Nicolas Coutinho, prestes a completar seus 46 anos, é um escritor bem sucedido, com sete romances publicados e aclamados pela crítica e público, e que vive uma vida sem aparentes complicações, mantendo-se sempre que possível longe da “arena das celebridades” e sem qualquer relacionamento duradouro com os homens mais jovens, com que prefere se envolver.

Essa sua existência “perfeita”, entretanto, é colocada à prova da noite para o dia quando descobre que seu pai, que o expulsou de casa há quase trinta anos devido à descoberta de sua orientação sexual, está sofrendo de um câncer terminal e quer revê-lo.

Nicolas entra em colapso, pois jamais imaginou ter de retornar para sua cidade natal, no interior de Minas Gerais, depois da humilhação pública que o pai o fez passar.

Fantasmas e traumas que pareciam muito bem guardados emergem a partir desse momento, como a descoberta da sexualidade, a desilusão do primeiro amor, uma tragédia pessoal e a mágoa que alimenta sobre a figura paterna.

Com uma narrativa em primeira pessoa, alternando passado e presente, Nicolas vai revelando sua origem, onde alegrias e tristezas se misturam num mosaico de recordações, comprovando a influência que cada um delas teve para que se tornasse o homem que é hoje.

“Admiro muito quem, depois de uma decepção, segue em frente sem levar consigo o peso do que ficou para trás.”

Anônimo