En las cercanías de Alcatraz
Capítulo VI – O pior aniversário
Raúl, policial aspirante, dirige a viatura pelas ruas de Alcatraz. Ele pára no sinal vermelho em frente à Penitenciária Regional Feminina Araúdes Trigueiro. Pelo vidro aberto fica observando os muros altos com arames farpados em cima e imagina se realmente seria necessário. Aí lembra das palavras de um instrutor no curso que fez para entrar para a polícia. O instrutor, em certa aula teórica, falou que as mulheres presas em uma penitenciária feminina poderiam ser muito mais perigosas do que os homens. O sinal abre e, antes de seguir seu trajeto, Raúl ainda pôde ver uma van de uma equipe de reportagem estacionando em frente à entrada da penitenciária. De dentro da van saíram uma bela morena de cabelos cacheados e um jovem cabeludo carregando uma câmera. “Provavelmente vão fazer alguma matéria sobre como o sistema funciona”, pensou consigo mesmo pisando fundo no acelerador e seguindo pela estrada, depois pegando a rodovia à esquerda.
Raúl estaciona em frente à delegacia, pega alguns papéis sobre o banco do caroneiro, abre a porta e sai. Sobe o lance de degraus em direção à entrada da delegacia, cumprimenta o guarda de serviço e atravessa a porta automática de vidro.
Sala da Delegada Carmen Sanchez
Carmen Sanchez está concentrada em frente ao notebook quando Raúl abre a porta. Ela tira os olhos da tela, retira seus óculos largando-os na mesa e encara Raúl.
Carmen
– Bom dia.
Raúl
– Bom dia delegada.
Carmen
– E então? Novidades pra mim?
O jovem policial aspirante larga a pasta sobre a mesa.
Raúl
– Acho que por enquanto temos dados suficientes. Informações relevantes…
Carmen empurra o notebook de lado para se concentrar nas informações trazidas por Raúl. Abre a pasta que ele lhe entregou e se depara com a foto de um jovem negro magrelo e de cabelos trançados.
Raúl
– Este é o tal amigo, parceiro, comparsa da jovem que matou o Catarina…
Carmen
– Você quer dizer a Rebeca?
Raúl
– …sim, se você tem certeza que é ela.
Carmen
– É claro que é ela.
Raúl
– Há testemunhas que viram uma jovem sair do barraco do Catarina pela manhã e depois sumiu.
Carmen continua a folhear as páginas daqueles documentos naquela pasta e, à cada folha que passa, se admira mais da capacidade do seu policial aspirante. Nota o quanto ele se esforçou e o quanto aquelas informações eram relevantes.
Carmen
– Olha Raúl, estou surpresa positivamente com o que tô vendo. Estas informações valem ouro. Precisamos do depoimento desta senhora que você fala aqui e, se possível, deter este jovem pra ver o que ele nos conta.
Raúl
– Obrigado delegada. Vou providenciar.
Raúl se retira da sala para prosseguir seu trabalho. Conseguir estes depoimentos não seria uma tarefa fácil. Carmen fica a observar pela janela de vidro aquele seu policial aspirante todo dedicado em busca dos melhores resultados em seu trabalho. Ela sorri e volta a ler aquelas informações. Sabe que tudo está fora de controle. Não consegue se concentrar direito. Lembra da noite anterior, do beijo de Arthur. Larga a pasta e seu pensamento voa longe.
A delegada Carmen Sanchez está com a cabeça em outro lugar e demora para se situar quando escuta gritos, xingamentos e um alvoroço entrando na delegacia. Ela vê através da janela de vidro da sua sala, o cabo Reynoso, o cabo Ramos e outros policiais trazendo um grupo de pessoas algemadas e algumas moças em trajes escandalosos de cabeças baixa. Imediatamente, Carmen abre a porta indo de encontro ao grupo.
Carmen
– O que tá acontecendo? Alguém pode me explicar? Cabo Reynoso, o que é isso? Quem são estas pessoas?
Três policiais ordenam para que os algemados sentem nos bancos à esquerda e as jovens nos bancos à direita. Reynoso fica em frente à delegada segurando Rebeca algemada. Ela está com o olhar fitando o chão.
Reynoso
– Casa vermelha de Andaraú. Sabe aquele ponto de tráfico e prostituição que há tempos estava sendo investigado? Pois é…
Reynoso puxa os cabelos vermelhos de Rebeca fazendo-a erguer a cabeça.
Reynoso
– E essa aqui você conhece, delegada?
Carmen espanta-se com o estado deplorável da jovem.
Carmen
– Rebeca? Eu não acredito. Olha só pra você? Que tu fez com tua vida ein? Suspeita de homicídios… você vê como tua situação está complicada?
Rebeca encara a delegada sem falar nada, somente seu olhar de ódio.
Carmen Sanchez olha para os demais sentados nos bancos.
Carmen
– Pode jogar todos nas celas. Depois vejo caso por caso. As jovens…
Carmen olha para Reynoso.
Carmen
– …alguma de menor?
Reynoso dá uma risadinha.
Reynoso
– Das sete aí, quatro são de menores sim.
Carmen
– Merda! Leva elas pra sala dos fundos. Deixa lá até eu resolver o que faço.
Reynoso
– E essa aqui?
Carmen
– Rebeca? Coloca ela na minha sala…já vou lá falar com ela.
Carmen passa as mãos na cabeça.
Carmen
– Agora preciso de um café. Porque esse dia vai ser longo.
Uma das jovens levanta a cabeça. Carmen aponta o dedo para ela.
Carmen
– Mas vocês vão ficar lá com fome até eu me decidir. Cabo Ramos, leva estas gurias daqui antes que eu dê uma bofetada em cada uma.
Carmen sai esbravejando em direção da máquina de café.
Carmen
– Se não se sujeitassem à essa pouca vergonha nada disso aconteceria.
Carmen chega à máquina de café, se serve e observa seus policiais conduzirem o pessoal cada um para os devidos lugares que ela ordenou. Em especial ela observa o cabo Reynoso conduzir Rebeca até sua sala. Nota a expressão de deboche e descaso da jovem, que senta, coloca as mãos algemadas sobre a mesa da delegada e fica batucando com uma caneta que está sobre a mesma.
A porta da sala é aberta. Carmen entra e fecha a mesma batendo com força. Suspira fundo, toma um gole do seu café e, com passos firmes, vai para o seu lugar em frente à jovem Rebeca. Carmen larga sua xícara sobre a mesa e se senta. Rebeca fica observando a fumaça subir daquela xícara.
Carmen
– No teu estado acho que iria bem um café forte né?
Rebeca levanta os olhos aprovando a pergunta da delegada.
Carmen
– Mas aí eu estaria sendo boa demais pra você. E eu não sou boa. Não pra gente como você. Embora, lá no fundo eu tenha algum apreço por ti…ou melhor, tinha algum apreço por aquela garotinha do passado.
Rebeca
– Aquela garotinha não existe mais há muito tempo.
Carmen
– Eu imagino…
Carmen pega a xícara e toma mais um gole do café deixando a jovem com mais vontade.
Carmen
– …você entende a gravidade do seu problema garota?
Rebeca apenas sorri debochadamente.
Carmen
– Você é suspeita de matar o chefe do tráfico na região. Entende o que isso significa?
Rebeca
– Que fiz um favor pra sociedade e pra vocês da lei que não fazem o trabalho direito?
Carmen
– Então você está admitindo que matou o Catarina?
Rebeca sorri.
Rebeca
– Se você diz… delegada. Engraçado, da última vez que nos vimos você não era delegada e…não estava tão velha assim. O tempo passou, ein?
Carmen
– Não venha com joguinhos. Não vou cair na tua. Pelo jeito aprendeu direitinho com o João né?
Rebeca
– É. Ele me ensinou bastante. Mas a vida também ensina muito, sabia?
Carmen se levanta, se vira de costas. Anda pela sua sala. Rebeca permanece sentada olhando fixo para a frente.
Carmen
– E você é suspeita de matar um homem indefeso e inocente na floresta…
Carmen volta para seu lugar, coloca ambas as mãos na mesa se inclinando na direção da jovem de cabelos vermelhos.
Carmen
– Porquê Rebeca? Só preciso entender.
Rebeca levanta o olhar. Pela primeira vez seus olhos fixam nos olhos da delegada.
Rebeca
– Eu não tenho saída, não é mesmo? Às vezes, tudo o que resta é matar…
Carmen
– Você teve sangue frio pra matar um homem indefeso e inocente?
O capitão Soares entra na sala interrompendo o assunto.
Soares
– Com licença, delegada. Um pai e uma mãe de uma das jovens de menor estão enlouquecidos querendo saber porque a filhinha está detida na delegacia?
Carmen Sanchez bate com as mãos na mesa levantando.
Carmen
– Era só o que faltava. Agora querem fazer vista grossa pra nós? A filhinha tá detida porque é uma vagabunda, isso sim.
Carmen segue na direção da porta.
Carmen
– Deixa que vou esfregar na cara deles o que a filhinha tava fazendo.
A delegada olha para Rebeca, que está rindo da cara dela.
Carmen
– Capitão Soares, pega as digitais dessa aí e depois joga no camburão. Leva pro reformatório. Depois vou preparar a papelada toda.
Soares se aproxima de Rebeca.
Soares
– Bora menina. Vamos agilizar o negócio.
Parece que um novo ciclo se iniciava na vida da jovem Rebeca. O reformatório local abriga os maiores infratores juvenis da região. São jovens que cometeram delitos. Alguns esperam seu julgamento. Outros já foram julgados e aguardam completar 18 anos. Soares caminha pela delegacia com Rebeca algemada.
Dois meses depois
Reformatório de Menores de Alcatraz
Uma senhora de longos cabelos brancos amarrados e vestido florido, carregando sua bolsa preta no ombro e uma sacola plástica na mão, caminha de cabeça baixa em direção à porta de entrada do reformatório. Ela toca a campainha e fica aguardando até ser atendida por um guarda uniformizado e de cara de poucos amigos.
O guarda a conduz até uma sala reservada e fecha a porta.
Guarda
– Documento, por favor.
A senhora larga a bolsa sobre uma mesinha e a abre pegando seu RG e entregando ao homem uniformizado. Ele pega e confere.
Guarda
– Dulce Maria Ribeiro. Veio visitar quem?
Dulce
– Rebeca. Hoje é o aniversário dela.
O guarda digita algo em um computador e depois entrega o documento novamente para Dulce.
Guarda
– Deixa a bolsa e essa sacola sobre a mesa pra revista e pode se dirigir até a cabine e tirar a roupa. A guarda de plantão já vem pra revistar você.
Envergonhada, Dulce larga os pertences sobre a mesa e vai para a cabine apertada. O guarda levanta e revista a bolsa e a sacola tirando tudo de dentro. Na sacola há um pequeno bolo caseiro.
Guarda
– Este bolo é pra Rebeca, pro aniversário?
Dulce põe a cabeça para fora da cabine.
Dulce
– Sim.
Guarda
– Hummm. Vou ter que cortar pra ver por dentro.
Dulce faz uma cara de reprovação. A guarda de plantão chega e se dirige à cabine para revistar a senhora. O guarda pega uma faca da sua cintura e passa sobre o bolo. Está tudo ok. Não encontra nada que impeça sua entrada.
Sala de Visita
Uma sala pequena toda pintada de branco, com uma mesa grande no centro e bancos de ambos os lados. A guarda de plantão abre a porta e indica com a mão para Dulce entrar e se sentar.
Guarda de plantão
– É só aguardar que já trazem a jovem.
Dulce larga a bolsa e a sacola sobre o banco, senta-se e fica imóvel aguardando com as mãos cruzadas sobre a mesa. Escuta-se batidas de portas de ferro e, através do vidro lateral, Dulce vê que uma mulher de branco conduz Rebeca, de cabelo amarrado e com o uniforme verde escuro do reformatório. A porta é aberta e Rebeca sorri ao ver a senhora, que levanta-se para recebê-la.
Dulce
– Minha menina.
Rebeca se aproxima e abraça a senhora.
Quarto de motel
O quarto simples abriga uma cama redonda e uma cômoda em um canto com uma televisão em um suporte na parede com caixas de som de cada lado. Na parede acima da cômoda um espelho e no teto um outro espelho maior. A delegada Carmen Sanchez está deitada sobre o peito nú de Arthur, que admira aquela forte mulher nos seus braços. Ela sorri e encara os olhos claros daquele homem.
Carmen
– Que loucura, não acha?
Arthur acaricia os cabelos de Carmen.
Arthur
– Não acho não. Somos adultos, desimpedidos…
Carmen
– Eu não. E me sinto culpada por isso. O Jairo, o Joaquim…não acho certo.
Arthur
– Não pensa nisso agora. Vamos curtir o pouco tempo que temos juntos.
Arthur segura o rosto de Carmen e a beija. Um beijo proibido. Mas um beijo que demonstra sentimentos. Arthur é louco por Carmen. Já ela, não resiste ao charme dele.
O despertador do celular de Carmen toca sobre a cômoda. Ela levanta enrolada no lençol para desligar. Pega o aparelho e faz uma cara de tristeza.
Carmen
– Droga! Já tá na hora de ir.
Arthur, deitado na cama redonda e enrolado no edredom, fica desapontado.
Arthur
– Tens mesmo que ir?
Carmen prende o lençol para não cair e vai colocando seus brincos.
Carmen
– Eu tenho meus deveres como delegada. E não acha que as coisas estão bem em Alcatraz, porque ainda não estão do jeito que eu quero.
Arthur
– Mas a jovem não está presa? O tráfico não está sob controle?
Carmen
– É mais que isso. Hoje é aniversário de 18 anos da Rebeca. E isso quer dizer que ela vai para a Araúdes Trigueiro.
Carmen se vira para a cama procurando suas roupas.
Carmen
– E por mais que ela tenha feito muita coisa errada, eu temo pelo que pode acontecer lá dentro.
Sala de Visita
Dulce abre a sacola em cima da mesa revelando o bolo caseiro que fez para a jovem Rebeca, que observa contente aquela cena.
Rebeca
– Você lembrou…só de ter lembrado já ficaria feliz. O bolo nem precisava.
Dulce
– Precisava sim. É o seu favorito.
Dulce, com as mãos, tira um pedaço para Rebeca e pega um para si.
Dulce
– Desculpa minha menina. Eles não deixam trazer talher.
Rebeca sorri e pega seu pedaço. As duas comem felizes aproveitando o pouco tempo de visita e matando a saudade de tempos sem se verem.
Dulce
– Eu sei tudo o que você passou…mas, aqui entre nós, você tem culpa mesmo destes casos que estão falando?
Rebeca suspira, senta em um banco e faz sinal para Dulce sentar à sua frente.
Rebeca
– Se eu te disser que sim, vai mudar alguma coisa entre nós?
Dulce
– Não, minha menina. Eu vou tá sempre do teu lado.
Rebeca
– Eu fiz.
Dulce respira aliviada para surpresa de Rebeca.
Rebeca
– Não me parece surpresa?
Dulce
– Eu não estou, minha menina. No fundo eu imaginava que os boatos eram verdadeiros, mas algo dizia que eu precisava ouvir de ti. E agora?
Rebeca
– Eu vou ser julgada. E agora que tô fazendo 18 anos, tudo muda. Vão me levar pra Araúdes Trigueiro, não é?
Dulce
– Infelizmente não há o que se fazer. Você vai ter que chegar na Araúdes. Mas…
Dulce se inclina sobre a mesa e chama Rebeca para que ela faça o mesmo.
Dulce
– …eu tô disposta à te ajudar. Vou pensar em um jeito de te tirar de lá menina.
Rebeca fica surpresa. Não estava esperando tal ajuda. Nem imaginava que Dulce tinha tanto carinho por ela e chegaria ao ponto de querer ajudá-la em uma possível fuga de uma prisão de 30 anos e que jamais ninguém escapou.
Rebeca
– É impossível escapar de lá. Pelo menos é o que eu sempre ouvi.
Dulce
– Eu sei. Mas há de ter uma forma. E eu vou descobrir.
Um guarda abre a porta da sala de visita. Ele faz sinal apontando para o seu relógio de pulso.
Guarda
– 10 minutos pra acabar a visita.
Dulce olha triste para Rebeca.
Dulce
– Termina de comer teu bolo. Falaram alguma coisa se vão te levar ainda hoje?
Rebeca continua comendo seu bolo.
Rebeca
– Eu não sei. Não me falaram nada. Mas pelo que vi de outras meninas, é sim. Quando completa 18 anos eles levam no mesmo dia.
Dulce
– Fica calma. Não vai arrumar confusão com ninguém lá dentro. Lá o bicho pega. Não é como aqui. Tem que ficar alerta.
Rebeca, com a boca cheia, encara a senhora.
Rebeca
– Eu sempre sei me virar.
Dulce sorri admirando a jovem comer o bolo.
Delegacia de Alcatraz
A delegada Carmen Sanchez sai da sua sala passando pelo salão principal onde há vários policiais. Ela está vestindo seu casaco, coloca o cordão com seu crachá de delegada e olha para seus policiais.
Carmen
– Raúl?
O policial Raúl está sentado em frente ao computador. Ele levanta a cabeça.
Raúl
– Pois não delegada?
Carmen
– Você vem comigo. Capitão Soares, você também vem. Hoje Rebeca está de aniversário. E nosso presente pra ela é uma passagem direta para a Araúdes Trigueiro.
Os dois policiais se aproximam de Carmen.
Raúl
– Estou pronto, delegada.
Capitão Soares
– Às ordens.
Do lado de fora da delegacia, capitão Soares entra pelo lado do motorista, Raúl abre a porta do lado do caroneiro para a delegada, e entra atrás. Carmen sente um alívio ao mesmo tempo em que um sentimento de dó ocupa seu peito. Ela acredita que o caso Rebeca pode estar tendo um fim. Mas as lembranças de Rebeca garotinha ainda lhe atormentam e ela sente pena daquela jovem que agora vai enfrentar uma realidade jamais vista, naquela que é considerada a mais perigosa penitenciária feminina de todo o estado.
O trajeto até o Reformatório de Menores foi de total silêncio dentro da viatura. Soares concentrado no trânsito caótico do momento, Carmen olhando para o movimento e as paisagens e Raúl no banco de trás digitando algo em um netbook.
A viatura chega em frente ao Reformatório. Os três descem e se aproximam do portão de entrada. Raúl toca a campainha que logo é atendida por um funcionário uniformizado. No seu crachá o nome Tiago.
Tiago
– Boa tarde delegada, policiais. Podem me acompanhar.
Os três passam para o interior do local. Tiago fecha o portão, passa à frente de eles e faz sinal para que os sigam. Ele os conduz até uma sala reservada, abre o local e pede para Carmen e Raúl aguardarem que logo irão trazer Rebeca.
Quarto 13
A porta é aberta por uma mulher gorda uniformizada. A jovem Rebeca já à espera sentada em sua cama com a roupa que vestia quando foi levada para aquele lugar. Ela levanta a cabeça e os seus olhos estão vermelhos de tanto chorar. Uma outra jovem, negra, de trança raiz resmunga no beliche de cima e coloca a cabeça para fora da cama.
Jovem negra
– Até que enfim essa aí vai embora. Não aguentava mais esse chororô.
A mulher gorda faz cara feia lhe encarando e a jovem negra faz pouco caso. Continua resmungando e se deita novamente.
Mulher gorda
– Vamos Rebeca!
Rebeca se levanta de cabeça baixa e a segue.
Na sala reservada
Carmen está ansiosa, caminha de um lado pro outro. Raúl folheia uma revista velha sentado em uma poltrona. A porta é aberta e a mulher gorda dá lado para Rebeca entrar. Carmen suspira aliviada. É o que ela ouviu uma vez de seu pai: “nossos problemas nesta vida dificilmente se resolvem. Eles mudam, ou até se multiplicam”. Carmen sabia que estava livrando esta jovem do reformatório, mas a consequência disso era muito pior. Era uma estadia de anos na Araúdes Trigueiro, e lá o bicho pega. Lá ninguém passa a mão na cabeça de ninguém. Lá a realidade é muito diferente. E tanto Carmen quanto a jovem Rebeca sabiam disso. E a delegada pôde ver nitidamente nos olhos da jovem o quanto ela temia ter que passar por isso.
Carmen
– Rebeca…
A jovem fica dentro da sala imóvel e de cabeça baixa. A mulher gorda se retira deixando a porta aberta e retorna logo em seguida com os pertences da jovem. Ela joga em cima da mesa velha.
Mulher gorda
– Boa sorte garota. Tu vai precisar.
Raúl observa atento à tudo. Ele não tira os olhos daquela funcionária. Algo nela o incomoda.
Carmen
– …senta Rebeca. Preciso te falar umas coisas que você precisa saber antes de pisar naquele lugar.
Surpreso por Rebeca ter sido detida logo nesse ponto da história. Achei que isso não fosse acontecer agora.
Sendo sincero, eu detesto a Carmen com o Arthur, e não é pelo fato da traição, mas é que parece que não tem química sabe? Não sei, algo do tipo!
Já to com medo da Rebeca entrar na prisão, parece que ela tá indo pra forca.
Muito bom o episódio. É certamente um episódio de reposicionamento das peças no tabuleiro. Vamos ver onde isso tudo vai dar!
Obg pelo comentário, meu amigo. Sei do apreço que tens pela Carmen e confesso que estou com medo da tua reação nós próximos capítulos. Aiaiaiai. Bom te ver por aqui novamente!
Surpreso por Rebeca ter sido detida logo nesse ponto da história. Achei que isso não fosse acontecer agora.
Sendo sincero, eu detesto a Carmen com o Arthur, e não é pelo fato da traição, mas é que parece que não tem química sabe? Não sei, algo do tipo!
Já to com medo da Rebeca entrar na prisão, parece que ela tá indo pra forca.
Muito bom o episódio. É certamente um episódio de reposicionamento das peças no tabuleiro. Vamos ver onde isso tudo vai dar!
Obg pelo comentário, meu amigo. Sei do apreço que tens pela Carmen e confesso que estou com medo da tua reação nós próximos capítulos. Aiaiaiai. Bom te ver por aqui novamente!
Gente, por que a Carmem tá fazendo isso com o Jairo? Coitado, ele não merecia isso. Esse Arthur é um pé no saco.
Nunca pensei que eu ficar com tanta dó da Rebeca, quero só ver se a Dulce vai realmente ajudar ela a fugir do Araúdes Trigueiro.
Gente, por que a Carmem tá fazendo isso com o Jairo? Coitado, ele não merecia isso. Esse Arthur é um pé no saco.
Nunca pensei que eu ficar com tanta dó da Rebeca, quero só ver se a Dulce vai realmente ajudar ela a fugir do Araúdes Trigueiro.