En las cercanías de Alcatraz
Capítulo IX – Adeus

Sala de Espera do Hospital

Carmen Sanchez chora desesperada. Ela bate com as mãos pelas paredes da pequena sala sob olhares de clemência do doutor Prestes. Há quem diga que nos momento em que recebemos uma notícia ruim travamos, ou às vezes, ficamos tão transtornados que não acreditamos ser real. A verdade é que não dá para se saber o que pode acontecer…até que aconteça.

Carmen fica imóvel com ambas as mãos cerradas contra a parede branca daquela sala. Lágrimas escorrem pelo seu rosto e ela fita o chão com seu olhar incrédulo. Doutor Prestes está há alguns metros dela sem reação alguma. A delegada se vira lentamente, limpa as lágrimas com a manga do seu casaco e recusa o lenço que o doutor lhe oferece. Ela passa a mão nos cabelos e ajeita a roupa.

Carmen
– Obrigada doutor…eu vou…eu…

Ela baixa a cabeça e vai na direção da porta.

Doutor Prestes
– Delegada…eu vou precisar que você me acompanhe até a sala para questões burocráticas.

Carmen se vira para o doutor. Olhos inchados. Ela limpa-os novamente.

Carmen
– Um minuto doutor, por favor. Depois eu juro que sigo todas as merdas das tuas questões burocráticas.

Ela se vira e segue seu caminho cruzando com um enfermeiro que vem da sala de cirurgia. Ele se depara com o doutor Prestes que vai até a porta e fica observando a delegada transtornada cruzar a porta de vidro que leva para a recepção.

Enfermeiro
– Está tudo bem? Eu não pude evitar de ouvir.

Doutor Prestes
– Tá sim. É compreensível a reação dela. Vamos dar o tempo dela…já cuidou de tudo lá em cima?

Enfermeiro
– Sim, doutor. Tudo conforme os protocolos.

Doutor
– Ok. Muito obrigado. Vou tá lá em cima deixando tudo em ordem pra liberação do corpo. Se a Carmen me procurar, por favor, leve ela até onde estou.

O doutor Prestes vai até o elevador e aperta o botão. A porta se abre e ele entra. Debtro do elevador ele aperta o 9° andar e fica com seu olhar fixado esperando as portas se fecharem à sua frente.

Penitenciária Araúdes Trigueiro

O estouro da porta de ferro se abrindo leva alguma claridade para aquele cubículo obscuro. A policial Valéria se pára em frente à entrada da cela, onde vê Rebeca, irreconhecível, ajoelhada e batendo com a cabeça contra a pia.

Valéria
– Oh menina?

Rebeca se vira lentamente. Su testa está sangrando. Ela sorri quando vê a claridade. Se apóia na pia e levanta.

Valéria
– Mãos pra frente. Se aproxima da porta.

Rebeca obedece. Chega na porta com as mãos à frente do corpo. A policial lhe coloca as algemas. Um passo à frente e Rebeca se liberta daquela solitária. Foram sete dias que mais pareceram um ano. Ela fecha e abre os olhos repentinamente acostumando novamente com a claridade. A porta às suas costas bate fechando.

Valéria
– Sorte que não vai voltar pra cela com aquelas duas. Hoje é o dia da tua audiência, menina.

Rebeca fica encarando Valéria.

Valéria
– E você terá duas opções: ou será livre e estes dias serão apenas uma lembrança ruim ou…vai ter que encarar algo pior que o que já encarou nestes dias. A ala 2 não será nenhum hotel de cinco estrelas não menina.

Rebeca
– Se for…

A jovem dá de ombros.

Rebeca
– …vamos fazer desta minha melhor estadia.

Valéria se irrita, mas se surpreende com a declaração da garota.

Valéria
– Vamo. Ainda precisa de um bom banho de água gelada antes da audiência.

Ala do Banho

Rebeca nua, está de frente para os azulejos e de costas para Valéria. A policial segura uma mangueira. A abre e o jato de água gelada vai direto no corpo de Rebeca, que se assusta e se esquiva com o choque térmico em seu corpo.

Valéria
– Agora vira, vamo.

Rebeca se vira de frente para a policial. Ela abre novamente. Rebeca fecha os olhos e faz cara feia.

Cabine

Rebeca, cabeça baixa e mãos em frente ao seu sexo, está parada de frente para uma cortina de plástico florida. Valéria abre a cortina e lhe entrega suas roupas.

Valéria
– Bora menina. Se veste logo.

Do lado de fora da penitenciária

A viatura policial estaciona em frente à entrada da Araúdes Trigueiro. O policial Raúl desce falando ao telefone.

Raúl
– Delegada Carmen…não é possível!

Ele fecha a porta e se escora no veículo. Passa a mão na cabeça.

Raúl
– Não se preocupe com o trabalho. Eu acompanho a audiência. Depois te passo tudo. Agora você precisa se concentrar e resolver as coisas aí.

Ele escuta por alguns instantes.

Raúl
– Delegada…meus sentimentos. Se precisar é só chamar.

Raúl desliga o telefone e guarda-o no bolso. Respira fundo, olha para a penitenciária na sua frente e segue em direção ao portão de entrada.

Jardim do Hospital

Carmen Sanchez se escora com as mãos na mureta do chafariz observando a água. Seu Arlindo a reconhece e, caminhando com dificuldades, se locomove até ela.

Arlindo
– Olá minha amiga.

Carmen não tira os olhos do chafariz.

Carmen
– Olá.

Arlindo
– Me desculpe, agora não tenho flores para lhe dar.

Carmen vira o rosto para lhe ver e sorri discretamente.

Carmen
– Você é gentil. Não precisa flores.

Arlindo
– Aconteceu o pior, não foi?

Carmen
– Si…

Arlindo
– Não precisa falar nada se não quiser. Reconheço quando o pior aconteceu. Esqueceu? Anos trabalhando aqui. A dor é insuportável agora, eu sei. Mas, acredite… há de passar.

Carmen sorri mais uma vez embora a dor esteja rasgando seu peito. Ela se vira e põe a mão no ombro do jardineiro.

Carmen
– Obrigada. Obrigada mais uma vez.

Arlindo lhe devolve o sorriso. Sabe confortar as pessoas nestas horas. Escuta-se alguém chamando pelo nome da delegada. O chamado vai aumentando seu tom. Carmen olha para a entrada lateral, é Arthur.

Carmen
– Com licença.

Arlindo
– À vontade.

Sala de Audiência da Penitenciária Araúdes Trigueiro

Em um outro pavimento localizado nos fundos da penitenciária é onde funcionam as audiências das detentas que estão na espera pelo julgamento. A porta dupla pintada de cinza com vidros foscos no meio é aberta por um guarda negro uniformizado. A policial Valéria e a diretora Gertrudes acompanham Rebeca e entram na sala. Em uma cadeira na penúltima fileira está o policial Raúl. Ele as observa entrando.

O lugar não tão grande como os grandes salões de audiência dos fóruns da região, está bem cuidado com uma pintura renovada e cadeiras estofadas em ambos os lados do corredor que leva até uma mesa de madeira com uma única cadeira em frente à mesa retangular da juíza.

A excelentíssima juíza Dionísia Ribeiro está sentada atrás de sua mesa com seus óculos lendo algum documento. Uma mulher de 50 anos de idade, morena de cabelos pretos presos e olhar sereno. Ao seu lado, em frente um computador, está um jovem policial magro com cara de nerd, ele é o escrivão.

Dionísia levanta o olhar e acompanha a chegada da jovem Rebeca. Nota como a garota está assustada, mas tenta mostrar que está bem. A diretora Gertrudes senta-se em uma cadeira na primeira fileira e Valéria acompanha Rebeca até o seu lugar, depois volta e senta ao lado da diretora. A juíza se levanta, fazendo com que Gertrudes e Valéria também se levantem, assim como Rebeca.

Quarto de Hospital

O doutor Prestes conta com a ajuda de dois enfermeiros para retirar o corpo de Jairo do quarto. Ele coloca um lençol branco sobre o corpo e os enfermeiros empurram o leito/maca para fora do aposento. O elevador apita e a porta se abre. Carmen, acompanhada de Arthur, sai e cai em desespero ao ver o marido ser levado. O doutor Prestes se aproxima dela.

Doutor Prestes
– Carmen…

Carmen
– Pra onde vão levar?

Doutor Prestes
– Precisamos seguir com os protocolos agora.

Carmen chora. Arthur a consola em seus braços.

Doutor Prestes
– Você é da família?

Arthur
– Amigo próximo.

Doutor Prestes
– Ok. Carmen precisa assinar uns documentos.

Arthur
– Pode deixar doutor. Eu a acompanho.

Sala de Audiência da Penitenciária Araúdes Trigueiro

Rebeca está de pé com os olhos lacrimejando ouvindo a sentença da juíza Dionísia.

Dionísia
– …isto posto, e considerando a vontade soberana do Tribunal Popular, declaro, por sentença para o fim de
condenar a ré Rebeca de la Rocha, devidamente qualificada nos autos, Art. 121 e Art. 129, acrescentado do Art. 33., a pena de reclusão em regime fechado nesta mesma penitenciária em 30 anos, impedida de recorrer à esta decisão.

Rebeca não aguenta e chora, por mais que ela tente se mostrar forte. A juíza Dionísia bate o martelo.

Dionísia
– Sem mais por hoje.

Ela olha para a policial Valéria.

Dionísia
– Valéria, pode levar a ré para o pavimento da ala 2.

Dionísia se despede e se retira do salão. O policial escrivão finaliza suas digitações e também se retira. Valéria vai até Rebeca, coloca as algemas na jovem e a conduz pelo braço pelo mesmo lugar que chegaram. A diretora Gertrudes as segue e, antes de sair do local, é interrompida pelo policial Raúl. Ele fala o motivo da delegada Carmen não estar presente e a diretora pede que ele a acompanhe.

Mais tarde

Carmen Sanchez entra em casa com o pequeno Joaquim. Ele repara na tristeza da mãe, larga a mochila em cima de sofá e se agarra nas pernas da delegada.

Joaquim
– O que foi mamãe? É o papai?

Carmen se agacha em frente ao filho segurando em seus bracinhos.

Carmen
– Meu filho…o papai…

Ela suspira fundo, engole o choro.

Carmen
– …ele estava muito doente, você sabia disso. E, desta vez, ele não resistiu. Papai do céu chamou ele pra morar lá em cima. Papai virou uma estrelinha, sabia?

Os olhos do pequeno Joaquim se enchem de lágrimas. Por mais que seja uma criança, ele é inteligente o suficiente para entender estas coisas. Carmen o abraça apertado e por cima dos ombros dele observa a casa. Ela sente que não há mais clima para ficar ali. Ela não quer ter lembranças de Jairo doente naquela casa. Não quer acordar e não ver ele ao lado na cama. Não quer que o seu filho tenha lembranças ruins. Ela se desfaz do abraço.

Carmen
– Vai lá no teu quarto, pega umas roupas e coloca na tua mochila.

Joaquim
– Aonde nós vamos?

Carmen
– Agora não Joaquim. Só faz o que tô pedindo.

Carmen se levanta, pega e entrega a mochila para o menino.

Carmen
– Agora vai.

Ela observa o menino seguir pelo corredor. Pega o celular e vai até a janela abrindo a cortina. Disca para alguém.

A ligação chama uma, duas, três, quatro vezes até que é atendida. Uma voz masculina diz alô.

Carmen
– Arthur…eu liguei só pra dizer que…

Carmen hesita por alguns segundos.

Carmen
– … nós vamos aceitar o convite. Vamos pra tua casa.

Ela escuta Arthur do outro lado.

Carmen
– Sim. Vamos deixar tudo no carro e depois do sepultamento aí já vamos.

Carmen se despede, desliga o telefone, cola o rosto no vidro da janela e fica observando o vazio silencioso das ruas.

Penitenciária Araúdes Trigueiro – Ala 2

A policial Valéria conduz Rebeca por um largo corredor com celas lotadas de ambos os lados. As detentas, todas condenadas por homicídio, tráfico e outros crimes bárbaros, observam a cena agarradas nas grades. Algumas com olhar de desdém enquanto outras possuem sangue nos olhos.

Chegando em frente à cela que Rebeca vai ficar, Valéria pede para a jovem ficar de frente para ela. Abre a cela, tira as algemas e empurra Rebeca para a cela. As outras detentas, em torno de 10 mulheres de diferentes idades, etnias, crenças e crimes cercam a jovem de cabelos vermelhos.

Uma delas, Mercedes, mulher mais velha de tatuagem no braço e no pescoço e de cabelos loiros rastafari segura Rebeca pelo colarinho da blusa.

Mercedes
– A novinha ficou bem nesta roupa verde escura, não acham?

Todas riem. Mercedes fica com o rosto bem colado no rosto apavorado de Rebeca.

Mercedes
– Qual foi o crime da novinha, ein?

Mercedes aperta segurando mais forte.

Mercedes
– Não fala. Nós gostamos do joguinho de adivinhar.

Ela ri e olha para as companheiras de cela.

Mercedes
– Não vai ser difícil, sabia? Afinal aqui nesta cela só tem as piores da Araúdes Trigueiro.

Rebeca olha assustada para as detentas ao seu redor. Nunca tinha visto tanta mulher mal encarada juntas.

Enquanto isso…

…o policial Raúl despede-se da diretora Gertrudes em frente ao portão da penitenciária.

Raúl
– Obrigado diretora.

Gertrudes
– Estamos às ordens, policial.

Raúl
– Assim que as coisas acalmarem acredito que a delegada virá conversar com a senhora e com a Rebeca também.

Gertrudes
– Não posso impedir nada. Mande meus pêsames para a delegada.

O portão se abre. Raúl coloca seus óculos escuros e se dirige para o carro estacionado em frente. A diretora Gertrudes fica lhe observando até ele dar a partida. O portão se fecha. Se dava início à estadia de Rebeca na mais perigosa penitenciária feminina do estado.

Penitenciária Araúdes Trigueiro

Valéria, após escutar o alvoroço das detentas, volta rápido até a cela em que deixou Rebeca. Bate com o cacetete nas grades. Valéria é uma agente penitenciária experiente e conquistou o respeito das prisioneiras da Araúdes Trigueiro.

Valéria
– Quietas aí! Chega dessa baderna.

Mercedes, que à esta altura já segurava Rebeca pelo pescoço, joga-a em um canto da cela.

Mercedes
– Tá tudo certo por aqui, Val.

Conquistar o respeito de perigosas detentas às vezes se torna muito mais eficaz do que impor este respeito. Valéria fez isso ao longo de vários anos atuando como agente naquele lugar. E o que ganhou? Ganhou dias mais “tranquilos” dentro da panela de pressão que é uma penitenciária.

Mercedes se aproxima das grades da cela segurando com ambas as mãos.

Mercedes
– Val…a adolescente rebelde vai mesmo ficar aqui com nós? O que ela fez? Quantos anos?

Valéria
– Ela não é tão inocente quanto parece não, Mercedes. Matou o Catarina, sabe? E mais outros por aí. Além disso, parece que o comando do tráfico da região foi ela que passou para outro…

Mercedes
– Humm. Não é coisa pouca então?

Valéria
– Não é não. 30 anos ela pegou. Sem direito à recorrer.

Mercedes sorri um sorriso enferrujado por causa do uso de aparelhos dentários.

Mercedes
– Vou garantir que ela tenha uma boa estadia. Fazendo as contas por cima, eu e ela vamos sair juntas daqui. Podemos ser grandes amigas.

Valéria se aproxima da grade.

Valéria
– Tu só não me arruma confusão, Mercedes.

Mercedes
– Deixa comigo.

Valéria de afasta das grades da cela. Olha para as detentas daquela cela e das demais ao redor.

Valéria
– Agora quero ordem por aqui, tá entendido? As solitárias estão vazias lá só à espera de uma visita de algumas baderneiras. Não custa nada levar algumas pra lá.

Cemitério Municipal de Alcatraz

De calça jeans preta e sobretudo preto, com uma maquiagem leve no rosto, a delegada Carmen Sanchez desce do veículo dirigido pelo policial Raúl, abre a porta traseira e pega pela mão o pequeno Joaquim, usando um casaco preto e carregando um boneco de pelúcia na mão.

Carmen olha o aglomerado de pessoas ao redor da cova onde será enterrado seu marido Jairo. Raúl se posiciona ao seu lado.

Raúl
– Vamos, delegada. Estou aqui com você.

“Às vezes não encontramos as palavras certas para confortar quem mais amamos. Gostaria de fazer qualquer coisa para alegrar seu coração, mas não é possível. Você está sofrendo; seu marido partiu cedo demais.

Eu sei que você é forte e tenho certeza que após o luto necessário a felicidade vai retomar seu lugar na sua vida. E nunca se esqueça que mesma em mundos diferentes, você e seu marido continuarão ligados.

Ninguém perde alguém quando o amor é verdadeiro. Seu marido não está mais ao seu lado, eu sei. Ele não está mais no mesmo mundo nem respira o mesmo ar do que você. Mas ele viverá sempre no seu coração.

Faça um luto profundo e intenso. Respire fundo e chore sempre que precisar. E pode ter certeza que vai chegar um dia em que seu sorriso irá surgir novamente. E aí significará que um novo rumo tomou conta da sua nova vida.

Eu sei o quanto você amava e continuará a amar seu marido. Acho que nem consigo imaginar a dor que você está sentindo desde a hora da sua despedida. Chore, faça seu luto, seja forte.

Tudo parece perdido quando a vida nos leva aqueles que amamos, mas não é verdade. Irá chegar o dia em que os sorrisos irão surgir. E lembre-se que seu marido amado estará sempre no seu coração.

Você sabe que a vida tem de continuar. O tempo não para, os pássaros continuam a voar e o sol ou a chuva mantêm-se fiéis à vontade da natureza. Não é fácil, mas você vai arrumar um jeito de aceitar e entender este difícil desígnio da vida.”

Estas palavras passavam como um filme em sua cabeça durante o trajeto que fez do carro até o lado da cova à espera do caixão. Eram as palavras de uma tia querida que mora no interior e não pôde estar presente neste momento de dor. Alguém em quem Carmen confia de olhos fechados e possui um enorme apreço.

O padre, de barba e cabelos brancos, usando batina preta, chega e se posiciona na cabeceira do túmulo. Olha para todos os presentes. Encara Carmen e o pequeno Joaquim de cabeça baixa e lhe faz um sinal indicando força para o momento. Há alguns metros dali, os policiais, companheiros fiéis de Carmen Sanchez, carregam o caixão com o corpo de Jairo. É a maneira encontrada de demonstrar todo o carinho que têm pela delegada deles.

Uma canção fúnebre começa ser tocada por alguns músicos do exército, amigos próximos de Carmen e Jairo.

Padre
– Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo…aqui estamos reunidos para nos despedirmos deste querido amigo…Jairo. Um marido presente, um pai preocupado, um amigo de todas as horas…

As lágrimas nos olhos de todos os presentes começam a escorrer pelos seus rostos.

Padre
– …andar com fé é saber que cada dia é um recomeço. É saber que temos asas invisíveis e fazer pedido para as estrelas, voltando os olhos para o céu. Andar com fé é manter a mão estendida para dar… e para receber. Andar com fé é usar a força e a coragem que habitam dentro de nós, quando tudo parece acabado. Tudo finda, menos o amor, pois este sempre viverá.

As palavras do padre mexem com o sentimental de todos. Raúl, ao lado de Carmen, suspira, pega um lenço do bolso do casaco e limpa as lágrimas. A delegada olha além dos convidados e vê Arthur escorado em uma árvore acompanhando o enterro de longe.

O caixão começa ser baixado para a cova. Carmen parece que vai ter um infarto, coloca a mão no peito e é consolada por Raúl.

Raúl
– Estou aqui, delegada.

Carmen segura firme a mão do pequeno Joaquim que acompanha o ritual com os olhinhos arregalados e cheios de lágrimas.

Padre
– O luto é expressar o amor a alguém, cujo sinônimo é saudade e cujo sentimento de ausência inexiste. A vida não passa de uma oportunidade de encontro. Só depois da morte se dá a junção. Os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace…

Dois coveiros se aproximam, um de cada lado, e começam a jogar terra.

Padre
– …vá em paz e que o Senhor o receba de braços abertos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.

Os presentes já se dispersam pelo cemitério. Carmen e Joaquim permanecem imóveis no mesmo lugar. Raúl decide ficar para acompanhar mãe e filho, do mesmo modo que Arthur permanece escorado na árvore.

Penitenciária Araúdes Trigueiro

Dulce, a senhora de cabelos brancos e andar arcado, se senta no banco de madeira na sala de visitas. Ela parece estar aflita, cruza as mãos sobre a mesa branca de vime.

Na ala 2

Valéria chega em frente à cela.

Valéria
– Rebeca. Vem comigo.

Ela abre a cela sob olhares das demais detentas. Rebeca está sentada em um canto abraçada às suas pernas. Levanta e sai. Estende as mãos para frente e Valéria coloca as algemas. A cela é fechada novamente.

Valéria
– Vamos. Visita pra você!

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

  • Nossa velho, eu sofri com a Carmen a perca do Jairo. Mas que triste velho. Quer dizer que o marido morreu enquanto ela estava com o amante. Quero ver como a Carmen vai lhe dar com isso. Aparentemente ela não se importou muito, pois já deu liga pro embuste do Arthur.
    Tenso a condenação da Rebeca. Senti a tristeza dela ao saber da sentença. Quero ver o que vc vai aprontar pra tirar Rebeca dali. Sinto que px ep tem coisa.

  • Nossa velho, eu sofri com a Carmen a perca do Jairo. Mas que triste velho. Quer dizer que o marido morreu enquanto ela estava com o amante. Quero ver como a Carmen vai lhe dar com isso. Aparentemente ela não se importou muito, pois já deu liga pro embuste do Arthur.
    Tenso a condenação da Rebeca. Senti a tristeza dela ao saber da sentença. Quero ver o que vc vai aprontar pra tirar Rebeca dali. Sinto que px ep tem coisa.

  • Eu nunca vou perdoar a Carmem por isso, nuuuuuuuncaaaaaa!!! Eu não acredito que o Jairo morreu dessa forma, e ela ainda por cima vai morar com o Arthur. EU NÃO ACEITO! EU NÃO ACEITO!!!!

  • Eu nunca vou perdoar a Carmem por isso, nuuuuuuuncaaaaaa!!! Eu não acredito que o Jairo morreu dessa forma, e ela ainda por cima vai morar com o Arthur. EU NÃO ACEITO! EU NÃO ACEITO!!!!

  • Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

    Publicidade

    Inscreva-se no WIDCYBER+

    O novo canal da Widcyber no Youtube traz conteúdos exclusivos da plataforma em vídeo!

    Inscreva-se já, e garanta acesso a nossas promocionais, trailers, aberturas e contos narrados.

    Leia mais Histórias

    >
    Rolar para o topo