Emily Everett (em off): Nos episódios anteriores de The Last of Us

Cena 01: (rodovia 278 – entre os estados de New York e Maine – Dia – Ext.)

(…)

A viagem prossegue e o celular toca novamente. Emily reluta em atender, mas a insistência a faz pegar o aparelho e então vem à surpresa. No visor do celular aparece o nome “Keith Brastow”. Emily engole “seco” e por um momento esquece a autoestrada. Ao recobrar a consciência, ela se depara com um animal (não identificado) atravessando a via, ao tentar desviar o carro de Emily capota.

Cena 03: (Hospital – Dia – Int.)

Emily: (interrompendo) onde eu estou?

Nancy: Você está em Mirella. Fica ao sul do mapa.

Emily: (riso tímido) Impossível. Eu estava indo para o Maine e ele fica ao norte.

(…)

Homem: Oi, Sou o doutor Abraham Burke.

Cena 05: (Quarto do hospital – Dia – Int.)

…se revela um homem no seu quarto, que salta para perto dela. Emily se assusta.

Homem: Shh! Shh! Você está bem? Vamos! Vem! Temos que sair daqui, antes que eles voltem.

Homem: Meu nome é Breff Conroy, eu moro em Mirella há quatro anos. Desde que sofri um acidente de carro na rodovia 278 e fui trazido para cá desacordado. Eu não estava indo de New York para as praias da Califórnia, estava indo para o Maine.

Emily: Não estava indo para o sul. Estava indo para o norte.

Breff: Igual a você.

Cena 11: (Orfanato – Dia – Int.)

Nesse momento um grito vindo da sala ao lado, assusta a todos. Uma mulher corre até a sala principal onde estão Charlotte e Charlie.

Mulher: Oh meu Deus! Ali, na outra sala!

Charlotte está hesitante, quando Charlie se põe a frente e puxa o menino, revelando uma cena chocante.

(…)

O menino chora enquanto mastiga o próprio braço.

(…)

Charlie carrega o garoto envolto a um lençol encharcado de sangue, em direção ao carro e o acomoda no banco de trás.

Charlotte pega os documentos do menino e segue para o carro.

Charlotte: Qual o nome dele?

Mulher: Benjamin Evan!

Cena 12: (Fazenda – Dia – Ext.)

Emily: Eu não vou ficar aqui. (…)

Cena 14: (Estrada – Noite – Ext.)

Emily dirige em uma velocidade considerável. Emily não acredita no que vê. Intrigada. Ela sai do carro e caminha até a frente do carro e a sua frente, o fim da estrada, simplesmente interrompida por uma grama alta (como se a estrada estivesse inacabada).

(…)

Emily: Breff, onde estamos? Que lugar é esse?

Breff: É o que estou tentando descobrir, há quatro anos.

Cena: (Floresta – Noite – Ext.)

Emily: Breff.

Breff olha para frente e observa intrigado, um casebre antigo, de madeira e pela aparência, abandonado.

(…)

Cena: (Casebre – Noite – Int.)

Breff: Emily. Qual era o nome da sua amiga, que morreu no tal acidente com o ônibus escolar?

Emily: Keith Brastow. Por quê?

(…)

Emily pega o arquivo das mãos de Breff e leva um susto ao ver a foto da amiga. A ficha diz:

“KEITH BRASTOW. ESTUDANTE. DEZOITO ANOS. DESAPARECIDA”.

O telefone volta a tocar.

Emily: (falando baixo) Alô! Alô! Quem está falando? Onde é esse portão? Você precisa nos ajudar…

Voz: Transferência autorizada para o centro de tratamento Esmerald Hill. O portão será aberto amanhã às 22h e permanecerá assim por 30 minutos.

Emily percebe tratar-se de uma gravação.

Cena 09: (Fazenda – Dia – Int.)

Breff: Não podemos voltar lá é muito arriscado.

(…)

Pedro: Será que existe algo sobre minha irmã?

Emily: É bem provável.

Breff: Não, não é! Ninguém vai voltar naquele lugar até que eu diga o contrário!

(…)

Pedro: Você acha que pode haver alguma coisa sobre a Rose nesses arquivos?

Emily: Não posso te garantir, mas são muitos arquivos, podemos achar alguma coisa sobre ela.

Pedro: Será que consegue achar essa casa de novo?

Cena 14: (Floresta – Dia – Ext.)

A imagem mostra uma caminhonete se aproximando do casebre e estacionando bem em frente. Um homem jovem e com vestimenta militar, salta do carro carregando uma mochila e uma caixa de madeira. Ele entra na casa sem, aparentemente, perceber que estava sendo observado.

(…)

Ele para em frente à casa, ajeita alguma coisa na arma e dá uma rajada para cima, o que assusta os dois observadores.

Homem: (sotaque russo) Como é? Vão ficar me olhando ou vão vir falar comigo?

Emily e Pedro se olham numa mistura de medo e surpresa.

(…)

Pedro: Abaixe a arma! (blefando) Você está cercado. Não estamos sozinhos!

A expressão do homem muda e agora é cerrada e séria.

Homem: (sotaque russo) Que bom, pois também não estou sozinho.

Nesse momento uma voz masculina surge atrás de Pedro e Emily.

Voz: Ei!

POV – Pedro.

Pedro vira-se, mas antes que possa ver o dono da voz, ele leva um golpe com o cabo de algum tipo de rifle.

A imagem fecha num baque.

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EPISÓDIO DE HOJE : A MISSÃO DE RESGATE (PARTE 1)

 

Fade In

Cena 01: (Casebre – Dia – Int.)

POV – Pedro.

A imagem clareia e vemos o interior do casebre, com um homem andando de um lado para o outro. Ele veste calça e jaqueta igualmente militar, na mão direita, uma arma de fogo é balançada insistentemente.

Agora a imagem de Pedro com um corte na testa e o rosto sujo com o próprio sangue já seco. Ele percebe que está amarrado a uma cadeira, com braços para trás e as pernas juntas.

Homem: (sotaque russo) Até que enfim acordou, pensei que tinha perdido você.

Pedro continua olhando ao redor ainda meio atordoado.

Homem: (tenso) Não era para acontecer dessa forma, não era. Mas vocês seres humanos, tem que sempre fuçar onde não são chamados. (ele diz alguma coisa em outra língua)

Longa pausa.

Pedro: O que é você?

Homem: O que? O que sou eu? Que tipo de pergunta é essa?

Pedro: Você disse “Vocês seres humanos, tem que fuçar onde não são chamados”, então se nós somos seres humanos, o que é você?

Homem: Deve ser a pancada na cabeça, né? (se aproxima de Pedro) Me diga. Quem era que estava aqui mais cedo? Como me acharam? Quem é o seu líder?

Pedro: Onde está minha amiga?

Homem: (falando rápido e nervoso) Não, não, não! Não é você que faz as perguntas aqui. Se não reparou, não sou eu que estou amarrado. (se afasta) Qual seu nome? (silêncio) Ok, não precisa me dizer, eu sei quem é você. (pausa) Todos vocês.

O homem para e olha para Pedro com ar de deboche.

Homem: (falando rápido e nervoso) Eu estou de olho em vocês e não é de agora. Tenho vários monitores, não aqui é claro, mas em outro lugar. Com imagens de todos os tipos e ângulos, mostrando o dia a dia de vocês.

Pedro repara em um copo vazio ao lado de uma garrafa de bebida pela metade.

Homem: O que? (olha para a garrafa) Está achando que sou algum tipo de louco, bêbado que não diz coisa com coisa? (ele aponta a arma para Pedro) Cuidado, pois o louco pode perder a cabeça e atirar.

Pedro: Eu só quero saber o que você fez com minha amiga.

Homem: Amiga? (abaixa a arma) Ela não é tão amiga assim. Saiu correndo assim que teve a oportunidade e nem olhou para trás.

Pedro: Ela conseguiu fugir?

Homem: Não. Eu que a deixei fugir.

Pedro: Por quê?

Homem: Por que ela vai trazer seus aliados até aqui.

Pedro olha para o homem com a certeza de que ele está certo.

Cena 02: (Floresta – Dia – Ext.)

A imagem acompanha as pernas com velocidade e Emily corre por entre as arvores e a vegetação alta, sem olhar para trás. A chuva que agora é torrencial faz com que ela se desequilibre e caia, se sujando, quase que cobrindo as marcar de sangue na roupa e no rosto. Ela se levanta, tentando controlar o choro e o medo e volta a correr o mais rápido que pode.

Cena 03: (Estrada – Dia – Ext.)

A imagem desce do alto até encontrar a frente da caminhonete dirigida por Tuk e Charlie o acompanha no banco do carona.

Corta para o interior do carro.

O silêncio prevalece entre os dois, até que Charlie decide tomar a iniciativa.

Charlie: O que você pretende fazer agora Xerife?

Tuk: Esperar que me providencie o documento para que eu possa entrar naquela casa. Tenho certeza de que a garota está lá.

Charlie: Eu não entendo por que o Breff se mete em tantas confusões. Sempre foi assim, dando dor de cabeça para os meus pais e eu sempre tendo de consertar as “burradas” dele.

Tuk: Talvez seja por isso que ele se mete em tanta confusão. Porque sempre tem alguém para conserta-las.

Charlie: Eu só rezo para que essa garota não esteja naquela fazenda.

POV – Charlie e Tuk.

A imagem dentro da caminhonete em movimento mostra a estrada e do canteiro, surge uma jovem correndo e balançando os braços no alto.

Charlie chama a atenção do xerife com um tabefe no braço.

Corta para a autoestrada.

Emily cai de joelhos no chão, bem em frente à caminhonete que vai parando lentamente. Tuk e Charlie descem da caminhonete, atônitos com a cena.

Tuk: Ei, garota, está tudo bem?

Emily mantém a cabeça baixa e os cabelos impedem que se veja o seu rosto.

Tuk: Meu nome é Bradley Tuk, (coloca a mão no coldre) sou o xerife da cidade e esse é Charlie, ele trabalha na prefeitura, podemos lhe ajudar.

Emily levanta o rosto e se revela a expressão assustada e cansada de correr pela mata.

Os dois começam a se aproximar.

Charlie: Tuk! É a garota. Emily Everett.

Tuk: Emily? Você é Emily Everett?

Emily: (chorosa) Eles o pegaram…

Tuk: (confuso) Eles pegaram quem?

Emily: (chorosa) Eles têm armas… Carros…

Charlie e Tuk se entre olham preocupados com as palavras ditas pela jovem e eles já estão perto o suficiente para amparar Emily.

Charlie tira o casaco e coloca sobre os ombros de Emily e Bradley examina, superficialmente, os ferimentos em seu rosto.

Tuk: Venha (ajuda Emily a se levantar) Vamos leva-la ao hospital, o doutor Burke vai cuidar de você.

Emily puxa o braço e dá dois passos para trás.

Emily: Não! No hospital não!

Tuk: Tá tudo bem, lá eles vão cuidar de você.

Emily: Não, pra lá eu não vou voltar.

Charlie: Tudo bem, você vem pra minha casa então.

Tuk reprova com o olhar a atitude de Charlie.

Charlie: (para Tuk) Ela precisa de cuidados. Vamos leva-la para minha casa, depois pensamos no que fazer.

Mesmo contra vontade, Bradley ajuda Charlie a colocar Emily dentro da caminhonete.

Tuk: (em off) Parece que suas preces foram atendidas Conroy.

A imagem sobe mostrando o carro saindo pela autoestrada em alta velocidade.

Fade to Black.

SEGUNDO ATO.

Fade to Clear.

Cena 04: (Hospital – Dia – Int.)

Closed Up

A imagem abre mostrando a tela de uma televisão. É possível ver no reflexo da tela, que alguém está assistindo a imagem.

Imagem da televisão.

Pode-se ver o interior de um laboratório, uma visão panorâmica mostra duas grandes pias de metal, tubos de ensaios devidamente limpos e arrumados. No centro da sala, uma mesa de inox lustrada e milimétricamente posicionada. Agora, na tela da televisão, surge uma jovem de jaleco branco, cabelos amarrados num rabo de cavalo e óculos, mostrando um grande sorriso e nas mãos uma pasta de papel. A imagem para quando enquadra a jovem no centro.

Mulher: Olá, eu sou a Dra. Deborah Laurson, diretora responsável de pesquisas do instituto de Esmerald Hill. Sejam bem vindos a aula de introdução dos colaboradores da organização E.V.A. Para entender qual a nossa meta e nosso propósito é importante conhecer a nossa história.

Slides, com fotos antigas começam a ser exibidos na tela.

Dr. Deborah Laurson: Em meados dos anos 40, a borbulhante instabilidade econômica trazida pela segunda guerra mundial e a escassez de postos especializados para tratar os feridos de guerras, foram o ponto de partida para a criação de um projeto arrojado para a época. Um espaço de tratamento físico e psíquico, na intenção de trazer a total recuperação para os oficiais da marinha, aeronáutica e exercito focado não só nos militares, mas em suas famílias também.

Nascia então o Hospital Esmerald Valium Amarant, em homenagem a duquesa do leste americano. Mas, vinte anos depois, a falta de investimentos federais fez com que o hospital fechasse.

De olho no projeto audacioso, Toddy Ryan Pierce, um magnata alemão que vivia nos EUA, decidiu tomar a frente do hospital e suas instalações, transformando o lugar em mais que um centro de recuperação e sim em um centro de pesquisa, na intenção de desenvolver métodos científicos para o tratamento desses homens feridos em combates.

Nascia então a organização E.V.A.

A imagem volta para a mulher que agora está sentada em um banco e atrás dela é possível ver um grande jardim, muito bem cuidado e com algumas pessoas caminhando de um lado para o outro.

Dr. Deborah Laurson: O E.V.A é uma organização não governamental, que estuda novos caminhos para a medicina, em prol de casos ainda sem solução pelos caminhos convencionais.

A imagem agora mostra um laboratório repleto de médicos e profissionais da saúde. Alguns caminham com pranchetas, outros olham pelo microscópio e ainda tem aqueles mexendo em laptops.

Dr. Deborah Laurson: Os avanços nas pesquisas para a cura de doenças como o Câncer, Ebola, Alzemheir e o HIV, tem tido avanços significativos desde que começaram a ser estudadas a mais ou menos quatro anos.

Agora vemos novamente a mulher na imagem anterior.

Dr. Deborah Laurson: A inserção de novos profissionais e a renovação de nosso corpo clínico são imprescindíveis para o frescor nas ideias que possam nos levar a descobertas que tragam qualidade de vida a homens e mulheres do nosso país. Por isso que nós do E.V.A desejamos a vocês , uma boa e tranquila inserção no nosso quadro de colaboradores. Sejam Bem Vindos e tenham um bom dia!

Closed Up.

A imagem se apaga e ainda é possível ver silhueta de uma pessoa na tela da televisão. A luz se acende.

Corta para uma visão completa da sala vista de cima, aonde mostra Nancy sentada em uma cadeira a alguns metros de um pequeno telão, atrás de uma mesa. É possível ver também um projetor do outro lado da sala que ainda tem alguns armários, cheios de livros e alguns pôsteres, com imagens do corpo humano, pregados a parede.

No canto da sala também é possível ver um homem encostado à parede.

Dr. Burke caminha em direção a Nancy que se mantém do mesmo jeito que estava, demonstrando apreensão. Ele caminha tranquilamente até sentar-se na cadeira que acompanha a mesa posicionada em frente à enfermeira.

Dr. Burke: Então, o que achou?

Nancy: (confusa) Eu não sei o que dizer doutor.

Du. Burke: Nancy há quanto tempo você está conosco?

Nancy: (tímida) Desde que cheguei a Mirella. Há alguns anos.

Dr. Burke: E sempre com o mesmo jeito, simplório e discreto de ser. (Nancy se mostra sem jeito com o comentário) Não! Não fique assim, por que isso é um elogio, acredite. Em alguns momentos a discrição pode salvar nossas vidas. Nancy, eu decide te mostrar esse vídeo, por que tenho uma proposta a te fazer, uma proposta que eu acredito ser irrecusável. (pausa) Você gostaria de sair de Mirella?

Os olhos de Nancy saltam com a surpresa da pergunta.

Nancy: Como assim sair? Mas o senhor sabe que…

Dr. Burke: (completando a frase da enfermeira / debochando)… Que ninguém pode sair da cidade. É eu sei. Mas existem casos e casos, e o seu é um desses casos. (sorri forçadamente) Nós precisamos de sua colaboração em uma manobra que o hospital terá de fazer daqui a 24 horas.

Nancy: Manobra? Mas que manobra?

Dr. Burke: Uma transferência de paciente, do nosso hospital para o Instituto de Esmerald Hill.

Nancy: E qual o estado do paciente?

Dr. Burke: Crítico. (pausa) Você poderá sair da cidade, respirar novos ares e saber como está à vida lá fora. Uma oportunidade que muitos não terão durante a vida toda. (pausa) Então podemos contar com você e sua discrição? (Nancy confirma com a cabeça) Ótimo. (dá um tapa na mesa e levanta)

Burke se dirige a um arquivo e depois de folhear algumas pastas, pega uma devidamente lacrada. Ele coloca a pasta sobre a mesa de frente para a enfermeira e volta a se sentar.

Dr. Burke: A transferência será amanhã e o doutor Howard Stevens vai te dar outras instruções.

Nancy lê na capa da pasta “Documento Sigiloso”

Nancy: E quem é o paciente que será transferido?

Dr. Burke: O seu nome é Benjamin Evans.

Nancy olha para Dr. Burke surpresa, por se tratar do mesmo nome pelo qual Charlotte procurava informações.

Corta.

Cena 05: (casa de Charlie / Quarto – Dia – Int.)

Vemos um quarto bem decorado, com um grande espelho pregado na parede e ao lado, um guarda roupas com um grande espelho em uma das portas. O ambiente é decorado de forma moderna nos tons de branco e cinza e no centro uma grande cama tipo king size, onde está Emily deitada, já vestida em outras roupas. Charlie entra no ambiente carregando uma bandeja com uma xícara e alguns quitutes.

Charlie: Como está se sentindo?

Ele coloca a bandeja sobre a cama à medida que Emily se coloca sentada.

Emily: Estou bem. Apenas com uma dor de cabeça. (pausa) Onde está o delegado?

Charlie: Ele foi resolver algumas coisas na delegacia, mas logo estará aqui.

Emily: Ele não foi avisar o Breff e o pessoal da fazenda?

Charlie: Ele fará isso, mas antes tem que lhe fazer algumas perguntas.

Emily: O Pedro está refém daquela gente, não podemos ficar aqui esperando.

Charlie: Pedro? Pedro Sanchez? O Sancho?

Emily: É ele mesmo.

Charlie: Emily, quem é essa gente? Quero dizer, como vocês os encontraram?

Emily: (falando rápido/aflita) Eu não sei quem é. Eu estava com seu irmão quando encontramos a casa que tinha esse telefone tocando com a gravação e…

Charlie: Espera! Espera! Tenha calma, respire e fale devagar.

Uma trilha de suspense sobe abafando a voz de Emily que começa a contar para Charlie o que aconteceu.

Corta.

Cena 06: (Casebre – Dia- Int.)

A imagem mostra um calendário preso na parede e um “X” sendo marcado em uma data, sequenciado por outros dias igualmente marcados pela letra.

Agora vemos Pedro, ainda amarrad, e observando o homem escrevendo algo no calendário. Ele também repara que existem dezenas de outros calendários presos nas paredes por todo o casebre e neles, todos os números estão marcados com um “X” como se estivesse contando os dias.

Nesse momento o walkie talk, que Pedro carregava e agora está em poder do homem, toca e do outro lado está Breff.

Breff: (em off) Pedro! Pedro! Onde vocês estão? Estamos preocupados.

Homem, agora, anota alguma coisa em um caderno amarrotado e vibra discretamente. Ele percebe que está sendo observado.

Homem: O quê? (balança a cabeça com ar de reprovação) Você é igual a todos os americanos e judeus. Olhando-nos com esse olhar de superioridade, mas por dentro suplicam por clemência. Mas como diz o nosso líder: Aqui jaz uma raça impura que tem a reprovação correndo por suas veias.

De dentro de uma gaveta ele retira um pedaço de pano e gruda o mesmo, orgulhosamente, na manga esquerda de sua jaqueta. É possível ver o símbolo da suástica nazista, esfarrapada e mal grudada.

Homem: Nós vamos ganhar essa guerra. (ele arrasta uma cadeira e posiciona de frente com Pedro.) Como é ser a banda podre da humanidade? Afinal você é podre até na cor. (sorri maldosamente/olhando de cima a baixo) Nosso líder tinha razão, vocês são nojentos.

Pedro: Quem é o seu líder?

O homem sorri com deboche.

Homem: Quem é o meu líder? Você não sabe? (pausa) Quem é o seu?

Pedro: Diga o nome do seu e eu digo o nome do meu.

Homem: (se aproximando do rosto de Pedro) Nós não fazemos acordos com o seu tipo de gente. Se eu quiser, faço você falar qualquer coisa com a voz de uma pequena garotinha chorando. (pausa/se afastando) Eu só queria saber a quem defende já que americano você não é. Mas não tem problema, quando vierem para te levar para o campo de Alchevitz, não fará a menor diferença.

Pedro fica pensativo por um tempo, enquanto o homem lhe dá as costas.

Pedro: Eu não tenho medo do seu líder.

Homem: O quê?

Pedro: Eu vou mata-lo, mas antes, vou dar um chute naquele traseiro branquelo e faze-lo comer terra porto-riquenha e…

Homem: CALADO!

O homem desfere um golpe com a parte de trás da mão e em seguida ele agarra o rosto de Pedro.

Homem: Limpe sua boca imunda para falar do nosso líder. Ele é um visionário que pretende limpar esse planeta da escoria suja que é o seu povo.

Nesse momento ouve-se o barulho de carro se aproximando. O homem solta o rosto de Pedro, empurrando-o para trás e caindo no chão junto com a cadeira.

Homem: Chegaram. (rindo) Você vai se arrepender por ter nascido.

O homem se afasta em direção a porta e Pedro permanece caído no chão.

Corta.

Cena 07: (Fazenda – Dia – Ext.)

A imagem desce e vemos a fachada da fazenda, onde Breff está com o walkie talk nas mãos, parado na varanda. Percebe-se que está escurecendo.

Mimi chega e para ao lado de Breff e os dois permanecem em silêncio por um instante.

Breff: Estou preocupado.

Mimi: Nada ainda?

Breff responde negativamente com a cabeça. Um homem de aparência mulçumana, vestindo calças e uma camisa de flanela surge um pouco distante da casa e com um Walkie Talk na mão.

Breff: Murah conseguiu alguma coisa?

Murah: Nada, sem sinal!

Breff: (para Mimi) Já está escurecendo, deve ter acontecido alguma coisa.

Mimi: (fazendo um carinho no ombro de Breff) Tenha calma.

Breff: Vou esperar mais um pouco, se não aparecerem, eu vou atrás deles.

Corta.

Cont. Cena 08: (Casebre – Dia – Int.).

Pedro, ainda caído no chão, consegue ouvir outras vozes masculinas e falando em outra língua, vindas do lado de fora.

Pedro tenta e com muita dificuldade, consegue levantar-se e ainda amarrado à cadeira, segue até a mesa encostada em uma das paredes. Ele procura por qualquer coisa que possa ajuda-lo a se soltar, mas tem sua atenção chamada pelos inúmeros calendários presos a parede.

Ele repara que os calendários são de anos diferentes, sendo que o ultimo, no qual o homem fazia anotações, datada de 1946.

Nesse momento o walkie talk chama novamente e instintivamente Pedro agarra o aparelho, mas sem jeito o deixa cair. Pedro se agacha na tentativa de recuperar o aparelho, mas antes que consiga, ele pôde ouvir o engatilhar de uma arma.

Homem: Pessoas dá sua raça realmente não são confiáveis.

O homem permanece com a arma apontada para a cabeça de Pedro.

Corta.

Cena 09: (Casa de Charlie – Dia – Ext.)

Vemos a fachada da casa de Charlie e Charlotte se aproxima depois de estacionar o carro. Ela toca a campainha.

Dentro da casa Charlie termina de ouvir a história de Emily, quando sua atenção é chamada pela campainha que toca.

Charlie: Só um minuto eu vou atender, deve ser o Xerife Tuk.

Charlie dirige-se a sala, deixando Emily sozinha no quarto.

Corta. A porta abre e Charlotte adentra a sala aparentemente aflita.

Charlotte: Charlie, você precisa me ajudar! Eu sei o que você vai dizer que eu estou exagerando, mas tem alguma coisa muito seria acontecendo.

Charlie: Do que você está falando, Char?

Charlotte: Ontem eu estive no hospital, querendo saber noticias do Ben e adivinha! Ninguém nem se quer, sabe que ele deu entrada no hospital. Eu conversei com a enfermeira Nancy e ela nem sabia que o Ben estava internado.

Breff passa a mão no rosto e respira fundo.

Charlie: Char, eu não posso cuidar disso agora…

Charlotte: Eu conversei com meu pai a respeito e ele está escondendo alguma coisa.

Um barulho vem do quarto e chama a atenção dos dois.

Charlotte: O que é isso?

Um novo barulho, agora como um baque.

Charlie: Emily!

Charlotte: Emily? A Emily que sumiu do hospital?

Charlie corre para o quarto e é seguido por Charlotte.

Corta para o quarto. A imagem, em panorama, mostra o ambiente vazio, percebesse uma caixa de primeiros socorros, com gazes ainda sujas de sangue, em cima de criado mudo, a cama tem os lençóis amarrotados e as janelas estão abertas. A imagem fecha no par de sapatos, com os cadarços abertos rentes a cama.

Vemos Charlie preocupado ao perceber que Emily fugiu.

Fade to Black.

TERCEIRO ATO.

Fade to Clear.

Cont. Cena 09. (Casa de Charlie – Dia – Int.)

Charlie segue para a porta de saída e é seguido por Charlotte.

Charlotte: O que está acontecendo? Quem estava aqui Charlie?! Era a tal Emily?

Charlie: (pegando as chaves em cima da mesa) Agora não Char!

Charlotte puxa Charlie pelo braço.

Charlotte: E o Ben? Você não vai me ajudar com ele?

Charlie: Charlotte, eu te amo, mas agora não posso lidar com isso. Tenho que resolver um problema mais importante.

Com um beijo, Charlie se despede de Charlotte e sai da casa. Charlotte permanece por alguns instantes, pensativa e sai em seguida.

Cena 10: (Casebre – Noite – Int.)

Vemos atrás de uma janela que já escurece e Pedro está amarrado à cadeira sendo torturado. Ele recebe murros e tem o rosto inchado e com sangue por toda parte. Vemos o homem andando de um lado para o outro, irritado, falando em outra língua.

Homem: (agarrando o colarinho da camisa de Pedro) Me diga! Quem é o seu líder ou vamos ficar aqui a noite toda.

Pedro: Eu não tenho nenhum outro lugar para ir.

O homem desfere um golpe no rosto de Pedro e o mesmo vai ao chão novamente.

Homem: Só está tornando as coisas mais difíceis. Você vai morrer de qualquer maneira, mas resta decidir se vai ser da maneira mais dolorosa ou não.

Pedro: (ainda caído no chão) Eu te digo… Eu te digo o que quiser saber, se me responder uma pergunta.

Homem: Já disse que não fazemos acordos com sua raça.

Pedro: É só uma resposta. A resposta que me fez vir aqui.

O homem se agacha ao lado de Pedro.

Homem: Diga o que você quer saber e encare isso como um último desejo.

O silêncio toma do ambiente por um momento.

Pedro: Rosa… Maria Rosa Sanchez. Você já ouviu falar nesse nome?

Mais um momento de silêncio.

Homem: Você conhece a pequena Rose? De onde?

Closed Up

A expressão de Pedro muda e agora se enche de esperança.

Pedro: Você conheceu minha irmã?! (aos gritos) Onde ela está?!

O homem desfere outro golpe.

Homem: Sem gritos!

Pedro: (chorando) O que você fez com ela?

Homem: Ela não está mais aqui. Já foi levada.

Pedro: (gritando) Pra onde?! Pra onde vocês a levaram?!

POV – Pedro.

O homem se aproxima e encara Pedro por um instante.

Homem: É melhor você voltar a dormir.

O cabo da grande arma de fogo vem em direção à imagem, que fecha com um baque.

Corta.

Cena 11. (Hospital – Noite – Ext.)

A imagem panorâmica mostra uma sala ampla quase toda em branco, as paredes são acolchoadas e apenas uma cama mobília o ambiente. A porta se abre e doutor Stevens e Nancy entram.

Vemos Ben sentado na cama e nas mãos o tabuleiro de Gamão.

Dr. Stevens: Oi Ben. Vejo que gostou muito do jogo.

Ben: Já fiz a minha escolha.

Dr. Stevens: Depois falamos sobre isso, tem uma amiga que quero lhe apresentar.

Nancy toma a frente e com um largo sorriso se aproxima do garoto.

Dr. Stevens: Essa é Nancy.

Nancy: Oi, como vai?

Ben permanece quieto.

Dr. Stevens: Hã… Nancy é uma grande amiga minha e ela vai te acompanhar naquela viagem que você vai fazer. Lembra?

Ben: Eu não quero ir.

Dr. Stevens: Já conversamos sobre isso. (senta-se ao lado de Ben) Será uma viagem curta, logo você estará de volta.

Ben: Mas eu estou com medo. Medo daquelas pessoas de quem me falou.

Stevens respira fundo e por um instante a compaixão toma conta de seu rosto.

Dr. Stevens: Não precisa se preocupar com isso Ben. Além da Nancy, outras pessoas vão te acompanhar nessa viagem, ninguém lhe fará mal.

Corta para o corredor. A porta se fecha e Stevens e Nancy caminham lado a lado.

Nancy: De quem o garoto estava falando?

Dr. Stevens: Nancy, o que o Burke disse para você sobre essa viagem?

Nancy: Disse apenas para lhe procurar, que o senhor me diria o que fazer.

Dr. Stevens: Pois bem, Nancy, então preste atenção no que vou dizer. (pausa) Não embarque nessa missão, dê um jeito de não ir nessa viagem.

Nancy: Por que está dizendo isso doutor Stevens?

Dr. Stevens: Por que essa é uma viagem sem volta. Vão explodir a ambulância, assim que ela sair dos limites da cidade.

Close em Nancy, com uma expressão de medo e confusão.

Corta.

Cena 12: (Estrada – Noite – Ext.)

A imagem desce, chegando à estrada e vemos Emily caminhando em meio ao deserto, com as mãos no bolso. Ela caminha de cabeça baixa e podemos ver duas luzes surgindo ao fundo, mostrando ser um carro.

Corta para dentro do carro. Charlotte está ao volante e avista uma jovem caminhando no acostamento escuro. O carro diminui a velocidade e ao se aproximar o suficiente, Charlotte pode reparar que a moça está descalça e imediatamente ela encosta o carro no acostamento.

Charlotte: Ei! Você!

Emily para e vira-se, meio assustada.

Charlotte: Quem é você? Como se chama? (pausa) Você é a Emily?!

Emily permanece quieta sem saber o que responder e então Charlotte sai do carro e vai em direção a jovem.

Charlotte: Você não fala? Eu te fiz uma pergunta, na verdade três e seria interessante que você me respondesse pelo menos uma. Sabe todo aquele lance de primeira impressão? Então, ajudaria muito no seu caso. (pausa) Ok. Você não fala. Então, será que pode pelo menos responder com a cabeça? (pausa) Seu nome é Emily?

Emily responde timidamente com a cabeça.

Charlotte: Ok. Já chegamos a algum lugar! Você tá indo para onde descalça? Está muito frio aqui.

É possível ver uma fumaça branca saindo da boca de Charlotte quando ela fala.

Emily: (falando baixo) Eu… Eu estou indo para a fazenda.

Charlotte: A fazenda da Mimi?

Emily afirma novamente com a cabeça.

Charlotte: Garota você está com sorte, por que eu acredito que destino é agente que faz. (pela Emily pela mão) Vamos. É exatamente pra lá que estou indo.

Charlotte coloca Emily dentro do carro e logo se coloca no banco do motorista. Vemos o carro partir pela estrada, enquanto a imagem sobe revelando o horizonte distante.

Corta.

Cena 13: (Hospital – Noite – Ext.)

Vemos uma sala ampla, com móveis clássicos e nas paredes alguns diplomas pendurados. Vemos também Nancy sentada e em sua frente do outro lado de uma grande mesa, Dr. Stevens está também devidamente sentado.

Dr. Stevens: Você entendeu?

Nancy: Então o senhor está me dizendo que vão matar o garoto por que eles acham que…

Dr. Stevens: (interrompendo) Shh! Não repita o que acabei de lhe dizer, nem aqui ou em qualquer outro lugar. (pausa) Eu não posso impedir que façam o que tem de ser feito, mas não posso deixar que você se sacrifique por essa causa sem ter consciência.

Nancy: E o Dr. Burke sabe disso? Sabe que vão explodir a ambulância com todos dentro?

Dr. Stevens: A ordem partiu dele. (pausa / Nancy permanece pensativa) Nancy, existe um motivo para estarmos aqui, mas eu não concordo com os métodos, que às vezes são usados para se resolver alguns assuntos. Burke é um extremista e eu temo por algumas atitudes tomadas por ele.

Nancy: Então temos que impedi-lo. A vida de um garoto está em jogo.

Dr. Stevens: O Burke pode parecer grande, mas ele é apenas uma peça desse jogo, que é jogado por gente muito maior. (pausa) Esse garoto já está condenado.

Corta.

Cena 14: (Fazenda – Noite – Ext.)

O carro se aproxima da fazenda e a imagem mostra de longe a poeira que é deixada para trás. A movimentação feita pelo carro chama a atenção de Breff que já está posicionado na varanda da casa.

O carro estaciona perto da escada que dá para a varanda e Emily sai às pressas para abraçar Breff.

Breff: Emily! O que houve?

Charlotte sai calmamente do carro e observa a cena de longe.

Emily: Pegaram o Pedro! Eles vão mata-lo!

Close no rosto de Breff assustado com a notícia.

Agora ele encara Charlotte que está parada perto do carro ainda observando a cena.

Corta.

Fade to Black.

QUARTO ATO.

Fade to Clear.

Cena 15: (Fazenda – Noite – Int.)

A imagem mostra um homem, Breff, vestindo seu casaco, com uma expressão cerrada. Vemos também uma sala ampla, devidamente mobiliada e com algumas pessoas observando a movimentação, entre elas estão Charlotte, Emily e Mimi.

Mimi: Pense bem Breff, talvez essa não seja a melhor coisa a se fazer agora.

Breff: Mimi, o Pedro está preso, nas mãos de alguém, nem sabemos se ele está bem. (para Emily) Eu disse que isso ia acontecer.

Mimi: Mas se é como a Emily contou, eles estão armados.

Nesse momento Murah entra carregando uma sacola de lona erguendo-a e colocando a pesada bolsa de lona em cima da mesa.

Murah: Tudo bem (puxando o zíper da bolsa) então vai ser fogo contra fogo.

Todos ficam em silencio por um instante, incrédulos na quantidade de armas que surgem de dentro da bolsa.

Mimi: Mas o que é isso?

Charlotte: Vocês vão começar uma guerra?

Breff: (tirando algumas armas de dentro da bolsa) Se for preciso, para não perder mais ninguém. (pausa) Pena que o responsável por tudo isso, esteja brincando de médico bem longe daqui.

Charlotte: Você não sabe se o meu pai tem participação nisso. Não seja injusto.

Breff: (grita) Injusto! (irritado) Um dos nossos foi feito refém por alguém que obviamente não faz parte dessa cidade, que está vivendo alheio a todos nós e alguém deve estar ajudando-o. Então me diga Emily, quem tem o poder pra isso nessa cidade? Pelo que me parece, você veio aqui pedir ajuda contra o seu pai, não foi?

Emily: Eu vou com vocês!

Breff: (vira para Emily / sorri sarcasticamente) Não vai não!

Emily: Mas foi minha culpa, o Pedro ter ficado preso lá.

Breff: É você tem razão, foi sua culpa, mas mesmo assim você não vai. Iremos somente eu e Murah.

Murah arruma as ultimas armas em outra mochila e a coloca nas costas.

Murah: Em poucas pessoas somos mais difíceis de ser percebidos.

Mimi: Eu acho isso uma grande loucura. E se chamássemos a policia?

Murah: Se o doutor Burke estiver envolvido com esses homens, a polícia também estará. Nós sabemos que ele manda e desmanda na cidade.

Mimi: (se aproximando) Tomem cuidado. Sabem que não é só com os homens armados que têm que se preocupar.

Charlotte: Você acha que o melhor a fazer é se embrenhar nessa mata? Nós sabemos o que esse lugar guarda.

Breff: Sabemos? Eu acho que apenas imaginamos com o que lidamos.

Charlotte: Como assim?

Breff se aproxima.

Breff: Eu estou aqui em Mirella há quatro anos e nem tinha ideia da existência dessas pessoas. (Breff começa a se aproximar) Charlotte, eles tem uma base de comunicação com rádio de alta frequência, telefone via satélite e arquivos com informações de várias pessoas. Essa gente tem estrutura e é uma estrutura que vem de fora da cidade. (pausa/Breff fica cara a cara com Charlotte) Eu tenho me perguntado se realmente sabemos com o que estamos lidando. Sabemos?

Charlotte: O que você está querendo dizer? Que tenho escondido informações?

Breff: Isso seria algo muito grave.

Charlotte: Eu sei disso. Nós fechamos um acordo há tempos atrás e eu tenho cumprido com ele, mentindo para o meu pai e para o seu irmão. Eu quero sair de Mirella tanto quanto você. Mas eu não vou condenar ninguém sem provas, muito menos o meu pai.

Murah observa através da janela, um carro do polícia se aproximar.

Murah: Breff, o xerife está vindo ai.

Corta para a varanda da fazenda. Murah surge ao lado de Breff, carregando uma mochila e uma sacola atravessada no tronco.

Murah: Problemas?

Breff: Já vamos saber.

O carro estaciona. Tuk e Charlie descem e se aproximam da casa.

Tuk: Conroy, Murah, vão a algum lugar há essa hora?

Breff: Vamos caçar patos.

Charlie: Patos? Na floresta?

Breff: Aonde quisermos.

Tuk: (irônico) Ah! Caçar patos! Isso faz lembrar-me da infância, quando caçava patos com meu pai. (pausa) Nós vamos com vocês.

Breff: Não vão não.

Tuk: Vamos sim e acredite, (colocando a mão no coldre) vão precisar de ajuda para caçar esses “patos”.

Todos se encaram por um instante, Breff e Murah de um lado e Tuk e Charlie de outro.

Corta.

Cena 16: (Floresta – Noite – Ext.)

PVO.

A imagem caminha mostrando a fachada do casebre, quando um homem sai carregando um rifle no ombro e um balde na mão. Ele se curva para pegar água em um tonel e ao se levantar, se depara com um Breff parado a alguns metros bem, a sua frente. O homem larga o balde e empunha a arma.

Homem: Mãos para cima!

Breff: (aparentando calma) Calma amigo, eu vim em missão de paz.

Homem: Eu disse “mãos para cima”

O homem engatilha a arma.

Breff: Eu estou aqui por que você tem algo que eu quero de volta. E acho que podemos entrar em um acordo.

O homem abaixa a arma por um instante e olha atentamente para Breff.

Homem: Você é quem estava aqui no outro dia, com aquela garota. Você veio atrás do cara latino. Certo?

Breff: Sim ele é meu amigo. É um homem de bem e espero que você o liberte.

Nesse momento o silêncio toma conta da cena, enquanto o homem dá dois passos a frente ainda com a arma em punho.

Homem: Ajoelhe-se.

O homem se aproxima de Breff que lentamente se ajoelha e coloca a as mãos atrás da cabeça.

Homem: Eu sabia que você viria.

Closed up:

A imagem fecha no rosto do homem e nesse momento o engatilhar de uma arma surge atrás da cabeça do homem, acompanhada pela voz de Tuk.

Tuk (em off): E nós? Você sabia que nós também viríamos?

A imagem se desloca para o lado, saindo do rosto do homem e revelando Tuk com uma arma apontada para a nuca do rapaz, seguido por Murah e Charlie.

Corta para o interior do casebre.

A porta se abre e Breff adentra em direção a Pedro que está bem machucado. Em seguida, o homem entra com as mãos algemadas e empurrado por Tuk e Charlie segue o comboio. Murah permanece na porta observando qualquer movimentação do lado de fora.

Breff examina o rosto de Pedro.

Breff: Pedro, você está bem?

Pedro permanece imóvel e com os olhos voltamos para o misterioso homem que agora permanece ajoelhado bem a sua frente.

Depois de livrar Pedro das amarras, Breff coloca as mãos no rosto do amigo, tentando chamar sua atenção.

Breff: Ei, ei. Estou falando com você. Você está bem?

Pedro: Ele sabe onde está a minha irmã. Ele esteve com a Rose.

Sem aviso, Pedro empurra o amigo e avança sobre o homem, agarrando pelo colarinho ele desfere um soco no rosto e o homem cai. Tuk tenta tirar Pedro de cima do homem, mas só consegue com a ajuda de Breff.

Breff: Calma Pedro! Ele está em nossas mãos e vai ter de dizer tudo o que sabe.

Homem: Não vou não.

Tuk coloca o homem de pé.

Tuk: Eu juro por Deus que se não abrir a boca, te coloco numa sala, amarrado, com esse cara e não vai adiantar você dizer nada. Você será um homem morto.

Charlie: Quem é você? Pra quem trabalha?

Homem: (sorrindo e debochando) Nada do que eu disser vai trazer a pequena Rose de volta. (pausa) Por que ela está morta.

Nesse momento sai o áudio da cena. E em Slow Motion Pedro, transtornado, tenta se livrar dos braços de Breff e partir para cima do homem, mas com muita dificuldade e jogado ao chão pelo amigo com a ajuda de Charlie. Pedro chora e se desespera caído ao chão, enquanto Tuk tira o homem do local quase que o arrastando.

Corta para o lado de fora do casebre. “SAD SONG – CHRISTINA PERRY”.

A imagem de cima, mostra Tuk arrastando o homem para longe do casebre.

Corta.

Cena 17: (Fazenda – Noite – Ext.) Slow Motion.

A imagem mostra Mimi e Emily chegando a varanda da grande casa, sendo seguidas por outros moradores. De longe se pode ver Tuk conduzindo o misterioso homem a frente, seguido por Charlie cabisbaixo. Logo atrás surge Breff amparando Pedro pelo ombro e Murah logo ao lado, carregando um monte de papéis. Emocionada Mimi segue na direção do grupo e Emily vai logo atrás. Elas cruzam Tuk e o misterioso homem, Charlie e param diante de Breff e Pedro, enquanto Murah segue em frente. Ao ver a velha senhora, Pedro cai de joelhos ao chão e chora copiosamente e é amparado por Mimi. Emily repara que Breff tem os olhos marejados, tentando segurar as lágrimas e então ela o abraça, fazendo com que ele chore em seus braços.

Ângulo Alto.

Com uma imagem aérea, Charlotte acompanha a cena por uma das janelas do segundo andar da casa.

Uma imagem geral mostra Mimi e Pedro ainda abraçados, assim como Breff e Emily. Cessa a trilha.

A cena fecha com um baque.

Continua…

 

Escrito por:

CLAYTON CORREIA RIBEIRO

Nesse episódio:

BENJAMIN EVANS 

BREFF CONROY 

CHARLIE CONROY 

CHARLOTTE BURKE

  1. ABRAHAM BURKE 
  2. HOWARD STEVENS 

EMILY EVERETT

NICKOLAY GRANDJEN (Homem)

MIMI CASTRREL 

NANCY WRIGHT

PEDRO SANCHEZ

XERIFE BRADLEY TUK -” ”>-‘.’ ”>

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