente antes de se afastarem, desaparecendo nas sombras da rua.

CENA 4 – INTERIOR – BAR PARISIENSE – NOITE

O bar parisiense é aconchegante e vibrante, com uma iluminação suave em tons âmbar. As paredes estão decoradas com fotos antigas e pôsteres desgastados, e o cheiro de vinho e música jazz completam a atmosfera boêmia.

FELIPE, ISABELA e CHLOÉ estão em uma mesa ao fundo, conversando enquanto compartilham uma garrafa de vinho. CHLOÉ ri de uma história que conta, e FELIPE a acompanha, relaxado pela primeira vez desde que chegaram à cidade.

CHLOÉ – (Brincando, com um sorriso aberto)  Se todos os Monteiro são tão sérios quanto vocês, eu teria problemas… Sério, relaxem um pouco!

FELIPE sorri, brindando com CHLOÉ e ISABELA.

FELIPE – (Com gratidão)  Às amizades inesperadas e a todas as surpresas de Paris.

ISABELA observa a cena com uma expressão mais tranquila, e a leveza da conversa os faz esquecer, por um momento, o perigo que os cerca.

CENA 5 – EXTERIOR – SAÍDA DO BAR – MADRUGADA

Ao saírem do bar, a cidade está adormecida. As ruas estão silenciosas, exceto pelo som ocasional de passos que ecoam nas calçadas. FELIPE, ISABELA e CHLOÉ caminham distraidamente, mas, de repente, percebem que estão sendo seguidos.

Eles se viram e veem BEATRIZ e MARCOS se aproximando. O olhar predador de BEATRIZ brilha sob a luz fraca de um poste.

BEATRIZ (Sorrindo com malícia) – Que encantador… A família reunida. Acham mesmo que Paris vai guardá-los?

ISABELA – (Firme, encarando Beatriz) – O que vocês querem, Beatriz? Por que não conseguem deixar isso para trás?

MARCOS (Com um sorriso frio) Vocês têm algo que nos interessa. E não vamos sair daqui sem ele.

BEATRIZ avança, estendendo a mão para ISABELA, que recua instintivamente. FELIPE, rápido, agarra o braço de MARCOS, mas MARCOS aproveita a oportunidade para tentar arrancar o pergaminho de suas mãos.

CHLOÉ, mostrando agilidade, empurra BEATRIZ, criando uma distração para que FELIPE e ISABELA possam escapar.

CENA 6 – EXTERIOR – RUA ESCURA EM PARIS – MADRUGADA

FELIPE, ISABELA e CHLOÉ correm pelas ruas estreitas, os passos ecoando com força. Eles se viram em várias esquinas, tentando despistar BEATRIZ e MARCOS. Finalmente, encontram um táxi parado na esquina e entram rapidamente.

Dentro do táxi, eles respiram com dificuldade, mas o alívio preenche o carro. CHLOÉ, ainda ofegante, lança um sorriso brincalhão para os irmãos.

CHLOÉ – (Rindo)  Se eu soubesse que os Monteiro gostavam tanto de emoções fortes, teria me preparado melhor. Talvez com uma taça de champanhe…

FELIPE e ISABELA se entreolham, um sorriso escapando entre o cansaço e a tensão. Após a experiência, eles sabem que essa aliança será essencial.

FELIPE – (Determinado, com um leve sorriso) – Vamos para Nova York. Está na hora de descobrir mais sobre o que nos espera.

ISABELA segura o pergaminho com força, o olhar focado no horizonte.

ISABELA – (Empenhada)  – Se vamos a Nova York, precisamos estar prontos para qualquer coisa. Inclusive, Beatriz e Marcos.

FIM DO CAPÍTULO 05

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