“Eu adoro o cheiro doce, rude e espesso de homicídio em lugar fechado. É a única maneira que eu tenho para me lembrar de que ainda estou vivo”
FADE IN:
CARACTERES: UM DIA ANTES DE TUDO ACONTECER
INT. SALA DE ARQUIVOS DA DELEGACIA – DIA
A sala é pequena, retangular e abafada devido ao fato de não possuir janela alguma. As paredes pintadas na cor cinza escura contrastam com as estantes de carvalho envelhecido que acomodam pastas, documentos, livros, gravações, álbuns, etc. Todos catalogados digitalmente e que podem serem acessados suas localizações em um computador velho de mesa que está em uma escrivaninha em um canto.
ESCUTA-SE o RANGIDO da porta sendo ABERTA e a LUZ exterior penetra no ambiente. Jony Stela, de calça jeans, camisa social e gravata, adentra na sala e, antes de fechar a porta, sua mão esquerda pousa no interruptor de luz na parede ao lado da entrada.
A iluminação local se restringe à duas fluorescentes grandes e uma ainda pisca três, quatro, cinco vezes antes de lançar sua claridade amarelada sobre o ambiente. Jony frouxa o nó da gravata devido ao abafamento da sala. Caminha pelo pequeno corredor que divide as estantes até o computador. Puxa a cadeira de palha e senta em frente à tela.
CLOSE na tela do computador onde se lê sendo digitado no campo PESQUISAR: “Jose Stela – casos”. Ao dar ENTER, em poucos segundos, uma lista grande surge na tela. Todos casos ligados ao nome de Jose Stela Alguns resolvidos, outros em aberto. Ao lado de cada caso há números e letras indicando a estante para ser encontrado. Jony Stela pega uma caneta e um rascunho e começa anotar os que lhe interessam.
CORTA PARA:
INT. QUARTO DE JONY – NOITE
Deitado em sua cama, sem camisa e calção, Jony observa o girar do ventilador de teto. Do seu lado, em cima do criado – mudo, o rádio – relógio marca 01:00 hora. Jony senta-se na cama, ABRE a gaveta do criado – mudo e pega dois frascos de comprimidos. Um à um, os abre e despeja sobre os lençóis dois comprimidos de cada frasco, guardando-o novamente na gaveta.
Jony olha para o rádio – relógio, que agora marca 01:01 hora. Pega os quatro comprimidos e coloca na boca engolindo-os à seco.
INT. SALA DE ARQUIVOS DA DELEGACIA – DIA
Em meio às estantes, segurando uma pasta plástica e um outro livro, vasculha na prateleira de arquivos de vídeos. Uma das lâmpadas fluorescentes pisca uma, duas, três vezes, despertando sua atenção. A lâmpada se APAGA.
Jony encontra um DVD com o título: “O caso da cabana de palha”, e embaixo os dizeres: um caso de Jose Stela. Na capa uma cabana de palha em meio à um terreno de terra batida. Jony fixa o olhar naquela capa e…
EXT. PÁTIO DE TERRA – DIA
…um menino, o mesmo sobrevivente da chacina da escola infantil, passa correndo levantando poeira.
OUVE-SE o LATIDO de um cachorro e, em seguida, seu CLAMOR AGONIZANTE de dor.
O menino passa novamente correndo, agora com um pedaço de pau na mão.
LENTAMENTE o campo de visão se ABRE até revelar um cachorro estirado no chão de terra.
CORTA PARA:
INT. SALA DE ARQUIVOS DA DELEGACIA – DIA
Jony está sentado diante de uma mesa em um canto da sala, rodeado de pastas, livros, documentos e umas fitas VHS e DVD’s. Atento, ele vê uma grossa pasta com fotos de bandidos presos por seu pai. Uma MELODIA SUAVE começa à TOCAR baixinha enquanto Jony folheia aquele álbum vendo as fotos de seu pai em serviço e em homenagens importantes.
A MELODIA vai AUMENTANDO seu tom ao mesmo tempo em que bate a saudade em Jony e lágrimas brotam em seus olhos. Jony chega em uma página em que tem uma foto do seu pai no dia da sua morte, horas antes.
CLOSE nas mãos de Jony, que retiram a fotografia do álbum. Jony segura a foto contra o seu peito.
JONY
Eu vou dar o melhor aqui neste departamento. Você vai se orgulhar de mim.
O som da MELODIA SUAVE toma conta do ambiente deixando Jony e a dor de sua saudade.
INT. QUARTO DE KAREN – NOITE
Karen Telles, usando uma camisola preta, justa e longa, está parada diante de um grande espelho emoldurado na parede, que vai dos seus pés até uns 30 cm acima de sua cabeça. Com uma escova de pentear em mãos, ela penteia CALMAMENTE seus cabelos.
Após umas cinco escovadas da raiz até as pontas, Karen pára com um leve sorriso nos lábios, mirando seu reflexo no espelho.
KAREN
Não pode ser Karen Telles! Será mesmo que Jony está sentindo algo à mais por você?
Karen abaixa a escova e balança os cabelos. Sabe que possui um charme sem igual, mas é inocente, não sabendo o momento em que acaba por jogar o seu charme e, talvez, isso que tenha acontecido em relação à Jony.
KAREN
Deixa de ser boba, Karen. Você sabe o que aconteceu a última vez que se envolveu com alguém…e você não quer isso denovo.
CORTA PARA:
INT. QUARTO DE JONY – NOITE
O rádio – relógio sobre o criado – mudo passa de 01:14 horas para 01:15 horas.
Jony continua deitado à observar o ventilador de teto girando sobre ele.
Jony Stela respira fundo e se esforça, além do normal, para se levantar. Já de pé diante da cama, sente uma forte dor de cabeça levando a mão sobre a nuca. Tudo gira ao seu redor. Com a visão turva ele mira o rádio – relógio sobre o criado – mudo. Ao lado está o seu telefone celular, mas a impressão que tem é que se ele tentar se mover, vai se espatifar no chão. Se agachando devagar, ele apóia a mão na cama e consegue alcançar o celular.
Mais uma forte ferroada na nuca faz ele fazer cara de dor.
CLOSE na TELA DO CELULAR, onde Jony passa os seus contatos até chegar no nome da doutora Karen Telles. Ele APERTA o indicador verde para chamadas sentando na cama e colocando o telefone ao ouvido.
INT. QUARTO DE KAREN – NOITE
Karen Telles está arrumando sua cama para dormir. Parece estar de bem com a vida, despreocupada. O seu telefone, que está sobre sua penteadeira, TOCA, uma, duas, três vezes. Karen ATENDE.
KAREN
Alô!
Silêncio por alguns segundos enquanto ela ESCUTA a voz do outro lado. Sua expressão despreocupada muda para uma cara fechada e um olhar apreensivo. Ela senta-se na cama.
KAREN
Calma, Jony!…calma, calma! Fica deitado que já vou pra tua casa…
Enquanto, com uma mão ela segura o telefone ao ouvido, com a outra ela vasculha em uma pilha de roupas em cima de uma cadeira ao lado da cama.
KAREN (cont.)
…eu só vou…me arrumar. Pôr uma calça e já vou.
Segurando o telefone no ouvido com o ombro, ela começa à pôr a calça. Larga, rapidamente, o celular na cama, tira a camisola e coloca uma blusa. Pega o celular novamente.
KAREN Jony? A porta da frente está aberta?
CORTA PARA:
INT. HOSPITAL – NOITE
Um enfermeiro empurra uma maca por um corredor. Na maca está Jony com o soro preso ao seu braço e acompanhado de perto por um outro enfermeiro. Mais atrás está a doutora Karen Telles ao lado de um médico mais velho que vai andando e colocando suas luvas de borracha e máscara.
KAREN
O que você acha que é doutor?
MÉDICO
Eu não posso lhe afirmar nada sem antes ver o resultado dos exames…
A maca empurrada pelo enfermeiro chega até uma grande porta de vidro em meio ao corredor, com uma placa vermelha com os dizeres: ÁREA RESTRITA.
A porta automática se ABRE e os dois enfermeiros atravessam-na com a maca. O médico se vira para Karen quando estão perto da porta.
MÉDICO
A partir daqui somente a equipe médica está autorizada à entrar…
O médico estende seu braço colocando a mão no ombro de Karen, que está com uma cara apreensiva e olhos vermelhos de quem segura o choro.
MÉDICO (cont.)
…mas fique calma, que assim que tivermos informações relevantes alguém vai lhe avisar.
Karen espia por cima do ombro do médico o seu colega e paciente ser levado ao longo do corredor até entrar em uma sala na lateral.
MÉDICO (cont.)
Os exames são essenciais para sabermos como proceder.
KAREN
Que exames?
MÉDICO (retirando a mão do ombro de Karen)
De sangue…e outros básicos. Mas o principal, e que ele vai fazer agora, é a tomografia.
O médico faz um sinal de positivo com a cabeça para Karen. Se vira e passa pela porta automática deixando Karen apreensiva do outro lado.
CORTA PARA:
INT. SALA DO DELEGADO – DIA
O delegado Walter está sentado atrás de sua mesa. Com um rosto preocupado ele tem os olhos atentos ás palavras do chefe de polícia forense sentado na sua frente.
CHEFE DA POLÍCIA FORENSE
Minha equipe vasculhou os escombros daquela escola. Ainda não fui até lá, mas meu policial de confiança me afirmou sobre a identidade de um corpo encontrado lá…
WALTER
Deixa eu adivinhar: sem a mão direita. Ou seja, mais uma vítima do nosso serial killer.
CHEFE DA POLÍCIA FORENSE
Exato.
O chefe da polícia pega uma pasta sobre a mesa levantando.
CHEFE DA POLÍCIA FORENSE
Agora eu passo a bola pra ti.
WALTER (levantando)
Eu sei meu amigo. E sou grato pela eficiência do teu trabalho.
O telefone em cima da mesa TOCA. O delegado Walter, IMEDIATAMENTE, atende a ligação.
WALTER
Pronto!
Alguns segundos apenas OUVINDO. O chefe da polícia forense de pé à sua frente.
WALTER (ao telefone)
Não pode ser!
Walter senta-se na sua cadeira. Notando a palidez do delegado, o chefe de polícia forense serve um copo d’água da bombona perto da janela e entrega ao colega.
CORTA PARA:
INT. QUARTO DE HOSPITAL – DIA
Karen Telles toma um copo de água sentada em uma poltrona ao lado do leito do quarto. A porta se ABRE fazendo a doutora Karen Telles largar o copo na mesinha de canto e levantar-se apreensiva. Um enfermeiro empurra uma cadeira de rodas com Jony bastante debilitado. Os olhos de Karen brilham e enchem de lágrimas ao vê-lo.
KAREN
Jony!
Karen Telles aproxima-se e agacha-se na frente próxima à Jony, que com dificuldade, levanta o olhar mirando-a e SORRI. Karen acaricia seu rosto. O enfermeiro organiza a cama para Jony deitar.
KAREN
Como você está? Me deu o maior susto!
Jony está fraco, mal consegue falar. Karen se levanta e empurra a cadeira mais para o meio do quarto próximo à cama.
ENFERMEIRO
Vou te trazer em seguida uma receita de medicamentos necessários. Mas enquanto ele estiver aqui serei o responsável por dar os remédios na hora certa.
KAREN
E os exames? Já ficaram prontos?
O enfermeiro continua à arrumar a cama.
ENFERMEIRO
O doutor já vem falar com você!
O enfermeiro se vira para Jony na cadeira de rodas e para Karen parada ao seu lado, com a mão no ombro do colega.
ENFERMEIRO (cont.)
Você pode segurar a cadeira para eu ajudá-lo deitar?
INT. CORREDOR DO HOSPITAL – DIA
O doutor responsável pelo estado de saúde de Jony sai do elevador com alguns papeis em mãos. Ele caminha à passos firmes e largos em direção ao quarto que Jony está. Ele se aproxima cada vez mais do quarto e pode se notar o seu semblante sério e sereno de quem já teve que dar muitas notícias desagradáveis aos pacientes. Ao chegar na porta do quarto…
…CLOSE no número 412. O doutor pára. Nota-se que ele respira fundo antes de dar duas SUAVES BATIDAS na porta.
INT. QUARTO DE HOSPITAL – DIA
O enfermeiro está ajeitando a cabeça de Jony no travesseiro. Karen ABRE a porta do quarto.
KAREN
Doutor!
MÉDICO
Com licença…
Ele olha para Jony que, de canto de olho, também lhe olha.
MÉDICO
…descanse agora Jony. Estes exames são um pé no saco mesmo!
Jony SORRI debilitadamente. Karen SORRI timidamente.
ENFERMEIRO (empurrando a cadeira de rodas)
Com licença!
Karen e o médico dão lado para o enfermeiro passar.
MÉDICO
Karen Telles, não é mesmo?
KAREN
Sim.
MÉDICO
Parente de Jony?
KAREN
Não, não. Psicóloga e detetive. Colega de departamento.
MÉDICO
Jony tem algum parente próximo?
KAREN Apenas a mãe está viva…
O médico olha para Jony, que está prestes à dormir.
MÉDICO
Vamos ali fora para não atrapalhar o seu descanso.
O médico deixa Karen sair na sua frente, saindo em seguida e fechando a porta.
INT. CORREDOR DO HOSPITAL – DIA
Em frente à porta do quarto 412 estão o médico com os papeis em mãos e Karen Telles na sua frente.
KAREN
…mas a mãe mora no interior e está bastante frágil de saúde física e mental, até onde sei.
MÉDICO
Bom…apesar de já ter passado por muitos momentos destes, nunca é fácil…
KAREN
Agora o doutor me deixou preocupada.
MÉDICO
Eu vou direto ao ponto, detetive…
O médico reluta por alguns segundos. ABRE um documento, que é o laudo da tomografia.
MÉDICO (cont.)
A tomografia realizada apontou um tumor cerebral em Jony…
Os olhos de Karen se enchem de lágrimas, as quais ela não tem força para segurá-las.
MÉDICO (cont.)
…já está bastante alterado embora não se saiba sua magnitude sem outros exames.
ESCUTA-SE o BARULHO da porta do elevador se ABRINDO. O delegado Walter sai do elevador e olha para os lados para ver onde é o quarto 412. Ele avista a doutora Karen Telles escorada na parede CHORANDO. À sua frente o médico tenta consolá-la. Walter apressa o passo e vai de encontro à ela, que quando o vê corre abraçá-lo.
CORTA PARA:
INT. QUARTO DE HOSPITAL – NOITE
Karen ajeita a poltrona recostando-a para poder passar a noite melhor. Jony, preso ao soro e mais outro medicamento na veia, está deitado no leito observando a doutora Karen.
JONY
Você não precisava ficar aqui. É desconfortável.
KAREN (continuando à arrumar a poltrona)
E deixar você sozinho?
JONY (tom sarcástico)
Estou no hospital. Nunca estarei sozinho!
Karen Telles se vira para ele.
KAREN
Tá bem engraçadinho, não é mesmo?
JONY
Nestas horas é o que me resta, Karen…
Jony se mexe no leito, com cuidado por causa dos medicamentos na veia. Karen se aproxima.
KAREN
Cuidado!
Sua mão toca à de Jony, que lhe encara.
JONY
…o doutor me contou. Era justo eu saber.
KAREN Claro que sim.
Jony segura a mão de Karen e lhe encara com ternura, embora bastante debilitado.
JONY Não queria que nossa história terminasse assim.
Karen se envergonha e se recompõe em seguida afastando a sua mão da mão de Jony, disfarçando e arrumando o travesseiro do colega.
KAREN Trate de descansar. É o que você precisa fazer agora.
JONY (sorrindo) Se você insiste mesmo…mas quero um beijo de boa noite.
Karen pára e lhe encara séria.
KAREN Que saidinho que está, ein?
A doutora Karen Telles inclina-se e dá um beijo no rosto de Jony, que fecha os olhos.
KAREN
Boa noite, Jony.
CORTA PARA:
EXT. ESTRADA DESERTA – NOITE
O silêncio da estrada deserta, escura e nebulosa é quebrado pelo RONCO do motor de uma van branca que passa e estaciona próxima à uma árvore. A porta do lado do motorista se ABRE e o serial killer, de jeans rasgado e jaqueta de couro, desce empurrando e fechando a porta novamente. Ele dá a volta na van e ABRE a porta corrediça do outro lado e puxa para fora um grande saco preto todo amarrado. Deixando aquele saco preto no chão ao lado da van, o serial killer abaixa-se puxando debaixo do banco da van, uma maleta. Ele a ABRE retirando um facão afiado de dentro.
INT. QUARTO DE HOSPITAL – NOITE
O quarto está iluminado apenas pela claridade da TV que ficara ligada. Karen dorme recostada na poltrona coberta por um edredon. Jony se debate na cama, sem acordar, como se estivesse em um pesadelo.
EXT. ESTRADA DESERTA – NOITE
O serial killer desamarra o saco preto. O facão está ao lado no chão.
CALMAMENTE, ele pega o facão para desamarrar um último nó do saco preto, que se ABRE revelando o corpo de um homem (+ou- 25 anos) já morto, com uma perfuração em seu abdômen. O serial killer pega a mão direita do homem morto, afasta bem seus dedos, mira o facão sobre o pulso, o ergue e o desce em seguida em um golpe seco e preciso.
TUDO ESCURECE por longos segundos.
MAIS TARDE…
EXT. ESTRADA DESERTA – NOITE
ATRAVÉS DA VISÃO do serial killer pode se ver um galpão abandonado e caindo aos pedaços do outro lado da estrada. O serial killer começa à arrastar o pesado saco preto atravessando a estrada em direção ao galpão.
CORTA PARA:
INT. QUARTO DE HOSPITAL – NOITE
Jony está mais agitado. Se debate e acaba derrubando o soro. Karen acorda jogando o edredon ao chão. Corre até o leito, tenta acalmá-lo, mas ele continua se debatendo sem abrir os olhos. Karen, segurando as mãos de Jony, repara que ele começa á ficar com o corpo rígido e, logo em seguida, à espumar pela boca. Karen se desespera com a situação do colega.
IMEDIATAMENTE, ela APERTA o botão vermelho posicionado na parede acima do leito. Um SINAL SONORO é OUVIDO. A chamada parece demorar “séculos” para ser atendida.
Em CÂMERA LENTA e sem SOM NENHUM, acompanha-se o desespero da doutora Karen Telles diante de Jony no leito, que se debate, espuma pela boca e está cada vez pior. Karen, desesperada, volta à apertar várias vezes seguidas o botão vermelho, até que tudo vai voltando ao ritmo normal enquanto começa-se à OUVIR VOZES se aproximando do lado de fora do quarto.
A porta do quarto é ABERTA e surgem dois enfermeiros, que vendo o estado crítico da situação, correm para o leito ao redor de Jony tentando reanimá-lo, sem sucesso.
Karen CHORA escorada na parede observando tudo.
CORTA PARA:
EXT. GALPÃO ABANDONADO – NOITE
Pela porta de celeiro do galpão, o serial killer SAI sacudindo a poeira de sua roupa. Ele também carrega consigo uma pequena caixa de papelão embrulhada em papel de presente colorido.
O serial killer, TRANQUILAMENTE, atravessa a estrada, ENTRA na van dando partida no motor logo em seguida e pega a estrada deserta, escura e nebulosa até que se perca a visibilidade dos faróis ao longe.
INT. QUARTO DE HOSPITAL – NOITE
Os dois enfermeiros fazem tudo que está ao alcance para reanimar Jony, mas não conseguem. Eles se entreolham exaustos e desanimados. Karen CHORA.
KAREN
O que houve? Por que vocês pararam de tentar? Ele não vai melhorar?
ENFERMEIRO I (segurando as mãos de Jony)
Vamos ter que levá-lo à UTI!
ENFERMEIRO II (apoiando a cabeça de Jony com sua mão)
O doutor dele ainda está no hospital. Vamos logo!
Karen aproxima-se do leito enquanto os enfermeiros preparam para pôr Jony na maca e levá-lo. Karen, aos prantos, observa os enfermeiros levarem Jony para fora do quarto. Ao saírem, ela corre para o…
INT. CORREDOR DO HOSPITAL – NOITE
…e fica olhando Jony ser levado ao longo do corredor. Ao passar com a maca pelo elevador, os enfermeiros se deparam com o delegado Walter saindo do mesmo. Ele vê Karen CHORANDO na porta do quarto e corre até ela.
Um ROCK MELANCÓLICO toca SUAVEMENTE enquanto se vê que Karen conta à Walter o que aconteceu. Ela o abraça e CHORA em seu ombro enquanto a MÚSICA AUMENTA seu VOLUME.
FADE OUT: