NOTA: Em todos os capítulos, sempre que tiver três ou mais pessoas em cena, os diálogos terão o nome do personagem destacado no texto antes da fala do mesmo. Ex:
Personagem: Blá, blá, blá.
Diálogos com dois personagens ou monólogos seguirão com o uso do travessão “—“.
Boa leitura!
Prólogo
“Meu nome é Cristhian, tenho 20 anos e até um dia atrás eu era uma pessoa comum como qualquer cidadão inglês, eu moro com meu irmão mais novo, Dylan, em um apartamento. Meu irmão e eu não tínhamos a melhor qualidade de vida do mundo, mas a gente se virava com o que podia.
Entretanto, algo jamais visto na história aconteceu em uma manhã de Terça-Feira na Organização Phoenix, uma poderosa instituição científica de grande referência no Reino Unido. O Dr. Addan estava fazendo experimentos com cães em seu laboratório onde ele extraia os hibridomas dos animais e em seguida fundia com uma substância química que ele desenvolveu. O plano parecia perfeito! Mas o Dr. Addan não contava que um dos cães estivesse contaminado com o vírus da raiva fazendo que uma reação em cadeia acontecesse.
Então os cães que antes eram cobaia se transformaram em criaturas violentas e sanguinárias atacando toda a Organização Phoenix, o vírus transmitido por essas feras faziam que os seres humanos se transformassem em criaturas irracionais e descontroladas. Em meio a esse alvoroço, a Dra. Fionna e seus colegas Philip e August conseguiram escapar na viatura do agente Victor Evans, em seguida foram levados ao gabinete do Capitão Dan que agora comanda toda a tropa que está combatendo o ataque dessas criaturas.
Andando de moto, eu acabei topando com um desses monstros e encontrei uma garota sendo perseguida por um desses cães, seu nome é Lisa. Na luta pela sobrevivência ficamos amigos e acabei conhecendo a irmã dela, Emily, de 9 anos de idade, do qual Lisa enfatizou que ela tem um dom especial e sofre de uma doença rara. Foi quando uma matilha de cães atacou a casa de Lisa e sua melhor amiga, May, combateu sozinha o ataque das feras em um plano inteligente e eficaz. Porém Emily contou um fato estranho: ‘O cão havia falado com ela’.
Desde então, todos pensam numa forma para que um suposto antídoto contra o vírus mortal seja feito. A Dra. Fionna renunciou sua reputação declarando ao governo britânico que ela foi a responsável por ter causado todo esse caos na Organização Phoenix… Mas na verdade ela estaria no laboratório subterrâneo da casa de Lisa juntamente com Emily estudando o seu DNA e em seu lugar uma espiã contratada pelo Capitão Dan estaria no presídio feminino de Londres se passando por ela. A espiã é conhecida como ‘Jennifer: A Rainha do Disfarce’.
Tudo estava ao nosso favor, mas um ataque dentro do departamento de polícia começou e tudo saiu do controle .Fomos perdendo nossos amigos um por um: Philip… Ru… Leonor… Peggy… August e Frederico. Além disso, uma criatura jamais vista na história da humanidade apareceu provocando o terror em todos nós, seu nome é Aragon, não se sabe de fato de onde ele surgiu e como foi criado, somente que ele é a arma biológica que o Dr. Addan precisa para destruir o mundo.
O maldito Dr. Addan descobriu onde Fionna e Emily estavam escondidas e as sequestrou levando-as para o Centro de Estabilidade da Phoenix em Londres. Lá ele as torturou e quase as matou. O Capitão Dan juntamente com alguns agentes foram ao C.E.P e claro, eu não poderia ficar de fora e fui também juntamente com Dylan e Lisa.
Testemunhamos a verdadeira força maligna que se esconde por trás do Dr. Addan, ele atacou a todos nós e raptou Fionna e Emily para levá-las à ilha da Phoenix. Porém o que não esperávamos é que uma pessoa que não estava no nosso convívio estivesse envolvida nos planos sujos do Dr. Addan, seu nome é Hilda (O “H” tem som de R) ex-mulher do capitão Dan.
Na contrapartida, o filho do Capitão Dan, Scott, parece estar chegando à Inglaterra. Só que agora May, Hillary, Brian e Trevor estão prestes a serem atacados pelo monstro Aragon na casa do Capitão Dan. Enquanto nós fomos resgatados de helicóptero pela oficial Ellie após a explosão do C.E.P, não sabemos com que finalidade o Dr. Addan sequestrou Fionna e Emily e também não sabemos o motivo de haver tanto ódio em seu coração.
As nossas forças se esgotaram, perdemos uma batalha, a infecção era só o começo, a ilha… Será muito mais perigosa.”
“A Ilha”
Floresta da Ilha da Phoenix, 06:57 AM.
O vento sopra nas folhas de inverno e podemos ver que acabou de chover ali, em uma das folhas vemos uma gota caindo lentamente da mesma. Seu movimento lento e contínuo vai caindo até atingir um rosto.
Após sentir a gota que acaba de cair, as pálpebras da figura ainda fechadas começam a ficar incômodas e de repente seus olhos são completamente abertos seguido de um sussurro desesperado. A figura em questão é Emily, ela está com uma roupa branca de hospital e parece está meio desorientada.
Emily levanta do chão e começa a observar a floresta onde se encontra. Ela olha para o lado e para o outro, esfrega as mãos no cabelo e depois ouve um barulho peculiar nas folhagens fazendo com que ela ficasse em alerta. Emily fixa o olhar para um determinado ponto e percebe que há algo se aproximando dela.
A garota não hesita e começa a correr desesperadamente e enquanto corria, ela percebe que há “vultos” passando pelas folhas e também grunhidos vindo de todas as direções. Ela continua a correr até passar por uma planta cheia de espinhos e acaba se ferindo. Ela cautelosa para não se machucar ainda mais, consegue sair dos espinhos e mais uma vez escuta um barulho estranho como se algo estivesse a perseguindo.
Emily continua a correr pela densa floresta, ela com seus pés descalços acaba pisando em gravetos e pedras e sente um corte na sola do seu pé abrir.
— Aaaaaai!
Ela verifica o pé e percebe que ele tá sangrando, mas ela não poderia ficar ali por muito tempo, afinal de contas não sabemos o que é essa coisa que está perseguindo-a. Não se sabe se é animal ou humano, não se sabe se é perigoso ou não.
Mesmo ferida, Emily corre com os pés latejando de dor até encontrar uma imensa clareira onde uma cachoeira predomina o cenário valorizando a natureza daquele lugar, Emily vai para dentro do rio até achar uma pedra que fica bem no meio.
Ela sobe em cima da pedra, fica um pouco agachada, depois vai se levantando lentamente e pela sua expressão algo de muito errado já está ali. Ela observa o cenário em 360 graus e percebe que está cercada por alguma coisa. Não, várias coisas! Ela olha para todos os lados aflita, sabendo que está encurralada.
— Não pode ser… São… São felinos!
Em uma visão panorâmica, vemos um grupo de feras sedentas de sangue aproximando-se do rio onde Emily está cercada, de onde surgiram essas criaturas? Qual será a saída de Emily?
3 SEMANAS ANTES…
Centro de Estabilidade da Phoenix — 10 minutos antes da explosão.
O Dr. Addan está quase subindo no helicóptero, quando de repente Cristhian, enfurecido, corre pra fora e tenta alcançá-lo.
— Maldito! Eu não vou deixar você fugir, Dr. Addan!
Victor o alerta:
— Cristhian, volta aqui!
O Dr. Addan coloca o primeiro pé no helicóptero e quando vê Cristhian, não hesita.
— Mas que moleque burro! Morre logo!
Addan atira no peito de Cristhian e este cai inconsciente. Lisa e Dylan se desesperam.
— Cristhian!
— Cristhian, não!
Penitenciária Feminina de Londres — 9 minutos antes da explosão.
As presidiárias continuam a intimidar Jennifer que permanece se passando pela Dra. Fionna no presídio.
— É sério mesmo? Estão querendo me desafiar?
— Aí, dona moça! Se meteu no lugar errado. Aqui quem manda somos nós.
— Então tá bom, não digam que eu não avisei.
A presidiária número 1 vem de lateral tentando acertar um soco no rosto de Jennifer, ela desvia para trás e sorri com deboche pra ela.
— Precisa ser mais rápida que isso, querida.
— Desgraçada!
A presidiária 1 ameaça bater no rosto de Jennifer, ela se abaixa, segura forte em seu braço e dá uma cotovelada em seu nariz até fazê-lo sangrar e a presa urrar de dor.
A presidiária 2 avança pra cima de Jennifer, ela desvia pela lateral até fazê-la ir próxima à mesa. A presidiária retorna para atacar Jennifer e ela desvia mais uma vez, salta e chuta no rosto da detenta até fazê-la cair no chão.
— Olha, eu já estou ficando estressada com vocês, meninas!
A presidiária número 3, astuta, puxa uma faquinha do bolsão da camisa. Jennifer olha pra ela com expressão irônica.
— Ai, sério isso, garota? Você acha que vai conseguir me atacar com uma faquinha?
— Tenta a sorte, vadia!
A detenta avança pra cima de Jennifer com a faca, ela desvia e vai até a mesa do refeitório. Ela sobe em cima da mesa e a presa tenta desferir golpes nela, os burburinhos começam e as demais detentas escutam o alvoroço e o local que até então estava silencioso, vira uma bagunça!
— BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA!
As carcereiras são acionadas e se aproximam do local, a presidiária de número 3 continua a tentar atacar Jennifer com a faca.
— Olha, fofa! Chega! Eu tenho mais o que fazer.
Jennifer chuta a faca das mãos da detenta, esta última olha por alguns instantes pra ela e imediatamente Jennifer salta de cima da mesa, agarra o pescoço da detenta e começa a bater a testa dela várias vezes contra a mesa. Na última vez que bate, ela pressiona o rosto dela com bastante força e fica perto de seu ouvido.
— Escuta aqui, sua vadia imunda! Você e suas coleguinhas acham que são melhores do que eu, mas não são! Se um dia eu sair daqui, vou atrás de vocês, vou fazê-las sofrer tanto que desejarão retornar ao maldito útero da mãe de vocês. Juro que vou cortar suas pálpebras bem lentamente, de todas vocês… Vou fritá-los ao óleo quente e amarrá-los em um canudo pra fazer um lindo cata-vento. Está me entendendo?
As carcereiras chegam neste instante.
— O que está acontecendo aqui?
Jennifer solta a detenta e tranquilamente responde:
— Não é nada, senhorita. Estava tendo um papo com essas senhoras, mas já está tudo resolvido.
— Tem certeza?
— Claro, e as madames já vão retornar às suas celas. E olha, eu também acho que vou pra minha cela também porque… (começa a bocejar) Me deu um sono de repente, acho que vou deitar. Good Night ma’am! (“Ma’am” é um termo mais comum no Reino Unido para referir-se a uma mulher superior de maneira respeitosa).
Jennifer sai “desfilando” pelo corredor com um sorriso triunfante deixando as carcereiras impactadas, as demais presidiárias começam a observá-la, umas com olhar desafiante, outras temendo… Mas diante delas não está qualquer pessoa, diante delas está… “A Rainha do Disfarce”.
Centro de Estabilidade da Phoenix— 3 minutos antes da explosão.
O alerta de autodestruição continua a ameaçar que faltam apenas 3 minutos para o impacto.
Victor: Droga! Esse prédio vai explodir, a gente tem que sair daqui!
Dan: A oficial Ellie não vai chegar a tempo, é o nosso fim.
Ouve-se uma voz.
— Alguém aí pediu um helicóptero?
A voz é de Ellie que sobe até o assoalho em seu helicóptero. Victor pressiona eles.
— Rápido! Vamos colocar o Cristhian lá dentro primeiro, mas com cuidado pra não machucar o local onde a bala está alojada.
Minutos depois, todos estão no helicóptero e o prédio explode. O impacto da explosão faz com que Ellie perca o controle.
Ellie: Droga! Nós vamos acabar caindo!
Lisa: Ah meu Deus!
Victor: Ellie, levanta isso logo!
Ellie: Eu estou tentando!
Dylan: Vamos todos morrer! Eu não acredito nisso!
Ellie não está conseguindo assumir o controle do helicóptero e o mesmo já está em queda livre. Após tentar de todas as formas, ela coloca toda a força na alavanca do helicóptero e consegue fazê-lo desviar sem cair no chão e faz um pouso forçado no meio das árvores. O helicóptero pousa, mas está totalmente danificado.
Minutos depois, os heróis saem da floresta e observam o prédio completamente em chamas, a chuva havia parado de cair ali, Lisa se afasta um pouco dos outros, o capitão Dan e Dylan pensam em um modo de estancar o sangue de Cristhian que continua inconsciente, Victor percebe que Lisa está um pouco distante e ela fixa o olhar no céu.
— Você tá bem, Lisa?
Lisa olha para Victor e seu semblante já não era mais o mesmo, ela respira, olha para o céu novamente e diz:
— Eu quero… VINGANÇA!
Casa do Capitão Dan, Sheffield, 20h43.
Trevor está completamente imóvel observando a criatura Aragon na janela da casa. May o alerta:
— Trevor, venha lentamente pra cá.
Hillary completa.
— Não faça nenhum movimento brusco, Trevor.
Trevor vai dando passos para trás até chegar perto das duas moças. Por um momento tudo ficou silencioso, até que um relâmpago corta o céu e Aragon dá um grunhido estremecedor quebrando todos os vidros das janelas.
— AAAAAAAAAAAHHHH!!
Do lado de fora, o monstro Aragon soca com seu enorme braço pra dentro da casa destruindo o que vê pela frente.
Hillary: Abaixa!
Após se abaixarem, Hillary levanta May e Trevor pra eles saírem dali imediatamente. Enquanto descem as escadas, Brian vem da cozinha totalmente desnorteado.
— O que tá acontecendo?
Hillary nervosa responde:
— Onde é que você estava, Brian?
— Eu estava na cozinha, quando…
May interrompe.
— Querem calar a boca, esse monstro vai nos matar aqui dentro!
Aragon começa a arrebentar a parede da casa derrubando todos os quadros, Trevor está bem abaixo de uma luminária e ele olha pra cima percebendo que o objeto está prestes a cair em cima dele, Brian percebe a tempo e age.
— Trevor, cuidado!
Brian empurra Trevor para o lado. May fica aflita.
— Ai meu Deus! Brian, Trevor, vocês estão bem?
Trevor ainda no chão tenta responder:
— Eu, eu, eu… Dona policial, cuidado!
Aragon abre uma fenda na parede e joga um pedaço de concreto na direção de Hillary.
— May, abaixe-se!
Hillary e May se abaixam a tempo evitando que o pedaço de concreto as atingissem.
Hillary levanta rapidamente e pega sua pistola. May percebe a besteira que ela pode está fazendo.
— Hillary, o que tá fazendo?
— Esse monstro matou a Leonor na minha frente! Ele não pode ficar impune disso.
— Você não vai conseguir vingar a morte da Leonor morrendo.
— Abre a porta e fuja!
— Você não vai ficar aqui, Hillary!
Brian reforça.
— Hillary, para de palhaçada!
— Vocês são burros? Eu estou ganhando tempo pra vocês abrirem a porta e a gente cair fora daqui.
May hesita.
— Espera, você…
— … O quê? Que eu ia me sacrificar por vocês? Nem sonhando! Vai logo, May!
Hillary começa a disparar contra a criatura só pra ganhar tempo e deixar o monstro confuso. May pega Trevor pelo braço e se dirige até a porta, quando abre leva um tremendo susto com alguém que aparece ali.
— Aaaaaaaahh!
— Aaaaaahhh!
Quem está ali é Scott, o filho do capitão Dan. Homem alto, boa aparência, barba, cabelos castanhos escuros.
— Quem são vocês?
— Como assim? Quem é você?
— Essa é a casa do meu pai.
— Do teu pai?
Ao pronunciar a última palavra, o monstro dá um urro e começa a destruir ainda mais toda a parede lateral da casa.
Hillary: Gente, já era! Vamos dar o fora daqui!
Scott não para muito tempo pra pensar e só indaga.
— Rápido,venham no meu carro!
Os 5 saem para fora desesperados, Brian avista Aragon na lateral da casa e questiona de maneira tola.
— O que é aquilo? Um Pokémon, é?
Hillary: Não temos tempo pra suas brincadeiras, Brian.
Scott: Depressa! Entrem no carro!
Hillary, May e Trevor entram na parte de trás do carro. Quando Scott está prestes a entrar, Brian se encontra na mesma porta que ele.
— O que você tá fazendo, garoto? Você quer dirigir?
— Não, eu quero ir no banco do passageiro.
— É um carro americano. O volante fica do lado esquerdo, idiota!
— Ah tá, desculpa.
Brian dá a volta e entra pela porta do passageiro. Scott fica irritado com a estupidez do agente.
— Mas que inglês burro!
Dentro do carro, Trevor olha pelo vidro de trás e percebe que o monstro foca a atenção neles.
— Gente, ele tá olhando pra nós.
Hillary também olha pra trás:
— Puta que pariu! Ferrou tudo! Acelera esse carro aí, moço!
— Calma, eu estou tentando!
Aragon começa a dar passos pequenos em direção a eles. May começa a se desesperar.
— Anda logo, filho do capitão Dan!
— Meu nome é Scott!
— Meu nome é May, muito prazer… Agora tira a gente daqui pelo amor de Deus!
Brian coloca o cinto e fica com os olhos fechados exclamando repetidamente:
— A gente vai morrer, a gente vai morrer, a gente vai morrer.
Scott,nervoso, indaga:
— Se o amigo de vocês não calar a boca, eu dou um tiro nele.
Hillary: Amigo, pois faça isso e fará um bem pra humanidade.
May: Gente, parem com isso! A gente vai morrer aqui!
O carro finalmente pega e Scott pisa fundo no acelerador.
Aragon fica parado na pista observando o carro se distanciar cada vez mais. Brian abre o vidro da janela e fica fazendo gestos obscenos.
— Segura essa, seu otário! Haha! Não se meta com a gente não!
Scott dirigindo pergunta a Hillary:
— É sério, onde vocês encontraram esse idiota?
— Acredite ou não, ele faz parte do esquadrão do teu pai.
— E meu pai recrutou ele de onde? Da colônia de férias?
Ilha da Phoenix, Prédio Central, 20h55.
Um helicóptero acaba de pousar próximo a um prédio luxuoso em meio à densa floresta que tem na ilha. Do helicóptero, dois guardas saem do mesmo e levam Fionna e Emily até uma maca que se encontra na porta do prédio esperando para acudi-las.
Os enfermeiros ou pelo menos, é o que parecem ser, levam elas para dentro. Do lado de fora está o perverso Dr. Addan juntamente com Hilda e Naraj. Este último argumenta.
— Se me permitem, milordes, darei início aos procedimentos necessários e os aguardo na sala principal. Com sua licença.
Addan está com um olhar distante, mas era nítida sua expressão de satisfação. Hilda percebendo isso se aproxima de seu ombro.
— Está muito tranquilo, Dr. Addan.
— Acredita em vitória premeditada, Hilda?
— Eu deveria?
— Sim, porque é exatamente isso que está acontecendo. Nós vencemos, Hilda!
— Você é tão otimista. Agora me diga… O que pensa em fazer com a Dra. Fionna e essa pirralha?
— Essa pirralha consegue fazer com que minhas criaturas obedeçam a ela, eu vi como ela controlou um dos cães infectados lá no C.E.P.
— Mas isso é completamente fora da compreensão humana. Até mesmo fora dos padrões de suas experiências.
— Sim e isso é o que tá me incomodando. Tem alguma coisa nessa garota que pode está causando esses efeitos colaterais e de alguma maneira a Fionna sabe disso.
— Que efeitos colaterais seriam esses, Dr. Addan?
— Desconfio que foi essa garota que despertou o Aragon.
Hilda observa Addan com perspicácia.
Enquanto isso, pelas ruas da cidade, os cinco heróis continuam dentro do carro, a chuva está parando de cair ali e é possível observar pelas ruas vários humanos infectados fazendo tumulto. Scott vendo aquilo questiona:
— Meu Deus! O que aconteceu aqui?
May o responde.
— Tudo isso foi obra do Dr. Addan.
— O quê? O cientista da Organização Phoenix?
— Sim e ele ainda vai acabar com muita gente.
Trevor ainda incomodado olha para o vidro de trás do carro e fica assustado.
— May!
— O que foi, Trevor?
— Olha!
Vemos Aragon vindo a toda velocidade na direção deles, cada passo que ele dava abria uma cratera no asfalto e estremecia tudo o que via.
Hillary: Ai meu Deus! Acelera o carro!
Scott: Deixa comigo!
Scott pisa fundo no acelerador.
Brian: Eu nunca pensei que a gente fosse morrer assim.
Scott: Quer calar a boca e faça alguma coisa!
Hillary toma uma atitude.
— May, Trevor, se abaixem no banco, eu tive uma ideia.
May e Trevor ficam abaixados no carro e Hillary chuta o vidro até ele quebrar completamente e começa a atirar na direção de Aragon.
— Rápido! A gente precisa se distanciar dele o mais rápido o possível!
Brian decidi agir. Ele pega sua arma e coloca a cabeça pra fora da janela e começa a atirar.
— Toma seu monstro fedorento! Segura essa!
Eles continuam a correr contra a morte, mas até que ponto conseguiriam fugir? Scott sabia que uma hora aquela perseguição teria que ter um fim.
— Pessoal, estamos com um problema aqui.
Hillary: Eu estou meio ocupada agora, se puder resolver sozinho, eu ficarei grata.
Scott: A ponte.
Hillary: A ponte?
Brian: A ponte!
Eles estão próximos à ponte onde fica a catedral de Londres. May levanta a cabeça de onde está e argumenta:
— Gente, se passarmos por lá, aquele monstro vai destruir a ponte.
Hillary: A gente tem alguma escolha?
Scott: Na verdade temos.
Scott pisa no freio.
Hillary: Você tá louco? A gente vai morrer aqui!
Scott: Segurem-se!
Brian: Ele não vai fazer o que eu estou pensando, ele não vai fazer o que eu estou pensando.
Todos se assentam corretamente no carro e Scott aguarda que Aragon fique o mais próximo possível. Hillary e May olhando pra trás começam a suar de preocupação.
May: Tira esse carro logo daqui! A gente vai morrer!
Scott: Vamos dar um showzinho pra esse monstro.
Aragon está se aproximando e aumenta a sua velocidade, então Scott pisa fundo no acelerador para passar pela ponte.
— SEGURA!!!!
Aragon está vindo logo trás, certamente a ponte será destruída e possivelmente os heróis não iriam conseguir passar a tempo. Scott vai a toda velocidade passando pela ponte, é possível ver Aragon pelo retrovisor aproximando-se.
Quando o carro já está no meio da ponte, Aragon que estava na direção correta dá um tremendo salto, vemos o relógio da catedral de Londres soar e o monstro está há quase 10 metros no ar. A lua cheia ilumina o rio Tâmisa e vemos por um outro ponto de vista a grande “London Eye” (Roda gigante de Londres) iluminada e radiante dando um tom estonteante àquele cenário apocalíptico.
Aragon pula para dentro do rio provocando um imenso tufão de metros e metros de altura banhando todo o centro da ponte.
Após as águas se acalmarem, não vimos mais nenhum sinal do monstro. Dentro do carro, Scott e os outros estão tentando assimilar o que acabaram de ver.
— Mas… Por que ele pulou no rio? Por que ele não atravessou a ponte normalmente?
May intrigada responde:
— Talvez não era o que ele queria, pelo menos, não agora.
— É melhor a gente seguir, vamos procurar meu pai.
Central da Ilha da Phoenix, 21:30.
Uma sala equipada com materiais cirúrgicos, a iluminação dava um tom de frieza ao local, em cima de uma maca alguém desperta. Trata-se da Dra. Fionna.
Ela arregala os olhos, está com um inalador, ela retira o objeto do nariz e fica desnorteada, pois não tem ideia de onde se encontra. Neste momento, entra uma médica na sala, seu nome é Ashley, moça bela de aparentemente 23 anos, cabelos pretos, tom de pele caribenho.
— Olha só quem acordou! Você nos deu um tremendo susto, Dra. Fionna.
— Onde… Onde eu estou?
— Está a salva.
— Não, mas… Cadê… Cadê a Emily?
— Está falando da garotinha? Ela está bem, ainda não acordou, mas vai ficar bem. Ah! E eu sou a Dra. Ashley, muito prazer.
Ashley vira as costas pra Fionna para pegar um mostruário.
— Eu solicito que você fique mais algumas horas de repouso até ficar totalmente recuperada e…
Aproveitando a distração da moça, Fionna se levanta da cama lentamente e depois retira todos os fios de suas veias abruptamente. Ashley percebe e tenta impedi-la.
— O que pensa que está fazendo?
— Fica longe de mim!
Ashley fica por alguns segundos paralisada e Fionna resolve fugir daquela sala. Ashley pega um interfone.
— A prisioneira fugiu! Peguem ela!
Fionna está correndo desorientada pelos corredores da central, ela também está com uma roupa branca de paciente, ali existe outros enfermeiros que passam por ali e se assustam ao vê-la correndo daquela forma. Mas que tipo de lugar seria esse?
A segurança solta um alerta e Fionna se detém por alguns instantes percebendo que algo está errado. Um comunicado no walkie talkie da segurança é pronunciado.
— A Doutora está escapando, peguem ela!
Rapidamente vemos um grupo de soldados armados “até os dentes” passando pelos corredores daquele prédio. Fionna continua a correr e alguns funcionários tentam impedir a sua passagem.
— Saiam da minha frente!
Fionna vê uma enfermeira com uma maca carregando matérias cirúrgicos e imediatamente apanha um bisturi, ela agarra o pescoço da enfermeira colocando o bisturi bem próximo dela.
— Fiquem longe de mim, seus desgraçados ou eu acabo com ela!
— Não, por favor! Me solta!
— Cala a boca!
A segurança se aproxima do local.
— Avistamos a prisioneira. Temos ordem de atirar?
O outro guarda responde:
— Creio que sim. Preparar!
Uma voz é pronunciada.
— NÃO!
Ashley é quem se aproxima do corredor e passa pela frente dos guardas.
— O Dr. Addan precisa dela viva!
Fionna reage ao ouvir o que Ashley disse. O guarda questiona.
— Mas doutora, não vê que essa mulher é perigosa?
— Precisam confiar em mim e no que o Dr. Addan diz, ela é mais útil viva do que morta, ou querem ser punidos por desobedecerem uma ordem do Dr.Addan ou da Senhora Hilda?
Fionna cochicha consigo mesma.
— Hilda?
Os guardas abaixam as armas e Ashley tenta negociar com Fionna.
— Escuta, Fionna. Nós sabemos que você tá assustada, isso é bem embaraçoso, eu sei… Mas eu posso garantir que não vamos fazer nenhum mal a ti. Agora larga esse bisturi e deixa a senhorita em paz.
— Vocês trabalham para o desgraçado do Dr. Addan, nunca vou confiar em vocês.
— Fionna, está sendo tola.
— Me prove que eu estou sendo tola!
Um dos guardas perde a paciência e passa na frente de Ashley apontando a sua arma.
— Não, espera! Não mate a doutora!
Ignorando a ordem de Ashley, o guarda atira na testa da enfermeira que estava como refém de Fionna. Esta última fica completamente impressionada com a frieza da segurança do local.
Ashley questiona o guarda:
— Por que você fez isso?
Ouve-se a voz de uma mulher por trás de Fionna.
— As ordens eram para que não matassem a Fionna, não falou nada dessa outra enfermeira medíocre.
Fionna olha pra trás e percebe que Hilda é quem está ali.
— Quem… Quem é você?
— Olá, Fionna! Seja bem vinda à Ilha da Phoenix!
Neste momento dois guardas vieram por trás e dispararam uma taser em Fionna fazendo com que ela soltasse o bisturi e caísse no chão urrando de dor.
— AAAHHH! Miseráveis!
Hilda olha friamente pra ela.
— Acabem logo com isso, seus inúteis!
Os guardas eletrocutam Fionna mais uma vez até ela ficar totalmente inconsciente. Ashley observa aquilo completamente impressionada. Hilda a encara.
— Algum problema, Ashley?
Ashley apenas olha para Hilda e em seguida ela se retira do local, tudo dá a entender que ela queria ter evitado esse tipo de violência, não era realmente o que ela queria que acontecesse.
Algum lugar da Grã- Bretanha, Dia.
Vemos um carro típico inglês estacionado em frente a um pub. Dentro do veículo, uma mulher está no banco do passageiro olhando uma revista e no volante está um homem mexendo no celular.
A porta de trás do veículo é aberta e entram duas figuras conhecidas por nós. São Cristhian e Dylan, eles entram com várias sacolas de lanches. Mas… O que eles estão fazendo ali e quem são essas pessoas?
A mulher fecha a revista e fala:
— Vocês demoraram, meninos!
Dylan responde:
— Mãe, era o Cristhian que estava fazendo arruaça no balcão.
— É mentira dele, mãe!
O homem dá partida ao carro e começa a dirigir.
— Eu já falei pra vocês dois não ficarem brigando por lanche toda vez que entrarem em um pub.
Cristhian retruca:
— Mas pai, você não percebe que é o Dylan que tá fazendo tempestade em um copo d’água?
— Não quero saber… E bota o cinto, Cristhian!
— Ah, lá vem!
A suposta mãe de Cristhian responde.
— Querido, sabe que não pode ficar andando por aí sem cinto.
— Naquele outro dia o Dylan também estava sem cinto e ninguém falou nada. Só eu que levo a culpa agora.
— Cristhian, meu mano, vê se cresce!
— Tá incomodado?
— É, estou sim! Toda vez você fica fazendo drama.
Cristhian aperta o cinto e diz:
— Eu vou te mostrar o que é drama!
Ele joga as sacolas na cara de Dylan e ambos começam a se debater na traseira do carro. A mãe dos dois fica estressada e tira o cinto de segurança pra tentar impedi-los.
— Já chega, vocês dois! Vocês não são mais crianças! Parem com isso! Querido, me ajude aqui.
— Eu estou dirigindo, querida. Dá um jeito nesses teus filhos.
— “Esses teus filhos”? Eles também são teus.
Eles se aproximam até um semáforo onde o sinal está no amarelo. O pai dos garotos para o carro e perde a paciência. Ele retira o cinto e olha pra trás pra passar um baita sermão nos garotos.
— Já chega vocês dois! Vocês não tem mais 8 anos, comportem-se como homens! Ou como vão querer viver nessa sociedade?
Ao pronunciar a última frase, um carro veio de uma outra avenida atravessando o sinal e bate na lateral do carro onde estão todos eles, fazendo que o mesmo capote diversas vezes. Cristhian e Dylan viam tudo girar dentro do carro presos ao cinto e segundos depois já não conseguem mais ver os pais deles. Ambos foram quase esmagados pelo impacto do carro e por estarem sem cinto, ficaram totalmente vulneráveis.
O carro ficou completamente destruído, incrivelmente a parte de trás não sofreu tantos danos, mas por que uma discussão familiar teria levado à esta terrível tragédia?
Um caminhão desgovernado está passando pela pista e não consegue frear de jeito nenhum, Cristhian abre os olhos lentamente percebendo a situação que se encontra. Ele chama pelo irmão que está inconsciente.
— Dy… Dylan, acorde!
Quando ele olha pra frente, o caminhão desgovernado está vindo com tudo em sua direção, não há mais escapatória, é o fim da linha.
— AAAAAAAAAAAAHHHHHHH!!!
Hospital Central de Londres, 08:20.
Um grito é ouvido de dentro de uma sala. É Cristhian que parecia está despertando de um terrível pesadelo.
Lisa e Dylan se aproximam e gritam a enfermeira.
— Enfermeira! Ele acordou!
— O que… O que aconteceu?
Lisa: Graças a Deus você tá bem, Cristhian.
Dylan: A gente quase morreu de tanta preocupação.
Uma enfermeira entra na sala e avalia os olhos de Cristhian.
— Você tem muita sorte, garoto. Poderia ter morrido.
— Mas… Onde é que eu estou, Dylan?
— Calma, irmão. Você está no hospital de Londres.
Lisa questiona:
— Você tá bem, Cristhian?
— Sim, é que… Não me digam que era tudo um pesadelo e eu acordei num quarto de hospital que nem o Rick de The Walking Dead?
Dylan: É, ele tá bem. Já tá até fazendo piada sem graça.
Lisa: Você levou um tiro do Dr. Addan, não se lembra?
Cristhian: Ah sim, agora eu estou me lembrando. Mas o que eu estava sonhando… Eu queria que tivesse sido apenas um pesadelo.
Ele olha para Dylan com semblante nostálgico.
Cerca de meia hora depois, Cristhian está lanchando no quarto e ali está o agente Victor, Capitão Dan e o médico que atendeu Cristhian.
— Por sorte conseguimos extrair a bala antes que ela caísse pra uma região mais perigosa. Esse garoto teve muita sorte, outras pessoas não teriam sobrevivido a tudo isso.
O capitão Dan agradece ao médico.
— Muito obrigado por ter cuidado do Cristhian, doutor… Ele é um menino de ouro.
— Apenas fiz o meu trabalho. Se me permitem, vou deixá-los a sós. Creio que em poucos dias, ele já vai poder receber alta.
O médico se retira e Victor se aproxima de Cristhian.
— Pelo visto além de cabeça dura, você também tem o coração duro, Cristhian.
— Gente, por favor, eu ainda estou meio… Tem mais dessa comidinha aqui?
Dylan revira os olhos e argumenta.
— Eu estou falando, ele já está bem. Quando ele começa a fazer essas piadas, pode ter certeza que está bem melhor.
Dan: É melhor que ele cumpra a sua alta normalmente. Precisamos evitar qualquer tipo de desgaste além do que já sofremos.
Lisa: Capitão! A minha irmã está com o Dr. Addan.
Dan: Sabemos, jovem Lisa. Não pense que descansaremos quanto a isso.
Cristhian para por uns instantes de comer e com um semblante sério começa a falar.
— Não podemos ficar aqui parados esperando a solução cair do céu… Vocês viram o que o Dr. Addan é capaz de fazer… Não importa o que aconteça, ele vai atacar e precisamos estar preparados.
Todos na sala ficam pensativos diante das palavras de Cristhian.
Central da Ilha da Phoenix, 09:00.
Fionna desperta em uma maca e percebe que está amarrada, ela observa Ashley ao fundo sentada em uma poltrona.
— Que bom que você acordou, Fionna!
— Me solta!
— Fizemos isto para o teu bem, não estava nos nossos planos te amarrar desse jeito.
— Que tipo de doentes de merda vocês são? O que vão fazer comigo?
— Não vamos fazer nada com você. O Dr. Addan acredita que você possa ser peça fundamental para o projeto científico dele.
— A custo da vida das pessoas?
— Não é bem assim. Eu também não queria que tivesse acontecido aquilo com a enfermeira ontem.
— Mas aconteceu! Vocês mataram gente de seu próprio meio, que tipo de seres humanos são vocês?
— Escuta, se fizer tudo o que o Dr. Addan pede, você não será prejudicada. Vai trabalhar aqui e ajudar nas experiências.
— Trabalhar para o Dr. Addan? Só pode estar de brincadeira. Onde tá a Emily? Eu quero ver a Emily!
— Eu levo você para vê-la se me prometer que não vai tentar fugir ou qualquer outro tipo de coisa. Por favor… Me confiaram essa missão e eu não quero me prejudicar e nem prejudicar você.
Fionna pensa relutante por alguns instantes.
Minutos depois já vemos ela juntamente com a Dra. Ashley observando por um vidro transparente, Emily deitada em uma maca à função dos aparelhos.
Os olhos de Fionna lacrimejam ao ver a garota.
— E… Emily.
— Viu só? Ela está bem! Mas infelizmente o sedativo que o Dr. Addan deu pra ela a deixou muito debilitada e ela tá precisando tomar bastante oxigênio.
— Ela vai ficar bem?
— O quadro dela é estável, só precisamos aguardar o momento dela acordar.
— Tudo bem.
— Agora venha! Vou te levar à sala onde você vai trabalhar.
Minutos depois, Ashley e Fionna chegam até uma sala grande com vários projetos laborais, Fionna fica impressionada com o que está vendo e alguém já conhecido por ela se aproxima, trata-se de Naraj.
— Que prazer vê-la novamente, Doutora Fionna!
— Filho da p…
Ashley segura o braço de Fionna evitando que ela saia do controle. No fundo, Ashley transmite uma certa confiança pra ela.
— Calma, calma… Sei que está nervosa, querida.
— Imagina, Naraj. Só tenho vontade de mandar você e seu chefe para o inferno.
— Tão vivaz esse teu senso de humor, Fionna. Não é a toa que é a favorita do Dr. Addan. Preciso retirar-me agora. Senhorita Ashley, já apresentou o local à Doutora?
— Estou apresentando aos poucos, Dr. Naraj.
— Sempre tão eficiente, Ashley. Continue assim que será muito bem recompensada aqui.
Naraj se retira do local fazendo que Fionna mordesse os lábios de tanta raiva.
— Eu juro que eu teria partido pra cima da cara desse miserável se você não tivesse me segurado.
— Não vale a pena. Venha, eu vou te apresentar aos outros… Senhoras e senhores! Quero que conheçam a Doutora Fionna Jones, ela trabalhava na sede da Organização Phoenix na Grã-Bretanha e agora está fazendo parte da nossa Corporação, peço que a ajudem em tudo o que for possível, obrigada!
As pessoas ali pareciam não está nem um pouco afim de dar as boas vindas à Fionna e retornaram ao seu trabalho imediatamente.
— Eles são bem “calorosos”, né Ashley?
— Eles são assim mesmo. Venha aqui, hoje você vai trabalhar ao lado do Dr. Makoto, ele é muito experiente e vai te ajudar em muita coisa.
— Já vi que não tenho outra opção.
— Bom, eu vou dar uma olhada na garota pra ver se ela já acordou, fique aqui por enquanto.
— Tudo bem.
Ashley se retira. Fionna fica um pouco tímida, mas em seguida observa os feitos do médico que está ali perto. Ele parecia já ser um senhor de idade e além da máscara cirúrgica, usa um gorro cinza e uma jaqueta marrom por cima do jaleco.
Fionna o observa mexendo em alguns cilindros e tenta puxar assunto.
— O senhor tem a mão muito boa.
O velho não responde.
— Então… Há quanto tempo está trabalhando aqui nessa… Nesse lugar?
O senhor continua a ignorar Fionna, ela insiste.
— O que tá achando de todas essas experiências e…?
— …Se acha que seremos amigos, está equivocada, senhorita. Eu não estou aqui pra isso, ninguém que vem para a ilha pode fazer amigos.
— Nossa! Calma, eu só quis me adaptar, afinal de contas vamos trabalhar juntos aqui.
— Se veio trabalhar conosco, apenas procure fazer o teu trabalho, porque aqui todos nós recebemos ordens. Eu sei quem é você, sei o propósito do Dr. Addan de trazê-la até aqui.
— Então o senhor também sabe da garotinha não é?
— Sim, eu soube. Mas isso não me interessa, estou aqui apenas para seguir ordens.
— Acreditamos que a Emily possa ser a solução de tudo isso, ela sofreu a mesma mutação feita pra combater a doença dela e acabou se tornando uma garota prodígio. Pobre, Lisa! Imagine o quão preocupada ela deve estar por saber que a irmã está aqui nesse lugar.
O senhor tropeça na cadeira derrubando uma seringa e fica mareando.
— Senhor? Está tudo bem? Precisa de ajuda?
O velho até então não havia olhado diretamente nos olhos de Fionna, ele apenas tira o gorro, depois retira a máscara cirúrgica. Seu semblante caído fez Fionna se compadecer por instantes dele.
— Tem certeza que está bem?
Ele mais uma vez encara Fionna e diz:
— O meu nome é Makoto Ishihida… E eu sou o pai da Emily!