Episódio escrito por  Clayton Correia 

Classificação indicativa: 

 

 

 

Nesse episódio

BENJAMIN “BEN” EVANS Kodi Smith McPhee

BREFF CONROY Logan Marshall-Green

CHARLIE CONROY Brendon Thwaites

CHARLOTTE BURKE Christie Burke

DELEGADO BRADLEY TUK Jason Prestley

ABRAHAM BURKE David Shwimmer

EMILY EVERETT AnnaSophia Robb

MIMI CASTRREL Francis Fisher

NANCY WRIGHT Mandy Moore

OLIVER TEDSON Jake Abel

PEDRO SANCHEZ Wilmer Valderrama

Dr. Howard Stevens Noah Emmerich

 

 

Cena 1. Cont da cena 19. Bosque ao redor de Mirella. Ext. Dia.

De repente o avião começa a se erguer a partir da cauda. Emily e Oliver se afastam ainda mais e no rosto nasce uma expressão de medo. A traseira da aeronave agora aponta para o céu nublado e os primeiro pingos de chuva começam a cair. Assim como a aeronave que despenca em cima dos dois aventureiros que não são atingidos por pouco. Emily se joga no chão e consegue se proteger, Oliver corre e ajuda a jovem a levantar-se.

OLIVER

– Como vamos sair daqui? Estamos sozinhos!

Emily tem o olhar fixo em direção ao avião, que agora está de “cabeça para baixo”.

EMILY

– Não. Não estamos sozinhos.

De trás da lataria enferrujada da aeronave, surgem pequenas criaturas, caminhando desconsertadamente, algumas escalam a carcaça de ferro, outros se arrastam como soldados embrenhados na mata, mas todos carregam algum tipo de arma cortante.

Emily tenta entender o que está acontecendo e principalmente, o que são aquelas criaturas, essa novos personagens dessa história cada vez mais perturbadora.

EMILY

– O que é isso?!

Por um momento, Emily e Oliver permanecem imóveis, incrédulos com a cena que veem. As criaturas são como aberrações, parecendo bebê nascidos com má formação têm uma determinação homicida nos olhos e estão cada vez mais próximos.

OLIVER

– Não sei, mas não vou ficar aqui para descobrir!

Oliver tira uma arma da parte de trás da cintura e sem hesitar, dispara contra a trupe que segue em sua direção. A atitude pega Emily de surpresa e ela tampa os ouvidos para se proteger dos estrondos, que não atinge ninguém.

OLIVER

– Vai! Vai!

O piloto agarra Emily, que parece estar em choque, pelo braço e sai correndo quase que arrastando a jovem.

Cena 2. Bosque de Mirella. Ext. Dia.

Os dois correm o mais rápido que podem, atravessando as raízes que rotam do chão, driblando as grandes arvores e quase tropeçando, nos próprios pés. Emily tenta olha para trás e em apenas relances, consegue ver que estão sendo perseguidos por aquelas criaturas donas de habilidades grotescas como, subir em arvores em poucos segundos. Oliver para mais uma vez e toma a frente fazendo uma espécie de escudo, protegendo Emily. Saca a arma mais uma vez e dispara, dessa vez ele acerta uma das criaturas. Mas não o suficiente para ficarem tranquilos e eles voltam a correr.

Cena 3. Rodovia de Mirella. Ext. Dia.

A chuva começa a cair com mais força enquanto as viaturas do departamento policial cortam a rodovia rapidamente. O carro do delegado Tuk está posicionado no meio do comboio e o silêncio dentro do automóvel é ensurdecedor. Charlie, que está no banco do passageiro, observa a arma que ganhou de Tuk tentando formular uma série de perguntas.

CHARLIE

– Não faz o menor sentido. Por que Mimi Castirrel ou meu irmão estariam envolvidos no desaparecimento da Charlotte ou do Ben?

DELEGADO TUK

– Eles não estão. Mas acredito que estejam protegendo o responsável.

CHARLIE

– (desconfiado e apreensivo) Você tem ideia de quem pode ser?

DELEGADO TUK

– Não, mas desconfio de onde “ele” possa estar.

CHARLIE

– (afirmando) E você acha que a Charlotte está lá. (Tuk concorda com a cabeça) Não acha que deveríamos avisar o Dr. Burke? Afinal é da filha dele que estamos falando.

DELEGADO TUK

– Eu acredito que o Dr. Burke esteja envolvido nisso. É melhor o deixarmos de fora, por enquanto.

Os carros da policia cortam a estrada em alta velocidade.

Cena 4. Bosque de Mirella. Ext. Dia.

A chuva densa atrapalha os passos rápidos de Emily e Oliver, que decidem parar e recobrar o folego. O local escolhido pelo piloto e a fenda de uma grande arvore e os dois se apertam para caber ambos. Por um instante eles tentam ouvir os passos que os seguiam, mas tudo está quieto agora.

OLIVER

– Acha que eles pararam de nos seguir?

EMILY

– O que eram aquelas coisas? Você viu aquilo?

OLIVER

– Eu estava bem do seu lado. Seja lá o que for, com um deles, nós não precisamos mais nos preocupar. (Oliver pega a arma e confere o numero de balas restantes)

EMILY

– Onde estava essa arma? Eu não vi Breff te entregando nenhuma.

OLIVER

– Eu sou um integrante das forças armadas americanas, sempre dou um jeito de conseguir uma dessas.

EMILY

– Você quer dizer que roubou uma dessas.

OLIVER

– EI! Eu salvei nossas vidas. Não salvei?

Ouvem-se barulhos como de gravetos de quebrando. Oliver faz sinal de silêncio com a mão e Emily obedece. Os ruídos parecem aumentar à medida que a impressão de alguém se aproximando, invade o corpo de Emily em forma de pavor. Oliver tem a arma em punho e num golpe rápido ele se lança para fora do “esconderijo” pronto para atirar e quando ele vê Breff parado bem em sua frente, logo atrás Pedro ergue as mãos como se estivesse sendo rendido por ladrões.

BREFF

– OW! OW! Calma! (com as mãos para cima)

Ao ouvir a voz de Breff, Emily se revela de trás da arvore e corre para abraçar o rapaz.

EMILY

– Breff, você precisava ver. Eles eram pequenos, mas pareciam monstros e…

BREFF

– EI, EI. Eu sei. Nós também vimos.

Oliver estranha a quietude de Pedro, pois já se acostumou com o falatório do rapaz.

OLIVER

– (se direcionando para Pedro) Você está bem?

BREFF

– (antes que Pedro responda) Ele está bem. Apenas impressionado com o que vimos.

Oliver não se convence.

BREFF

– É melhor irmos. Estamos perto da fazenda e aqui não é seguro.

Os quatro caminham por entre as arvores e o solo encharcado.

Cena 5. Fachada da fazenda. Ext. Dia.

As viaturas estacionam ao redor da sede da fazenda e os policiais saltam dos carros. O alvoroço do lado de fora chama a atenção dos moradores da fazenda e Mimi Castirrel é uma das primeiras a sair para ver o que está acontecendo. Ela se mostra preocupada ao ver Tuk e Charlie saltando de um dos carros.

MIMI

– O que é isso delegado? O que está acontecendo?

DELEGADO TUK

– Mimi está tudo bem. Podemos conversar?

Charlie toma a frente.

CHARLIE

– Onde está o Breff?

MIMI

– Ele não está aqui. O que está acontecendo Charlie? Vocês estão assustando as crianças.

DELEGADO TUK

– Diga a eles, que não se preocupem. A nossa diligencia não é nada casa. (olhando para o celeiro) VAMOS! (com um sinal os policiais começam a seguir o delegado)

Mimi se aproxima de Charlie.

MIMI

– Eu não entendo. Por que as armas?

CHARLIE

– Eu muito menos.

Os policiais se posicionam enquanto caminham em direção ao celeiro e Tuk lidera o grupo, gesticulando movimentos que são seguidos por alguns guardas. Bradley Tuk se posiciona a esquerda da grande porta dupla da construção e outro policial se esgueira pela direita. Outros policiais estão espalhados por perto, alguns atrás de arvores outros por trás das portas dos automóveis. Com a ajuda de um alicate hidráulico, um terceiro policial se aproxima da porta e quebra com certa facilidade, uma grande corrente que estava travada por um cadeado. O delegado se aproxima e faz menção de abri-la, quando a voz de Breff ecoa por toda a fazenda.

BREFF

– Parado!

Breff surge de dentro da mata seguido por Pedro, Emily e Oliver. Ele aponta a arma em direção ao delegado.

BREFF

– Você não vai abrir essa porta! Se abrir… Eu atiro!

Todos estão atônitos com o que está acontecendo. Breff transtornado ao ver a invasão promovida por Tuk, Charlie por ver seu irmão apontando novamente uma arma para o delegado e Emily, que não entende porque Breff está tão nervoso.

Fim do primeiro ato

ABERTURA

Segundo ato

Cont. cena 5. Fachada da fazenda. Celeiro. Ext. Dia.

DELEGADO TUK

– Você está apontando uma arma para mim, novamente Breff.

BREFF

– (nervoso e caminhando em direção ao celeiro) E, de novo, se for preciso, eu atiro Delegado.

Charlie se aproxima.

CHARLIE

– Breff abaixe essa arma!

BREFF

– Você também Charlie, não se aproxime!

Emily, assustada com a reação de Breff, se aproxima de Pedro.

EMILY

– O que ele está fazendo?

PEDRO

– Eu não tenho a mínima ideia!

Delegado Tuk permanece imóvel e com um gesto com as mãos pede para que os policiais façam o mesmo.

DELEGADO TUK

– Breff se acalme!

CHARLIE

– O que está acontecendo Breff? A policia só está querendo ajudar!

DELEGADO TUK

– Eu também não estou entendendo essa reação Breff. Até parece que você está escondendo alguma coisa no celeiro.

Mimi observa tudo de longe.

BREFF

– Eu só não quero ver vocês invadindo nossa casa! É só isso!

DELEGADO TUK

– Tem certeza que é só isso?

CHARLIE

– Tuk, do que está falando?

DELEGADO TUK

– Pergunte ao seu irmão. Ele sabe do que estou falando. (se dirigindo a Breff) Não sabe?

Breff parece esconder alguma coisa, mas permanece calado.

CHARLIE

– Breff do que ele está falando?

PEDRO

– É cara, diz alguma coisa.

Os olhos de Breff se enchem de lagrimas.

DELEGADO TUK

– Ele não tem o que dizer. Pois, sabe que, será condenado por todos!  Todas as vidas que você interrompeu.

BREFF

– Eu só estava protegendo as pessoas que…

DELEGADO TUK

– (interrompendo aos gritos) Sacrificando a vida de outras?

Mimi se aproxima do embate e Breff não segura às lagrimas ao vê-la se aproximar.

BREFF

– (chorando ao se dirigir para Mimi) Eu só fiz o que eu achei que era certo.

MIMI

– O que foi que você fez Breff?

Breff respira fundo, retoma o controle de si e volta a apontar a arma para o delegado.

BREFF

– Não importa! Eu salvei vidas, esse era o acordo!

DELEGADO TUK

– E você acha que as pessoas vão concordar com esse motivo? Sacrificar as pessoas em nome da vida de outras?

O silêncio toma conta da cena por um segundo.

BREFF

– (determinado) Você não vai abrir esse celeiro.

Breff então sente o cano de uma arma encostar-se a sua cabeça, mas a surpresa vem quando ele percebe que é Pedro que a está empunhando.

PEDRO

– (com os olhos lacrimejando) O que você fez com minha irmã Breff?

Todos param um momento e retomam o folego.

DELEGADO TUK

– Você achou que ia esconder isso todos, até quando? Todos os pais que perderam seus filhos, os filhos que perderam os pais, os irmãos que perderam suas irmãs.

PEDRO

– (a lagrima rola no rosto de Pedro, se dirigindo a Breff) Você sabe onde está minha irmã?

BREFF

– (não conseguindo encarar Pedro) Pedro. Eu… Eu… Só queria te proteger. Era você ou a Rose e…

Nesse momento Pedro desfere uma coronhada e Breff vai ao chão, sem tempo para se mover, pois já está na mira de Pedro novamente.

PEDRO

– Era eu ou minha irmã? Você sabe o que houve com ela e nunca me disse nada?

DELEGADO TUK

– “Mexicano” abaixe essa arma.

PEDRO

– (sem dar ouvidos ao delegado) Onde ela está?

BREFF

– Pedro me escuta…

PEDRO

– ONDE ELA ESTÁ!

Nesse momento a porta do celeiro balança como se alguém, do lado de dentro, força a mesma para sair. Todos se assustam e Pedro abaixa a guarda. Então Charlie aproveita e corre em direção ao jovem e pula em cima dele na intenção de desarma-lo. A arma cai longe e logo Pedro está imobilizado por Charlie e por dois policiais que logo aparecem para conter o rapaz que está transtornado com a revelação.

PEDRO

– Me larguem! Ele tem que me dizer a verdade!

Breff está ao chão, chorando incontrolavelmente. Mas todos estão mais preocupados com o que está tentando sair de dentro do celeiro. Com um comando da mão, um policial se posiciona junto a Tuk e enquanto este puxa a corrente que ainda mantém o celeiro fechado o outro empunha a arma para qualquer eventualidade. Todos se afastam da porta, esperando o que está dentro se revelar e vagarosamente a porta vai se abrindo. Surpreendentemente se revelam duas pessoas saindo daquele lugar, dois homens. Mas não são pessoas quaisquer… Todos estão atônitos com a cena, mas Emily parece estar mais. Ela caminha quase que em transe, não acreditando no que está vendo, tomando a frente de todos.

EMILY

– (pra si mesma) Oh meu Deus! Sr. Harris? Josh?

Sr. Harris, o motorista do ônibus escolar e Josh, o jovem que fala com Emily minutos antes de ela sair do ônibus no dia o acidente e foram tragados pelo rio, estão ali parados bem na frente de Emily.

Cena 6. Fachada da casa de Nancy. Ext. Dia.

Stevens permanece dentro do carro, fazendo campana, para tentar encontrar Nancy. E é recompensado quando flagra a mesma saindo de casa. Ele não pensa duas vezes e se apressa para alcança-la.

STEVENS

– (atravessando a rua) NANCY! NANCY!

Nancy se assusta e mesmo contra a vontade, vai ao encontro do médico.

NANCY

– Dr. Stevens eu estou com pressa e…

STEVENS

– Sem desculpas Nancy! O que houve no hospital? Você sumiu!

NANCY

– Eu pedi alguns dias para o Dr. Burke e…

STEVENS

– Burke! É sobre ele que quero falar com você. Será que podemos conversar em um lugar mais reservado?

NANCY

– Dr. Stevens, desculpe-me, mas eu não quero me envolver nesses assuntos eu…

Uma mariposa, pousa no ombro de Nancy.

STEVENS

– Nancy, nós precisamos parar o Dr. Burke. Eu acho que… (outra mariposa para sobre Nancy, dessa vez no outro ombro e Stevens tenta espantar) Com licença. (com um gesto ele espanta, mas logo as mariposas voltam).

Sem jeito, Nancy puxa Stevens pelo braço em direção a sua casa.

NANCY

– Vamos conversar lá dentro.

Cena 7. Casa de Nancy. Int. Dia.

Stevens entra e é seguido por Nancy, que se apressa em trancar a porta. Stevens estranha à casa toda fechada, janelas vedadas com fita adesiva e é o mesmo que Nancy faz com os vãos da porta.

STEVENS

– (intrigado com o nervosismo da enfermeira) Está tudo bem Nancy? (olha ao redor) Você está vivendo aqui? Assim? Com a casa toda fecha? Mas…

Nancy corre para conter as palavras do médico.

NANCY

– SHHH! (tapa a boca de Stevens) Dr. Stevens, você consegue guardar um segredo?

Stevens se mostra preocupado com o que pode estar acontecendo com Nancy.

Fim do segundo ato.

Terceiro ato.

Cont. cena 5. Fachada da fazenda. Celeiro. Ext. Dia.

Emily olha incrédulo tudo o que está acontecendo e não crê ao ver Sr. Harris e Josh parado em sua frente. Josh toma a frente e abraça Emily intensamente.

JOSH

– Emily! Meu Deus! Não acredito que você está aqui!

EMILY

– Josh?! Mas como isso é possível? (abraça de novo) Eu achei que… O ônibus…

JOSH

– Eu também não sei. Eu perdi a consciência e quando acordei eu…

EMILY

– (interrompendo) Estava no hospital de Mirella.

Josh confirma com a cabeça e ao mesmo tempo Sr. Harris se aproxima da jovem.

SR.HARRIS

– Eu não acredito. Emily. Você aqui! (abraça Emily)

Nesse momento o delegado Tuk coloca as algemas em Breff que já está imobilizado. Enquanto isso, outros policiais já estão dentro do celeiro, vistoriando a procura de mais pessoas. Pedro olha fixamente para Breff, ainda contido por Charlie.

DELEGADO TUK

– (dirigindo-se para Josh e Sr. Harris) Existe mais alguém lá dentro?

JOSH

– Não. Só sobramos nós dois.

Pedro de aproxima de Josh.

PEDRO

– Vocês viram uma garotinha. Ela tem sete anos e…

HARRIS

– (interrompendo) Rose. Sim, ela estava conosco. Mas foi levada. Já faz muito tempo.

Pedro parece sentir uma dor forte ao ouvir e encara Breff que mantém o olhar baixo. Ele parte para cima de Breff, mas é contido por Charlie mais uma vez.

PEDRO

– Eu vou te matar! Eu juro que vou!

CHARLIE

– Calma! A gente vai cuidar dele agora!

Charlie olha com reprovação para o irmão, que encara Mimi como se mante-se algum segredo.

Um policial sai e seguido por outros, com um gesto, diz que não tem mais ninguém no celeiro.

DELEGADO TUK

– Bom, vamos leva-lo para a delegacia, lá ele vai falar.

BREFF

– Está cometendo um grande erro delegado.

DELEGADO TUK

– Não está em condições de fazer ameaças rapaz.

Charlie se aproxima do irmão.

CHARLIE

– Eu sabia que ia acabar assim.

BREFF

– E você deve estar feliz. Não é irmãozinho?

CHARLIE

– É eu estou. Por que sei que você não vai mais se meter em confusões por um bom tempo. Agora me diz, onde está a Charlotte?

BREFF

– (com ar de surpresa) Charlotte? Como assim? Ela sumiu?

CHARLIE

– (afirmando) E você não sabe de nada.

DELEGADO TUK

– VAMOS!

Antes que a conversa acabasse, Tuk puxa Breff pelo braço e param mais uma vez ao passarem por Emily.

BREFF

– Emily agora é com você! Mantenha todos os salvo.

Sem dizer uma palavra, Emily deixa Breff sem resposta e observa ele sendo levado para a viatura por Tuk. Josh se aproxima da jovem e a abraça pelo ombro.

Cena 7. Cenas de Mirella.

O sol cai em Mirella. A cidade parece se trancar, esperando que algo se aproxime. Algo observa as casas os estabelecimentos fechados, a instabilidade da visão revela que, o que está observando, não está com os pés no chão.

Cena 8. Hospital de Mirella. Pátio do estacionamento. Ext. Dia.

A noite já caiu sobre a cidade e Burke se prepara para ir embora. Ele caminha pelo estacionamento segurando alguns papéis e percebe que está sendo observado. Ele para, tenta ouvir alguma coisa, mas sem sucesso e volta a andar em direção ao carro. Ele destranca o carro rapidamente e entra, sentindo um perigo eminente se aproximando. Ele tenta colocar a chave no contato, mas a mão tremula já não responde com facilidade. As luzes do estacionamento se apagam e tudo fica um breu. Burke tenta enxergar algo a frente, mas a escuridão é profunda. Enfim consegue ligar o carro e assim os faróis do carro que iluminam sua frente. Para o desespero de Abraham Burke, ele não está sozinho e ao ver um enorme leão parado, como se montasse guarda, bem a sua frente, ele percebe que não está sozinho. Além dele e aquele enorme leão, existe mais alguém naquela cena assustadora.

BURKE

– (apavorado) O que vocês querem?! Eu cumpri a minha parte do acordo! Vocês queriam a minha filha e eu dei! (pausa) Nós temos um acordo e vocês não honraram! Invadiram o hospital! Não podiam entrar aqui, era parte desse acordo!

Nesse momento o enorme leão joga as duas patas dianteiras sobre o carro, fazendo o automóvel e o coração do médico pularem.

BURKE

– (aterrorizado) O que vocês querem de mim?!

Então uma voz feminina, muito doce e serena se revela.

VOZ

– Os dois! O menino e a menina.

BURKE

– Eu sei que esse era o combinado. Mas eu preciso de tempo.

VOZ

– Eles vão pega-los, antes de nós. E a culpa será sua.

BURKE

– Não! Não foi minha culpa. Breff Conroy! Esse é o nome do culpado. Mas se tudo que planejei deu certo, essa hora ele está preso e fora do nosso caminho.

VOZ

– O menino e a menina. Ou nunca mais vai ver sua filha de novo.

BURKE

– Por favor, não a machuquem!

VOZ

– Nunca mais…

Nesse momento o carro desliga e o farol se apaga. Tudo fica escuro de novo e Burke sente um momento de alívio. Ele respira tentando recobrar o folego. Liga o carro e percebe que está sozinho novamente. Com um “cantar de pneus” ele segue em alta velocidade para fora do hospital.

Fim do terceiro ato.

Quarto ato.

Cena 9. Delegacia de Mirella. Int. Noite.

Tuk cuida de alguns papéis, enquanto é observado por Breff que está em uma cela no fundo do grande hall. A cela pequena tem espaço para cerca de dez homens, mas Breff está sozinho. Um barulho de um automóvel é ouvido do lado de fora e o delegado se apressa em ver do que se trata. Breff aproveita para ver alguma brecha que possibilite uma fuga, mas sem sucesso. Ele observa a calmaria dentro da delegacia, apenas Tuk e mais dois policiais dão expediente nessa noite. Tuk volta, pega um molho de chaves em cima da mesa e se dirige a cela onde está Breff. Começa a destrancar a cela.

DELEGADO TUK

– Vamos dar um passeio.

BREFF

– Passeio? Aonde?

DELEGADO TUK

– Sou eu que faço as perguntas aqui.

Tuk agarra Breff pelo braço e conduz o jovem que não oferece resistência.

Cena 10. Fachada da delegacia. Ext. Noite.

Breff é colocado dentro da viatura e Tuk entra logo em seguida. O carro parte sem perceber que estava sendo vigiado por outro automóvel. Dentro dele estão Stevens e Nancy. O carro segue atrás da viatura, com cuidado para não serem percebidos.

Cena 11. Descampado. Ext. Noite.

A viatura de policia para no acostamento de uma estrada e logo Tuk retira Breff de dentro do carro. Breff fica preocupado ao ler uma antiga placa que diz “Rodovia 286” e ele lembra-se que sofrerá um acidente nessa mesma rodovia, antes de chegar a Mirella. Os dois caminham para um descampado e Tuk continua puxando o jovem pelo braço.

BREFF

– Onde estamos indo. (sem resposta) Você vai me matar delegado?

DELEGADO TUK

– Eu não sujaria minha mão com você Conroy.

Os dois caminham mais um pouco e Breff percebe a presença de mais uma pessoa. A silhueta está encostada em um carro e ele logo percebe se tratar do Dr. Abraham Burke.

BREFF

– Se não é você que vai me matar, é ele então.

Os dois param diante a Burke e todos se encaram por um momento.

  1. BURKE

– Até que enfim nos encontramos.

BREFF

– Eu não sabia que você queria me encontrar.

BURKE

– Nunca quis. Nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto. Mas você sempre estava lá, tentando impedir, atrapalhar, sem se dar conta do mal que estava fazendo.

BREFF

– Você escolhe as pessoas que vão desaparecer. Você sela o destino das pessoas!

BURKE

– E você não? O que me diz das pessoas que você mantinha naquele celeiro?

BREFF

– Eu estava salvando suas vidas!

BURKE

– Não é o que parece quando se impede alguém de decidir seu próprio caminho.

BREFF

– Pensamos de formas diferentes, doutor. Temos uma visão de liberdade bem diferente.

BURKE

– Isso é verdade. Mas a sua forma de pensar está ceifando vidas que não precisariam ser ceifadas. Você não tem a mínima ideia do que está acontecendo aqui. A mínima ideia do que está envolvido nessa história.

BREFF

– Então por que não me conta? Acha que eu não possa entender?

BURKE

– Você vai entender. Por que você vai ver do que se trata.

Nesse momento uma pequena luz se acende, saindo de trás de Burke. Suavemente, ela se aproxima de Breff, que tenta entender do que se trata, mas a luz, muito forte ofusca sua visão. Agora, com aquela forte luz bem perto de seu rosto, ele pode enxergar uma pequena silhueta.

DR BURKE

– Breff, a sua mãe lhe contava histórias para dormir?

BREFF

– (quase hipnotizado pela luz) Sempre. Por quê?

BURKE

– E sobre o que ela contava?

BREFF

– Ela contava sobre mundos mágicos. Histórias de princesas e príncipes. Dragões e monstros. Fadas e gnomos.

BURKE

– E se te dissesse que as histórias que ela contava. Todas elas. São reais.

Breff tem o olhar fixo naquela luz, que o faz sentir um misto de prazer e paz de espirito. Mas a face que se revela dentro da luz não parece ser tão bela assim.

 

Cena 12. Fazenda. Quarto. Int. Noite.

Josh e Sr. Harris terminam de se trocar depois de um bom banho. Nelson Harris Thompson, um negro forte e robusto, tem uma barba grossa e a expressão seria e carrancuda. Este calça as botas enquanto Josh com loiro e olhos claros termina de secar o cabelo. Emily entra no quarto e os observa por um segundo. A sensação de não estar mais sozinha naquela loucura, traz uma sensação de alivio para a jovem.

EMILY

– Não sabe como é bom ter vocês aqui. Desde que cheguei estou meio perdida, com tudo o que está acontecendo.

JOSH

– (ternamente) também estamos felizes em te ver.

HARRIS

– Há quanto tempo está aqui?

EMILY

– Há algumas semanas.

HARRIS

– Sorte a sua estar tão pouco tempo em Mirella.

EMILY

– Por quê? Estão aqui há quanto tempo?

JOSH

– Dois anos.

Emily fica surpresa com a revelação de Josh.

EMILY

– Mas isso é impossível. O acidente na ponte aconteceu há poucos meses.

HARRIS

– As coisas são muito estranhas aqui.

EMILY

– (senta-se perto de Harris) Eu sei e é por isso que temos que dar um jeito de sair daqui. Aquele rapaz que estava comigo o Oliver, ele é piloto da força aérea e tem um avião pousado na mata. Ele diz que pode conserta-lo e nos tirar daqui. Vocês precisam nos ajudar.

JOSH

– (rindo) Quem colocou essa ideia na sua cabeça? A Keith?

EMILY

– (levanta-se em direção a Josh) Como assim a Keith?

HARRIS

– A Keith está aqui em Mirella Emily.

Emily não consegue acreditar no que houve sua expressão de surpresa, revela que as algumas coisas estão para mudar.

Fim do quarto ato.

 

– Eu não entendo. O que a fazenda de Mimi Castirrel tem haver com o sumiço de Charlotte e Ben? É algum tipo de represaria contra o Dr. Burke?

DELEGADO TUK

– Represaria? (balança a cabeça negativamente) Abraham Burke é o culpado pelo desaparecimento da filha, assim como de todos os outros.

CHARLIE

– (surpreso) O que?! Você acha que ele está envolvido nos desaparecimentos dessas pessoas? (pausa) Por quê? Como?

DELEGADO TUK

– Há tempos eu venho investigando os desaparecimentos, mesmo quando o Dr. Burke, a pedido do prefeito, disse para não buscar mais por respostas. Bêbados, arruaceiros, pessoas que perturbem a ordem da cidade, esse é perfil das pessoas desaparecidas. Digamos que eram pessoas descartáveis.

CHARLIE

– E o caso daquela menina, Rosario, irmã de Pedro Sanchez? Ela era uma criança.

DELEGADO TUK

– Eu acredito que o alvo era o irmão, não ela.

CHARLIE

– E você acha que Charlotte pode estar correndo perigo?

DELEGADO TUK

– Eu acho que sua namorada já não está mais em Mirella.

CHARLIE

– Mas ela não se encaixa em nenhum perfil desses.

DELEGADO TUK

– Parece que ela inaugurou uma nova categoria de perfil. Os desafetos do Doutor.

 

CONTINUA …-” ”>-‘.’ ”>

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