Gustavo conta a Isadora por telefone, detalhes da aparição de Sandra na casa de Sofia. Ela parece não acreditar, que seus planos ainda podem ser atrapalhados a qualquer momento e faz silêncio:

Gustavo – Isadora! Você tá aí?

Gustavo insiste:

Gustavo – Isadora! Ei!

Isadora – O que você quer que fale? Eu não sei o que dizer! Aquela miserável está viva, isso é perigo eminente. Pode estragar tudo!

Gustavo – Ela jurou vingança, justiça. Vai fazer de tudo pra te colocar na cadeia!

Isadora sorri:

Isadora – Me colocar na cadeia Gustavo? Tem certeza que é só a mim que ela vai colocar na cadeia?

Gustavo fica pensativo e nervoso. Neste momento, Rosa chega a cozinha e vê uma sombra formada na área de serviço. Ela se aproxima e escuta a conversa:

Gustavo – Eu não tenho nada a ver com isso!

Isadora – Deixe de ser ridículo, você sabe muito bem qual foi sua participação.

Gustavo – O que vamos fazer?

Isadora – Não sei, dá um jeito naquela imbecil, afinal ela tá por aí, né.

Gustavo – O quê? Isadora, o erro foi seu que deixou que ela escapasse viva, o vacilo foi seu, não meu. Eu não sei onde ela está.

Rosa fica chocada após ouvir Gustavo falar o nome de Isadora:

Isadora – Descubra! Por pouco, nem eu mesma escapava. Ela deu sorte. Acabe com ela de uma vez!

Gustavo – Hum, como se fosse tão fácil assim…

Isadora – Olha, não quero saber, eu é que não posso fazer nada, tô em Recife, em lua de mel com o mala do Ernesto. Dê seu jeito, não posso larga-lo aqui sem mais nem menos.

Isadora encerra a chamada preocupada e nervosa. Rosa sai de perto da entrada da área de serviço, pega sua bolsa, mas acaba deixando cair as chaves que estavam em sua mão. Gustavo escuta o barulho e encontra Rosa:

Gustavo – Rosa? Achei que já tivesse largado.

Rosa – Não seu Gustavo, eu… esqueci a chave da minha casa. Mas agora já estou indo, Boa noite.

Rosa vira-se e caminha saindo da cozinha mas Gustavo intrigado, interrompe:

Gustavo – Espera Rosa!

Rosa para de andar e fica assustada:

Gustavo – Você… ouviu alguma coisa?

Rosa – O quê?

Gustavo – Não se responde a uma pergunta com outra pergunta, Rosa.

Rosa está extremamente nervosa:

Gustavo – O que você ouviu? Estava ligadinha na minha conversa ao telefone, ou vai negar?

Rosa respira fundo, vira-se de frente pra Gustavo, nervosa:

Rosa – O senhor… eu ouvi sim, o senhor falava com a Isadora!

Gustavo se aproxima e repreende Rosa:

Gustavo – Xiiiiiiii. Não fala o nome dela! Se você contar alguma coisa pra Sofia, eu vou lá na sua casa e mato toda sua família.

Rosa fica desesperada com a ameaça:

Rosa – O quê? Não pelo amor de Deus, seu Gustavo!

Gustavo – Bico fechado! Não farei nada se ficar caladinha.

Rosa – O senhor nunca foi assim.  É amigo da Isadora?

Gustavo – Quer saber mais é? Tem certeza?

Rosa – Não, me desculpe.

Rosa enche os olhos de lágrimas:

Rosa – Eu não vou dizer nada não, só acho que… a dona Sofia não merece isso do senhor. Está enganando ela.

Gustavo – Chega! Sai daqui, vai, anda!

Rosa sai da cozinha chorando. Gustavo abre a geladeira, enche um copo com água e senta-se a mesa pensativo.

Um flashback se inicia. Curitiba, 1 anos e 8 meses atrás:

Gustavo está em um restaurante sozinho. Logo, Isadora e Sofia chegam e sentam-se em outra mesa a uma certa distância dele:

Sofia – Que restaurante magnífico!

Isadora – Seu pai é um fofo, eu aprendo tanto com ele… ele me trouxe aqui outras vezes.

Sofia – Achei o maior barato, meu pai já na idade dele, conseguir uma mulher tão linda e jovem como você.

Isadora – Ah, ele é um amor, não tem como não se apaixonar.

Sofia – Queria encontrar um assim, apaixonante de verdade!

Isadora – Eita amiga, sabia que isso se deve à sua maneira de ver o mundo? Tem que olhar em volta, perceber, paquerar sabe…

Elas sorriem:

Isadora – Os homens de hoje em dia, não têm mais coragem para chegar e dizer que nos quer. Temos que ir à luta, se não, ficamos pra titia! Olha pra você: linda, maravilhosa, mas está sozinha.

Gustavo olha pra Sofia e ela sorri:

Isadora – O que foi?

Isadora vira-se e vê Gustavo na outra mesa:

Isadora – Está flertando?

Sofia esbanja felicidade:

Sofia – Acho que sim, será que ele gostou de mim?

Isadora – Ele tá praticamente te comendo com os olhos, claro que ele gostou. Quer saber, vou no toalete.

Sofia sorri:

Sofia – Não Dora, não me deixa sozinha…

Isadora – Tô indo justamente por isso… Você precisa desencalhar.

Isadora passa pela mesa de Gustavo e faz sinal pra ele se aproximar de Sofia. Gustavo levanta-se e vai em direção a mesa de Sofia:

Gustavo – Com licença! Posso sentar?

Sofia – Claro! Quer dizer… pode.

Gustavo senta-se sorrindo:

Gustavo – Desculpa, eu tentei, mas não conseguir tirar os olhos de você!

Sofia sorri. Isadora olha de longe e comemora.

Em outro momento, 7 meses após se conhecerem, Sofia e Gustavo se casam na igreja, estão presentes no casamento Luigi, Isadora e Amanda. Durante a festa Isadora conversa com Gustavo numa área isolada do salão:

Isadora – Viu? Eu te disse que ia ser fácil, essa otária estava desesperada por um homem.

Gustavo – E eu desesperado por dinheiro.

Eles sorriem:

Gustavo – Tem certeza que quer dar fim nele?

Isadora – Ah… absoluta. Não aguento mais esse velho! Ele tá me enrolando, já devíamos ter casado. Vou focar na casa da Sandra.

Gustavo – Ela me conhece?

Isadora – Não. E aí? Vai me ajudar?

Gustavo – Claro prima! Você me fez ficar rico.

Eles sorriem.

Numa outra noite, naquela mesma época. Isadora e Marcelo estão na cama, eles fazem sexo enquanto Gustavo fotografa tudo. Instantes depois, eles conversam olhando as fotos no computador, enquanto Gustavo faz as impressões.

Marcelo – Depois dessa, o pobre morre do coração.

Isadora – Morre mesmo! Aquilo ali não aguenta mais nada.

Gustavo – Você quer todas impressas?

Isadora – Claro! Você ficou louco? Não quero nada sobrando hein? Depois eu descarto, queimo. Não me guarde nada disso aí.

Gustavo – Ok!

Marcelo pega o celular de Isadora que está na cama:

Marcelo – Dora!

Isadora – O que é?

Marcelo – Sua comadre rica de São Paulo respondeu a mensagem.

Isadora comemora e se aproxima de Marcelo sorrindo:

Isadora – Mentira! Cadê?

Assim que Isadora vira as costas pro computador, Gustavo coloca um pendrive discretamente, copia todas as fotos e cola na memória do aparelho. Ao terminar, ele retira e coloca no bolso da calça:

Gustavo – Acho que já saíram todas.

Isadora – Você acha?

Gustavo – Eu tenho certeza! Olha aí na impressora!

Isadora vê as fotos e sorri:

Isadora – Olha aqui Marcelo, o velho vai cair durinho, né Não?

Marcelo sorri:

Isadora – Apaga tudo aí primo, apagou?

Gustavo – Vou apagar na sua frente! Vem ver.

Isadora olha pra tela do computador e Gustavo exclui todas as fotos.

Isadora – Ok! Vou arrasar com a cara daquele ancião!

Gustavo sorri, Isadora comemora, pula nos braços de Marcelo e se joga com ele na cama novamente. Gustavo fica pensativo com olhar ameaçador.

O flashback termina.

Gustavo levanta-se e caminha na casa até chegar a seu quarto, Sofia está deitada na cama lendo seu livro preferido:

Gustavo – De novo amor?

Sofia – Oh, lindo… já vai implicar com meu livro de novo?

Gustavo pula na cama:

Gustavo – Vai me deixar dormir sem namorar? Vai continuar com o livro? Ou ele ou eu hein…

Sofia – Eita como é teimoso, já disse que prefiro você. Aliás amor, eu estava pensando… você foi a única coisa boa que Isadora me arranjou.

Gustavo fica desconsertado:

Gustavo – Ah, mas quando nos conhecemos, eu nem conhecia a Isadora…

Sofia – Eu sei, mas na época, ela me deu o maior empurrão pra ficar com você.

Gustavo – Pois é. Mas a verdade, é que mesmo que ela não tivesse feito nada, eu me apaixonaria por você de qualquer maneira.

Sofia sorri, coloca o livro próximo ao abajur e eles se beijam.

Em São Paulo, Eduardo segue com o carro na rua onde fica o apartamento de Bruna e de longe, vê Bruna saindo do prédio arrumada e entrando em um carro parado em frente a portaria. Eduardo para seu carro observando e fica intrigado:

Eduardo – Mas, que carro é aquele? Onde ela vai?

O carro com Bruna sai e Eduardo o segue. Alguns instantes depois, Bruna e Paulo Henrique saem do carro juntos e entram na boate. Eduardo surpreso, observa tudo de dentro de seu carro. Dentro da boate, a música é alta e dançante, Bruna procura por Rick:

Paulo Henrique – Tá procurando alguém?

Bruna – O Rick, meu amigo!

Paulo Henrique – Amigo?

Bruna – É, mas calma aê… Ele é gay!

Paulo Henrique – Ah, menos mal, deixa ele pra lá, pensei que seria só nós dois hoje.

Bruna se aproxima dele:

Bruna – Tá bom, mas já, já ele aparece.

Eles se beijam e Eduardo vê a cena em meio à multidão, seus olhos se enchem de lágrimas, ele respira fundo e vai em direção ao casal, após chegar bem perto Eduardo tira do bolso a caixinha com o anel que iria dar pra Bruna:

Eduardo – Com licença!

Eles param o beijo e Bruna fica em choque ao vê-lo:

Eduardo – Eu fui até seu apartamento pra te entregar uma coisa. Mas vi que você estava de saída e resolvi te seguir pra entregar.

Ele entrega a caixinha nas mãos de Bruna que está arrasada com a situação:

Eduardo – Está entregue, pode fazer o que quiser com isso. Não tem mais valor nenhum pra mim.

Eduardo sai de perto deles. Paulo Henrique não entende o que aconteceu:

Paulo Henrique – Esse é seu amigo gay?

Bruna ignora e corre atrás de Eduardo. Rick aparece:

Rick – Oi, cadê ela? Você é O Paulo Henrique né?

Paulo Henrique – Sou, você é o Rick? O que tá acontecendo aqui?

Rick – Sou eu, aquele cara é o namorado da Bruna!

Rick corre atrás de Bruna e Paulo Henrique fica pensativo:

Paulo Henrique – Namorado?

Do lado de fora Bruna corre atrás de Eduardo gritando:

Bruna – Edu! Espera Edu, Eduardo!

Ele não dá ouvidos, entra no carro e vai embora, Bruna fica chorando e Rick chega:

Rick – Meu Deus amiga, o que ele veio fazer aqui?

Bruna olha pra Rick chorando e mostra o anel que Eduardo lhe entregou:

Bruna – Olha isso amigo! Ele ia me pedir em casamento hoje!

Rick fica chocado:

Rick – Jesus! Ai, não fica assim…

Eles se abraçam.

Eduardo dirige pelas avenidas de São Paulo chorando, ele lembra de alguns bons momentos que passou junto com Bruna. Eduardo havia entrado no carro sem pôr o cinto de segurança. Um outro carro tenta ultrapassar o seu, ele vê pelo retrovisor as cortadas de farol que o carro de trás sinaliza:

Eduardo – Passa vai.

Ele troca de faixa, abrindo espaço na pista e o outro carro finalmente o ultrapassa. Eduardo olha para o lado e vê o tal carro o passando em velocidade, ao retornar o olhar pra frente ele vê uma área obras bloqueando a faixa que está seu veículo. Ele se assusta e após atropelar alguns cones, Eduardo bate o carro com violência em um bloco de concreto instalado no local. Por estar sem cinto de segurança, ele é arremessado pra fora do carro pelo para-brisa e fica no chão ferido e desacordado.

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