Rick arrasta Bruna para dentro da boate, preocupada e entristecida, ela parece não querer mais estar ali:
Rick – Ai amiga, eu não posso crer que sua noite acaba aqui? Deixa ele pra lá, mulher! Eu te avisei.
Bruna – Eu amo ele!
Rick – Não, querida. Você deve sentir admiração por ele. O Edu é perfeitinho demais pra você, amiga…
Bruna fica irritada:
Bruna – Ah então pra você, eu não mereço um homem perfeito?
Rick – Meu amor, ninguém merece homem assim, fica chato…. Ai, viver com boy cheio de filtros não dá! Pelo menos pra nós, não dá amiga!
Bruna fica surpresa:
Rick – Vou te jogar na cara só mais uma coisinha, pra ver se você se toca de vez e deixa o boy em paz: Onde esta seu amor pelo Eduardo quando você traía ele com aquele velho rico?
Bruna chora:
Rick – Você não é o tipo do Edu, não adianta, deixa ele…
Bruna – Eu sou uma idiota!
Rick – Eu sei!
Bruna enxuga as lagrimas.
Rick – Uma coisa é certa! O boy foi lindamente iludido por você.
Bruna fica triste e pensativa. Paulo Henrique surge por trás deles:
Paulo Henrique – Bruna, o que foi aquilo? Quem era aquele cara?
Bruna e Rick se olham:
Rick – Ai, vê aí, amiga. Resolvam-se. To esperando lá dentro!
Rick sai e deixa Bruna e Paulo Henrique a sóis. Ele intrigado, fixa o olhar nela.
Eduardo é removido do local do acidente por socorristas, ele é posto rapidamente numa maca e inserido na ambulância que sai em alta velocidade pelas avenidas de São Paulo. Ele continua inconsciente e o estado aparenta ser grave. Enquanto isso, Renata está a varanda de seu quarto com o celular em mãos, ela vê fotos de Eduardo no Instagram e comenta:
Renata – Além de simpático e educado, é muito lindo.
Ela sorri:
Renata – Que coisa mais louca… O mesmo cara do sonho que tive no hospital.
Renata olha por alguns instantes o número de telefone dele, indecisa. Ela sorri e finalmente decide ligar, algum tempo chamando e alguém atende:
Renata – Eduardo?
Ao identificar quem atendeu, sua expressão alegre se transforma.
Renata – Quem? Socorrista? Não, sou uma amiga dele. O que aconteceu?
Renata ao ouvir a resposta, fica chocada:
Renata – Meu Deus, mas então, para que hospital o estão levando?
A socorrista responde e Renata avisa:
Renata – Ok, olha eu estou indo pra lá agora mesmo.
Renata encerra a chamada desesperada. Já preparada, ela entra em seu carro e passa pelo portão da casa dirigindo em disparada.
Em Curitiba, Sandra e José Carlos estão na cama abraçados:
José Carlos – Eu achei que a nossa primeira vez não fosse acontecer nunca.
Sandra sorri:
Sandra – 8 Meses morando juntos, na sua casa, eu e um quarto você em outro… nada disso aconteceu, olha sinceramente, também não imaginava que um dia pudéssemos ficar juntos.
José Carlos – Que bom que aconteceu.
Sandra – Pois é, aliás Zé, queria agradecer por tudo, por ter me respeitado todo esse tempo, você condição de homem já sentia desejos por mim, mas se conteve e não demonstrou o que sentia em momento algum, em nenhum momento me senti assediada por você. Obrigado.
José Carlos – Minha condição de homem é justamente essa, meu amor. Respeito. Assédio é canalhice de alguns que não sabem o significado de querer o bem de quem se deseja.
Sandra – Você é um doce. Sabe, eu me apaixonei perdidamente pelo Ernesto, assim que cheguei em São Paulo, naquela época ele era tão incrível, um rapaz cheio de possibilidades na vida, cheio de sonhos, ele contagiava a todos com a vontade que tinha de crescer.
José Carlos – Se decepcionou não foi?
Sandra – Demais, ele mudou muito com o passar dos anos, ficou mais distante, parecia se importar pouco comigo, com a nossa filha. A construtora tornou-de tudo para ele. Muitas vezes chegava tarde da noite em casa.
José Carlos – Será que ele não já te traía?
Sandra – Pode ser… Mas com a Isadora eu não acredito, ela ainda não estava em São Paulo quando ele começou a dar essas escapadas.
José Carlos – Na certa ele já tinha outra, antes da Isadora.
Sandra fica surpresa e pensativa:
José Carlos – Talvez por isso tenha sido tão fácil pra Isadora, ele já era infiel.
Sandra continua em silencio e pensativa.
Na boate, Rick e Ricardo dançam juntos sorrindo, logo, Rick sente a falta de Bruna e olha em volta tentando encontra-la, ele não a vê, mas enxerga Paulo Henrique sozinho no bar:
Rick – Ricardo, vem cá.
Rick puxa Ricardo por sua mão esquerda e se aproxima de Paulo Henrique:
Rick – Ei, Paulo!
Por conta da música alta, Paulo Henrique não escuta. Rick chama mais alto:
Rick – Paulo! Paulo Henrique!
Ele finalmente escuta e vira-se pra Rick:
Paulo Henrique – Oi!
Rick – Cadê a Bruna?
Paulo Henrique – O que? Não ouvi.
Rick – A Bruna, cadê ela?
Paulo Henrique – Ah, agente discutiu, e ela foi atrás do namorado.
Rick fica surpreso:
Rick – Ai meu Jesus…. Ela bebeu. Você não emprestou o carro pra ela né?
Paulo Henrique – Claro que não!
Ricardo – Vamos atrás dela?
Rick – Deixa eu ver se ela me diz onde está.
Rick pega o celular e liga pra Bruna, ela atende:
Rick – Menina, onde você tá sua louca!
Bruna está em dentro de um táxi:
Bruna – No taxi, estou pra casa do Edu!
Rick – Mulher, você é teimosa hein…. Vou rezar pra ele te dar um fora, na verdade outro fora!
Bruna – Ah Rick, não enche, eu sei o que estou fazendo. Vai curtir com o Ricardo, vai.
A noite está ruim pra mim, não pra você. Amanhã nos falamos. Bruna encerra a chamada:
Rick – Desligou! Na minha carinha linda?
Ricardo sorri.
Bruna reclama da demora do taxista em seguir caminho:
Bruna – Ai moço, que demora é essa?
Taxista – Tem uma faixa a menos na pista. Acho que foi algum acidente, ó lá!
O motorista mostra o carro destruído mais a frente e Bruna ao visualizar a placa fica perplexa a perceber que o carro em questão, é o de Eduardo. Ela começa a chorar:
Bruna – Meu Deus…
Taxista – O que foi moça!
Bruna – Esse é o carro do meu namorado!
Taxista ficas surpreso:
Taxista – Nossa, tem certeza?
Bruna – Tenho, é a mesma placa!
Taxista pergunta as autoridades presentes no local:
Taxista – Foi um rapaz no carro?
– Foi!
Taxista – Ele está vivo?
– Foi socorrido Pro Hospital Albert Einstein.
Bruna chorando, pede nervosa:
Bruna – Vamos lá moço, vamos!
O taxista sai em direção ao Hospital.
Em Recife, Isadora está deitada na cama do Hotel, ao lado de Ernesto que dorme. Acordada ela conversa consigo mesma em pensamento, enquanto olha o teto do quarto:
“ Aquela miserável, como escapou? Não acredito que ainda tenha forças pra me desafiar. O pior de tudo, é ficar na incerteza sobre o que ela está tramando. Mais que droga, agora vou ficar queimada com as filhas do velho asqueroso. E agora? O que é que eu faço? Preciso fazer algo a respeito, não dá pra contar com o imbecil do Gustavo, não sei como ele ainda não foi descoberto…. Aquela sonsa não pode me destruir. ”
Alguns instantes se passam.
No Hospital em São Paulo, Eduardo está em cirurgia. Renata, aparentemente preocupada, preenche um cadastro na recepção:
Renata – Renata Paes Medeiros.
Atendente – A senhora é familiar dele?
Renata – Não, sou apenas uma amiga, eu liguei pra ele e a socorrista da ambulância foi quem atendeu e me pediu pra vir como acompanhante dele.
Atendente – Ok, tudo bem. Obrigado pelas informações. A senhora pode aguardar notícias do paciente, naquela sala de espera. Assim que ele sair da cirurgia, alguém da enfermagem ou o cirurgião lhe dará informações.
Renata – Ok obrigada!
Renata segue em direção a tal sala de espera e senta-se aflita. Logo depois, Bruna chega nervosa a mesma recepção:
Bruna – Boa noite moço! Quero saber se um rapaz chamado Eduardo Markezinne deu entrada aqui.
Atendente – Sim está em cirurgia.
Bruna – Cirurgia?
Atendente – É, inclusive aquela moça acabou preenche o cadastro de acompanhamento.
Bruna fica intrigada:
Bruna – Moça? Que moça?
Atendente – Está logo ali na sala de espera.
Bruna vai em direção a sala de espera e repara a beleza de Renata com atenção:
Bruna – Oi!
Renata – Oi? Pois não?
Bruna – Quem é você?
Renata sente se desconfortável:
Renata – Desculpe, não estou entendendo. Eu não conheço você.
Bruna – Pois é, eu também não te conheço.
Renata – Olha moça, eu não estou muito bem. Uma pessoa especial pra mim acabou de sofrer um acidente e está passando por uma cirurgia delicada.
Bruna – Hum… especial pra você. Então temos situações em comum, assim como você, alguém muito especial pra mim acabou de sofrer um acidente de carro terrível e está na cirurgia.
Renata – Estamos falando do mesmo paciente? Do Eduardo? Você… é familiar dele?
Bruna – Sou namorada dele.
Renata fica surpresa:
Bruna – Aliás, sou mais que isso.
Bruna tira da bolsa, a caixinha preta com o anel que Eduardo Iria lhe dar, abre e mostra:
Bruna – Sou noiva dele.
Abalada, Renata fica emocionada:
Bruna – E você? Quem é?
Renata paralisa sem saber o que responder.