CENA 1. INTERNA |DIA |COBERTURA DOS BITTENCOURT |QUARTO DE BIA – BANHEIRO.

Inicia com a última cena do capítulo anterior, o acidente envolvendo Helô. Depois as imagens vão retrocedendo tudo rapidamente, até que aparece a legenda…

[Uma hora antes…]

Bia entra no quarto toda sorridente e cantarolando toda feliz… Ela tira a roupa e vai para o banheiro, onde coloca a banheira para encher, depois joga os sais de banho e mexe na água com a mão. Ela então volta para o quarto e liga o som… Depois volta para o banheiro.

{Começa a tocar: Let’s Stay Together – Tina Turner}

CORTA DIRETO PARA:

CENA 2. INTERNA |DIA |COZINHA.

Juvenal entra apressado na cozinha atrás de Maroca…

JUVENAL (Ofegante) – Maroca, Maroca…

MAROCA – Que foi homem, aonde você vai com essa pressa toda?

JUVENAL – Você sabe se o Doutor Anselmo vai precisar do carro agora cedo? É que o colégio onde meu filho estuda foi invadido e eles estão sob a mira de um atirador. Eu to desesperado! Eu tenho que ir pra lá agora…

MAROCA (Nervosa) – Meu Deus do céu! Que você ta me falando Juvenal? Procura ficar calmo, que vai acabar tudo bem você vai ver… Deus é mais.

JUVENAL – O carro Maroca, rápido!

MAROCA (Nervosa) – Toma as chaves. Leva o carro, que depois eu me entendo com o seu Anselmo. O importante é que tudo acabe bem. Mas vê se não vai fazer nenhuma besteira Juvenal, deixa que a polícia resolve…

JUVENAL – Ta bom, muito obrigado Maroca. (Ele da um beijo no rosto dela e sai apressado) – To te devendo uma…

MAROCA – Vai com Deus, que eu vou ficar rezando com ele aqui… (Maroca pega o rosário no bolso de seu avental e começa a rezar) – O meu Deus proteja o Juvenal, o filhinho dele e todos na escola… Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome…

CORTA PARA:

CENA 3. INTERNA |DIA |COBERTURA DOS BITTENCOURT – SALA.

Anselmo e Celina se despendem de Helô, lhe desejando uma boa viagem.

CELINA (Terna) – Boa viagem minha querida, vai com Deus e cuidado na estrada. (Diz dando um abraço apertado em Helô).

HELÔ – Obrigada, Celina. Pode deixar que eu irei tomar todo o cuidado do mundo viu. (Sorri).

ANSELMO – Eu ainda acho que você devia esperar o Pedro pra ir junto com ele, minha filha. Assim ele ia dirigindo pra você. E eu ficaria bem mais tranqüilo…

HELÔ (Sorrindo) – O Pedro não pode ir agora, ele tem assuntos da faculdade pra resolver pai. Depois tem horário marcado pra eu chegar lá no hotel e fazer o check-in. Mas o quê que há? Ta querendo insinuar o que seu Anselmo? Que eu sou uma péssima motorista? Pois saiba o senhor que eu dirijo muito bem obrigada. (Fala rindo).

ANSELMO – Não é isso minha filha, é que mulher normalmente é mais distraída do que o homem, e isso é fato. (Fala rindo).

HELÔ – Pois eu garanto que não sou, de modo que o senhor pode ficar tranqüilo, que vai dar tudo certo e eu farei uma ótima viagem. Vem cá, me dá um abraço vai…

Helô e o pai se abraçam e nesse momento Maroca entra na sala desesperada…

MAROCA (Inquieta) – Seu Anselmo, o senhor não sabe o que aconteceu…

HELÔ – Maroca, você sabe se o Juvenal já tirou o carro pra mim?

MAROCA – É sobre isso que eu vim falar Helô, eu to muito nervosa…

ANSELMO – Mas o que foi que aconteceu criatura pra você ficar nessa agitação toda?

HELÔ – Calma pai, ela ta nervosa. Deixa ela falar. Fala Maroca…

ANSELMO – O colégio onde o filho do Juvenal estuda ta sendo alvo de um bandido, que chegou dando tiro e tudo. Ta até passando na TV…

CELINA (Chocada) – Meu Deus, que horror!
ANSELMO – E aonde ta o Juvenal?

MAROCA (Quase chorando) – Ele foi pra lá assim que soube, tava desesperado coitado… Ele me perguntou se o senhor ia precisar do carro logo cedo, daí eu nem pensei duas vezes e dei a chave do carro pra ele ir até lá… Desculpa Helô, só agora eu me lembrei que você ia precisar do carro.

HELÔ (Gentil) – Não precisa pedir desculpas Maroca, isso não tem a menor importância agora. Eu dou um jeito… O importante é que tudo termine bem não só para o Juvenal e o filho, mas também para todos na escola. Isso é um absurdo, invadir um colégio cheio de crianças e sair atirando? Onde nós estamos… Meu Deus!

CELINA – Atacar crianças indefesas, ainda inocentes… Chega a ser desumano. Eu vou rezar e pedir a Deus que tudo termine bem.

ANSELMO – Eu ainda acho que você não agiu certo de ter dado as chaves do carro pra ele ir pra lá. Imagina se o Juvenal resolve fazer uma besteira e bancar o herói? Nessas horas é melhor deixar que a polícia resolve…

CELINA – Ele é pai assim como você Anselmo… Ainda que a Maroca não desse as chaves a ele, mesmo assim o Juvenal daria um jeito de ir pra lá. E você Helô, como vai fazer pra subir a serra agora?

HELÔ – Bom não tem outro jeito, eu terei que ir com a cara e a coragem no meu carro mesmo.

ANSELMO – Mas nem pensar! O seu carro já esta ruim há muito tempo minha filha. Eu não vou deixar que você suba a serra com ele de jeito nenhum. Vai que acontece alguma coisa, não. Pega o carro da Bia que é novo e bem melhor pra você pegar a estrada.

HELÔ – Não sei, a Bia pode não gostar. Pegar o carro dela assim sem pedir? Ela ta no banho e vocês sabem como ela demora, e eu já estou atrasada, não posso esperar nem mais um minuto.

ANSELMO – Esta decidido, você só sai dessa casa se for no carro da Bia e fim de papo. Com a Bia eu me entendo depois. Agora vai e boa viagem, cuidado na estrada.

HELÔ – Pode deixar. Obrigada pai. (Diz agradecendo ao pai e depois sussurra para Celina) – Tchau Celina, da um copo de água com açúcar pra Maroca, ela ta muito nervosa.

CELINA – Pode deixar, vai com Deus querida. Vem Maroca, vamos tomar um copo de água com açúcar lá na cozinha. (Diz pegando no braço de Maroca e acompanhando ela) – Boa viagem Helô.

HELÔ – Obrigada. Pai eu vou indo então e o senhor me mantém informada, por favor! Assim que chegar lá eu ligo pra cá, pra ter notícias. Beijo.

Anselmo acompanhou Helô até a porta e depois voltou para a sala pensativo e preocupado… E ligou a TV para acompanhar o noticiário…

CORTA PARA:

CENA 4. INTERNA |DIA |COBERTURA DOS BITTENCOURT – QUARTO DE BIA.

Bia sai toda alegre do banho. Ela vai até o espelho e fica se olhando, depois vai até o seu closet e escolhe uma roupa para vestir.

CORTA DIRETO PARA SALA.

Anselmo esta estarrecido na sala com o que vê no noticiário. Nervoso ele pega o controle e desliga a TV. Nesse momento a campainha toca e ele vai atender… Bia vem descendo as escadas. Anselmo abre a porta e dá de cara com dois policiais.

POLICIAL – Senhor Anselmo Bittencourt?

BIA – Quem é pai?
ANSELMO (Sério) – Sim. Sou eu mesmo.

POLICIAL – Ouve um acidente na estrada Senhor, envolvendo o seu carro. Nós conseguimos identificar a placa, através de uma câmera na rodovia, antes do carro cair no despenhadeiro. Eu sinto muito senhor, as buscas já se iniciaram, mas não estamos otimistas…

Nesse momento, Bia que ouvira tudo, gritou desesperada…

BIA – Não… Helô! A Helô não… (E desaba, chorando).

Celina e Maroca vem da cozinha correndo e assustadas…

ANSELMO (Perplexo) – Houve um acidente feio envolvendo o meu carro. É quase provável que o Juvenal tenha morrido.

BIA (Espantada) – O Juvenal? (Indaga se levantando rapidamente e limpando o rosto) – Que história é essa? Não era a Helô, quem estava no carro?

CELINA – Não Bia. Houve um contratempo e o Juvenal precisou usar o carro do seu pai.

MAROCA – Meu Deus… O Juvenal não. A culpa é minha. (Diz chorando e Celina a consola).

BIA (Com ódio) – Eu não acredito nisso…

(Close na cara decepcionada de Bia).

CORTA PARA:

CENA 5. EXTERNA |DIA |ESTRADA PARA TERESÓPOLIS.
{Começa a tocar: Um Amor, Um Lugar – Fernanda Abreu & Herbert Vianna}

Helô toda feliz no carro de Bia, dirige pela estrada cantando e pensando em Pedro. Ela começa ter uns flashbacks desde quando o conheceu na praia: O esbarrão na fila do concurso, ele olhando pra ela com um brilho olhar forte e profundo, e ela sentindo o seu coração disparar… Depois ela lembra do acidente no mar, no desespero que ela sentiu quando viu Pedro sumir numa onda gigante. Ela pulando no mar em seguida, junto com o salva-vidas e depois ela o encontrando e o salvando… A respiração boca a boca e finalmente, Pedro voltando pra vida e para ela que já estava completamente apaixonada por ele. Por último ela se lembrou do pedido de namoro inesperado na praia e o quanto ela ficou feliz com o gesto dele… (Helô sorri e aumenta o volume do som).

CORTA PARA:

CENA 6. INTERNA |DIA |COBERTURA DOS BITTENCOURT – SALA.

BIA (Irritada) – Como é que é? Como assim a Helô foi com o meu carro pra Teresópolis? Com que direito o senhor empresta o meu carro pra ela, sem me pedir?

ANSELMO – Com direito de pai, e direito de quem comprou e pagou pelo seu carro. Ta bom pra você? (Grita).

BIA – Eu não acredito… E agora eu que me ferre no fim de semana. Com eu vou sair agora?

ANSELMO – Deixa de ser egoísta. Pega o carro da Helô, eu tenho certeza que ela não vai se importar.

BIA – Mas é claro que ela não vai se importar, uma lata velha daquelas.

ANSELMO – Ele pode não estar bem para subir a serra, mas pra rodar na cidade ele da conta perfeitamente. Depois se precisar de um reboque fica fácil. Nada que um telefonema pra um guincho não resolva.

BIA – E eu lá sou mulher de reboque? Prefiro a morte…

ANSELMO (Esbraveja) – Cala a boca Bia! Chega desse assunto, por favor! Eu tenho problemas mais graves pra enfrentar agora, o Juvenal esta desaparecido. Dificilmente ele vai sair dessa vivo, ainda tem a família dele, a esposa, o filho que estava sendo mantido refém no colégio com um atirador. Você acha mesmo que eu vou me preocupar com você e os seus caprichos agora? Some da minha frente!

Bia sobe as escadas correndo e chorando de raiva… Celina chega na sala.

CELINA (Preocupada) – Alguma notícia meu amor?

ANSELMO – Não. Nada ainda… Infelizmente eu acho difícil o Juvenal sair vivo dessa, o acidente foi muito grave segundo o policial. Pelo menos já pegaram o bandido que invadiu o colégio onde o filho dele estuda, e ta tudo bem agora, só algumas pessoas que saíram feridas.

CELINA – Graças a Deus! Dos males o menor… Vamos rezar e esperar por boas notícias em relação ao Juvenal agora.

ANSELMO – Se o pior vir acontecer, eu quero ajudar a mulher dele e o filho dele, pagar uma boa indenização pra eles viverem muito bem, e custear os estudos do menino até a faculdade. Eu faço questão disso… E a Maroca, como ela esta?

CELINA – Muito abalada ainda coitada. Imagina que ela se culpou por ter dado as chaves do carro pra ele.

ANSELMO – É mais Deus escreve certo por linhas tortas… Era pra ter sido a Helô. Você já parou pra pensar nisso?

CELINA (Incrédula) – Nossa é verdade. Eu não tinha parado pra pensar nisso ainda…

CORTA DIRETO PARA:
CENA 7. INTERNA |DIA |QUARTO DE BIA.

BIA (Com ódio) – Eu não acredito que aquela miserável escapou do acidente… Eu planejei tudo certinho, pra no fim das contas aquele imbecil do Juvenal ir no lugar dela? Burro, estúpido! Tomara que tenha morrido e vire comida de peixe no fundo do mar. (Ela se joga na cama, pega o travesseiro e cobre o rosto gritando muito, para assim abafar o som).

CORTA PARA:

CENA 8. EXTERNA |DIA – NOITE |CLIPE DE IMAGENS.

{Começa a tocar: The Girl From Ipanema – Ituana}

Cam mostrando um lindo céu azul, praias, o mar com surfistas pegando suas ondas, mulheres tomando sol na areia, pessoas caminhando no calçadão, trânsito, o Cristo… Cam fade out / fade in – Mostra imagens serranas, natureza, rio, montanhas, muito verde, flores, árvores, passarinhos sobrevoando o céu. Aparece uma legenda… [Teresópolis]. Cam mostra o céu anoitecendo aos poucos, e de repente surge um céu estrelado lindo, com uma lua cheia maravilhosa que parece brindar o amor. Cam foca num hotel grande e bem naturalista, com uma placa e o seguinte letreiro: Hotel Fazenda Teresópolis.

CORTA PARA:

CENA 9. EXTERNA |NOITE |ÁREA DA PISCINA.

Helô esta sentada a beira da piscina com os pés na água, esperando Pedro chegar. Ela esta preocupada, pois ligou para o pai no Rio e o telefone não dava linha. Ela queria saber notícias do acidente com o motorista da família. O seu coração estava angustiado também de saber que Pedro pegaria a estrada à noite… Distraída, ela nem percebeu que Pedro chegou atrás dela, se ajoelhou e a abraçou com muito carinho. Helô sorriu ao vê-lo e se levantou imediatamente… Depois de olhar ele nos olhos por um segundo, ela pulou em seus braços e o abraçou…

{Começa a tocar: I’ll Stand By You – Pretenders}
HELÔ (Emocionada) – Que saudades que eu estava de você meu amor… Eu não via a hora que você chegasse.

PEDRO – Eu também senti muito a sua falta Helô. Nossa o seu coração esta acelerado… Senta aqui um pouco. Você esta preocupada né com o que aconteceu hoje?

HELÔ (Angustiada) – Sim muito. Eu fiquei aqui sozinha, isolada o dia todo… Sem ter notícias. Eu liguei pro Rio na minha casa, mas não dava linha, o sinal aqui é fraco às vezes. Ai eu fui ficando mais nervosa ainda, e preocupada também por você ter que pegar a estrada à noite.

PEDRO – Fica calma meu amor, agora já passou. Eu estou aqui, cheguei bem, não aconteceu nada comigo… O Marcos me deixou na entrada da hotel… Vai ficar tudo bem agora, eu vou proteger você. Sossega esse coraçãozinho… Você fez uma boa viagem? (Diz abraçando ela forte).

HELÔ – Fiz sim, correu tudo bem graças a Deus. Me diz uma coisa, você ficou sabendo como do acidente? Você teve alguma notícia do filho do Juvenal, e dele também? Por favor, não mente pra mim Pedro…

PEDRO – Fiquei sabendo sim, a Bia me informou tudo. Eu liguei pra ela assim que soube pela TV, que o carro pertencia ao seu pai, enfim… Eu levei um susto daqueles, pensei que fosse você no carro…

HELÔ – Era pra ter sido eu mesmo… Eu não gosto nem de imaginar. Coitado do Juvenal…

PEDRO – Não pensa nisso agora meu amor… O importante é que você esta aqui agora. A Bia me falou que terminou tudo bem no colégio com o filho do Juvenal e com todo mundo. A polícia conseguir prender o atirador, e seis pessoas ficaram feridas, mas passam bem graças a Deus.

HELÔ (Aliviada) – Ai que bom, graças a Deus! Pelo menos uma boa notícia… E o Juvenal? Ele ta bem?

Pedro olha para Helô sério, com os olhos marejados e sem saber o que dizer… E nem precisa, ela já entende que o motorista da família, que os acompanhava há mais de dez anos, morrera tragicamente no acidente. Ela começa a chorar e Pedro a abraça, dando-lhe todo seu apoio e carinho…

CORTA PARA:

CENA 10. EXTERNA – INTERNA |DIA AMANHECENDO |PAISAGEM |QUARTO DO HOTEL.

{Começa a tocar: Quando Eu Te Encontrar}

Cam abre em fade in – Mostrando o dia amanhecendo, passarinhos voando no céu, o gramado bonito do campo, árvores, flores, uma cachoeira onde jovens praticam rapel, um casal andando a cavalo… Fachada do Hotel Fazenda Teresópolis.

Helô ainda esta dormindo e Pedro a olha carinhosamente… Não demora e ela acorda.

PEDRO – Bom-dia bela adormecida. (Diz dando um selinho nela).

HELÔ (Sorrindo) – Bom-dia meu amor… Faz tempo que você acordou?

PEDRO (Carinhoso) – Pra falar a verdade eu nem dormi essa noite… Fiquei cuidando de você, te olhando e te protegendo o tempo todo.

HELÔ (Surpresa) – Eu não acredito! Me proteger do que meu amor? Você precisava dormir também…

PEDRO – Eu fiquei muito preocupado com você ontem. Você ficou muito abalada com a notícia da morte do Juvenal. Por isso eu fiquei de olho em você a noite inteira…

HELÔ – Muito obrigada por cuidar de mim meu amor. Depois de toda essa tragédia, eu confesso que murchei um pouco… Desanimei.

PEDRO – Desanimar num lugar desses? Não senhora, nem pensar… Eu não irei admitir isso. Eu entendo a sua perda, respeito a sua dor, mas você não vai poder fazer nada estando aqui. E já que nós estamos aqui nesse paraíso, num fim de semana maravilhoso e com tudo pago amor, eu não vejo outra alternativa a não ser aproveitarmos e muito esses dois dias que nós temos. Eu te proponho esquecer tudo que aconteceu por esses dois dias e vivermos tudo isso aqui ao máximo… Só eu, você, a natureza, os animais, e a felicidade… Vamos ser felizes e sem pressa, ok?

HELÔ – Você tem toda razão Pedro. Obrigada por tudo viu, você é um homem maravilhoso. E sim, eu topo ser feliz com você agora e sem pressa. (Diz sorrindo).

PEDRO – Eu acho bom mesmo viu… Minha Garota de Ipanema. Agora já pro banho pra despertar, sua dorminhoca. Vai que em seguida eu vou, e depois descemos para tomar café da manhã juntos e aproveitar esse dia lindo que esta fazendo lá fora.

HELÔ – Eu ainda to com uma preguicinha… (Diz se espreguiçando).

PEDRO – Ah é? Pois trate de se levantar e agora, que aqui cada segundo conta e eu não quero perder nada… Não vai levantar? Muito bem, foi você quem pediu… (Disse indo pra cima de Helô e fazendo cosquinhas nela).

Helô escapou o quanto pode, rindo sem parar e pedindo, por favor, a Pedro que ele parasse. Depois ela conseguiu escapar dele e correu pelo quarto, ele foi atrás e os dois iniciaram um pega-pega ali mesmo naquele quarto de hotel, onde eles estavam tão felizes e a presença um do outro bastava para isso. Depois de cercada e cansada, Helô se rendeu e foi tomar o seu banho. E Pedro se jogou na cama exausto e sorridente…

CORTA PARA:

CENA 11. EXTERNA – INTERNA |DIA |RIO DE JANEIRO – IPANEMA |COBERTURA DOS BITTENCOURT – SALA.

Anselmo, Celina e Maroca chegam do enterro de Juvenal arrasados. E logo a campainha toca.

ANSELMO – É… Agora é vida que segue. E nós precisamos contratar um novo motorista.

CELINA – Mas vamos deixar pra pensar nisso depois né meu amor? Agora o que eu quero mesmo é um café fresquinho pra acordar disso tudo. Você faz um pra gente, Maroca?

MAROCA – Claro, eu também estou precisando de um café urgente. Já eu trago, licença.

CELINA – Você conversou com a esposa do Juvenal?

ANSELMO – Sim, eu disse a ela que vou ajudá-la e o menino de agora pra frente. Eu marquei dela vir aqui em casa pra acertamos tudo, assim que ela tiver melhor.

CELINA – Que bom, eu fico muito feliz por você ter tido essa atitude tão honrada.

ANSELMO – Era o mínimo que eu poderia fazer… O Juvenal trabalhou conosco por dez anos. Depois dessa tragédia toda e ainda envolvendo o meu carro, eu tinha a obrigação de ajudar a mulher e o filho dele, e deixar esse garoto amparado na vida.

Nesse momento a campainha toca e Celina vai atender.

CELINA – Mas quem será a essa hora? Deixa que eu atendo…

Celina vai até a porta e atende se deparando com um homem bem vestido e sério.

CELINA – Pois não?

DELEGADO – Eu gostaria de falar com o senhor Anselmo Bittencourt…
CELINA – E quem é o senhor?

DELEGADO – Delegado Afonso Martins.

Anselmo escuta e na mesma hora se levanta…

ANSELMO – Deixe que ele entre Celina…

O delegado entra e cumprimenta Anselmo.

ANSELMO – Bom dia doutor. O senhor tem alguma novidade sobre acidente?

Nesse instante Bia vinha descendo as escadas e ouviu tudo. Ela parou e ficou escutando.

DELEGADO – É sobre isso que eu vim falar com o senhor. Bom as investigações ainda estão no começo, hoje bem cedo nós retiramos da água o que sobrou do carro e os peritos já iniciaram as investigações. O senhor mandava sempre o carro pra revisão? Quanto tempo faz desde a última vez?

ANSELMO – Sempre mandava sim, de três em três meses, eu sempre fui muito cuidadoso com essas coisas. A última vez foi no mês passado. Por quê? O doutor esta desconfiado de algo?

DELEGADO – Bom ainda é muito cedo pra falar qualquer coisa. O carro é novo, pelo que o senhor me disse estava tudo certo com ele, em dia… Eu mesmo andei conversando com o motorista do caminhão do qual o Juvenal desviou antes do carro cair no mar, e ele me deixou intrigado com uma coisa… Pelo que ele pode perceber de longe, o Juvenal tentou parar o carro a todo custo, ele parecia desesperado como se tentasse freiar, mas não conseguisse. Era como se o carro estivesse sem freios, o motorista do caminhão disse.

ANSELMO – Mas isso é impossível… Como poderia acontecer uma coisa dessas?

DELEGADO (Sério) – É o que nós iremos investigar a partir de agora.

Bia ouve tudo e fica apavorada. Ela sobe para o quarto de novo e se tranca lá dentro.

CORTA PARA:

CENA 12. EXTERNA |DIA |TERESÓPOLIS.

Pedro e Helô tomam café da manhã juntos e fazem planos para o dia em Teresópolis.

HELÔ – Nossa eu estou satisfeita. Quanta coisa gostosa meu Deus! Segunda feira pegar pesado na academia, que eu devo ter engordado pelo menos uns três quilos só com esse café da manhã.

PEDRO – Que exagero Helô. Você esta ótima como sempre. O que deve estar acontecendo com você chama-se culpa, porque você devorou o café da manhã todo, comeu mais que eu se bobear. (Comenta rindo).

HELÔ – Mais que absurdo! Você que comeu feito um louco… Agora sou eu quem leva a fama? (Conclui sorrindo).

PEDRO – Ta bom sou réu confesso, eu admito. Eu comi muito mesmo, mas você não ficou muito atrás não dona Helô, é minha cúmplice.

HELÔ – Bom pelo menos isso já tira um peso das minhas costas… Cúmplice eu até que aceito ser. (Diz sorrindo).

PEDRO – Bom vamos fazer uma caminhada por ai agora, e depois aproveitar cada atração que esse lugar puder nos oferecer. (Falou se levantando e puxando a cadeira de Helô).

{Começa tocar: Always – Bom Jovi}

Os dois saíram rindo, abraçados e conversando animadamente. Eles souberam aproveitar bem o dia. Fizeram rapel, andaram a cavalo, passearam de barco pelo rio, fizeram um piquenique a tarde, com direito a toalha xadrez espalhada sobre a grama, cesta com guloseimas e um bom vinho pra acompanhar… O clima na serra era de um friozinho gostoso, aconchegante e não demorou muito para que Helô quisesse se recolher ao conforto do chalé do casal, onde eles dormiram juntinhos o resto da tarde. Depois preferiram jantar no chalé mesmo e tudo lhes foi servido no quarto. Horas depois eles tiveram a sua primeira e linda noite de amor, com a lareira acesa para lhes aquecer, a porta do quarto que dava acesso para varanda aberta, com uma vista linda na noite de Teresópolis, onde fazia um céu estrelado e a lua testemunhava esse amor…

PEDRO – Você tem certeza de que quer isso mesmo Helô?

HELÔ – Eu nunca estive tão certa em toda a minha vida… Eu amo você Pedro.

Pedro e Helô já nus de frente um para o outro, se beijaram lentamente, olhando nos olhos, pegando nas mãos e se acariciando mutuamente. Ele deitou Helô carinhosamente na cama e foi por cima dela, onde parou um instante olhando para o seu rosto, logo depois a beijou com fervor… Helô sentia o seu corpo todo estremecer e estava emocionada por estar se entregando e pela primeira na vida ao homem certo, o homem que ela amava. Ele desceu pelo corpo dela, beijando, lambendo e chupando todas as suas curvas, arrancando suspiros de prazer de Helô. No quarto a única luz que refletia era da lua, de modo que era possível ver os corpos deles nus, os seios de Helô sendo tocados e acariciados pela mão forte de Pedro, que num momento intenso de prazer foi pra cima dela e a penetrou com carinho, dando a mão para ela, como um gesto de cumplicidade e amor… Era possível ver o bumbum de Pedro a luz do luar fazendo movimentos cadenciados e precisos, e Helô de olhos fechados e sorriso nos lábios expressava todo o prazer que estava sentindo. Ela não queria que aquele momento acabasse nunca mais… E a prova disso, foi as mãos dela deslizando pelas costas de Pedro, indo pousar direto no bumbum dele e o apertando forte contra o seu corpo…

(Cam in fade out).

CORTA PARA:

CENA 13. EXTERNA |DIA |RIO DE JANEIRO.
{Toca Instrumental Romântico}

Cam fade in – Clipe de imagens do Rio de Janeiro e os seus mais belos cartões postais.

[Legenda: Duas semanas depois…]

CORTA PARA:

CENA 14. INTERNA |DIA |COBERTURA DOS BITTENCOURT – QUARTO DE HELÔ.

Bia esta apreensiva na porta do banheiro do quarto da irmã que esta fechada. Ela anda de um lado para o outro impaciente…

BIA – Anda logo com isso Helô, você já esta ai dentro tem mais de cinco minutos. Eu vou acabar morrendo aqui fora de tanta ansiedade…

Helô abriu a porta e saiu com uma cara séria e preocupada, depois deu um meio sorriso para Bia, mostrando o teste de gravidez que ela havia feito há poucos minutos atrás.

BIA (Curiosa) – E então qual é o resultado? Fala logo Helô e acaba com esse suspense…

HELÔ (Emocionada e feliz) – Eu to grávida, Bia… Eu vou ter um filho do Pedro.

(Close no rosto de Helô).

FIM DO CAPÍTULO.

(A imagem congela. Depois se transforma em um cartão postal, jogado sobre Ipanema).
{O capítulo se encerra com a música – All By Myself – Sheryl Crow}.

 

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