En las cercanías de Alcatraz
Capítulo X – Y todos llegaron a su fin
DULCE
A senhora de cabelos brancos e andar arcado está ansiosa à espera de Rebeca na sala de visitas. Batuca constantemente com os dedos em cima da mesa. De repente assusta-se com o barulho da porta sendo aberta. Se vira repentinamente e seus olhos brilham. Ela fica paralisada.
Flashback de antes da Dulce chegar do supermercado
A viatura com o Capitão Soares, Cabo Marinho e o Soldado Reis estaciona em frente à casa de Dulce na favela em que ela mora. Soares, que está dirigindo, olha para os companheiros.
Soares
– A Carmen está desconfiada dessa mulher. Disse que ela era amiga da tal Rebeca na clínica e agora foi demitida de lá. Depois de anos, isso é estranho.
Marinho
– Só que ficou internada um tempo por lá antes de ser demitida.
Reis
– Aí tem coisa, com certeza.
Soares
– Ela saiu. Devemos ser ágeis. Reis instala as câmeras na parte de trás. Marinho faz o serviço de câmeras na parte da frente. Eu fico com as escutas no interior da casa.
Marinho
– Correto, senhor.
Reis
– Pode deixar.
Os três saem da viatura com os equipamentos necessários para o serviço.
De volta à Penitenciária Araúdes Trigueiro
A policial Valéria retira as algemas da jovem Rebeca que corre para os braços da senhora de cabelos brancos. Dulce chora ao abraçar a garota.
Valéria
– 15 minutos. Nem um minuto mais.
Valéria fecha a porta batendo-a com força, arrancando olhares de Dulce e Rebeca.
Rebeca
– Ela se faz de durona, mas é a mais gente boa daqui.
Dulce
– Senta aqui minha filha. Não podemos perder tempo então.
Rebeca
– Você saiu da clínica? Como?
Rebeca senta do outro lado da mesa.
Dulce
– O desgraçado do Henrique me deixou um bom tempo trancafiada no quarto andar. Aí um belo dia, resolveu me mandar pra casa. Deu uma boa quantia em dinheiro e disse pra mim viver em paz.
Dulce sorri sarcasticamente.
Rebeca
– Ele desconfiou de alguma coisa e quis comprar a senhora. A senhora não pode deixar assim!
Dulce coloca suas mãos sobre as mãos de Rebeca por sobre a mesa.
Dulce
– Aquele traste faz experiências lá no quarto andar. Eu morria de medo que um dia chegasse minha vez.
Rebeca espanta-se.
Rebeca
– Que tipo de experiências? Eu fiquei pouco lá. Não desconfiei de nada.
Dulce
– Não sei. Só sei que tem uma sala toda equipada. E aquele andar só tinha os casos mais raros da clínica. E cada vez que eles levavam alguém pra aquela sala…
Dulce baixa a cabeça. Olhar triste.
Dulce
– …esta pessoa nunca mais voltava.
Rebeca
– Desgraçado! Próxima vez que Carmen vier aqui eu vou falar tudo!
Dulce segura forte as mãos de Rebeca.
Dulce
– Calma! Temos que se concentrar em outra coisa agora.
Dulce olha para os lados, inclina o corpo um pouco sobre a mesa.
Dulce
– Como eu disse, o desgraçado me deu uma bela quantia em dinheiro. E dinheiro a gente nunca recusa…eu vou te tirar daqui minha filha.
Rebeca senta para trás escorando-se na cadeira.
Rebeca
– Impossível! 30 anos! 30 anos aqui sem recurso nenhum!
Dulce
– Tenho conhecidos que vão ajudar. Estamos bolando um plano pra tua fuga.
Rebeca
– Fugir? Nunca ninguém conseguiu fugir daqui!
Dulce sorri e batuca com os dedos na mesa de vime.
Sala de Investigação – Delegacia de Alcatraz
Uma sala pequena com vários equipamentos modernos dispostos em mesas e suportes nas paredes. No centro uma grande mesa onde estão reunidos Capitão Soares, Cabo Marinho, Soldado Reis, a delegada Carmen e o policial Raúl. Soares aperta o play de um equipamento sofisticado. Todos se concentram para ouvir. Após alguns chiados escuta-se a voz de Dulce.
Dulce (na escuta)
– Então, vocês são capazes mesmo de fazer isso? Há realmente uma forma de tirar minha menina daquele lugar?
Carmen bate com a mão na mesa.
Carmen
– Eu sabia!
Soares faz sinal pedindo silêncio para escutarem melhor.
Dulce (na escuta)
– Tem que ser tudo perfeito. Minha menina não pode ficar naquele lugar…
Escuta-se a voz de um homem na casa.
Voz de homem (na escuta)
– E vai ser, pode ficar tranquila quanto à isso. Temos os melhores ao nosso lado.
Carmen
– Os melhores é o caralho!
Os demais a olham espantados. A delegada sempre se continha para não falar palavrões.
Carmen
– O que tão olhando? Chega de ser boazinha.
Soares
– Acho que temos tudo que precisamos.
Carmen
– Eu preciso ouvir mais. Não podemos deixar brecha.
Dulce (na escuta)
– Eles vão ver que toda prisão tem um calcanhar de Aquiles. E se eles acham que não, eu vou mostrar onde está o elo fraco da Araúdes Trigueiro…
Carmen bate novamente com as mãos na mesa.
Carmen
– Bingo! Era disso que eu precisava.
Ela aponta para os equipamentos.
Carmen
– Ao trabalho. Gravem isso. Quero uma cópia pra ontem.
Todos se entreolham aliviados. O trabalho estava dando seus primeiros resultados positivos. A volta de Carmen era o alento que todos necessitavam.
Na sala de visitas Dulce se despede de Rebeca com um longo e caloroso abraço. As duas choram.
Rebeca
– Tem certeza disso?
Dulce
– Confia. Tudo vai dar certo. Não hoje, nem amanhã, nem depois. Mas eu venho te dizer o dia certo, minha menina.
Valéria abre a porta.
Valéria
– Se foram os 15 minutos. Bora senhora.
Ela aponta para Rebeca.
Valéria
– Você espera aí mais um pouco.
Rebeca fica olhando Dulce se retirar e se assusta ao ver Carmen, Raúl e a diretora Gertrudes se aproximarem. Carmen tira o crachá e o mostra para Dulce.
Carmen
– Dulce Maria Ribeiro?
A senhora, sem entender nada do que está acontecendo, fica espantada.
Dulce
– Sim…sou eu.
Carmen
– A senhora está presa.
Valéria se aproxima puxando os braços de Dulce e lhe colocando as algemas.
Dulce
– O quê? O que eu fiz? Eu só vim visitar, minha menina…
Rebeca se desespera dentro da sala de visitas.
Carmen
– Visitar e lhe contar do plano de fuga? A casa caiu Dulce Maria. Temos provas. E contribuir com a fuga de uma detenta é crime também, sabia?
Carmen olha para Valéria.
Carmen
– Pode levar pra ala 1 que vamos providenciar tudo.
Valéria conduz a senhora de andar arcado. Carmen coloca o rosto contra o vidro da janela que dá para a sala de visitas e observa o desespero da jovem Rebeca chorando com a face sobre a mesa.
RAÚL
O policial Raúl abre a porta da sala da delegada e entra. Ela o espera. Olhar cansado. Dias difíceis.
Carmen
– Obrigada por vir logo, Raúl.
Ela aponta para ele se sentar.
Carmen
– Sabe que achei que você não seria a pessoa certa pra estar ao meu lado nesta empreitada? Mas…
Carmen se levanta, pega uma pasta de uma gaveta, a abre e retira um documento. Coloca em frente ao policial.
Carmen
– …este caso é seu.
Raúl olha do que se trata.
Carmen
– O caso específico da Rebeca, meu marido Jairo em situação cada vez pior…não dou conta de tudo, não agora. Então…
Ela volta a sentar.
Carmen
– …confio plenamente em você pra resolver a questão do tráfico. Sei que reuniu dados importantes e tá louco pra dar um fim nisso.
Raúl
– Mas…
Carmen
– Sem mas…o caso é seu, policial.
Raúl lê o documento à sua frente. Seu semblante é de felicidade. Quer muito mostrar que é capaz.
Raúl
– Obrigado, delegada. Não sabe o quanto isso significa pra mim.
Carmen sorri.
Carmen
– Sei sim.
Ela se escora no encosto da sua cadeira e abre ambas as mãos.
Carmen
– Então… reúna mais dois ou três policiais e…ao trabalho!
Ponto de tráfico
Raúl, usando colete à prova de balas e acompanhado do Soldado Reis e dos Cabos Reynoso e Ramos, se posiciona atrás de uma casa abandonada. Com armas em mãos eles observam o movimento próximo à escadaria.
Raúl
– Eles estão em estado de alerta.
Reynoso
– O ponto principal continua sendo lá em cima?
Raúl
– Sim. No casebre onde Rebeca matou o Catarina. Mathias é o cara do momento.
Ramos
– Então vamos dar fim neste bosta!
Os três andam lentamente e com cuidado contornando a casa abandonada. Quando chegam em frente à casa são surpreendidos por cinco jovens armados e mal encarados (Geleia, Cleison, Davi, Piu-Piu e Marola) Três deles apontam suas armas na cabeça dos três policiais e os outros dois já recolhem as armas.
Geleia
– Fim da linha seus ‘comedia’. Tão achando o quê, ein?
Geleia joga as armas dos policiais em um canto e se posiciona na frente de Reynoso, agarrando seu pescoço com força.
Geleia
– A gente tava de olho em vocês, sabia?
Davi, como a arma apontada na cabeça de Reynoso, está agitado.
Davi
– Deixa eu ‘dá’ fim nesse aqui, Geleia?
Geleia larga o pescoço de Reynoso. Olha para os outros dois de cabeças baixas e mãos para o alto.
Geleia
– Quem é o ‘cabeça’ da missão?
Raúl levanta a cabeça devagar encarando o jovem.
Geleia
– É tu é, mauricinho? Nem tem cara de polícia.
Geleia aproxima-se de Raúl e o ergue agarrando-o pelo colete. Segura sua cabeça olhando na direção do colega Reynoso.
Geleia
– Olha o que vai acontecer! Davi, dá teu jeito.
O clima fica pesado. Raúl está com os olhos arregalados. Cabo Ramos levanta o olhar discretamente encarando o colega de viatura. O jovem Davi, bastante agitado, parecendo estar drogado, se posiciona ao lado do Cabo Reynoso com a arma apontada na sua cabeça. Reynoso chora com os olhos fixos no chão. Sorrindo, Davi puxa o gatilho e o sangue espirra em Raúl. Os jovens traficantes dão risadas e Geleia coloca Raúl novamente de joelhos.
Geleia
– Piu-Piu, levanta esse outro aí. Traz ele aqui pra mim.
Piu-Piu, um adolescente que não aparenta ter mais de 17 anos de idade, de cabelos pintados de amarelo, levanta Ramos segurando-o por baixo do braço e o empurra à frente de Geleia.
Geleia
– Sua graça, qual é?
Raúl levanta a cabeça.
Raúl
– Deixa ele.
Geleia
– Tu fica quietinho aí.
Geleia sorri com o rosto bem próximo da face de Ramos.
Geleia
– Não gosto de matar sem ao menos saber o nome da minha vítima, sabia?
Ramos choraminga.
Ramos
– Cabo Ramos.
Geleia olha para os outros colegas bandidos.
Geleia
– Um Cabo. Eu particularmente nunca matei um Cabo…Cleison me passa tua faca.
Cleison joga a faca para Geleia que a pega no ar e, em um golpe seco, já a direciona ao pescoço de Ramos, cortando sua garganta. O sangue jorra na roupa do bandido, que calmamente limpa o sangue da faca no colete da sua vítima. O policial Raúl vê seu segundo colega morrer na sua frente. Chora desesperado.
Marola
– E esse aqui, Geleia?
Geleia joga a faca novamente para Cleison.
Geleia
– Leva pra escadaria. Piu-Piu, corre e chama o Mathias.
Na escadaria
Os cinco jovens estão ao redor do policial Raúl, que está ajoelhado no primeiro degrau da escadaria, com as mãos sobre a nuca. Mathias, calça jeans branca, regata amarela de escola de samba e correntes de ouro nos braços e pescoço, desce as escadas se aproximando.
Geleia
– Esse é o tal polícia que tava atazanando o ponto.
Mathias entra no círculo e se posiciona na frente de Raúl. Se agacha na frente do policial.
Mathias
– Olha pra mim seu merda!
Raúl exita. Mathias segura seu queixo e ergue sua cabeça. Lhe dá uma bofetada no rosto.
Mathias
– Acho que chegou agora né?
Ele não tira os olhos do olhar assustado do policial.
Mathias
– Faca ou tiro?
Raúl não responde nada.
Mathias
– Então eu escolho… Geleia, me passa o 38.
Geleia tira a arma da cintura e alcança para o chefe. Mathias engatilha o 38, dá dois passos para trás com a arma apontada na testa de Raúl. Ouve-se o disparo seco e o corpo do policial Raúl se espatifa caindo para trás na escadaria.
DIRETOR HENRIQUE
Carmen Sanchez entra pela porta principal da clínica Frederick Angels acompanhada do Capitão Soares. Com a arma em punho ela se aproxima da recepção, de onde a recepcionista lhe olha assustada. A delegada larga a arma sobre o balcão.
Carmen
– Diretor Henrique, por favor.
Recepcionista
– Você tem horário agendado?
Carmen ri da pergunta.
Carmen
– Acho que você não entendeu, queridinha.
Carmen pega a arma.
Carmen
– Avisa o diretor que eu tô subindo.
Assustada, a recepcionista pega o telefone e disca tremendo. Carmen aponta a arma para ela.
Carmen
– Pode ficar tranquila, meu negócio é com ele…vamos Soares.
Soares segue a delegada pela escada que leva ao andar da sala do diretor. Carmen já conhece o caminho.
Na sala do diretor
Henrique desliga o telefone, se levanta e vai para a porta quando a mesma é aberta. Carmen Sanchez surge de arma na mão seguida de Soares. Ela ergue as mãos. Guarda a arma.
Carmen
– Estava vindo me receber, diretor Henrique?
Henrique paralisa no meio do caminho.
Henrique
– Delegada Carmen…
Ele vai andando para trás intimidando-se com a presença da altiva delegada que se impõe diante dele.
Henrique
– É sempre uma honra a tua presença aqui…
Carmen
– Sem joguinhos diretor Henrique. Sabe muito bem porque eu tô aqui.
Henrique se volta para trás da sua mesa. Senta recuperando-se do susto.
Henrique
– Não faço ideia. Mas tenho certeza que posso ajudá-la, delegada.
Carmen escora as mãos na mesa do diretor inclinando o corpo para frente.
Carmen
– Dulce Maria Ribeiro. O nome te lembra alguma coisa?
Henrique
– Ora, delegada. Dulce, uma das antigas funcionárias daqui. Estava aqui muito antes que eu. Mas já estava velha, resolvemos demiti-la.
Carmen
– Até aí atitude louvável a tua. Mas não fez isso sem antes deixar ela trancafiada no misterioso quarto andar né?
Henrique sente-se cada vez mais encurralado.
Henrique
– Eu só…estava cuidando de uma senhora indefesa.
Carmen
– Ok, diretor. Então sem problemas da gente dar uma conferida lá no quarto andar?
Henrique
– Acha que vai encontrar algo lá, delegada?
Carmen olha para o Capitão Soares que até então só observa tudo.
Carmen
– Soares, se junta ao diretor. Ele vai nos levar para um passeio no quarto andar.
Soares se aproxima do diretor Henrique, o levanta segurando pelo braço e os três saem da sala.
No quarto andar
Após passar por todos os quartos do andar, Carmen pede para que o diretor Henrique abra a porta branca no final do corredor. Uma sala toda equipada, mais parecendo um centro cirúrgico. Assim que a porta é aberta um médico se vira para eles. Diante dele uma mesa metal e o corpo de um homem de meia idade coberto por um lençol branco. Em seus braços vários dispositivos ligados.
Carmen
– Mas que merda é essa?
Alguns minutos depois
Carmen está do lado de fora da clínica escorada na cerca. Ela fala ao telefone com o governador do Estado. O teor do assunto é a destituição do diretor Henrique do cargo e a nomeação de um novo nome para exercer a função.
Uma viatura policial chega. Capitão Soares sai de dentro da clínica conduzindo Henrique algemado. Ele coloca o ex diretor pela porta de trás da viatura e fecha a porta. Se aproxima da delegada, que já desligou o telefone.
Soares
– Não dá pra acreditar, não é?
Carmen suspira fundo.
Carmen
– Realmente não dá. Eu mereço tudo isso, Capitão?
Soares balança a cabeça negativamente.
Carmen
– Três companheiros mortos pro tráfico. Rebeca, enfim, presa, mas ainda não me convenci de muita coisa. Depois a Dulce também presa. Jairo morto. Tá complicado, Capitão.
Soares
– Eu sei que tá difícil, delegada. Mas o que mais me deixa martelando é o que aconteceu agora aqui. Como pode alguém fazer isso?
Carmen
– Pois é. Os casos mais raros e complicados eram tratado como escória mesmo. Além de eletrochoques proibidos, eram induzidos à morte rápida através de tranquilizantes em altas doses e depois tinham os órgãos vendidos no mercado negro. Algo surreal mesmo.
Soares acende um cigarro e dá uma tragada.
Carmen
– Mas bom…acho que finalizamos por aqui, Capitão.
Soares
– E quem vai cuidar?
Ele olha para a clínica.
Carmen
– A enfermeira chefe toma conta. Hoje ainda o governador envia o novo diretor. Diz ele que tem em mente um nome bem diferente do salafrário do Henrique.
Soares
– Aguardamos então. Bora pra delegacia?
Carmen
– Café com pastel do seu Rodrigues, por favor.
Os dois se dirigem para a viatura. Entram, Soares dá a partida.
ARTHUR
Carmen retorna para casa depois de um dia difícil. Não sua casa, pois desde a morte de Jairo ela e Joaquim foram morar com Arthur. Exausta, ela abre a porta, larga seus pertences em um armário e se joga no sofá. Arthur surge vindo da cozinha.
Arthur
– Dia difícil, meu bem?
Ele senta ao lado dela recolhendo as pernas da delegada e as colocando em cima do seu colo. Tira os sapatos dela e começa massagear seus pés.
Carmen
– Dia terrível.
Arthur
– Agora relaxa. Está em casa.
Carmen
– E o Joaquim?
Arthur
– Jantou, fez o dever e agora tá no banho.
Carmen suspira. Fecha os olhos.
Carmen
– Ótimo.
Arthur
– Sabe, meu bem. Tá sendo ótimo vocês aqui comigo. Era disso que tava falando. Disso que eu precisava. Sabia desde sempre que tínhamos que ficar juntos.
Carmen
– Arthur, querido. Não tô com cabeça pra isso agora. Só preciso relaxar, descansar.
Arthur faz cara feia, mas Carmen nem nota, pois mantém os olhos fechados. Ele continua a massagem.
Dias depois
Carmen está na mesa do café com Joaquim quando Arthur chega, desleixado, sem camisa. Pega um pedaço de pão e vai para a sala. Atira-se no sofá ligando a televisão. Carmen se aproxima se arrumando. Está quase atrasada para o trabalho.
Carmen
– Você podia deixar o Joaquim na escola?
Arthur dá uma mordida no pão. Ri de algo que está passando na televisão.
Arthur
– Mesmo que eu tenho que levar?
Carmen
– Droga Arthur. Eu tô atrasada. Cheia de coisas pra fazer na delegacia. Faz isso por mim?
Arthur levanta contrariado e veste uma camisa qualquer.
Arthur
– Vamo moleque!
Carmen não gosta do jeito que ele tem tratado o pequeno Joaquim. Suspira fundo, dá um beijo no filho e sai.
Mais alguns dias depois
Joaquim corre pela casa brincando. Salta sobre o sofá, rola pelo chão. Finalmente os dias de luto pareciam acabar e o garoto estar voltando à sua infância feliz. Arthur vem do quarto segurando uma lata de cerveja.
Arthur
– Chega, moleque!
Arthur empurra Joaquim que cai sentado.
Joaquim
– Aiii!
Arthur se joga no sofá e liga a televisão colocando no volume alto. Joaquim fica choramingando. Carmen chega novamente exausta e vê o filho chorando. Corre até ele.
Carmen
– Que houve, querido?
Joaquim não fala nada, mas o seu olhar para Arthur já diz tudo.
Carmen
– Droga Arthur! Que houve aqui, ein?
Sob o desdém de Arthur, Carmen ajuda Joaquim se levantar e o leva para o quarto.
A noite chega e com ela as dúvidas e incertezas de Carmen. De pé diante da janela entreaberta ela observa a lua cheia no céu. Arthur ronca deitado na cama. Ela o encara.
O dia amanhece cinza, sem vida. Arthur está sozinho no quarto, intacto na cama. Ele não está bem. Algo diz que ele não acordará neste novo dia que nasceu.
REBECA
Na Penitenciária Araúdes Trigueiro, Valéria passa no corredor da ala 2 batendo com o cacetete nas grades das celas.
Valéria
– Bora. Hora de acordar. Hoje é dia de revista nas casinhas de vocês.
Outras agentes penitenciárias começam abrir as celas e as detentas saem e se dirigem para o pátio. Valéria abre a última cela onde está Rebeca. Quando a jovem de cabelos vermelhos sai da cela recebe o cumprimento e o respeito de outras detentas das outras celas. Valéria se aproxima dela.
Valéria
– Conseguiu o que queria, não é mesmo?
Rebeca
– Eu disse uma vez: se vou ficar por aqui vários anos, esta seria minha melhor estadia.
No pátio da prisão várias detentas das aulas 1 e 2 já se encontram sentadas enfileiradas e de cabeças baixas. Rebeca chega e procura por Dulce. Vê a senhora de cabelos brancos sentada em uma fileira no canto e vai de encontro à ela. Senta atrás.
Rebeca
– Dulce…tô aqui atrás. Como tá sendo a estadia com aquelas ‘vagabas’?
Dulce não se vira para responder.
Dulce
– Tá tranquilo por enquanto…mas pedi transferência pra tua cela.
Rebeca
– E quem te deu permissão pra isso? Nossa cela tá lotada. E…você não sobreviveria lá.
Uma agente passa por elas e pede silêncio. A diretora Gertrudes sobe em um pequeno palco improvisado à frente das detentas.
Gertrudes
– Boa tarde. Hoje, como todas sabem, é dia da famosa revista das celas. Sei que nossas agentes vão encontrar muitas coisas que não deviam e que muitas de vocês vão para as solitárias…e digo, isso só me faz muito feliz.
Algumas detentas levantam a cabeça com as palavras da diretora.
Gertrudes
– Não estamos aqui para beneficiar nenhuma de vocês. Estamos aqui pra fazer nosso trabalho e, se precisar, vocês sabem muito bem o que acontece. Agora, fiquem à vontade, desfrutem deste sol maravilhoso, que vamos fazer nosso trabalho.
As detentas começam à se despersarem pelo pátio em seus pequenos grupos. Rebeca se aproxima de uma mulher mais velha de cabelos curtos e espetados e lhe entrega uma faca artesanal escondida.
Rebeca
– Faz o serviço. E faz bem feito. A velha não pode voltar pra cela hoje.
A mulher pega a faca e esconde atrás de sua camisa por dentro da calça.
Rebeca
– Ela já falou demais. Tá na hora de dar tchau.
Rebeca se junta a outras detentas e, disfarçadamente, fica observando a mulher de cabelos curtos e espetados se aproximar de Dulce. A mulher tira a faca da cintura quando está próxima da senhora e, quando passa por ela, crava a faca com força na lateral do seu corpo. Ela segue seu caminho enquanto Dulce cai agonizando em meio ao pátio e das outras mulheres. Um aglomerado de detentas se inicia rapidamente e duas agentes penitenciárias correm para averiguar o ocorrido.
Rebeca
– Pronto, Dulce Maria dos Anjos. Não preciso mais me preocupar contigo aqui.
CARMEN SANCHEZ
A lua cheia ilumina um céu escuro e pouco estrelado. Carmen Sanchez, usando um roupão azul claro está na janela do quarto da casa de Arthur observando o luar. Ela vira o rosto encarando Arthur roncando na cama.
Carmen
– Eu tô realmente muito cansada disso tudo… acho que você não deve agir assim não, Arthur.
Carmen se aproxima da cama. Seu olhar está diferente, algo diz que as coisas não estão nos eixos. Os últimos acontecimentos têm mexido demais com a delegada e até o mais sereno dos seres humanos não conseguiria ser forte o tempo todo.
Carmen
– Você sabe as consequências delegada Carmen Sanchez? Quer mesmo seguir?
Carmen pega o travesseiro desocupado e começa sufocar Arthur. Ele arregala os olhos, se debate, tenta se desvencilhar…sem sucesso. A respiração fica difícil. Lhe falta ar. Seus olhos esbugalhados fitam o olhar sereno e sombrio de Carmen. Ela faz força, é o golpe fatal. Arthur ainda se debate, mas vai perdendo as forças. Estava feito. O que seria de Carmen agora?
Carmen
– Você foi forte…
Carmen coloca o travesseiro no lugar, ajeita o roupão, fecha a janela e sai indo até o quarto de Joaquim. Deita abraçada ao pequeno garoto e adormece.
O dia amanhece triste. Carmen desperta antes do filho. Levanta devagar para não acordá-lo. Pega a mochila de Joaquim, abre seu roupeiro e começa jogar algumas peças de roupa enchendo a mochila. Olha para aquele ser indefeso dormindo o sono dos anjos, pensa consigo mesma “será que fiz a coisa certa?” Algumas lágrimas brotam dos seus olhos e escorrem pelo rosto. Larga a mochila aos pés da cama, sai do quarto e vai até o banheiro. Lava o rosto e fica alguns instantes fitando o reflexo daquela mulher no espelho. Não é a mesma Carmen. Talvez agora ela poderia estar do outro lado. O lado que ela tanto confrontou.
Carmen Sanchez volta ao quarto do casal. Arthur está morto na cama. Ela o encara, sente algo dentro dela que ela nunca sentiu em sua vida. Vai ao guarda roupa, pega uma mala pequena, enche de roupas suas e sai. Estava feito, não tinha mais o que se lamentar. Agora era encarar as consequências.
Do lado de fora
Carmen coloca sua mala e a mochila de Joaquim no porta malas. Abre a porta traseira do veículo e coloca o cinto de segurança no garoto.
Joaquim
– Aonde nós vamos? E o Arthur, não vai com nós?
Carmen enxuga as lágrimas para o filho não ver e não sentir o seu medo.
Carmen
– Nós vamos encontrar uma tia da mamãe. Agora fica quietinho, chega de perguntas.
Ela dá um beijo no menino e fecha a porta. Dá a volta no veículo e se escora no mesmo pegando seu celular. Dá uma última olhada para a casa.
Carmen
– Alô, Soares?
Carmen suspira. Está segurando o choro.
Carmen
– Soares querido…eu preciso da tua ajuda! Eu fiz merda Soares.
Ela escuta alguns segundos.
Carmen
– É o Arthur. Há dias ele andava agindo diferente comigo, com o Joaquim…
Carmen olha para dentro do carro se certificando que Joaquim não está escutando a conversa. Ele brinca com um carrinho distraído.
Carmen
– Eu matei ele, Soares.
Ela escuta o Capitão e amigo do outro lado da linha.
Carmen
– Eu sei, eu sei. Sei o que tenho que fazer. Eu vou levar o Joaquim pra minha tia. Vou dar um tempo lá. Depois eu me entrego. Eu não consigo fugir, mas também não me arrependo do que fiz. Eu preciso da tua ajuda…quero que você encontre o corpo…quero que você esteja na delegacia quando eu me entregar…quero que ligue pro delegado Jimenes do Oitavo Distrito. Na minha ausência, ele é o responsável agora.
Em uma residência do subúrbio
Soares termina de se vestir. Telefone no ouvido preso ao ombro. Ele joga três notas de cem reais para uma mulher que está deitada na sua cama. Faz sinal para ela se vestir rápido.
Soares
– Eu vou já pra lá. Vou entrar em contato com ele. Fica tranquila. Toma cuidado no trânsito. Qualquer coisa me liga.
Nestas horas o mundo parece desabar. Nada mais faz sentido. Quais serão as consequências de atos impensados? Carmen dirige de volta, desnorteada, com o pensamento longe. Na sua frente uma longa reta, deserta e silenciosa. Carmen segura firme com ambas as mãos no volante e pisa fundo no acelerador.
Na residência de Arthur, o Capitão Soares comanda a retirada do corpo de dentro da casa. Ele observa uma camionete se aproximando. De dentro sai um homem baixinho e careca de terno cinza e óculos escuros. Soares o reconhece.
Soares
– Delegado Jimenes.
Jimenes estende a mão.
Jimenes
– Capitão…o que temos aqui?
Soares chama Jimenes para o interior da residência e vai lhe falando tudo o que sabe.
Exatamente uma hora depois a delegada Carmen estaciona seu carro em frente à Delegacia Regional de Alcatraz. No caminho havia recebido uma mensagem do Capitão Soares. Ele dizia que o delegado Jimenes já estava à par do que aconteceu e, com muita dor, estava pronto para seguir os procedimentos padrões. Carmen abre o porta luvas, pega seu coldre com sua arma e sai do veículo atravessando a rua em direção à entrada da delegacia.
Uma semana depois
O portão da Penitenciária Araúdes Trigueiro se abre. A diretora Gertrudes, acompanhada da sua fiel policial Valéria, está imponente à espera da mais nova prisioneira. O delegado Jimenes desce do camburão pelo lado do caroneiro. O Capitão Soares desce pelo lado do motorista, abre o camburão e ajuda Carmen Sanchez a descer. Sem maquiagem, de calça jeans e camiseta branca, com as mãos algemadas à frente do corpo, ela encara a placa com o nome da penitenciária, seu novo lar.
Minutos depois Carmen sai de dentro de uma cabine vestindo o uniforme verde escuro das detentas. Valéria faz sinal para que ela a acompanhe. Embora agora fosse uma prisioneira, o tratamento pelas agentes e funcionários era de enorme respeito.
Carmen Sanchez é conduzida ate a cela em que vai ficar na ala 2. A policial Valéria abre a cela, retira as algemas da ex delegada e a coloca do lado de dentro, fechando a cela. As outras cinco detentas que estão nesta cela ficam lhe olhando de atravessado. Uma delas se aproxima e fala no ouvido de Carmen.
Detenta
– Eu sei quem tu é…você sabe quem eu sou?
A mulher olha para as demais prisioneiras.
Detenta
– Esta vagabunda, sabem quem ela é?
As mulheres se olham. Nenhuma tem certeza de quem se trata.
Detenta
– Carmen Sanchez…até então, delegada de Alcatraz. Inclusive ela que me colocou aqui há alguns anos atrás, sabiam? Mas…parece que o jogo virou, não é mesmo?
As outras prisioneiras já estão com sangue nos olhos. O simples fato de alguém que era da lei estar junto delas embrulha o estômago das detentas. Elas não admitem. Elas querem de cobrar pelo que está acontecendo. Elas querem vingança.
Carmen Sanchez sabe que neste momento as outras prisioneiras não farão nada para ela. Se mantém serena, apesar de por dentro estar morrendo de medo. Senta-se em um canto da cela, abraça as pernas e suas lembranças voltam em um passado um pouco distante. Suas lembranças retornam para quando ela atravessava o corredor de uma penitenciária e um estranho detento lhe chamou para conversar na grade da cela. Suas lembranças voltam para quando enfrentou João Acácio. As lembranças voltam para o enterro do marido. Voltam para quando ela sufocou Arthur com o travesseiro. Ela chora quieta no seu canto sob observação das cinco detentas.
No dia seguinte Carmen Sanchez sai para suas primeiras horas no pátio. Ela ainda não está próxima de ninguém. Estar só naquele lugar que ela somente conhecia estando do outro lado não estava sendo uma experiência muito agradável.
Carmen fica escorada na parede em um canto. Observa as detentas lhe olhando de atravessado. Sabe que à esta altura todas já sabem quem ela é, e isso poderia se tornar um grande problema. Ela senta escorada na parede e baixa o olhar pensativa.
Rebeca se afasta de suas companheiras ao ver a delegada. Surpresa, ela se aproxima de Carmen e se senta ao seu lado.
Rebeca
– Delegada Carmen Sanchez…que surpresa você por aqui.
Ao ouvir esta voz Carmen levanta a cabeça. Encara a jovem que está sorrindo e observando as prisioneiras pelo pátio.
Rebeca
– Sabe Carmen…
Rebeca aponta com o dedo para todas.
Rebeca
– …elas sabem quem você é. Estas notícias correm rápido demais aqui. E elas não tão nem um pouco contentes. Ou talvez estejam, vai saber. Sei lá.
Carmen
– Não tô nem aí. Só quero pagar pelo meu erro e seguir minha vida.
Rebeca
– Seguir tua vida?
Rebeca dá uma gargalhada.
Rebeca
– Você não tem proteção contra elas. Não se depender da lei. Sim…
Só então Rebeca olha para Carmen, que volta a olhar para o chão.
Rebeca
– …sim, se depender de mim.
Carmen
– Depender de você?
Rebeca sorri.
Rebeca
– Eu disse que faria daqui a minha melhor estadia. Então…
Rebeca se levanta.
Rebeca
– …se quiser cumprir tua pena, aliás, quanto tempo Carmen?
Carmen
– 15 anos.
Rebeca
– Ora, ora. Metade da minha pena e que tu pode sair em 12, 10, talvez menos. Sei que vocês têm algumas regalias.
Rebeca acende um cigarro.
Rebeca
– Aqui dentro somente eu posso te ajudar.
Rebeca dá uma tragada expelindo a fumaça pelo ar. Ela sorri e se retira deixando Carmen pensativa. A ex delegada sabe muito bem que aquilo que Rebeca falou era verdade. Somente ela podia ajudar, caso contrário, Carmen Sanchez não duraria muito tempo ali dentro.
EPÍLOGO
Dia de chuva em Alcatraz. Rebeca fuma desnorteada encostada na grade que leva ao pátio da penitenciária. Atrás dela algumas detentas jogam jogos de mesa no pátio fechado enquanto outras apenas conversam em pequenos grupos. Tem dias em que Rebeca ainda tem suas alucinações. Ela prefere ficar sozinha com suas lembranças, seus medos e suas inseguranças. A ex delegada Carmen Sanchez, sozinha em um canto, a observa de longe.
Rebeca joga o cigarro no chão pisando em cima. Olha para o lado.
Rebeca
– Só você me entende, Jay.
Ao seu lado Jay sorri segurando a capa do seu violino.
Rebeca
– Toca uma música pra me acalmar?
Jay
– Mas é claro, meu bem.
Jay abre a capa, retira o violino e o arco. Larga a capa no chão escorada na grade e levanta o corpo posicionando o instrumento. Rebeca sorri satisfeita quando Jay começa os primeiros acordes.
Carmen Sanchez ameaça se aproximar da jovem, mas estranha sua atitude. Rebeca começa ensaiar alguns passos dançando sozinha e sorrindo feliz. A canção de Jay acalma Rebeca. Por mais ilusória que fosse sua presença, ele sempre estava ali para os momentos mais dificeis da vida dela. Ele era um elo que a transportava para os mais belos sonhos.
“…Passa a mão no rosto sem perceber
Pede mais um copo para esquecer
E torna tudo isto
Um pouco menos difícil de aguentar
Sorriu para mim sem me conhecer
Pergunto-lhe se nos voltamos a ver
Um dia noutro sítio
Se eu me lembrar disto, amanhã
Às vezes só queria desaparecer
Perder-me nos teus braços até morrer
Se isto é o paraíso
Então já não preciso de outro lugar…”
FIM
Cara o que foi isso??? Extremamente divertido insano!!!
O que vc fez com a vida dessas pessoas? Sua empatia? Seu coração?
Vamos lá, vou dar minha humilde opinião, mas agora de uma forma geral, já que a temporada encerrou.
Artur- o personagem que teve um arco irregular. Sem tempo de tela suficiente pra brilhar, e que ao meu ver não acrescentou muito a história. Ele veio pra seduzir Carmen e morrer no final, basicamente isso.
Rebeca- o arco da Rebeca foi interessante. Tbm não diria que teve uma grande curva, mas ela cresceu como uma liderança na prisão. O que me incomodou foi a primeira linha narrativa com Jay. Meio que tinha um desenvolvimento pra humaniza-la, mas que não se prolongou mais. O Jay pra mim tinha toda uma questão ética e moral pra Rebeca, mas que parece que não tem jeito pra ela. Ela sempre vai ter esse instinto assassino cruel.
Carmen- foi o arco mais cheio de idas e vindas. Carmen começou por cima voltando à delegacia de Alcatraz, por fim, terminou presa e condenada por homocidio. O que eu senti falta foi de algo que indicasse essa ruptura. Pois até o ep 9, ela parecia gostar bastante do Arthur, daí de repente ela da a pirada, sobe a pressão na cabeça dela e ela podia fugir com o Joaquim, pedir as contas, terminar com o Arthur, mas não, ela vai lá e mata o cara, Whats???? Foi bem louco isso amigo! Fiquei com medo de descaracterizar a personagem. Não sei… acho que eu contaria isso de outra forma. Carmen é uma agente que luta pela lei, e de repente se vê do outro lado. Foi um giro de 180 graus.
Raul- foi o arco mais regular e até o mais prazeroso de se vê. Mas aí vc vai e faz o que? É isso mesmo, muito triste com o fim do Raul. Faz mais isso comigo não. Eu gostava tanto dele!
Jairo- não apareceu. Sua morte foi mais presente que sua vida. Não sei qual sua função. Mas… vamos lá.
A série teve uma excelente temporada. Na minha opinião, superior à primeira. Mas esse final foi bem polêmico. Precisamos conversar sobre esse final, e vou conversar por áudio que eu preciso desabafar kkkkk
Obrigado pela sua opinião. Fico feliz que tenha causado todas estas sensações, haha. Eu pensei em um arco para uma possível terceira temporada e queria um final que pudesse, talvez, indicar isso. Foi uma reviravolta extrema a vida da Carmen…ok ok, desabafe, meu amigo haha aguardo o áudio! Grande abraço e, mais uma vez, muito obrigado por sua audiência.
Cara o que foi isso??? Extremamente divertido insano!!!
O que vc fez com a vida dessas pessoas? Sua empatia? Seu coração?
Vamos lá, vou dar minha humilde opinião, mas agora de uma forma geral, já que a temporada encerrou.
Artur- o personagem que teve um arco irregular. Sem tempo de tela suficiente pra brilhar, e que ao meu ver não acrescentou muito a história. Ele veio pra seduzir Carmen e morrer no final, basicamente isso.
Rebeca- o arco da Rebeca foi interessante. Tbm não diria que teve uma grande curva, mas ela cresceu como uma liderança na prisão. O que me incomodou foi a primeira linha narrativa com Jay. Meio que tinha um desenvolvimento pra humaniza-la, mas que não se prolongou mais. O Jay pra mim tinha toda uma questão ética e moral pra Rebeca, mas que parece que não tem jeito pra ela. Ela sempre vai ter esse instinto assassino cruel.
Carmen- foi o arco mais cheio de idas e vindas. Carmen começou por cima voltando à delegacia de Alcatraz, por fim, terminou presa e condenada por homocidio. O que eu senti falta foi de algo que indicasse essa ruptura. Pois até o ep 9, ela parecia gostar bastante do Arthur, daí de repente ela da a pirada, sobe a pressão na cabeça dela e ela podia fugir com o Joaquim, pedir as contas, terminar com o Arthur, mas não, ela vai lá e mata o cara, Whats???? Foi bem louco isso amigo! Fiquei com medo de descaracterizar a personagem. Não sei… acho que eu contaria isso de outra forma. Carmen é uma agente que luta pela lei, e de repente se vê do outro lado. Foi um giro de 180 graus.
Raul- foi o arco mais regular e até o mais prazeroso de se vê. Mas aí vc vai e faz o que? É isso mesmo, muito triste com o fim do Raul. Faz mais isso comigo não. Eu gostava tanto dele!
Jairo- não apareceu. Sua morte foi mais presente que sua vida. Não sei qual sua função. Mas… vamos lá.
A série teve uma excelente temporada. Na minha opinião, superior à primeira. Mas esse final foi bem polêmico. Precisamos conversar sobre esse final, e vou conversar por áudio que eu preciso desabafar kkkkk
Obrigado pela sua opinião. Fico feliz que tenha causado todas estas sensações, haha. Eu pensei em um arco para uma possível terceira temporada e queria um final que pudesse, talvez, indicar isso. Foi uma reviravolta extrema a vida da Carmen…ok ok, desabafe, meu amigo haha aguardo o áudio! Grande abraço e, mais uma vez, muito obrigado por sua audiência.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH EM LÁGRIMAS ESTOU!. Não vou dizer que gostei da atitude da Carmem, mas aquele Arthur miserável mereceu. Cara, essa cena final com a música do Diogo Piçarra. Morri, morri e morri, li cantando a música.
Eu queria muito que o Jay fosse real, peguei uma empatia tão grande por ele, mas nem tudo é como queremos.
Infelizmente não tivemos um final feliz pra ninguém, todo mundo pagou por algo, por uma consequência grave. Dulce morta, Henrique preso, os policiais mortos, foi bem pesado, totalmente diferente da maioria das histórias, mas enfim… Vida que segue. Parabéns, amigo! Amei minha maratona!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH EM LÁGRIMAS ESTOU!. Não vou dizer que gostei da atitude da Carmem, mas aquele Arthur miserável mereceu. Cara, essa cena final com a música do Diogo Piçarra. Morri, morri e morri, li cantando a música.
Eu queria muito que o Jay fosse real, peguei uma empatia tão grande por ele, mas nem tudo é como queremos.
Infelizmente não tivemos um final feliz pra ninguém, todo mundo pagou por algo, por uma consequência grave. Dulce morta, Henrique preso, os policiais mortos, foi bem pesado, totalmente diferente da maioria das histórias, mas enfim… Vida que segue. Parabéns, amigo! Amei minha maratona!