CENA 1. ESCRITÓRIO DE CARLOS. DIA

Continuação imediata da cena do episódio anterior, quando a Voz ameaça Carlos.

 

CARLOS – Alô! Quem é que está falando? Fala, seu desgraçado!

 

Mas a Voz já desligou o telefone. Carlos, desesperado, liga para Cristina.

 

CARLOS – E agora? O que a gente faz?

CRISTINA – Calma. Primeiro você tem que descobrir quem é que ligou. Depois a gente dá um jeito nele.

CARLOS – É. (respira fundo) Mas eu tenho quase certeza de quem é.

CRISTINA – Quem?

CARLOS – Você lembra que eu comentei com você sobre um golpe que a divisão americana da empresa estava armando?

CRISTINA – Golpe?

CARLOS – É, amor! Pra tirar a empresa das nossas mãos. Tenho certeza de que foi o Robert que tá me ameaçando. E ele tá chegando no Brasil. É ele!

CRISTINA – Então resolva isso! Eu preciso desligar, tchau.

CARLOS – Tchau.

 

Carlos fica pensativo.

 

CARLOS – O que eu faço agora?

 

CENA 2. RUAS DA CIDADE. DIA

Salvador e Cebolão estão rodando pela cidade com Maurício. Ele chora copiosamente.

 

MAURÍCIO – Por favor, não me mate! Eu sou rico, tenho pais ricos e você pode ter a fortuna que quiser. Mas meus pais não vão te dar nada se você me machucar.

SALVADOR – Quer fazer o favor de calar a boca? Quem disse que eu quero dinheiro? Vou usar você como isca pra acertar minhas contas com seu papaizinho e sua mamãezinha.

MAURÍCIO – Quem é você?

SALVADOR – (dá uma coronhada na cabeça dele) Não interessa. E cala essa boca!

 

Finalmente eles chegam no cafofo do Cebolão.

 

CEBOLÃO – Bem-vindo à sua nova casa.

MAURÍCIO – O quê? Esse tormento não vai terminar logo não?

SALVADOR – Quem decide isso somos nós! Por enquanto você fica aqui curtindo a vista da favela.

 

CENA 3. COLÉGIO DOM BOSCO. DIA

Fim de mais uma aula de Amanda. O professor Rogério já está a postos pra esbarrar acidentalmente nela de novo.

 

AMANDA – Hoje eu estou mais esperta.

ROGÉRIO – Eu adoraria me esbarrar em você de novo.

 

Amanda sorri encabulada.

 

ROGÉRIO – Mas o que eu adoraria mesmo era jantar com você. E aí? Topa?

AMANDA – Ah, eu não sei… tô cheia de trabalho pra fazer em casa…

ROGÉRIO – Para com isso. Esse charminho só te deixa mais encantadora. Vamos, vai…

AMANDA – (arruma o cabelo) Tá bom, eu preciso me divertir mesmo, né?

ROGÉRIO – Ótimo! Vou te levar ao melhor restaurante da cidade. Te pego às 8.

 

Escondida, a professora de matemática Silvia se arde de inveja vendo aquela cena.

 

SILVIA – Eu não posso deixar essa sem sal da Amanda agarrar o professor mais gato da escola. Ah, não posso…

 

CENA 4. CASA DE CEBOLÃO. DIA

Salvador e Cebolão não estão aguentando mais a choradeira de Maurício.

 

SALVADOR – Mas que inferno! Que bebê chorão é esse? Liga logo pro capeta do pai dele, Cebolão.

CEBOLÃO – Mas não é você que vai ligar?

SALVADOR – (baixa a voz) Se eu ligar o Carlos pode reconhecer minha voz. Eu preciso aparecer só na hora do resgate, entendeu?

CEBOLÃO – Beleza!

 

Maurício fingiu que não ouviu, mas escutou tudo.

 

CEBOLÃO – Passa o número do seu pai, ô viadinho!

 

Maurício passa e Cebolão liga.

 

CARLOS – Mas quem será agora. Esse dia fica pior a cada momento. Alô!

CEBOLÃO – Aqui quem fala é o carrasco do seu filho, escuta ele chorando aqui!

 

Passa o telefone pra Maurício.

 

MAURÍCIO – PAI! Pelo amor de Deus, paga esse resgate pra eu poder sair. Eu vou morrer!

CARLOS – (irônico) Nossa! Você foi sequestrado! Vou agora mesmo pegar o resgate. Você não tem mais o que fazer não, Maurício!

MAURÍCIO – Eu tô falando sério!

CARLOS – Se você é um desocupado eu não sou. (desliga o telefone)

 

Maurício entra em desespero.

 

MAURÍCIO – Não me mata. Liga de novo!

 

CENA 5. BAR. DIA

É. Não tem jeito. O problema deve ser com eles mesmo. A dupla Márcia & Antônio foi expulsa do 16º bar.

 

MÁRCIA – Fala sério! Eu não aguento mais ser humilhada!

ANTÔNIO – Calma, amor. Eles que não estão reconhecendo nosso talento artístico.

MÁRCIA – Chega! Acabou a brincadeira. Temos que fazer outra coisa pra ganhar dinheiro.

ANTÔNIO – Mas o quê? A gente não sabe fazer nada.

MÁRCIA – Sabemos sim. Roubar. Essa vida de gente honesta não vai pra frente. Já sei até o que vou fazer.

 

Márcia estava olhando para um grupo de crianças entrando na escola.

 

ANTÔNIO – Vamos fazer mal a criancinhas?

MÁRCIA – Não. Aos pais delas. Acompanhe-me.

ANTÔNIO – (atrás dela) O que será que essa louca vai aprontar agora?

 

CENA 6. CASA DE CEBOLÃO. DIA

Já que com Maurício não funcionou, Cebolão ligou ele mesmo pra Carlos.

 

CARLOS – Mas que merda! Já chega, Maurício! Já deu o seu show diário. Me deixa trabalhar senão você não pode ficar vagabundando por aí.

CEBOLÃO – Quem disse que o moleque estava brincando? Eu tô falando sério! Quando desligar vou mandar uma fotinha dele pra provar que a gente não está pra brincadeira.

 

Carlos começa a acreditar.

 

CARLOS – Meu caro. Vamos fazer um negócio bem simples. Quanto você quer?

CEBOLÃO – 2 milhões de dólares.

CARLOS – Mas isso é impossível. Não dá pra levantar tanto dinheiro assim de repente. Eu ofereço 200 mil reais, que é quanto eu tenho no cofre de casa.

CEBOLÃO – Você tá de brincadeira com a minha cara? Eu mando seu filho direto pro inferno agora mesmo. (dá um tiro para cima, para Carlos escutar ao telefone)

CARLOS – Não! Espera! Eu tenho 500 mil aqui.

CEBOLÃO – Opa! Agora as coisas estão melhorando.

CARLOS – Hoje. 8 e meia no Pollo Señor.

 

Cebolão desliga na cara dele.

 

CEBOLÃO – 8 e meia no Pollo Señor.

SALVADOR – O restaurante novo?

CEBOLÃO – Sim.

SALVADOR – Perfeito! Chegou a sua hora, Carlos!

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