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Como nos filmes da série Premonição ou numa maratona de um daqueles programas de TV sobre formas esdrúxulas de morrer, o espectador assiste a Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, 2014), comédia de humor negro escrita e dirigida por Damián Szifron em forma de antologia, com aquela ansiedade de antecipar como os personagens da vez vão terminar.

Resultado de imagem para RELATOS SELVAGENS  São seis histórias sobre perda de controle, motivada em sua maioria pela brutalidade do dia a dia. Passageiros de um avião, uma lanchonete de beira de estrada, motoristas numa estrada, um pai de família azarado, uma noite de casamento e uma negociação dramática são os cenários, personagens e situações escolhidos por Szifron para fazer jorrar algum sangue e, eventualmente, tecer comentários sobre o estado das coisas.

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Criado na televisão argentina, onde trabalhou desde 2002 em séries policiais e cômicas (como Os Simuladores, retransmitida no Brasil), Szifron traz a Relatos Selvagens o modo descomplicado de narrar que aprendeu ao longo desses anos. Seu filme executa pequenas variações do mesmo tema, o clássico “um dia de fúria”, sem grandes pretensões artísticas. É o tipo de filme-pipoca que junta escapismo com sadismo, e que tende a encontrar no espectador, pela própria escolha do seu tema, um parceiro para compartilhar sua sessão de descarrego.

E Relatos Selvagens não economiza na hora de extravasar. As histórias dos motoristas na estrada e da festa de casamento são as melhores justamente porque o diretor testa, o tempo todo, os limites cômicos do sadismo. Perceber que o humor negro é incontornável num filme como esse é o trunfo de Szifron, e nem daria para ser muito diferente.

 

5 MOTIVOS PARA VER

 

Com humor inteligente, filme argentino retrata falta de civilidade e selvageria nas cidades

Poucas vezes a distância entre Brasil e Argentina pareceu tão grande quanto na comparação entre a maior parte das comédias produzidas aqui e “Relatos Selvagens”, filme de Damián Szifron.

Como muitas comédias brasileiras, “Relatos Selvagens” foi sucesso de bilheteria: fez 3 milhões de espectadores e se tornou o longa mais visto do ano na Argentina. Isto, porém, sem o humor rasteiro e as piadas sobre flatulência que caracterizam, por exemplo, “O Candidato Honesto”, para citar um filme nacional atualmente em cartaz.

Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
Ricardo Darín em cena de 'Relatos Selvagens', filme de abertura da Mostra. Foto: Divulgação
Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
Imagem do filme 'Relatos Selvagens'. Foto: Divulgação
 
Imagens do filme ‘Relatos Selvagens’. Foto: Divulgação

O humor sofisticado e inteligente é a principal característica de “Relatos Selvagens”, que foi escrito e dirigido por Szifron e segue formato de antologia: são seis histórias diferentes – todas bastante regulares, algo raro no gênero -, unidas por protagonistas fora de controle, que decidem fazer justiça com as próprias mãos.

Há um aspirante a músico que reúne todos os seus desafetos em um só lugar; uma garçonete que tem a chance de se vingar do homem que arruinou sua família; uma briga de trânsito que termina em violência; um engenheiro indignado com uma multa indevida e a burocracia sem limites; um milionário que tenta livrar o filho da cadeia após ter atropelado uma grávida; e uma noiva que descobre a traição do marido em plena de festa de casamento.

São histórias simples, sobre fatos cotidianos, que por isso provocam identificação quase imediata no público. Com ironia, Szifron faz um comentário tão inteligente quanto engraçado sobre a falta de civilidade e a selvageria urbana.

Aline Arruda/Agência Foto

A atriz Erica Rivas na abertura da Mostra

Veja cinco motivos para assistir a “Relatos Selvagens:

1 – O elenco: Ricardo Darín é quem encabeça o elenco de “Relatos Selvagens”, mas o filme tem outros ótimos atores, como Darío Grandinetti, Oscar Martínez, Diego Gentille e, sobretudo, Erica Rivas. No papel da noiva que decide se vingar do marido infiel, a atriz de 39 anos protagoniza o episódio mais engraçado e marcante.

2 – O humor negro: O diretor Damián Szifron acertou ao escolher contar os episódios em tom tragicômico. Ao mesmo tempo em que diverte, o filme é reflexivo e discute injustiça social, intolerância e outros problemas da vida nas cidades.

3 – Foi sucesso de público e crítica: Além de bater recordes nas bilheterias argentinas, “Relatos Selvagens” foi a única produção latino-americana a entrar para a competição oficial do Festival de Cannes, recebendo fortes aplausos após a exibição. O longa também fez sucesso quando abriu a Mostra de São Paulo, na semana passada.

4 – Foi indicado ao Oscar: A indústria cinematográfica argentina escolheu “Relatos Selvagens” para buscar uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro. O longa compete com títulos de mais de 80 países, incluindo “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, que representa o Brasil na disputa.

5 – Foi produzido por Pedro Almodóvar: “Relatos Selvagens” está no catálogo da produtora El Deseo, fundada pelo cineasta espanhol e seu irmão mais novo, Agustín Almodóvar. Os dois estão creditados como produtores do longa.

 

PORTANTO, NÃO PERCAM, ASSISTAM. A CYBER TV INDICA!

 

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