WangXian

A melodia ecoava pelo ambiente, dedilhando as cordas de sua guqin WangJi tocava a canção que fizera para Wei Ying. O significado daquelas notas tinha a profunda ligação. A melodia que o levou a Wei Ying.

— A mesma música que toco com minha flauta! – Wei Ying estava sentado em uma almofada de frente a WangJi e sua guqin. – Lan Zhan, como a conhece? – Os olhos do garoto eram pura excitação e curiosidade.

— Como você a conhece? – WangJi continuava tocando enquanto aguardava a resposta.

— Ah?! Eu… Éééé, deixe-me pensar. – Wei Ying olhava para as cordas até pegar sua flauta e olha-la pensativo. – Eu toquei a primeira vez que peguei uma flauta, tocava muito mal por sinal hahahahahahaha… Lan Zhan, acho que toco desde dos 5 anos, a vó me deu para me distrair porque eu era muito agitado. – Esboçou um largo sorriso.

WangJi mantinha os dedos nas cordas tocando com leveza, seus olhos claros fitavam o sorriso do rapaz, havia um calor reconfortante em seu coração. Wei Ying lembrou da melodia o que significava que para ele era tão ou quanto importante.

— Lan Zhan, como sabe da melodia? – Inclinou a cabeça novamente pensativo. – É alguma música folclórica? Posso ter ouvido em algum lugar… Hum…

— Wei Ying, eu a compus.

Wei Ying abriu os olhos em uma mistura de surpresa e encantamento.

— Lan Zhan, é sério?

— Hm. – WangJi confirmou tocando a última nota. – O dia que a compus eu toquei para Wei WuXian.

Os olhos de Wei Ying brilharam surpreendido com aquele relato. Boquiaberto levantou da almofada e sentou ao lado da pequena mesa onde estava apoiada a guqin de WangJi; o mesmo o fitava com um suave sorriso.

— Lan Zhan… – Wei Ying ofegou emotivo. – Acho que fiquei sem palavras hahahahahaha… – Sorriu corando a face ao olhar para WangJi. – Eu sempre que estava em crise de ansiedade ou me sentia sozinho tocava essa melodia na flauta. – Coçou a ponta do nariz. – E acabava dormindo hahahahaha…

WangJi pegou o tecido branco e cobriu sua guqin, voltou a face para Wei Ying e disse:

— Wei Ying, quero contar-lhe como aconteceu em seu passado, presenciei alguns momentos… – WangJi levantou e esperou pelo rapaz fizesse o mesmo. Assim ambos, saíram do Jingshi e pararam de frente ao belo jardim dos Recantos da Nuvem.

— Lan Zhan, posso perguntar algo mais pessoal?

— Hm.

Caminhando pelo local, seguiram até uma das construções que eram ligadas ao muro que cercava os Recantos da Nuvem.

— Eu, quero dizer Wei WuXian e você… Errrr, se aconteceu algo…? – Corado, Wei Ying sentia o coração bater forte no peito. – Eu nunca pensei em sentir assim, estou confuso… Esquece Lan Zhan…

— Não aconteceu nada…

— Ah!

— Wei WuXian, você, não sabia sobre o que eu sentia.

Wei Ying sorriu sem jeito e olhou para o lado, lembrando do lugar.

— Ei, Lan Zhan foi aqui que ficamos conversando naquela noite que fugi para comprar Sorriso de Imperador.

WangJi estendeu a mão para que o rapaz a segurasse e ambos saltaram subindo naquele telhado, apesar de ser uma noite fria, não nevava e o céu estava limpo e salpicado de estrelas.

— Esse lugar foi onde o vi pela primeira vez…

Wei Ying olhou-o notando o tom emotivo na voz de WangJi, a face gélida e inexpressiva não conseguia encobrir a emoção na voz.

— Nós lutamos.

— Hahahahahaha… Lutaram?! Por quê, Lan Zhan?

— Wei WuXian estava entrando escondido com Sorriso do Imperador.

— Hahahahahahahaha, minha nossa isso realmente foi engraçado.

WangJi esperou o rapaz terminar de gargalhar para continuar.

— Eu nunca conheci alguém como ele, patético e ao mesmo tempo talentoso.

— Ahhh, Lan Zhan patético, eu?!

— Não mais…

Wei Ying sorriu e se aproximou, a túnica branca envolta em um casaco de frio com os símbolos da nuvem de Gusu balançou com o caminhar agitado do rapaz.

— Lan Zhan, conta mais, nós éramos amigos ao menos?

— No começo, não da minha parte, mas você insistia. – Os olhos claros da jade vagaram para o céu e sua voz sussurrou melancólica. – Eu me arrependo, talvez se tivesse cedido, teria salvo você…

Wei Ying sentiu o peso daquelas palavras e se aproximou mais de Lan Zhan, esticou a mão e segurou a dele entrelaçando os dedos. Sorriu a ele e comentou:

— Eu estou aqui… Estou com você, Lan Zhan. –Apertou firme a mão do outro. – Estou com você em Gusu.

WangJi olhou para as mãos unidas e inspirou suavemente quando ergueu o olhar para Wei Ying havia um sorriso nos lábios da jade

WangJi olhou para as mãos unidas e inspirou suavemente quando ergueu o olhar para Wei Ying havia um sorriso nos lábios da jade.

O sorriso que acertou o coração do rapaz que o fez ofegar, se aproximando ao ponto de sentir o calor do outro, Wei Ying desejou aqueles lábios como nunca desejara nada antes.

— Lan Zhan… – sussurrou próximo a face de WangJi. – Não vou resistir se sorrir dessa forma para mim…

WangJi estava igualmente fascinado com aquele contato, o tom da voz e aquele clima que instigava ainda mais o desejo deles. Relutante deu um passo para trás, virou a face para evitar o contato e mesmo sabendo que não seria fácil aquela convivência preferiu mudar o assunto e voltarem para o Jingshi.

— Vamos voltar, a nevasca se aproxima.

Wei Ying coçou o nariz com o afastamento de WangJi, aparentemente chateado pensava que se conseguisse o clima certo ganharia outro beijo apaixonado. Ah! Como ele desejava aquele beijo e receber os carinhos de WangJi. Ao ouvir que era melhor retornarem, bufou baixinho e concordou.

BaoShan havia combinado durante as férias escolares Wei Ying ficaria com WangJi para começar seus estudos e aprender a cultivar. Porém, naquele período de recesso escolar que duraria do natal até o ano novo achou por bem o rapaz começar a se famializar com os estudos da cultivação. Com isso, foram para os Recantos da Nuvem.

Wei Ying não era obrigado a assistir as aulas de Lan QiRen, no entanto quis participar com intuito de agradar o tio de WangJi e o fato é que não conseguiu se adaptar a forma rigorosa do mestre ancião e muitas das vezes acabava dormindo durante os estudos. WangJi que já tomava as lições com Wei Ying, achou por bem ele não ir mais as aulas matinais.

Durante os primeiros dias como era novidade, Wei Ying parecia se divertir com cada ensinamento que lhe era dado e após a semana ter passado Wei Ying já queria ir embora, estava entediado e por mais que WangJi o levasse a vila Caiyi, o garoto resmungava sempre.

— Não é o momento…

— Ahhhh~~ Lan Zhan, por favor me ensina a montar a espada.

Wei Ying estava debruçado sobre a mesa de WangJi, ambos estavam na biblioteca de estudos finalizando algumas práticas com arranjos.

— Quando receber uma espada. – WangJi anotava alguns treinos para Wei Ying levar na volta para casa.

— É a pergunta que não quer calar: quando vou receber minha espada? – Bufou deitando a cabeça na mesa.

— Em breve.

Wei Ying resmungou e de repente veio em sua mente algo que queria contar ao outro, com um sorriso arteiro levantou a cabeça e apoiou na mesa voltando a tagarelar.

— Lan Zhan, tem algo que quero te contar.

— Hm. – WangJi continuava suas anotações.

— Eu sonhei com você. – Os olhos arteiros viraram para encara-lo.

WangJi que havia parado de anotar olhou-o com curiosidade.

— Sim, sonhei que estávamos aqui mesmo na biblioteca hahahahahaha… – Wei Ying ficou ainda mais empolgado com a curiosidade despertada em WangJi. – Eu estava aqui sentado na sua frente e você aí mesmo fazendo anotações e me ignorando. – Wei Ying levantou continuou. – Você me chamava de patético e por mais que eu tentasse não conseguia ter sua atenção, então você usou o feitiço do silêncio em mim… – Wei Ying colocou a mão no queixo analisando. – Foi muito estranho, fiquei sufocado no sonho, parecia até real hahahahahaha… Lan Zhan, agora vem a parte mais interessante. – Wei Ying voltou a se debruçar sobre a mesa e olhou malicioso para WangJi.

WangJi ouviu todo relato preocupado, imaginando que poderia ser que Wei Ying estivesse começando a se lembrar do passado. Quando o rapaz se debruçou sobre a mesa, WangJi desviou o olhar para não encarar a pontada de provocativa que Wei Ying o queria fazer.

— O que aconteceu?

Wei Ying se aproximou mais apoiando uma das mãos na mesa e continuou a relatar o sonho.

— Você desfez o feitiço do silêncio e eu me aproximei reclamando. – Sorriu e mordeu os lábios. – Eu puxei a sua fita da testa e pela primeira vez o vi irritado.

“…”

— Hahahahahahaha… – Wei Ying ergueu a mão e tocou com a ponta dos dedos a fita de WangJi. – Eu gosto tanto dessa fita. – Rapidamente Wei Ying puxou e se afastou da mesa.

“…” — Wei Ying, devolva. – WangJi continuou sentado e estendeu a mão.

Wei Ying sentou no meio do tapete e olhava a fita e depois para WangJi.

— Você no sonho avançou e me prendeu os braços, logo depois amarrou a fita nos meus pulsos.

WangJi olhava-o intensamente.

— Lan Zhan, essa fita diz tanto de você para mim. – Wei Ying levou a fita aos lábios e beijou-a.

No instante que afastou os lábios viu a sombra branca sobre ele, segurando os seus braços e tomando a fita de sua mão.

— Hahahahahahaha, minha nossa Lan Zhan está querendo fazer como no meu sonho? – Encarou aqueles olhos claros e sussurrou. – O resto do sonho, quer saber?

“…” — Pare de brincar.

WangJi soltou os braços do rapaz e tentou se afastar, mas Wei Ying agarrou pelo pescoço e sussurrou perto de seu ouvido:

— Lan Zhan, você me fodia aqui mesmo, nesse tapete hahahahahahahaha…

WangJi o encarou novamente, seu coração batia forte e mesmo que não desejasse estava prestes a ceder, tocou o rosto de Wei Ying e fechou os olhos por uns segundos.

Wei Ying estava desejoso e vendo que ganhou o espaço que queria se aproximou para beijar os lábios de WangJi. O contato leve da pele macia com a dele arrepiou sua nuca e o coração batia descompassado, WangJi estava imóvel sentindo aquele contato e como desejava os lábios ao seus.

O beijo a tanto evitado aconteceu, com urgência e ansiedade ambos se abraçaram, trocaram carícias e afagos. WangJi segurava a nuca de Wei Ying, quando o beijava com desejo quase descontrolado, até que o mordeu.

— Ai, Lan Zhan… – Wei Ying resmungou, empurrando-o e ainda ofegante tocou os lábios mordido. – Por que me mordeu?

WangJi respirava mais devagar para controlar sua mente e levantou se afastando de Wei Ying.

— Avisei para parar de brincar.

Wei Ying notou que o outro estava irritado e levantou indo até ele.

— Lan Zhan, queria me beijar e eu deseja seus beijos, qual é o problema?

WangJi virou-se amarrou a fita na testa, depois colocou os livros e papéis na estante.

Wei Ying acompanhava-o arrumar tudo, estava se sentindo estranho com o clima e voltou a falar sorrindo sem jeito.

Lan Zhan, eu inventei a outra parte, mas eu realmente sonhei com você. – Seguiu o outro até a porta da biblioteca. – O sonho ia até a parte que você colocava o feitiço do silêncio, depois disso eu acordava hahahahahaha…

WangJi não olhava para Wei Ying abriu a porta da biblioteca e esperou o outro sair, tão logo saíram voltaram pelo caminho em silêncio.

O resto do dia, WangJi se afastou de Wei Ying, pediu para alguns discípulos ajudarem o rapaz com alguns dos feitiços e sobre as anotações que lhe passou.

Wei Ying fez tudo que lhe foi pedido, porém não se sentia bem com o ocorrido na biblioteca, aquele clima estava lhe deixando muito ansioso e no final da tarde já de volta em seu quarto tentou meditar para não ter uma crise de ansiedade.

— Que droga! Lan Zhan está com raiva de mim… – Sentado sobre a cama tentava inutilmente meditar. – Arrrrr… Desisto! – Se jogando na cama suspirou e ficou olhando o teto do jingshi. – Eu fiz besteira… – Pensando em como se desculpar com WangJi acabou adormecendo.

— Wei Ying.

Wei Ying ouvia a voz de WangJi distante, estava sonolento quando afastou o lençol do rosto. Os seus olhos estavam inchados e não queria que ninguém percebesse que havia chorado.

— Lan Zhan, estar escuro, já anoiteceu?

— Sim, perdeu a janta, trouxe algo para comer.

WangJi se afastou da cama e saiu do quarto de Wei Ying indo para o cômodo onde havia a mesa preparada com a refeição, sentou em uma almofada e esperou pelo garoto.

Wei Ying levantou e esfregou os olhos, sentindo um pouco tonto caminhou até a porta enquanto colocava o casaco de frio. Parou e olhou WangJi e depois a mesa preparada de onde vinha um aroma muito bom ao ponto de fazer seu estômago roncar. Suspirou e se aproximou sem olhar para WangJi, mas ele sentia que os olhos claros estavam fixos nele.

— Obrigado, Lan Zhan por trazer a refeição. – Sentou na almofada e pegou os pauzinhos e uma colher. – Estou dando trabalho, deveria ter ido jantar com os outros discípulos.

WangJi ainda o olhava ouvindo-o agradecer.

— Wei Ying.

— Sim, Lan Zhan. – Wei Ying evitava olhar para WangJi.

Nesse momento, Wei Ying sentiu a ponta dos dedos de WangJi tocar seu queixo e suavemente levantar o rosto para olha-lo. O coração dele disparou e seu rosto corou ao deparar com os olhos dourados cheio de carinho para ele. Sem resistir mais as lágrimas rolaram a face.

— Desculpa Lan Zhan… – Aos soluços, Wei Ying chorou se desculpando sem parar. – O que fiz na biblioteca foi idiota, desculpa…

WangJi olhava-o e passou os dedos nas lágrimas dele, nesse momento os olhos claros ficaram lacrimosos e falou ao rapaz com tom suave carregado de carinho.

— Vem… – WangJi abriu os braços para recebe-lo.

Wei Ying imediatamente largou tudo que tinha nas mãos e em um impulso se jogou nos braços de WangJi afundando o rosto em seu peito e chorando.

Wangji afagava os cabelos do rapaz com carinho apertando os braços em sua volta, deixou-o chorar enquanto lhe enviava energia espiritual para se acalmar.

Durante o dia, WangJi não conseguia mais se conter e sabia que se visse Wei Ying naquele estado poderia fazer uma loucura, por esse motivo isolou-se na fonte fria para meditar e esvaziar a mente daqueles pensamentos desejosos. No final do dia, quando saiu de sua reclusão, ligou para SiZhui para vir ficar com o rapaz até final da semana, quando partiriam de volta para Pequim. O jovem médico havia pedido antecipação de sua folga e viajou naquele dia mesmo junto com JingYi para Gusu.

WangJi ao notar que o rapaz já estava mais calmo, interrompeu o fluxo de energia espiritual e continuou com Wei Ying em seus braços, falou por fim ao seu ouvido.

— Wei Ying, está melhor?

— Hmm…

Acariciou os cabelos e notou que estavam maiores que antes, sorriu sutilmente ao notar que havia uso de cultivação.

— Wei Ying, não estou com raiva de você.

Wei Ying se mexeu e levantou o rosto para olha-lo, seus olhos estavam vermelhos e inchados.

— Precisei me afastar, para nosso próprio bem.

Wei Ying, se afastou um pouco dos braços de WangJi e sentou ao lado encostando a cabeça em seu ombro.

— Wei Ying, entenda ainda não podemos, seja paciente de agora em diante.

— Está certo, Lan Zhan. – Concordando ele olhou para a refeição e voltou para a mesa.

WangJi ainda não estava satisfeito, queria o sorriso de volta e ousou em dizer aquelas palavras quando aproximou e cochichou no ouvido do rapaz.

— Quando fizer 16 anos, pode tirar a minha fita da testa.

Wei Ying estremeceu com aquele sussurro e um arrepio subiu a espinha ouriçando os cabelos da nuca, rapidamente sua face corou e virou o rosto para WangJi com o coração acelerado ele sorriu.

— Eu te amo, Lan Zhan… – A voz era suave embargada de emoção.

— Eu te amo, Wei Ying. – WangJi se aproximou e beijou demoradamente a testa de Wei Ying.

Wei Ying sorriu e mais animado voltou a comer a refeição preparada por WangJi, pouco depois o clima era outro, Wei Ying tagarelava sem parar sobre o que havia aprendido com os outros discípulos e principalmente que estava cultivando para o cabelo ...

Wei Ying sorriu e mais animado voltou a comer a refeição preparada por WangJi, pouco depois o clima era outro, Wei Ying tagarelava sem parar sobre o que havia aprendido com os outros discípulos e principalmente que estava cultivando para o cabelo crescer mais rápido.

— Lan Zhan, deve cultivar também, você disse que era para deixarmos crescer juntos os nossos cabelos.

— Hm. – WangJi concordou.

Suaves batidas na porta chamaram atenção da dupla, logo em seguida a voz de SiZhui e JingYi anunciaram a presença.

Wei Ying rapidamente levantou e foi até a porta abrindo-a e recebendo com largo sorriso.

— Dr. SiZhui e JingYi, que bom vê-los.

No Jingshi de WangJi, havia um número seleto que tinha permissão para entrar, além de seu tio e irmão, somente Wei Ying, SiZhui e JingYi.

— HanGuang-Jun. – A dupla se aproximou e curvou com as mãos a frente para WangJi.

Ambos sentaram nas almofadas em frente a mesa e Wei Ying sentou depois de fechar a porta, radiante por ter visto os dois voltou a falar sem parar.

— Dr. SiZhui como está Pequim? Sabe estou morrendo de tédio aqui e Lan Zhan limita o uso do telefone porque me distraio e não aprendo o que preciso hahahahahaha… – Resmungou. – Sinto falta de jogar.

SiZhui sorriu a ele e olhou para WangJi que curvou leve a cabeça, pegando em seguida uma xícara com chá e tomando pequenos goles.

— Jovem mestre Wei, quando veio para Gusu eu imaginei que seria tedioso, mas é importante que aprenda ao menos o básico e acredito que em breve está cultivando sem muitas dificuldades.

— Eu quero ver ele fazer arranjos em uma caçada noturna. – JingYi serviu-se de chá e depois serviu SiZhui.

— Eu ouvi isso, Lan Zhan, quando poderei ir em uma caçada noturna?

— Nunca.

— Ah?! É sempre assim, não pode e não vai… – Wei Ying bufou e cochichou a SiZhui. – Você me leva em uma quando acontecer?

SiZhui sorriu balançando leve a cabeça negando.

— Eu falo sério A-Yuan…

SiZhui que sorria da maneira do garoto, ao ouvir seu nome de nascimento vindo de Wei Ying, congelou olhando surpreso.

Wei Ying sorriu e olhou no canto dos olhos para Lan Zhan, piscou e voltou a olhar para o jovem médico.

— Não ouviu? Vai ter que me levar A-Yuan hahahahahahaha…

JingYi sorriu se divertindo com a expressão do outro.

— Eu acho que ele sabe. – JingYi segurou a mão de SiZhui notando a tremedeira.

Wei Ying coçou a ponta do nariz e depois sorriu a SiZhui.

— Jovem mestre Wei, eu…

— Ah, não me chama assim não, afinal na outra vida cuidei de você certo? – Wei Ying apoiou o baço na mesa e apontou o dedo. – Eu posso não lembrar, mas quando Lan Zhan me contou eu senti um orgulho enorme de você.

— Minha nossa. – SiZhui mal conseguia se conter, respirou fundo e soltou o ar para não chorar. – Eu nem sei o que falar…

— Não fale nada… – WangJi olhou-o com carinho. – Eu me orgulho igualmente de você.

— Obrigado HanGuang-Jun.

— Ahhh quanta formalidade, chama ele de pai… – Wei Ying gesticulou com os braços. – Lan Zhan disse que sente falta de você chama-lo assim, mas sabe como ele é… Falar não é muito o forte dele. – Wei Ying voltou a cochichar com SiZhui.

O jovem médico sorriu e olhou para WangJi, havia uma cumplicidade silenciosa entre ambos, afinal por todo aquele tempo só tinham um ao outro para cuidar da dor e saudade que sentiam de Wei WuXian.

WangJi curvou sutilmente a cabeça e voltou a tomar um gole do chá.

— Desculpe, pai, ultimamente tenho sido negligente com todos que me são importantes.

— Ah, sobre ser negligente, eu também tenho reclamações. – JingYi se empolgou e foi logo falando. – Ele só quer saber dessa coisa de ser médico, malditos plantões e eu durmo sozinho todas as noites.

Wei Ying sorria se divertindo com o jeito de JingYi reclamar, até que os olhou curioso.

— Os dois moram juntos?

— Sim, somos casados praticamente. – JingYi falou todo orgulhoso.

SiZhui corou forte ao notar o olhar surpreso de Wei Ying para ele.

— Wei Ying, não sabia?

— Hahahahaha, não e isso é incrível… Lan Zhan está me contando aos poucos sobre meu passado e das pessoas que ele sabe que me são importantes.

— Que bom.

O grupo continuou conversando sobre o passado de Wei Ying com SiZhui, o garoto adorava e ria muito das coisas que aprontava em sua outra vida. Quando deu a hora do toque de recolher, ajudaram arrumar a mesa e SiZhui se ofereceu para levar a louça para a cozinha.

Aquela noite, Wei Ying ficou com seu smartphone sabendo que como de costume WangJi dormia as 9 horas, jogou um pouco e quando passava da meia noite resolveu pegar mais água para beber.

Quando passou pela porta do quarto de WangJi, resolveu espiar e abriu uma fresta da porta de correr. O viu dormindo e abriu um pouco mais para se aproximar, parou ao lado da cama e fitou-o admirando aquela beleza alva que dormia tranquilamente.

Agachou ao lado e continuou olhando-o apaixonado.

— Lan Zhan, queria tanto poder lembrar de nosso passado… – murmurou baixinho. – Eu sinto que não me conta tudo, acho que nunca contará… – Wei Ying aproximou a ponta do dedo em seus lábios depositando um beijo e levou até os lábios de WangJi tocando suave para não o acordar. – Não vejo a hora de meu aniversário de 16 anos chegar, vou querer meu presente Lan Zhan… – Satisfeito, Wei Ying levantou e saiu discretamente fechando a porta logo em seguida.

WangJi abriu os olhos e viu sair, seus olhos claros cintilaram sutilmente com o carinho que recebeu do rapaz, virou-se na cama e fechou os olhos para voltar a dormir murmurando para si mesmo.

— Eu também, Wei Ying.

Continua…

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo