– Olá!

Não consigo pensar em nada mais eloquente ou oportuno, além dessa prevista fórmula de saudação, para dizer em resposta ao cumprimento expressivo de Thiago. E odeio-me por isso. Assim como também estou odiando o sorriso sem jeito (apesar do meu esforço em tentar fazê-lo desaparecer) que os meus lábios teimosamente decidiram estampar.

– Que surpresa boa vê-lo por aqui.

Thiago finaliza sua saudação com um riso meio de lado estampando seu rosto à medida que engulo em seco enquanto sua voz irrompe de vez em meus ouvidos e seus lábios semiabertos alimentam a carência de minha alma, deixando-me em total confusão. Como ele está indescritivelmente adorável, parado a poucos centímetros diante de mim, com as mãos nos quadris, os cotovelos para fora, os olhos piscando e sem nenhuma consciência (queira o Criador que não) do meu nervosismo.

Thiago olha de relance para sua destra estendida no ar ao mesmo tempo que toca o próprio pescoço com a outra mão, freando, elegantemente, uma nesga de sorriso. Acompanho o seu olhar e obviamente não demoro a perceber a minha imperdoável abstração; imediatamente estendo a mão em resposta ao cumprimento ofertado, sentindo, sem demora, meu rosto queimar.

Ao toque da mão de Thiago meu corpo inteiro estremece e milhares de pensamentos sem nexo começam a passar pela minha cabeça e não consigo, ao menos, fisgar um que seja para moldá-lo em palavras, tão somente sigo tremendo e olhando para ele. A figura de linguagem da flecha do cupido atravessando o coração deveria ser revisada, urgentemente, pois este flechaço atinge, de fato, é a cabeça.

Preciso me controlar. Preciso controlar minha frequência respiratória e meus batimentos cardíacos senão terei um enfarte aqui e agora, e pior, por algo que eu nem sei se é real e muito menos recíproco…

“Não está falando sério, Lucas. Você mal trocou meia dúzia de palavras com esse tal cara e já tá deduzindo que são almas gêmeas? Você sempre tem essa pseudossensação de que o universo te colocou de frente para sua cara metade. Como você é capaz de investir tanta energia nesses supostos pretendentes”?

Preciso aprender a ser prático e realista, afinal, por que estou me permitindo mergulhar nesse oceano de excitação e expectativa por alguém que eu nem sequer conheço de verdade, que eu nem sei se é gay? Por uma pessoa que está aqui, em pé na minha frente, me olhando a ponto de me deixar desconfortável, parecendo ler minha alma e chegando à conclusão do quão estúpido e precipitado eu sou? Talvez a Gabriela esteja certa. Toda essa história de alma gêmea é uma grande baboseira. E além do mais, depois de hoje, eu e o Thiago nunca mais nos veremos…

– Quem diria que eu iria reencontrar o jovem amigo que estava pensando na vida…

– Como? – pergunto, arquejando uma vez e encontrando, por fim, minha voz enquanto me permito sentir o que resta do calor que emana da palma da mão de Thiago antes dele resgatá-la do meio dos meus dedos que a trancafiavam.

Bem que poderíamos ficar aqui, pelo resto da noite, com nossas mãos apertadas firmemente… Eu não iria me incomodar nem um pouco.

– Você está esperando alguém?

– Quem? Eu?

Idiota. Completamente idiota. A quem mais ele estaria fazendo essa pergunta?

– Eu… Eu acho que não… – gaguejo. As palavras saem dos meus lábios como se tivessem vontade própria.

– Não tem certeza? – Thiago sorri um sorriso além da boca à medida que arqueia as sobrancelhas.

Uma súbita sensação de medo, irritação e vergonha me invade.

Merda.

Definitivamente não posso continuar agindo como uma dessas personagens femininas estereotipadas, que pululam nos romances modernosos, indefesas, frágeis, desastradas e suspirantes, prontas (oi?!) para viver um amor impossível. Não posso deixar que Thiago perceba minha confusão mental. Preciso parecer o mais natural e despreocupado possível enquanto recobro o centro do meu universo particular.

Balanço a cabeça. É o máximo que minhas forças me permitem nesse momento.

– Bem – Thiago parece ponderar antes de ir adiante – Também não estou esperando ninguém. Se você não se incomodar, podemos conversar um pouco… Prometo aproveitar essa segunda chance que o destino nos deu para não ser tão circunspecto como fui hoje, no final da tarde…

Você? Circunspecto?

Questiono-me em silêncio enquanto vejo Thiago ocupando o banco vazio à minha frente e ficando de costas para a ilha do quiosque, para os outros clientes.

– Desculpe. Posso me sentar?

Ele pergunta, dando a entender que vai se levantar, mas logo voltando a ocupar o mesmo lugar depois que inclino a cabeça num vago sinal afirmativo.

– Vou pedir uma bebida – Thiago anuncia, fazendo menção em se virar, porém, antes, seus olhos passam rapidamente sobre a garrafa vazia de Smirnoff Ice que está em cima da mesa e então pergunta se também pode pedir outra dessa para mim.

Aceito, claro, mas dando de ombros.

Thiago volta a sorrir, dessa vez o mesmo sorriso largo de hoje à tarde, quando nos conhecemos. Seus olhos tom de mel permanecem irradiando a mesma estabilidade, como se nada e nem ninguém pudesse atingi-lo. Num gesto fortuito, ele puxa um dos dois bancos da mesa desocupada ao nosso lado para colocar o blazer que acaba por tirar, deixando à mostra a base de seu pescoço, sua silhueta de falso magro, seus ombros fortes, seu antebraço irresistível, seu tórax timidamente trabalhado…

Pelo Criador, eu não havia reparado, lá na praia, como o corpo de Thiago é realmente escultural, mesmo sob as roupas levemente justas que ele estava usando.

Nesse instante me deparo com os seus olhos. Parecem que estão lampejando sob as sobrancelhas grossas arqueadas ao mesmo tempo que um vestígio de desafio e perturbação percorre sua fisionomia; por fim, ele se vira na direção da ilha do quiosque e depois de alguns instantes, sem que nenhum dos barmans responda ao seu sinal, se levanta e começa a agitar as mãos como se estivesse em uma ilha deserta, pedindo por socorro.

Nossa. Essa calça jeans reta que ele está usando, um pouco apertada ao corpo, está fazendo maravilhas ao valorizar sua bunda…

Sinto um espasmo lancinante correr pela minha virilha no mesmo instante em que Thiago se volta na minha direção, sentando-se novamente. Meu rosto está queimando, tenho certeza. Diversos tons de vermelho devem estar, agora, mesclando a minha pele e denunciando meu desespero por estar diante desse deus grego… Merda. E o pior: será que o inchaço na minha cara finalmente decidiu se manifestar?

Passo a mão sobre a face imediatamente, pouco me importando se vou parecer que estou me coçando ou buscando algo na minha pele… Graças aos céus e a todos os anjos que possam existir, o meu rosto ainda permanece intacto.

– Acho que consegui a nossa bebida – Thiago informa, mostrando um sorriso cheio de dentes, vitorioso, parecendo um menino carregado de orgulho por ter acabado de praticar uma senhora molecagem.

 “Já parou pra pensar que o Jonas, o Thomas e o David nunca significaram nada para você? Que foram meros objetos de troca dentro desse seu mar de desespero em busca do príncipe da Disney? Você nunca gostou de nenhum deles, Lucas, e só se permitiu encarar isso, aceitar, quando o próximo se encontrava sob o controle da sua obsessão por ter um namorado”..

.Não. Com o Thiago sinto que vai ser diferente, Gabriela. Tenho certeza. Tudo isso que estou sentindo aqui, agora, diante dele, diante de seus cabelos bem cortados, suas sobrancelhas grossas, seu nariz empinadinho, seus lábios finos… Esses suores, olhares perdidos, saliva extra sendo produzida pela minha boca e outras sensações estranhas das quais sequer consigo nomear… Não. O Jonas, o Thomas, o David, nenhum me fez sentir isso, então não restam dúvidas de que talvez eu não tenha, de verdade, gostado deles… Vai ser diferente. Tenho certeza. Precisa ser diferente… E eu vou dar um jeito de reencontrar o Thiago, depois desta noite, mesmo estando enfurnado lá no quinto dos infernos.

– Eu joguei uma roupa no corpo e não tinha a mínima ideia para onde ir…

O som da voz de Thiago parece distante o suficiente para que, em um milésimo de segundos, eu não saiba dizer, ao certo, de onde venha…

– Como? – interpelo buscando alcançar a velocidade de 10 trilhões de quilômetros anos-luz para descer da exosfera, onde meus pensamentos me levaram ao tempo que tento, num esforço hercúleo, não parecer tão alheio à realidade.

Deparo-me com Thiago olhando de modo estranho para o meu rosto, meus olhos, meu nariz, meus lábios… Seu semblante parece banhado de tormenta e aflição, completamente inacessível, tornando praticamente impossível imaginar o que se passa em sua cabeça… O que houve com ele? Será que se aborreceu com a minha “repentina ausência”? Já sei. É porque estou me comportando como um adolescente imaturo, montado em uma habitual apatia e orgulho, acreditando que sou melhor que tudo e todos…

Sou um completo idiota. Tudo aquilo que o David disse sobre ter me aturado faz sentido…

– Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiver triste, porque nunca se sabe quem pode se apaixonar por teu sorriso.

Meus pensamentos estacionam ofegantes ao ouvir Thiago pronunciar a mesma frase que me disse hoje, no final da tarde, quando nos conhecemos, enquanto observo sua fisionomia mudar de tensa aspereza para um sorriso meio desdenhoso, meio insinuante e dai agarro-me aos nervos como se fossem cordas que escorressem velozmente pelos meus dedos.

Foi essa mesma frase que me desarmou… A mesma frase que tomei como um mantra desde o momento em que a ouvi e que vem me ajudando, me resgatando dos instantes de aflição e desesperança diante do (presente) futuro distópico que me aguarda…

 

 

Nesse instante tenho a impressão de que o mundo definitivamente parou de girar e eu estou me sentindo tão perdido como uma criança no seu primeiro dia de aula em uma nova escola… Olho o meu entorno: ninguém é capaz de se mover; o vento não existe; os sentimentos não existem; a vida, por si só, é uma quimera resultante de um momento de imaginação de algum deus mitológico.

– O senhor não vai abrir a noite com sua tradicional tequila? – ouço uma voz repentina cortando o ar e logo percebo que é a de um dos barmans se dirigindo a Thiago, que me encara, um tanto matreiro, me ofertando, com um olhar irresistível, a sugestão à lá mexicana, o que nego numa velocidade absurda, justificando que não curto misturar bebidas.

Mantendo o mesmo sorriso apaixonante, Thiago retorna para o jovem postado ao seu lado e finaliza o seu pedido: uma Smirnoff Ice para mim e um manhattam e a tequila para ele.

– Você tem mais de dezoito não tem? – ele me pergunta depois que o barman se afasta, deixando escapar um sorriso que quase se assemelha a uma gargalhada, com a boca bem aberta, os dentes perfeitos aparecendo…

Sinto minha pele ruborizar novamente e minha fisionomia ficar envolta em algo semelhante à culpa, mas decido que não vou baixar os olhos e então o encaro firme, em desafio.

– Quer ver minha identidade? – ofereço sem titubear.

– E por que não? -Thiago retruca, examinando minha fisionomia com uma expressão de autoridade e repreensão sublinhada com um quê de sarcasmo velado.

É impossível ele ter desconfiado de que eu possa ter 17 anos.

Presumo um tanto ofendido enquanto me levanto, retirando a carteira do bolso detrás da minha calça jeans e de dentro dela a identidade falsa, que não demoro a lhe entregar, fitando-o com os olhos semicerrados ao passo que ele apanha o celular e o aproxima do documento, iluminando-o com a tela do aparelho, sem pressa, dando a impressão de quer encontrar algo de errado…

– Satisfeito? – pergunto triunfante.

Thiago levanta os olhos na minha direção e em seguida me devolve a identidade enquanto ergue a mão, e com os lábios curvando-se para baixo e um lampejo de desdém divertido em seus olhos tom de mel, responde positivamente sem qualquer alteração, num tom irritantemente plácido permeando sua voz, porém encoberto por um ar de cortesia que, de algum modo, parodia sua própria educação.

Uma algazarra de vozes dispara da ilha dos barmans.

Não há mesmo como ele saber da minha verdadeira idade. Eu e Gabriela já frequentamos várias boates e bares com nossas identidades falsas e jamais nenhum atendente, nenhum segurança sequer desconfiou… Os duzentos e cinquenta reais mais bem gastos da minha vida, concluo, terminando de examinar meu documento fake para em seguida devolvê-lo à carteira.

Nossas bebidas são servidas e também o pequeno cálice com a aguardente mexicana, acompanhada por um quarto de limão e sal, depositado com vigor em frente a Thiago, que não se faz de rogado e começa o tradicional ritual, deitando uma porção do sal nas costas da mão, lambendo-o e depois virando num shot a bebida transparente goela abaixo, para adiante, numa fração de milésimos de segundos, sugar o limão como se a sua vida dependesse disso.

– Então o senhor é um frequentador assíduo desse quiosque… – observo após assistir à rápida performance transbordada de testosterona enquanto provo um pouco da minha tímida Ice.

– Bem… – Thiago inicia ao mesmo tempo que não consegue disfarçar uma careta, ainda assim não ficando menos bonito do que já é – Sempre que venho ao Rio, o que não chega a ser tantas vezes assim…

“Sempre que vem ao Rio”?

Thiago devolve o pequeno cálice da famigerada bebidinha à superfície de nossa pequena mesa e levanta o seu drinque, propondo um brinde, o que eu aceito, imediatamente, quase não conseguindo me conter diante da palpável esperança de que talvez o reencontre depois de hoje, depois dessa informação inusitada de que ele, o “senhor das aspas”, é um forasteiro na cidade carioca.

Thiago explica sob um olhar inflexível, como cortinas esfumaçadas sobre seus pensamentos, que seus pais moram no Rio, porém ele reside em Minas Gerais (eu não acredito! O destino quer realmente nos unir), há três anos… e ponto. Sem maiores detalhes, sem pormenores, sem espaços para quaisquer outros questionamentos e com um semblante sugado de qualquer emoção, podando qualquer tentativa de abordagem de minha parte, mesmo diante da minha confissão (um tanto eufórica) de que estou me mudando para o interior do estado mineiro.

Olhando agora para Thiago me pergunto para onde teria ido aquela ardente inundação de sentimentos que até poucos minutos me fizera navegar por um mar de distintas sensações… Por fim, me deixo ser levado e então começamos a conversar sobre assuntos diversos, ora comuns a nós dois, como cinema, música, astrologia, literatura, ora díspares, como esportes, (o que Thiago logo percebe não ser o meu forte), gastronomia, e também, claro, o trivial, como festas, lugares, nossas ocupações (ele está cursando o quinto período de medicina – também sem grandes detalhes) e com isso provamos mais três rodadas de nossas respectivas bebidas.

Se continuar nessa estrada, depois da sétima Ice não responderei mais por mim…

Sem pestanejar e com cinco Smirnoff correndo pelas minhas veias, empurro o meu banco para próximo de onde Thiago está e com esse gesto faço com que nossos joelhos se toquem “sem querer”.

EU NÃO ESTOU ME RECONHECENDO!

Vou arriscar…

Seja o que o Criador quiser.

Qualquer coisa, no frigir dos ovos, eu peço desculpas ou finjo que não tive a intenção e a vida continua, mesmo sabendo de que vou me sentir o pior dos seres humanos por ter a certeza de que a minha alma gêmea é um heterossexual convicto.

Por incrível que possa parecer, Thiago não se move, apenas sorri, sem grande estardalhaço, parecendo entender minhas insinuações.

– Quer passear um pouco pela praia? – ele encara o nosso entorno à medida que faz um sinal para um dos jovens baristas, pedindo a conta, me devolvendo em seguida um olhar carregado de uma malícia calorosa – Creio que somos os últimos clientes do quiosque.

Só então percebo que realmente não há mais ninguém além de nós dois, e, claro, os três barmans arrumando a casa para poderem ir embora. Que horas já não devem ser? Não tenho dúvidas que dona Lúcia e Gabriela, as duas, estão loucas tentando me encontrar…

Por que Gabriela foi me contar sobre o Rômulo?

Dou de ombros.

Como eu disse: vou me despedir dessa merda toda em grande estilo.

Não penso nem duas vezes e aceito a sugestão de Thiago, já me aprumando para puxar a carteira a fim de ajudar a pagar a conta, entretanto sou impedido por um gesto simples, discreto, com que ele, pousando sua mão direita sobre a minha, indica que eu interrompa a minha nobre ação, me deixando inusitadamente lisonjeado, não cabendo em mim diante de tanta cortesia, porém minha vaidade não dura muito tempo, pois me deparo com uma aliança em seu dedo anular… Aliás, onde ela estava todo esse tempo que não a tinha percebido?

– Ora, ora… Noivo? – a intenção do meu comentário, na verdade, é constatar o óbvio e não questionar.

Thiago ignora veemente minha colocação.

Tomado por uma aflição absurda e um orgulho ferido, recolho minha mão ao mesmo tempo que me afasto, procurando manter alguns centímetros de distância entre nós dois e apanho meu copo sobre a mesa, entornando o que resta da minha Smirnoff Ice goela abaixo, acabando por engasgar e a tossir igual a um condenado.

O ar me falta.

Coloco a mão no pescoço e Thiago se levanta, tentando se aproximar, mas eu o impeço com um sinal feito pela palma da minha mão aberta em sua direção e em seguida coloco os meus dois braços pra cima e aos poucos vou recobrando a respiração. Pelos semblantes estupefatos que os três barmans sustentam, não tenho dúvidas de que fui protagonista de um rápido espetáculo… Foda-se.

Sorrio para Thiago cinicamente e aproveito a aproximação de um dos barmans, que está com a conta da nossa mesa, para pedir uma dose de tequila, mas friso que a minha eu quero com certo acompanhamento: uma sangritaO moçoilo não faz qualquer julgamento ou objeção diante de meu pedido, e nem deve, ao contrário de Thiago, que não consegue disfarçar a surpresa estampada nitidamente em seu rosto.

– O que foi? Você não me ofereceu essa mesma bebida agora a pouco? Então… Decidi provar um pouco dessa cachaça mexicana colocando em prática a receita de um velho amigo – arqueio minha sobrancelha direita, concedendo uma satisfação ao nobre senhor das aspas.

Thiago sorri; um misto de timidez e incentivo percorre os seus lábios.

– Está tudo bem?

– Por que não haveria de estar?

Carregado de sarcasmo, retruco a interpelação de Thiago no mesmo instante em que o kit tequila é depositado à minha frente: sal e um quarto de limão e dois pequenos cálice, sendo um deles com a aguardente de los hermanos, e o outro com um líquido da cor de uma de cenoura – a sangrita.

Não espero qualquer indicação ou sugestão ou brinde. Empurro minha cabeça para trás, viro a tequila goela abaixo e sinto, em milésimos de segundos, um gosto amargo e forte tomar conta de todo o meu ser… Fecho os olhos e presumo que estou fazendo uma careta bem ruim, pois ouço Thiago perguntar, num tom paternal, se eu estou bem e se realmente sei o que estou fazendo. Não respondo nada e continuo a minha empreitada, engolindo, ainda com a cabeça inclinada e os olhos fechados, o tal suco de cenoura, sem pestanejar, completando minha viagem astral pendurado na cauda de um cometa.

– Acho que você já mostrou o que queria – Thiago se dirige a mim num tom de voz carregado de autoridade – Já chega. Você não me parece um conhecedor de bebidas. Vai acabar ficando tonto.

– Tonto? – deixo uma risada feia escapar, pouco me importando com os barmans que com certeza estão à nossa espreita – Tonto? Espero ficar embriagado e esquecer tudo isso que tem acontecido na minha vida.

 

 

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Troye Sivan – YOUTH: fonte, https://www.youtube.com/watch?v=Tqr6RtYHfp0

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