“(Re) Encontro”

 

[CENA 01 – CASA DA CARLA/ SALA/ DIA
ROSÁRIO – Que história é essa? Pelo que eu sei a Carla não tem irmão.
CAMILA – Ela tem. O Frederico teve um filho antes de conhecer a mãe delas.
ROSÁRIO – Então esse filho é do Frederico?! Sabia que tinha história desse cara no meio. Mais uma vez, machucando as filhas.
CAMILA – Carla e esse irmão, ficaram somente uma única noite, em uma festa meses atrás. Eles nem sabiam que eram irmãos.
ROSÁRIO – Aí a Carla engravidou dele!?
CAMILA – Isso.
ROSÁRIO – Minha menina não pode ficar sofrendo por causa disso. Sinto muito amiga… (olha pra foto da Cíntia com as meninas, na mesinha ao lado) …mas vou ter que contar a verdade para ela.
CAMILA – Que verdade?
ROSÁRIO – Preciso conversar com minha menina agora. (vai para o quarto)

[CENA 02 – CASA DO FELIPE/ SALA/ DIA]
FELIPE – Obrigado. Quando tiver com os documentos prontos, não demore me avisar. Tenha um bom dia. (Felipe acompanha o advogado até a porta e depois volta para sala)
LUANA – Rápido você.
FELIPE – Quando mais rápido me livrar de você, melhor.
LUANA – Também. É bom que logo terminarmos isso.
FELIPE – Deixa que eu te acompanho até a porta.
LUANA – Não precisa. (pega sua bolsa em cima do sofá, e vai em direção a porta sozinha)
FELIPE – Eu faço questão. (Felipe acompanha Luana até a porta. Luana vai embora sem dizer nada mais para Felipe)

[CENA 03 – APARTAMENTO DO SÉRGIO/ SALA/ DIA]
SÉRGIO – (Sérgio está ao telefone com alguém, quando Adriano entra na sala) Obrigado, você ajudou muito. Tchau.
ADRIANO – Para quem você estava ligando?
SÉRGIO – Estava confirmando minha viagem. Tinha cancelado depois que soube o que houve com a Luana.
ADRIANO – Já que nada mudou, você vai mesmo viajar!
SÉRGIO – Para que insistir em uma tecla que não funciona mais.
ADRIANO – Então tá. Vamos, o Roberto está esperando a gente lá em baixo.
SÉRGIO – Vou só pegar a minha carteira lá no quarto, e acompanho vocês. (Sérgio vai para o quarto, e Adriano sai)

[CENA 04 – CASA DO FELIPE/ Q. DA ALICE/ DIA]
(Felipe está no quarto de sua filha, com Alice nos braços. Ele percebe que a menina dormiu, e a coloca no berço)
MIGUEL – (batendo na porta) Posso entrar? Ops, acordei ela?
FELIPE – Não. Precisava mesmo falar com você. Vamos conversar lá fora? (os dois saem do quarto, e vão até o corredor) O Paulo deu o recado?
MIGUEL – Deu. Só não entendi porque você quer que eu vá com você?
FELIPE – Eu vou procurar um novo local para minha banda ensaiar e acompanhado com alguém é melhor do que ir sozinho.
MIGUEL – Então vamos. Ia fazer nada mesmo.
FELIPE – Valeu primo, só vou dar mais uma olhada nela e encontro você lá em baixo.
MIGUEL – Certo então, vai lá pai coruja. (Felipe e Miguel sorriem. Miguel desce para a sala, Felipe entra para o quarto de sua filha)

[CENA 05 – CASA DA CARLA/ Q. DA CARLA – RUA/ DIA]
ROSÁRIO – Filha posso entrar? (Carla não responde nada. Rosário começa cantar uma música que Cíntia gostava de cantar para elas quando eram pequenas, mesmo assim, Carla não se move da cama) Você está me ouvindo, filha? (no quarto, Carla continua sem expressão, pálida, aparência cansada e um olhar fixo para o nada) Sua amiga me contou a notícia que fez você ficar nesse estado. Mas tenho uma coisa para te contar filha. É algo que eu e sua mãe guardamos há muito tempo. É sobre o seu pai… (ao ouvir isso, Carla levanta da cama, abre a porta e deixa Rosário entrar) Oh, Filha! (surpresa ao ver o estado de Carla, e a abraça) Eu sabia que guardar isso não era uma boa ideia. Sua mãe devia ter contado antes para você, até porque, era um direito seu de saber. Mas ela não estar mais aqui e sobra para mim ter que contar a verdade. Eu não sei quem é esse tal rapaz, mas ele não é seu irmão. (Carla fica surpresa e confusa) Porque, você não é filha do Frederico! (após descobrir que não é filha do Frederico, Carla corre até o quarto onde Pedro estava dormindo, e segura seu filho com todas as suas forças)
CARLA – Oh meu, filho. Meu menino!!! Como pude fazer isso com você. (Pedro não acorda, continua dormindo, mas isso não impediu ela, e pegou o filho nos braços, e desceu até a sala) Me perdoa filho. Não vou mais fazer isso, me perdoa. Mamãe está aqui agora.
CAMILA – Como é que você está Carla? O que a Rosário fez?
CARLA – Ela me ajudou. Você me ajudou. Obrigada. (Carla tenta abraçar Camila com um braço só, mas Pedro acorda) Acordou meu menino, você está com fome? Vem, mamãe vai amamentar você. (Carla senta no sofá, e começa alimentar Pedro. Camila ver Rosário descendo as escadas, e vai até ela, tentar descobrir o que foi que houve)
CAMILA – O que aconteceu Rosário? O que você disse para ela voltar assim?
ROSÁRIO – Eu só disse o que ela já devia ter descoberto faz tempo.
[NA RUA DA CARLA]
(Felipe estaciona o carro um pouco longe da casa da Carla. Ele e Miguel descem do carro, caminham um pouco, quando quase chegam em frente à casa dela, Felipe para e conversa com o primo)
MIGUEL – Não sabia que era tão longe assim.
FELIPE – Eu disse.
MIGUEL – Por onde você quer começar?
FELIPE – Bem, é melhor a gente se separar né. Eu não sei qual foi a casa, que o Dinho tinha me dito. Mas enfim, vamos procurar. Eu vou para o outro lado, e você pode começar por esse mesmo. Quem sabe, começando por aquela casa. (aponta para a casa da Carla)
MIGUEL – Está bem!
FELIPE – Acho que lá, vamos encontrar o que estamos procurando.
MIGUEL – OK. (Felipe atravessa a rua, e finge ir até outra casa. Miguel vai até a casa da Carla, e toca a campainha)
CAMILA – Deixa que eu atendo, não se preocupa. (vai até à porta)
MIGUEL – Bom dia. É, vocês conhecem algum lugar para alugar por aqui? (Carla ouve a voz da porta, e acha a voz familiar)
CAMILA – Não, por aqui não. Mas posso perguntar para minha amiga. Carla, sabe se aqui tem algum local para alugar? (Carla se levanta, vai até a porta, e reconhece Miguel)
CARLA – (surpresa) Miguel!

[CENA 06 – CASA DA LUANA/ Q. DA LUANA/ DIA]
(Verônica entra no quarto da Luana, e a encontra triste sobre a cama)
VERÔNICA – Que carinha é essa?
LUANA – Hoje começamos o processo de divórcio.
VERÔNICA – Não acredito que você vai aceitar isso?
LUANA – Confia em mim mamãe. Agora as coisas serão do meu jeito.
VERÔNICA – Filhos, a gente cuida com todo carinho, aí crescem e só sabem dar aborrecimentos para os pais.
LUANA – A senhora pode reclamar o quanto quiser mamãe, mas cansei de ouvir a senhora. Agora as coisas serão do meu jeito.
VERÔNICA – Está bem, prometo não me intrometer. Agora depois não venha atrás de mim, pedido ajuda, para consertar qualquer burrada que você faça. (sai do quarto)

[CENA 07 – CASA DA CARLA/ SALA/ DIA]
MIGUEL – (surpreso, alegre) Não acredito. Te encontrei.
CAMILA – Vocês se conhecem?
CARLA – Ele é um amigo, que conheci em São Paulo.
ROSÁRIO – Miguel, o que faz aqui?
MIGUEL – Estou ajudando o meu primo a encontrar um local para ele alugar para banda dele, e acabei encontrando… (olha para o filho da Carla) Esse menino é o seu filho?
CARLA – (envergonhada) É!
ROSÁRIO – Você não quer entrar?
MIGUEL – Eu adoraria, mas estou com meu primo, então não vou poder. Mas estou feliz, que finalmente consegui te encontrar.
ROSÁRIO – Então, já que você sabe onde ela mora agora, você pode voltar aqui um outro dia, e contarem as novidades entre vocês.
MIGUEL – Claro, vou voltar com certeza. (brinca) Só não queira fugir de novo?!
ROSÁRIO – Pode deixar, que ela não vai para lugar nenhum.
MIGUEL – (sorrindo) Tchau.
ROSÁRIO – Tchau.
CARLA – Tchau. (Camila fecha a porta, e Miguel vai atrás de seu primo.)
MIGUEL – Você não vai acreditar cara. A garota que eu te falei, que estava procurando, ela mora naquela casa.
FELIPE – (fingindo surpresa) Sério?
MIGUEL – Que coincidência né?!
FELIPE – Pois é. Eu disse que você iria encontrá-la, não disse!
MIGUEL – Mas vamos voltar ao que viemos fazer aqui.
FELIPE – Não precisa, é esta casa. Consegui já as informações necessárias.
MIGUEL – Sério?
FELIPE – Vou levar agora para o pessoal. Porque você não ficou, para conversar com a garota?
MIGUEL – Eu iria ficar, mas disse que estava te ajudando, então…
FELIPE – Bem, a gente terminou.
MIGUEL – Não sei cara. Ela estava amamentando o filho dela.
FELIPE – Filho? Ela tem um filho?
MIGUEL – Tem. Acho que deve ter sido por isso que ela voltou para o Rio, sem me contar nada.
FELIPE – Você sabe quem é o pai?
MIGUEL – Não. O que foi, ficou sério de repente?
FELIPE – Por nada. Você vai ficar com sua amiga?
MIGUEL – Acho que não. Ela estava cuidando do filho, e eu reparei que a casa estava um pouco desorganizada. Volto outro dia, agora que eu à encontrei, vai ser difícil se livrar de mim.
FELIPE – Então, vamos. Ainda tenho que entregar essas informações para o pessoal da banda. (Felipe e Miguel entram no carro, e voltam para casa. No caminho de volta para casa, Felipe não para de pensar se o filho da Carla, seja dele)

Anoitecendo…

[CENA 08 – CASA DA VERÔNICA/ SALA/ NOITE]
(Lucas chega em casa após ter decidido dar uma volta, Verônica estava na sala o esperando)
VERÔNICA – Suas coisas chegaram de São Paulo.
LUCAS – Então ela mandou?
VERÔNICA – Lógico ou você tinha esperança de voltar com ela?
LUCAS – Eu não sei. Isso para mim, não importa mais. (Lucas sobe até seu quarto, e Verônica vai atrás dele)

[CENA 09 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ NOITE]
BEATRIZ – Sua filha está melhor?
FREDERICO – Está, graças a Deus. Ela voltou a fazer suas coisas normal, voltou à cuidar do Pedro.
BEATRIZ – Ainda estou esperando você trazer elas aqui. Quero muito conhece-las.
FREDERICO – Eu sei que tem uns dias que estou prometendo isso…
BEATRIZ – Dias?
FREDERICO – Meses, mas quem sabe, agora que as coisas voltaram ao normal, eu faça esse convite a elas.
BEATRIZ – Por que estou sentido que não vai ser dessa vez, e você vai só me enganar novamente.
FREDERICO – Não, dessa vez eu prometo. Vou convida-las.
BEATRIZ – Está certo.
FREDERICO – E o Samuka? Quantos instrumentos já aprendeu tocar?
BEATRIZ – Ele ainda está amando tocar bateira, mas uns dias desses, ele me disse que queria aprender tocar violão.
FREDERICO – Você já comprou um violão para ele?
BEATRIZ – Estou só esperando a ordem dele!
FREDERICO – E onde é que ele está?
BEATRIZ – No quarto, com certeza está praticando na bateria.
FREDERICO – Ele não vai descer para jantar?
BEATRIZ – Vai, bom você ter me lembrando. Eu vou lá chamar ele, já volto.

[CENA 10 – CASA DA CARLA/ Q. DE PEDRO/ NOITE]
(Carla está velando o sono de Pedro, quando Camila entra devagarinho no quarto)
CAMILA – Dormiu?
CARLA – Dormiu.
CAMILA – Então, agora você pode me dizer, o que você e sua madrinha conversaram? (as duas estão na sala agora)
CARLA – Você não imagina como estou me sentindo agora, Camila.
CAMILA – O que foi que vocês conversaram Carla, está me deixando curiosa?
CARLA – O Felipe não é meu irmão, porque eu não sou filha do Frederico.
CAMILA – Pera aí, isso é sério? (Carla confirma com a cabeça)
CARLA – Minha madrinha guardou esse segredo com ordens da minha mãe. Ela estava esperando o momento certo para contar para mim. Mas infelizmente, aconteceu aquilo com ela, e ela não teve a oportunidade de contar.
CAMILA – Quem é o seu pai?
CARLA – Minha madrinha não contou muito sobre ele. Na verdade, pelo que minha mãe contou a ela, meu pai biológico, não chegou nem até uma relação longa com minha mãe. Na verdade, parece que os dois tiveram apenas uma aventura.
CAMILA – Que coisa maluca. Mas de qualquer forma, a Paula, é irmã do Felipe.
CARLA – É, ela é irmã do Felipe.
CAMILA – Você pensa em contar para ela isso?
CARLA – Não sei. Melhor não, não agora.
CAMILA – Você está fazendo que nem sua mãe, sabia? Escondendo a verdade dela.
CARLA – Eu sei que minha mãe deve ter dito algum motivo para esconder isso da gente. E eu vou contar para à Paula, só vou deixar terminar o ensino médio, escolher uma boa faculdade, e quando estiver se formando, com um caminho certo, conto para ela.
CAMILA – E você não quer descobrir quem é seu pai?
CARLA – Não. Para mim tanto faz. Cresci sem à presença de um pai, isso para mim, não tem importância. Fiquei imaginando se isso não fosse verdade. O que seria do meu filho?
CAMILA – Eu estaria aqui para cuidar dele, Carla. Na verdade, nós ficamos cuidado. O Junior serviu como um bom pai, tanto para filha dele, como para o Pedro.
CARLA – Pai!
CAMILA – Você está pensando em contar para o Felipe?
CARLA – Não. Meu filho não precisa de um pai. Ele já tem a mim, e isso basta para ele. Vou mostrar para o meu filho que não precisamos de dinheiro para sermos felizes. Assim, como minha mãe mostrou para mim, que é na simplicidade, onde encontramos a verdadeira felicidade.

[CENA 11 – CASA DO FELIPE/ Q. DE ALICE/ NOITE]
(Felipe está no quarto da Alice, com a menina nos braços, a colocando para dormir. Ele anda de um lado para o outro, e pensa o que o Miguel tinha dito hoje à tarde)
FELIPE – Um filho. Ela tem um filho!

[CENA 12 – CASA DA CARLA/ COZINHA/ NOITE]
(Junior está na cozinha, sentado à mesa, quando Carla entra junto com Rosário e Adriana)
CARLA – Sem sucesso, Junior?
JUNIOR – Não. Mas não vou desistir, vou encontrar um emprego.
ROSÁRIO – Se você quiser, conheço uns comerciantes em São Paulo, que podem lhe ajudar?
JUNIOR – Obrigado Rosário, mas não conheço ninguém em São Paulo.
ROBERTA – Ora, você pode passar um tempo na nossa casa.
ADRIANA – Ele não pode, não quando esse processo da filha dele passar.
ROSÁRIO – Verdade, tinha esquecido que você está passando por esse problema. Como é que está indo o caso?
JUNIOR – Não sabemos. O irmão dela parece que ainda não iniciou nenhum processo pela guarda da menina.
ADRIANA – Esperamos que ele não inicie. Porque ele já veio aqui, para tentar conversar, mas o cabeça dura aí, não quis.
JUNIOR – Eu não tenho medo dele. Ele pode vir, com o que ele tem de melhor, mas não vai conseguir tomar minha filha de mim.
ROSÁRIO – É assim que se fala filho. Mostre para sua filha, o que você é capaz de fazer por ela. (campainha)
ADRIANA – Quem será? (Carla vai atender à porta)
FELIPE – Boa noite. Será que podemos conversar?

Continua no Capítulo 66…

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