Depois de muito tempo, a justiça enfim poderá ser feita.
— Quero que saibam que eu, Rainha Elizabeth II, declaro guerra ao meliante Addan Melvick e toda a sua equipe… Todos os países do Reino Unido a partir de agora terão este homem como um procurado da justiça britânica. Capitão Dan! Sei que está me ouvindo agora, quero que saiba que tens o meu total apoio para enviar uma tropa inteira até a ilha onde reside este senhor e prendê-lo de uma vez por todas e salvar todos os inocentes que estão sendo escravizados naquele local. Um dos meus mensageiros vai te enviar a autorização para que você possa liderar um exército inteiro na missão de retomada. Eu confio a minha vida e o meu país a vocês.
Todos estão impactados diante das palavras da rainha, ela ressalta.
— Ah, Dr. Addan! Se está me ouvindo agora, mexeu com o país errado e com a líder errada. Eu sobrevivi às maiores desgraças que a humanidade já vivenciou e não é um homem 20 anos mais novo que eu que poderá me derrubar. Você não tocou apenas em uma mulher, você tocou na Rainha, a chefe geral de todo o Reino Unido… População britânica! A partir de hoje o meu decreto é… A guerra civil e a retomada na ilha da Phoenix contra o Dr. Addan começa… AGORA!
Um momento histórico na Inglaterra e em todo o Reino Unido está acontecendo, a rainha Elizabeth agora mais do que nunca se tornou uma forte aliada para destruir as forças do Dr. Addan. Em vários lugares do país, pessoas estão vendo aquilo esperançosos de que por fim algo será feito em prol de tudo isso que está acontecendo.
— Mandaremos reforços ao capitão Dan para que embarquem na missão de ir até a ilha onde reside o Dr. Addan. Mas também precisamos de soldados para ficar no país e combater os infectados que agora estão nas ruas. Voluntários e profissionais da saúde também serão bem vindos, o mundo está lutando contra um novo vírus além daquele que foi criado pelo Dr. Addan, peço que todas as forças armadas compareçam imediatamente à sede de cada uma de suas repartições que neste exato momento eles estarão recebendo a carta de autorização enviada a cada representante. Líderes militares da Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Escócia e países vizinhos já estarão de aviso e terão no máximo 48 horas para se prepararem.
Cristhian vendo tudo aquilo fica sem acreditar no incrível poder de liderança da rainha.
— Incrível que mesmo com tudo o que está ocorrendo, ela pensou em tudo. Essa mulher é um gênio!
A rainha continua a falar.
— E antes que eu me esqueça, quero falar sobre o caso da Dra. Fionna Jones por qual trabalhava para o Dr. Addan na Organização Phoenix…
Na ilha, Fionna fica apreensiva ao ouvir seu nome sendo mencionado pela rainha.
— Quero neste exato momento abolir qualquer envolvimento da doutora Fionna Jones no caso do Dr. Addan Melvick, tudo isso foi provocado exclusivamente pelo próprio Dr. Addan para que outra pessoa assumisse a culpa em seu lugar. Ele foi quem criou o próprio vírus, usou a Dra. Fionna pra se promover em prol disso e acabou custando a vida de muitas pessoas.
Na ilha, o Dr. Addan fica furioso.
— Maldita! Eu não vou permitir que essa mulher destrua meus planos!
Ela continua a falar.
— Sendo assim, acho que ficou bem claro tudo o que eu falei aqui. Peço à população que tomem cuidado, haverá toque de recolher a partir de hoje, fiquem em suas casas e tranquem bem as portas, os infectados são violentos e podem transformar outras pessoas, não vai demorar muito para que a capital seja tomada por essas coisas,então evitem sair nas ruas, deixe esse trabalho apenas para os soldados que a partir de amanhã já estarão dando início à guerra civil. Chega de vemos inocentes morrendo! Tá na hora de revidarmos! Cuidem-se, meu povo! Minha nação… Espero que vocês vivam por muito tempo.
A Rainha pede pra encerrar a transmissão, as pessoas que estão ali com ela lhe entregam um copo d’água.
— Vocês acham que eu fui bem?
— A senhora foi ótima, majestade. Mostrou ser uma verdadeira líder, agora acabou pra esse tal Dr. Addan. A máscara dele caiu e todo o país já sabe do que ele é capaz.
Addan fica furioso e começa a jogar objetos no chão, Naraj tenta acalmá-lo.
— Calma, Dr. Addan! Isso não vai resolver em nada.
— Cale a boca, Naraj! Todo o meu plano de convencer a rainha e a monarca foi por água a baixo. Eu estou cheio de ódio!!
— Nem tudo sai como planejamos.
Neste momento, Hilda entra no gabinete.
— O que faz aqui?
Hilda desafiante esbofeteia o Dr. Addan.
— O que pensa que tá fazendo, sua desgraçada?
— Isso é tudo culpa tua!
— O quê?
— Pra começar nada disso teria acontecido se tivesse me escutado! Deixou que isso acontecesse, deixou que o Dan escapasse com vida e agora veja o que aconteceu! Todos os nossos planos foram arruinados por tua culpa!
— Ah é? Você sequer fez algo que possa nos salvar disso tudo. Só pensou em sua vingança contra o seu ex-marido e suposta amante dele.
— Cale a boca! Você não tem direito em tocar numa mulher ferida. Agora em menos de dois dias essa ilha será invadida por um exército inteiro.Tá feliz, Dr. Addan?
— Sua medíocre! O plano teria dado muito mais certo se não fosse essa tua teimosia.
— Ah é? Então me prove! Deveria ter matado a Fionna enquanto tinha tempo, deveria ter matado a garota e assim evitaria que viessem pra cá. Eles virão aqui justamente por causa delas!
Naraj vendo a discussão tenta interver.
— Por favor, milordes! Não vamos baixar o nível.
Hilda esbraveja:
— Cala a boca, Naraj! Saia imediatamente daqui e me deixe a sós com este senhor.
— Mas…
— … EU DISSE SAIA IMEDIATAMENTE DAQUI!
Naraj não vê outra saída e decide sair da sala deixando os dois a sós. Addan aproveita a distração de Hilda e tenta revidar.
— Isso é pelo tapa.
O Dr. Addan devolve o tapa que havia recebido de Hilda. Ela com a mão no rosto e enfurecida de ódio exclama:
— Desgraçado! Vai me pagar!
Hilda avança pra cima do Dr. Addan e ambos começam a trocar tapas e socos. Addan derruba Hilda no chão e começa a enforca-la.
— Sua maldita! Morre!
Hilda tentando se sobressair vê um dos objetos que Addan havia atirado no chão e consegue alcançá-lo e bate na cabeça dele.
— Ahhhh!
Hilda se levanta e chuta na cara do Dr. Addan.
— Vai se arrepender de tentar me matar.
— Você é que vai se arrepender.
Addan rapidamente alcança a mesa de seu gabinete e pega sua pistola, mas Hilda também está prevenida e pega a arma dela e agora ambos estão apontando um para o outro.
— Você é fraco, Addan. Sequer conseguiu matar uma simples garotinha.
— Cala a boca, sua inútil! Você não vai arruinar os meus planos, vou pegar aquela garotinha de volta e fazer com que ela desperte o Neon e aí eu faço questão de você ser a primeira a ser esmagada por ele quando acordar.
— Não me subestime, Addan. Não sabe o que uma mulher cheia de ódio é capaz de fazer.
Hilda tira o tapa olho e Addan se assusta com o que vê.
— Está vendo isso, Addan? Está vendo? É, eu sou um monstro! Você me tornou assim! Então não se atreva a me desafiar nunca mais!
A tensão aumenta no local, poderá um deles ser capaz de atirar no outro?
Na sala do projeto Neon, Fionna, Ashley e Edward se preparam para fazer uma vídeo-chamada rápida para o capitão Dan.
— Tomara que ele atenda, tomara que ele atenda.
Na mansão, Dan sente seu celular bipar e vê a solicitação de chamada de vídeo e atende.
— Fionna?
— Ai, graças a Deus! Eu fiquei tão preocupada achando que vocês… Bom, que vocês…
— Estou feliz que esteja bem. Pessoal, a Fionna está conversando com a gente.
Todos os demais se aproximam, Lisa que está mais afobada fica bem próxima ao capitão.
— Fionna, é verdade o que o Dr. Addan falou na transmissão ao vivo? Sobre a Emily?
— Sim, Lisa, é verdade. Ela fugiu na mesma noite do atentado no casamento real.
— Sabia do atentado?
— Na verdade não, eu fiquei sabendo por…
Fionna olha rapidamente pra Edward e depois volta a olhar pra tela de novo.
— … Deixa pra lá, eu explico depois. Escutem, o Dr. Addan a essa hora está um poço de fúria ao ver o que a rainha disse, nós aqui podemos ver tudo. Significa que agora é o momento oportuno de vocês virem aqui.
O capitão a responde.
— Sim, Fionna. Já vamos reunir as tropas e até sexta estaremos todos aí.
— Ótimo! Se isso consola a vocês, temos mais um aliado, podemos dizer assim.
— Quem?
— O nome dele é Edward, ele está aqui, você quer… Aparecer pra eles?
— Melhor não, pelo menos ainda.
— Ele ainda tá um pouco tímido, não deve ser fácil está trabalhando agora pra um bem maior, mas enfim… Lisa, não se preocupe que seu pai está bem, mas estamos preocupados com a Emily, passou uma noite na floresta e tá por aí sozinha e o Dr. Addan quer encontrá-la a qualquer custo. Queremos assegurar que ela vai ficar bem.
— Por favor, Fionna. Segura as pontas pra a gente enquanto não chegamos aí, minha irmã e meu pai são meu maior motivo de chegar nessa ilha.
— Farei o possível. Agora temos o apoio da rainha, ninguém poderá nos impedir.
Edward sussurra.
— Vou ao gabinete do Dr. Addan pra fingir preocupação.
— Ok.
Cristhian do outro lado pergunta.
— Esse aliado aí que você falou é realmente confiável?
— Eu espero sinceramente que sim, Cristhian.
Na floresta, Emily está andando e sente seu estômago apertar de fome.
— Essa não, eu estou faminta! E agora?
Ela senta numa sombra debaixo de uma árvore e em questão de minutos ouve um barulho e quando se levanta vê todos os animais infectados levando algo pra ela.
— Mas o que é…
Os felinos que são predadores naturais trouxeram animais pequenos mortos.
— Gente, eu… Eu não posso comer isso.
A águia real pousa ali e trouxe em seu bico várias minhocas e larvas.
— Nossa! Era “tudo o que eu precisava”. Será que nessa ilha não tem frutas? Ou… Não sei.
As feras acenam pra Emily olhar mais atrás e ela avista alguns bananais.
— Bananas!!!
A garota corre até elas e tenta alcançar os cachos.
— Ai! É muito alto.
A águia voa até os bananais e derruba vários cachos de uma vez.
— Ai, não! Espera! Não precisava de tantos, calma!
Emily pela primeira vez parecia estar se divertindo com tudo o que estava acontecendo. Ela se assenta debaixo de um pé de banana, pega uma delas, descasca e oferece às feras.
— Não é um X-burguer , mas é melhor que nada. Estão servidos?
As feras se retorcem como se tivessem enojadas.
— Vocês… Não gostam de banana, né? Imaginei, bom… Mas eu gosto!
Emily morde um pedaço e quando está prestes a dar a segunda mordida, ouve um barulho peculiar. Quando ela olha para o lado vê um macaco selvagem a observando.
— É… Você…
O macaco fica a observando.
— Você quer um pedaço, não é?
Emily entrega a banana para o macaco e ele agarra e começa a comê-la. De repente outros macacos aparecem nas árvores.
— Quantos macaquinhos! Espere!
Ela olha diretamente para o que está perto dela.
— Vocês não são macacos infectados, são?
O macaco olha pra ela e vira a cabeça pro lado dando a entender que está confuso.
— Você não faz ideia do que eu estou falando, né? É claro que não faz, por que eu estou conversando com um macaco? Isso me faz sentir uma idiota.
Emily ignora os fatos e pega outra banana e começa a degustá-la enquanto os outros macacos vão se aproximando.
No gabinete do Dr. Addan, a tensão entre Hilda e ele continua.
— Você está louca, está fora de si.
— Eu sabia… Sabia perfeitamente bem que se eu mostrasse o lado mais negro de mim você recuaria. Foi como eu disse… É um covarde! Sua ambição acabou alterando as tuas emoções.
— Ha! Faça mil favores, Hilda. Quem é você pra falar de emoções?
Hilda volta a colocar o tapa olho de volta e fala.
— Exatamente. Não tenho moral pra falar sobre emoções, porque me livrei disso há muito tempo. Mas caso queira, podemos ficar aqui o resto da vida apontando a arma um pro outro enquanto um não cede.
— Maldita!
A porta do gabinete se abre e Edward entra.
— Dr. Addan, eu… O que tá acontecendo aqui?
— Não sabe bater, Edward?
— Sim, é que…
— … Não importa! Fale com os guardas, quero uma equipe de busca agora mesmo na floresta pra procurar aquela pirralha. Vasculhem essa ilha cabo a rabo até encontrá-la.
— Sim, senhor. Eu… Eu poderia ir com eles nessa missão?
— Pra mim tanto faz. É até melhor, você é mais eficiente que aqueles inúteis.
— Ótimo! Vou avisar a todos. Com licença!
Edward se retira da sala. Ambos aquietam seus ânimos.
— Da próxima vez, Dr. Addan… Eu não hesito em atirar bem na tua testa.
Hilda sai da sala olhando para o Dr. Addan por cima dos ombros deixando-o ainda mais furioso.
Na sala do projeto Neon, Fionna está terminando de conversar com o capitão Dan e os outros.
— Agora que a rainha também decretou guerra civil no Reino Unido por conta dessas criaturas do Dr. Addan, vocês precisam estar ainda mais preparados.
— Sim, Fionna. Vamos agora mesmo fazer todos os preparativos, nos dê dois dias.
— Ok, a minha preocupação agora é apenas com a Emily. A coitada tá por aí sem rumo e sem comida.
Ashley argumenta.
— Fionna, se isso te serve de consolo, há algumas árvores com frutos comestíveis aqui que pode segurar um pouco, mas isso não assegura a sobrevivência de ninguém.
— Entendo. Mas a Emily é forte! Está ouvindo isso, Lisa? Tenho certeza que tua irmã está bem.
— Obrigada, Fionna.
— Escuta… Eu estou sentindo falta de algumas pessoas aí… Onde tá a May? Não me diga que…
— … Não, a May precisou viajar para o Brasil. Ela recebeu um chamado de uma amiga dela, acho que tem a ver com esse coronavírus.
— Meu Deus, fiquei sabendo! Como se não bastasse o Dr. Addan e ainda tem isso. Espero que ela esteja bem, mas ainda sim, eu… Onde está a senhorita Claire?
Eles olham uns para os outros receosos. O Capitão Dan decide explicar o ocorrido.
— Perdemos muitas pessoas nesse ataque no casamento real. E uma delas foi a senhorita Claire e o príncipe Henry.
— Ai meu Deus! Eu não acredito que no dia do casamento deles… Não pode ser!
— Sim, e também perdemos o Marco.
— O Marco? O italiano?
Ellie triste confirma.
— Sim, um dos capangas do Dr. Addan atirou nele.
— Meu Deus!
— Sem contar nos condes, a mãe da Claire e… A mãe do agente Victor também.
— O… O quê? A tua mãe estava com vocês, Victor?
— É… Sim, sim, estava.
— Meu Deus, eu… Eu sinto muito, gente.
— Uma boa parte de nós conseguiu sair com vida incluindo a rainha, mas… Foram muitas mortes naquele lugar.
— É por isso que vocês terão que vir pra cá. Pra que a morte de todas essas pessoas não tenha sido em vão. Eu perdi os meus dois colegas de trabalho, Philip e August… Foi um golpe duro pra mim e sei que não é fácil pra vocês, mas precisamos aguentar firmes. Nós vamos vencer essa guerra! Eu acredito nisso.
— Também creio, Fionna. Tenho a melhor equipe que um capitão possa ter.
— Ótimo! Eu vou desligar, vocês devem ter muito a fazer, entro em contato assim que possível. Até logo!
Fionna desliga a chamada.
— Meu Deus! Tanta gente que morreu na noite passada.
— Não acredito que o príncipe da Inglaterra e a princesa estão mortos. Isso é um pesadelo.
Edward entra na sala.
— Meninas!
— Não mate a gente de susto, Edward! Ando tão desconfiada que sempre penso que uma hora o Dr. Addan vai entrar aqui e pegar a gente fazendo chamadas externas.
— Me desculpem! Mas precisava vir aqui logo pra avisar a vocês. O Dr. Addan pediu pra uma tropa vasculhar a ilha em busca da Emily. Eu me ofereci pra ir também pra ficar de olho nesses babacas, se caso eu a encontrar, vou assegurar a segurança dela pra que os outros não a vejam.
— Vai mesmo fazer isso? Ótimo! Então vamos nos preparar.
Na mansão Maximilion, o capitão Dan se dirige ao general.
— General! Precisamos nos mover. Sei que o senhor está passando por um momento difícil assim como nós, mas…
— … Não se preocupe, capitão Dan. Já recebi um e-mail encaminhando as tropas, vocês terão reforços para ir com vocês até a ilha, não vão sozinhos. Até porque vocês são poucos.
— Éramos pra ser bem mais, só que…
— … Não se culpe com isso. O país inteiro deve entrar de quarentena entre hoje à noite e amanhã, então acho que seria melhor eu ficar aqui pra auxiliar os soldados que vão pra guerra civil.
— Tem certeza disso?
— Sim, eu… Já estou muito velho, capitão. Não tenho tanta energia como vocês tem.
— Talvez seja até melhor estar alguém aqui pra quando a May voltar e ficar com o Trevor.
— Ótimo. Então vamos colocar a mão na massa!
As horas vão se passando e em cada repartição, a intimação aos soldados de todas as forças vai chegando aos poucos e vemos em cada setor, os militares se reunindo. Um tenente da força aérea aciona o comando.
— ATENÇÃO, SOLDADOS! Foi-nos encaminhada esta missão de defender o nosso país contra as atrocidades cometidas pelo Dr. Addan Melvick e assim vamos honrar a memória de um dos nossos oficiais mais eficientes… Marco.
Os oficiais olham desafiantes.
— Uma de nossas colegas, Ellie, está juntamente com o capitão Dan para invadir aquela maldita ilha. Quero saber, quem são os voluntários para ajudarem nessa missão?
Eles olham uns para os outros e um deles estufa o peito e levanta o punho para o ar com muita energia e exclama:
— PELO MARCO! SALVE, MARCO!
Imediatamente todos os oficiais fazem a mesma coisa.
— SALVE, MARCO! SALVE, MARCO!
O tenente olha para todos eles orgulhoso do que vê.
— Então está decidido.
Os oficiais da Marinha também estão se reunindo e fazendo a separação das equipes. Um fuzileiro naval está auxiliando os cadetes.
— Precisamos de vários barcos e marinheiros da melhor competência para executarmos a missão pelo mar. Fui informado que os soldados novatos do capitão Dan virão conosco através de um de nossos barcos, então vocês ficarão encarregados de protegê-los a qualquer custo. Entenderam?
— SENHOR, SIM SENHOR!
Na mansão, os garotos estão questionando ao capitão Dan sobre as estratégias, Cristhian pergunta:
— O quê? Nós vamos pelo mar?
— Sim, Cristhian. Vou deixar os oficiais da aeronáutica irem pelo ar, Ellie estará coordenando juntamente com os outros soldados que serão enviados. Creio que Jennifer e Julian também podem ir com eles. É o jeito mais seguro de não enviar todos de uma vez pra lá.
— Ótimo!
No quartel general do exército, os soldados já estão preparados e recebendo ordens de seu general.
— Escutem, soldados! Nós seremos a maior parte que ficará no país pra auxiliar na guerra civil contra os infectados. A equipe terrestre mandará alguns de nós até a ilha juntamente com o capitão Dan, mas a nossa responsabilidade será proteger o país a qualquer custo enquanto nossos colegas vão até aquela ilha e capturem o Dr. Addan. Estamos compreendidos?
Todos batem continência em movimento uniforme.
— Sim, senhor!
Na ilha, a busca por Emily continua. A garota ouve o barulho dos helicópteros e tem soldados na floresta. Já é final de tarde, ela está cansada e pelo visto os animais não estão perto dela naquele momento.
— Ai meu Deus! O que eu vou fazer?
Emily se esconde atrás de uma pedra e fica observando os soldados do Dr. Addan indo para outra direção. Ela está de costas e sente uma mão masculina tocar em seu ombro.
— Ahh!
— Shh! Shhh! Sou eu, Edward! Graças a Deus eu te encontrei!
— Não, por favor, eu…
— … Shh, fala baixo! Não deixe que eles te escutem. Se abaixa!
Ambos se abaixam e ficam atrás da pedra.
— Alguma coisa me dizia que eu ia acabar te encontrando e dei um jeito de despistar aqueles idiotas. Escuta, sua irmã vai vim pra cá dentro de 1 dia e meio.
— A Lisa?
— Sim, mas você precisa se proteger, eu trouxe algumas coisas pra você.
Ele abre sua bolsa e pega uma pochete entregando-o à Emily.
— Olha, aqui dentro tem um isqueiro, vai precisar fazer uma fogueira à noite, também tem uma faca, você vai precisar se proteger, e alguns outros acessórios, tudo isso você vai precisar pra poder aguentar só mais um dia até a sua irmã chegar com os reforços. Você consegue fazer isso?
— Eu acho que consigo, mas… Por que tá me ajudando?
— Agradeça à Fionna por isso. Escute, coloque esse relógio.
Ele vai colocando no pulso de Emily enquanto fala.
— Ele serve como uma bússola pra você não se perder nessa ilha e também um rastreador pra que a gente saiba onde você vai estar, caso precise desviar a atenção do Dr. Addan. Não se preocupe, não vou te entregar pra ele, isso é pra sua própria segurança.
— Eu, eu…
Uma das feras aparece por trás rosnando.
— Mas que porcaria é essa?
— Não, tudo bem! Ele não vai me machucar… Mas os outros que estão lá embaixo sim.
A fera dá um sinal e rapidamente as outras aparecem e ambas correm em direção dos outros soldados. Ouve-se apenas os gritos e tentativas frustradas de tiros.
— Como? Essas criaturas te obedecem?
— Eu não sei como funciona.
— Ok, isso me deixa aliviado. Agora eu preciso voltar como se nada tivesse acontecido, vou avisar à Fionna que você está bem.
Edward se levanta pra sair dali.
— Moço!
— Sim?
— Obrigada.
— Não tem de quê, jovem Emily.
No pátio da mansão, Julian está dando aulas práticas de tiro para os garotos.
— Vamos lá, moçada! Precisam estar bem treinados porque ficarei longe de vocês durante a primeira parte da missão. Então quero ver todo mundo atirando bonito quando chegar lá.
Dylan sussurra para Cristhian.
— Eu vou atirar na cara dele se ele não calar a boca.
— Disse alguma coisa, Dylan?
— Não, eu estou ótimo!
Anoitece, os soldados do Dr. Addan retornam à central. Edward dá a notícia.
— Infelizmente não a encontramos, Dr. Addan.
— Maldição! Essa pirralha não pode ir pra nenhum outro lugar além dessa ilha.
Minutos mais tarde, Edward aciona Fionna através das escutas que ele entregou à ela.
— Boas notícias! Eu encontrei a Emily.
— O que disse? Mas… (abaixando o tom de voz) Os outros encontraram ela?
— Não, não. Só eu a encontrei. Entreguei um kit pra ela pra que consiga segurar mais um dia inteiro até o capitão chegar.
— Graças a Deus! Então vamos aguardar.
E como foi dito à Emily, esta conseguiu fazer uma fogueira em um local mais discreto e tá tentando se esquentar, ela acabou cedendo e pega um dos pequenos animais mortos trago pelas feras e o “assa” na fogueira.
No dia seguinte, a rainha Elizabeth chega de helicóptero na residência do general Maximilion. O capitão Dan conversa com ela.
— Fico feliz que esteja bem, majestade!
— Estou orgulhosa de todos vocês e feliz porque sei que estou deixando o nosso país em boas mãos. Mas não posso ficar aqui, preciso ir para a Irlanda e ficar por lá até a guerra acabar. Já estou velha e não posso me dar ao luxo de ficar exposta mais do que já fiquei diante do perigo.
— A senhora está certa, majestade. Em 24 horas estaremos naquela ilha. E obrigado por mandar tantos reforços, foi mais do que eu imaginava.
— Vocês precisam de toda ajuda possível. Alguém de vocês ficará aqui pra caso precise?
— Sim, o General Maximilion ficará.
— Ótimo! Nos vemos em breve, capitão.
— Até a vista, majestade!
A rainha retorna ao helicóptero e parte dali.
2 horas depois…
Fionna está fazendo uma chamada na sala de Neon juntamente com Makoto. Lisa é quem está do outro lado.
— Então minha irmã está bem?
— Sim, por sorte o Edward a encontrou antes dos capangas do Dr. Addan, ele entregou alguns acessórios de sobrevivência a ela e também um rastreador pra nós ficarmos monitorando-a. O ponto de encontro entre vocês será na praia, daremos um jeito de fazer com que a Emily vá até lá, não sei como, mas o Edward pode rastreá-la e dar o aviso.
— Graças a Deus!
— Filha, filha! Você está bem?
— Papai! Estou e você também vai ficar bem. Aguenta mais um pouco, papai. Eu estou chegando, amanhã estarei aí e vamos acabar de uma vez por todas com esse pesadelo.
— Sim, minha menina. Estou te esperando.
Praia da Ilha da Phoenix, 15h00- FALTAM 15 HORAS PARA A INVASÃO.
Emily está andando na praia sozinha e parecia estar comendo alguma fruta, ela vai se aproximando do mar e fica por um tempo admirando.
— É por aqui que eu vou encontrar a minha irmã. Finalmente vou sair daqui.
Ficam minutos de silêncio e ela está apenas sentindo o vento bater em seu rosto, após isso ela sente que a água do mar está começando a ficar agitada. Talvez pela mudança do percurso do vento, mas ela ouve algo e fica assustada sem saber do que se trata. Até que vemos um tufão saindo e saltando do mar em uma altura assustadora, quando as águas abaixam, vemos que é Aragon.
Emily fica paralisada e Aragon “pousa” na praia e está frente a frente com a garota. Ela derruba a fruta no chão e solta um grito desgarrador.
— AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!!!!
Vários pássaros saem das árvores assustados, foi como se a natureza tivesse perdido o equilíbrio. Na mansão Maximilion, Lisa está no quarto juntamente com Hillary e ela tem uma palpitação.
— Ai!
— O que foi, Lisa?
— Tem alguma coisa errada.
— Como assim?
— Eu não sei, eu… Acho que deve ser a ansiedade por amanhã.
— Sim, deve ser. Cadê a May?
— Já era pra ela ter chegado, me mandou a mensagem que já estava em Londres de novo.
— Sentiram minha falta, meninas?
As duas respondem ao mesmo tempo:
— May!
Elas se abraçam em trio. Lisa a questiona:
— Como foi lá no Brasil? Senti que você ficou uma eternidade fora.
— É uma longa história! Depois eu conto com calma pra vocês.
Em um gazebo que fica no jardim da mansão, Brian está ali sentado lendo um livro, Trevor se aproxima dele com uma bola na mão.
— Brian, vamos jogar um pouco?
— Onde você conseguiu essa bola?
— Era do general, ele me deu. Disse que não se importava.
— Trevor, você sabe que estamos nos preparando pra uma guerra, não é tempo pra ficar com joguinhos.
— Eu sei, mas só hoje, por favor… Você nem tá treinando agora, por favor, por favor. Quando você for pra ilha, não vou ter ninguém pra brincar.
— Tá bom, tá bom. Vamos!
Alguns minutos mais tarde, na central da ilha da Phoenix. Fionna está terminando de conversar com um dos cientistas e depois passa pelo corredor. Ela ouve um chamado através da escuta em seu ouvido.
— O que houve?
— Fionna, sou eu, a Ashley. Tem alguma coisa errada, os sinais vitais do Neon alteraram de uma maneira muito estranha.
— O que disse?
Voltamos novamente à mansão Maximilion. Brian e Trevor estão brincando de arremessar a bola um para o outro.
— Ei, você tá indo muito bem, garoto.
— Espere só ver o meu chute.
Trevor chuta a bola pra longe e ela fica próxima aos arbustos da mansão.
— Diminui essa energia, carinha. Deixa eu ir lá pegar.
— Não, deixa que eu vou buscar! Você precisa economizar energia pra amanhã.
— Tá bom, você que sabe.
Trevor corre em direção de onde está a bola, ele se agacha pra pegá-la debaixo de um dos arbustos e sente uma mão maltratada pegando na mão dele.
— Ahhh!
— Oi, pirralho! Eu vim me vingar.
É Petter Krueger que está ali se arrastando e todo machucado. Trevor se afasta assustado.
— B… Brian!
— Eu vou te ensinar a nunca mais me desafiar, seu moleque estúpido!
— Não!
Brian corre em direção a Trevor.
— Trevor! Trevor!
Petter se afasta dos arbustos e segura uma pistola apontando para Trevor.
— Não, por favor!
— O seu protetor não vai conseguir te salvar dessa vez, garoto imundo!
Brian consegue chegar a tempo.
— Não! Petter! O que faz aqui? Como você…
— … Como eu sobrevivi daquele esgoto? Digamos que sou muito melhor que o Theodoro. Mas chega de cerimônias! Vou matar vocês dois pra que sirva de lição e que ninguém se meta com o Dr. Addan. E eu escolho… O garoto.
— Não!
Os outros ouvem os gritos e saem no pátio pra saber o que está acontecendo. Petter se prepara pra puxar o gatilho e rapidamente Brian se coloca de costas na frente de Trevor e o tiro o acerta. Trevor fica paralisado, Brian começa a ficar sem forças e friamente Petter acerta outro tiro nele.
Brian cai ajoelhado, Trevor solta um grito de muita dor.
— BRIAN!!!
O capitão Dan, Victor, Hillary, Lisa, May e Scott se aproximam, os outros ouvem os gritos de dentro da mansão e saem imediatamente do local pra ir lá fora.
Petter se aproxima mancando até eles, Trevor está paralisado vendo Brian sangrar. Petter aponta a sua pistola na testa de Trevor e diz.
— Vejo vocês dois no inferno.
Em um último ato de bravura, Brian consegue segurar o braço de Petter e coloca o cano da pistola na boca dele.
— No meu irmão, você não toca.
Ele pressiona o gatilho explodindo a garganta de Petter que morre instantaneamente. Ao fazer isso, ele cai no gramado totalmente abatido. Trevor tenta reanimá-lo.
— Brian! Brian! Por favor!
Os outros chegam até eles, Victor exclama.
— Brian! Ai meu Deus! Petter Krueger! Ele nos seguiu até aqui!
O capitão fica sem reação.
— Não, não, isso não pode tá acontecendo.
Hillary abre passagem no meio dos outros e vê Brian quase agonizando no chão.
— B… Brian. Não, não, não, não!
Trevor continua a tentar reanimar Brian.
— Por favor, Brian! Você prometeu! Você prometeu que a gente ia tá junto pra sempre, por favor, não me deixa agora, por favor!
— Ei… Irmãozinho, eu… Eu fui um bom irmão mais velho pra você?
— Sim, claro que foi e vai continuar sendo, por favor, meu irmão…
— Ainda bem… Então o meu irmão deve está orgulhoso de mim, eu consegui… Cumprir o papel que ele fez aqui na Terra.
— Não, Brian, por favor, não faça isso! Não me deixe, por favor!
Hillary se agacha e fica do lado de Trevor.
— B… Brian, por favor, não é hora de morrer, não se atreva a morrer agora! Você não pode morrer sem que…
— Hillary… Eu… Eu perdoo você, eu não estou mais bravo contigo. Queria que tivesse sido diferente, queria que… Queria te levar pra tomar um sorvete, mas…
— Não, não, não, eu topo sair com você, por favor, não faz isso comigo.
— Capitão?
— S… Sim, Brian.
— Eu fui um bom soldado?
Nem mesmo o forte capitão Dan estava conseguindo segurar as lágrimas nesse momento. Foi o tempo de todos os demais já se reunirem ali no local e automaticamente com o semblante de choro vindo de maneira imediata.
— É claro que foi, Brian. E sempre será em nossos corações.
— Obrigado, eu… Eu amo todos vocês.
Brian fecha os olhos e uma lágrima escorre. Trevor começa a gritar.
— Não, Brian! Não! Não!
Hillary começa a gritar sem parar.
— Não! Não!
Hillary com raiva pega a pistola e começa a atirar em Petter diversas vezes.
— Desgraçado! Desgraçado! Morre, seu desgraçado! Ahhh!
Victor tenta segurar Hillary e tira a pistola das mãos dela.
— Hillary! Hillary, já chega! Por favor!
— Não, não! Ele matou o Brian, ele matou! Esse desgraçado! Eu o odeio! Eu odeio o Dr. Addan! Desgraçados!
Mais um soldado que nós perdemos, mais uma vida preciosa que nos deixa, mais um coração bom e puro que é vítima da atrocidade de uma pessoa sem coração.
Até que ponto viveremos assim?
Até que ponto passaremos por tanta dor?
Até que ponto?