ALGUM LUGAR DAS ILHAS VANIDIANAS- MEIA HORA APÓS A ABERTURA DO TORNEIO.
O homem misterioso continua sentado em seu comitê. Ele possui um manto negro cobrindo a sua cabeça, onde só podemos enxergar um pouco do queixo.
Seu escudeiro que atende pelo nome Morbius (cabelo platinado, tatuagens de dunas em seu rosto, usa um cachecol vermelho e uma manta marrom, aparenta ter pouco menos de 30 anos), vai até ele com uma espécie de tablet.
— O que achou da cerimônia, senhor?
— Devo admitir que eles capricharam esse ano. Conseguiram reunir 100 jovens, isso é de se surpreender.
— Vou passar a limpo aqui para o senhor como estão os candidatos deste ano:
15 candidatos da tribo do ar,
13 candidatos da tribo do trovão,
19 candidatos da tribo da terra,
14 candidatos da tribo da água, sendo que apenas 5 são homens,
16 candidatos da tribo do fogo,
21 candidatos da tribo da luz,
E apenas 2 candidatos da tribo das sombras.
— Você tem a ficha dos candidatos da tribo das sombras?
— Claro, senhor. Vou jogar na tela.
Ele reproduz na tela, as fotos e os nomes dos candidatos.
— Esses são Frida Albers e Ícaro Messiah (pronuncia-se Missáia). Frida tem 21 anos e Ícaro tem 18.
— Interessante… Se eles não forem desclassificados, um deles poderá ocupar o sacerdócio da tribo das sombras.
— Exatamente, senhor. Mas acho que não temos que nos preocupar com eles ainda… Algum outro candidato te chamou a atenção?
— Bom, temos os irmãos Andreas: Vladimir e Munique. Esses vão nos dar muito trabalho.
— De fato. (Coloca as fotos deles na tela). Vladimir já conjura a luz desde os 8 anos, e Munique também já possui domínio da magia. Os dois são os candidatos mais bem preparados do torneio esse ano.
— E possivelmente os futuros reis de Vanidian, suponho.
— É quase certo que sim, senhor. Caso Bartiel, o atual sacerdote da luz, não assuma o reinado nos próximos anos.
— Mas você sabe muito bem quem é a minha maior preocupação, não é? O infeliz do sacerdote do fogo.
— Por que se preocupa tanto, senhor? O sacerdote do fogo já vai passar o seu legado para outro.
— Esse é o problema, Morbius. Um daqueles garotos será o sacerdote, e você sabe muito bem o que aconteceu no Conflito dos Santos… Sabe muito bem… Que essa história está prestes a acontecer de novo.
O torneio já começou para esses 100 jovens, mas quem é esse homem misterioso? E o que eles estão tramando?
OPENING:
EPISÓDIO 2:
“A PRIMEIRA PROVA”
ALA DO FOGO, QUARTO DE KIRA.
Kira e Fie estão pulando na cama, eufóricas. A cerimônia foi um sucesso e claro que elas estão muito felizes.
— Ai, Fie, amiga! Obrigada mesmo por ter vindo também aqui. Assim eu não me sinto tão sozinha.
— Relaxa, amiga. Eu também estou muito feliz de estarmos aqui juntas. E a gente pode dividir o mesmo quarto, né? Não falaram nada que não podia.
— Cada ala deve ter uns 40 quartos, eles vão achar é bom que vamos compartilhar um.
— Eu estou muito ansiosa, como deve ser a primeira prova? Será que é muito difícil?
— Não sei, mas não vejo a hora de começar, já vi que não vou dormir essa noite de novo, a ansiosa sofre nesses momentos.
— Amiga, vê se maneira essa ansiedade aí, hein?
— E eu acho melhor a gente já ir se arrumando pra dormir, antes que eles venham aqui chamar a nossa atenção.
— Verdade, amiga. Vamos nos recolher. Amanhã será um grande dia!
— Boa noite, Fie.
— Boa noite, Kira.
ALA DA ÁGUA- QUARTO DE MAGNUS
Magnus está terminando de vestir seu pijama e alguém bate na porta de seu quarto.
— Já estou indo!
Ele termina de vestir a blusa, se dirige até a porta e quando abre, está ali seus outros 4 colegas da tribo da água.
Gael e Arthur dizem:
— SURPRESA!
— Mas… O que fazem aqui a essa hora? E não é meu aniversário.
— Vimos aqui te cumprimentar e apresentar nossos outros dois colegas da tribo da água.- Disse Gael.
— Muito prazer, Magnus, eu me chamo Daian.
Daian tem 21 anos, 1,80, branco e usa óculos.
— Prazer, Daian.
— Meu nome é Fewter, muito prazer em conhecê-lo, Magnus.
Fewter tem 20 anos, 1,90, magro e moreno.
— É um prazer conhecer vocês dois.
Arthur diz:
— A gente pode entrar um minuto, Magnus? Nós trouxemos algo.
— Claro, claro.
Os 4 entram. Gael mostra um saco guardando um refrigerante e Arthur está com copos de porcelana.
— Mas… Vocês estão malucos? Onde conseguiram isso?
— Melhor nem saber.- Responde Daian.
Gael prossegue:
— Nós queríamos propor um brinde a nós 5. (Coloca o refrigerante nos copos e serve um por um) Somos os únicos homens que vieram da tribo da água para o torneio, sabemos que a nossa concorrência é muito forte, então… Um brinde… Aos futuros sacerdotes da água!
Todos em uníssono, respondem:
— UM BRINDE!
Os 5 brindam, tomam um gole e em seguida começam a rir e conversar.
A madrugada cai. Uma jovem da tribo da água está levantando de sua cama. Ela possui 18 anos e tem o cabelo longo e meio crespo.
A garota calça suas sandálias e se dirige à porta. Ao abrir, ela sai do quarto e tenta andar pelo corredor com cautela para não acordar os demais.
Enquanto está andando no corredor, uma sombra passa por trás de uma das pilastras sem que ela pudesse ver.
Minutos depois, a jovem termina de usar o banheiro. Ela sai do box, claramente com cara de sono e vai até a pia.
Ela põe as duas mãos na pia, boceja, se olha no espelho, depois abre a torneira, lava as mãos e lava o seu rosto.
Ao terminar de lavar o rosto, ela se olha no espelho novamente e ouve um barulho.
Ela se vira para olhar pelos lados daquele enorme banheiro.
— Olá?
Apenas o silêncio daquela noite fria.
— Tem… Alguém aí?
A garota sente a urgência de sair logo daquele banheiro e apressa o passo para se retirar imediatamente.
Ela anda pelo corredor, sente que alguém a está seguindo e apressa o passo ainda mais.
Sua respiração começa a ficar ofegante, ela tenta se apressar pra chegar o mais rápido possível ao seu quarto. Ao ver que está prestes a ser pega, ela para e se vira para trás fazendo um movimento de conjuração.
Ao olhar para trás e ficar posicionada, percebe que não há ninguém ali. Ela fica por alguns segundos paralisada e com a respiração quase parando.
Ao ver que supostamente o perigo passou, ela suspira, abaixa a guarda e quando vira para frente novamente, algo que não podemos ver, está vindo em sua direção e ela arregala os olhos e se prepara para gritar. Mas seu grito é cortado e novamente só ouvimos o ensurdecedor silêncio daquela noite.
Amanhece no prédio do torneio, todos os candidatos estão animados, porque hoje a primeira prova será realizada.
Kira e Fie estão no quarto terminando de pentear o cabelo.
— Eu dormi que nem uma pedra, Fie. Nunca tinha dormido tão bem desse jeito, se você não tivesse me acordado, olha…
— Mas eu também levantei na força do ódio, amiga.
— Estou acostumada a ser acordada pelo Gorgue, meu galo, então…
— Que fofa, você tem um galo de estimação!
— Eu sei, não é muito comum, porque…
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH
Ouve-se um grito estridente do lado de fora.
— O que foi isso, Kira?
— Eu não sei. Vamos ver!
No corredor da ala da água, um tumulto está acontecendo.
Algumas garotas da tribo da água estão ali chorando desconsoladas. Kira e Fie chegam em seguida e tentam abrir espaço na multidão para saber do que se trata.
Ao conseguirem esse espaço, percebem o corpo daquela jovem no chão petrificado, com a boca aberta e a pele azulada como se tivesse sido mumificada.
— Ai, meu Deus! O que aconteceu?
Outros candidatos das outras tribos vão todos até a ala da tribo da água ver o que está acontecendo. Magnus também se aproxima e encontra Kira.
— Kira?
— Magnus!
— O que tá acontecendo? Por que tá todo mundo das outras tribos aqui?
— Uma garota da tua tribo… Ela tá morta.
— O quê?
Magnus abre espaço e percebe o corpo daquela garota.
— Ai, meu Deus!
No meio do tumulto, Niel e alguns soldados se aproximam.
— ORDEM! ORDEM, GAROTOS! SAIAM DA FRENTE!
Ícaro e Frida se aproximam e ficam próximos dos demais.
Niel se abaixa, passa apenas a mão próxima ao rosto da garota, mas sem tocá-la. Ela olha para os demais ainda agachada e diz:
— Isso foi feito por uma magia das sombras.
Todos ficam horrorizados e começam burburinhos. Um dos guardas diz:
— Senhora, o que faremos?
— Levem-na na maca, cubra-a com um lençol, precisamos avisar ao conselho. Se essa garota foi morta por uma magia das sombras, todos nós estamos correndo perigo.
Os candidatos ficam assustados, uma das amigas da garota falecida, Lucy, 22 anos, branca de cabelo loiro, encara Ícaro e Frida, e sem hesitar, parte pra cima dos dois.
— ISSO É TUDO CULPA DE VOCÊS!
Ícaro diz:
— Minha culpa? Do que você tá falando?
— Ela foi morta por uma magia das sombras e vocês dois são os únicos no prédio inteiro que vieram da tribo das sombras.
— Alto lá aí, garota! Não pode sair acusando as pessoas sem ter provas.- Repreende Frida.
— Eu estou com as provas bem aqui na minha frente. Vocês dois!
Niel observa a discussão.
— Ei, crianças! Vamos parar com isso!
— Foram eles, Niel! Óbvio que esses dois fizeram isso.
Neste momento, Vladimir e Munique também se aproximam deles.
Frida não se deixa abater pelas acusações.
— Você é maluca, garota? Nem eu e nem o Ícaro dominamos magia, como a gente pode ter feito isso?
— E quem me garante? Mentir é algo que vocês fazem muito bem, não é a toa que nem o sacerdote de vocês aguentou.
Magnus intervém e se coloca no meio dos três.
— Calma aí, gente. Não temos porque brigar, ninguém tem culpa de nada.
Niel dá a ordem:
— Quero que todos vocês voltem para suas respectivas alas imediatamente e aguardem instruções!
Os candidatos começam a se dispersar. Frida vira para o corredor, claramente irritada. Lucy também se vira para o lado oposto e murmura alto.
— Tinha que ser uma preta!
Frida ouve aquilo. Não se deixa passar batido e volta imediatamente, puxando-a pelo braço.
— Aí! Eu vou te mostrar do que essa preta é capaz.
Frida dá um tapa no rosto de Lucy e, em seguida, puxa os cabelos dela e a joga no chão.
— Me solta! Me solta! Tirem essa rata de cima de mim, gente. Ela vai me passar doença, socorro!
— Eu vou te ensinar a me respeitar, sua vadia imunda!
Frida despeja vários tapas seguidos em Lucy. Os guardas chegam para apartá-la e antes de tirarem ela totalmente de cima de Lucy, ela cospe fazendo que sua saliva acerte no rosto dela.
— Aaaaah, sua porca desgraçada!
— Agora você tá suja, queridinha. Logo vai ser enfeitiçada por magia das trevas.
Niel mais uma vez, precisa interver.
— JÁ CHEGA, TODOS VOCÊS! Os demais alunos voltem agora mesmo para seus quartos. E você, garota das sombras… Aguarde ser chamada.
A confusão deixou todos com os nervos a flor da pele. Uma garota da tribo da água foi morta de uma maneira desconhecida e agora Frida pode ter cavado a sua própria cova ao ter enfrentando uma candidata também da tribo da água.
Mas o que realmente poderia ter acontecido com a primeira garota?
ALGUM LUGAR DAS ILHAS VANIDIANAS- MEIA HORA DEPOIS.
Morbius se aproxima de seu mestre.
— Já está acontecendo, senhor. Como previsto.
— Quem era?
— Uma garota da tribo da água.
— Entendo. Alguém desconfiou ou comentou alguma coisa?
— Não, eles não querem que a informação vaze, porque…
— … Não, não estou falando da garota morta, estou falando da operação no dirigível.
— Ah sim, temo que não, senhor. Para eles, o incidente no dirigível foi realmente uma infeliz tempestade que apareceu.
— Maldita Minerva e Maldito Telmar! Estragaram tudo.
— Bem, mas de todos os modos, aquela nuvem nebulosa poderia derrubar o dirigível e matar todas aquelas crianças, senhor.
— E quem disse que eu me importo, Morbius? Se 100 crianças morressem naquele dirigível pelo menos eu teria a certeza que esse torneio não iria acontecer. Estou me esforçando ao máximo para que cancelem esse torneio.
— Bom, e o que o senhor vai fazer quando se encontrar com… Você sabe… Ele!
— Eu finalmente irei mostrar a toda Vanidian que mexeram com a pessoa errada. Eu vou me vingar até que escorra a última gota de sangue do meu corpo.
PRÉDIO DO TORNEIO, 09H30 DA MANHÃ.
Todos estão em seus quartos aflitos pelo o que ocorreu. Kira e Fie estão bastante nervosas.
— Ai, Fie! Eu estou tão preocupada. Você viu o que aconteceu com aquela garota? Meu Deus!
— Sim, e ela é justo da tribo do teu amigo, como será que ele tá?
— Eu não sei, mas temo que não esteja nada bem. Eu acho que ele não conhecia ela, senão estaria bem pior.
Uma mensagem no interfone é ressoada em todo o prédio por Niel.
— Atenção, candidatos! Devido aos incidentes recentes, a primeira prova do torneio será adiada para o fim da tarde. Pedimos a colaboração de todos vocês que mantenham total discrição sobre o ocorrido aqui, pois a nossa segurança já está trabalhando a respeito. Enquanto isso, peço que todos desçam para o refeitório e desfrutem de seu café da manhã. Vida longa à Vanidian!
Todos os garotos se preparam para descer ao refeitório.
Alguns minutos depois, está no gabinete principal, o reitor Maldonado Rules, 57 anos, cabelo e cavanhaque branco, usando um óculos de descanso.
Alguém bate na porta.
— Entre.
Niel entra.
— Com licença, senhor. A garota está aqui.
— Por favor, peça que entre.
Niel dá passagem para que Frida pudesse entrar. Ela se retira fechando a porta. O reitor se levanta para cumprimenta-la.
— Frida Albers! É um prazer conhece-la, sente-se! Sou o reitor Maldonado Rules, e quero primeiramente dizer que estamos todos felizes por ter você e seu outro companheiro da tribo das sombras aqui no torneio.
— Mas vocês não estão vendo a hora de que a gente vá embora logo, né?
— Por favor, Frida. Não seja tão radical.
— Radical? Vocês me trouxeram até aqui só porque eu escorracei aquela branquela azeda. Mas vocês perguntaram o que ela fez comigo antes disso pra eu reagir?
— Bom, é que…
— Ela acusou o Ícaro e eu de termos feito aquela coisa bizarra com a menina da tribo da água. Sem sequer nos conhecer. E eu não conhecia ela e muito menos a falecida, e ela veio com toda sua arrogância e prepotência pra cima de mim.
— Não estou tentando justificar os atos da jovem Lucy, mas…
— Sério? Olha, vocês mentem que nem sentem. Não está justificando os atos dela, mas ao mesmo tempo chamou apenas a mim pra vir aqui conversar com o senhor e não ela. Sabe o que ela me disse, reitor? “Tinha que ser uma preta”. E quando eu revidei a ofensa dela, ela ainda ressaltou: “Tirem essa rata de cima de mim porque ela pode me passar doença”. Você consegue entender o peso dessas palavras para uma pessoa como eu, senhor reitor?
— Eu, eu…
— Claro que não! Pimenta esfregada nos olhos dos outros sempre vai ser um refresco pra vocês.
— A senhorita Lucy também será advertida, iremos conversar com ela.
— Claro, porque se for pra me expulsarem, vão ter que expulsar ela também, porque quem começou a discussão foi ela.
— Olha, nós ainda estamos muito chocados com o que aconteceu com a garota encontrada morta, tanto que tivemos que adiar a primeira prova pra mais tarde. Depois que conversarmos com os pais dessa garota e resolver esse problema, nós decidimos o que faremos com vocês duas. Mas por enquanto, procure se afastar dela para evitar problemas.
— Olha, senhor…. Eu aceito ser discriminada por conta da minha tribo, pois as ações do meu sacerdote não me representam. Mas eu não aceito de maneira nenhuma, entenda, de maneira nenhuma… Que alguém fale da minha cor. Se outra pessoa fizer isso, eu juro que vou atacar sem hesitar. E torçam, mas torçam muito para que eu não consiga despertar a magia ancestral, porque se eu despertar e alguém como a Lucy falar de mim ou do meu amigo pela minha cor… Eu mesma vou matá-los!
O reitor sente o peso da ameaça nas palavras de Frida.
— Será que agora eu posso me retirar ou vou ter que ficar aqui o dia inteiro?
— Não, não, pode se retirar.
Frida se retira, deixando Maldonado um pouco assustado.
REFEITÓRIO, 10H.
Ícaro está entrando no refeitório, é impossível não evitar os olhares e burburinhos de desdém de parte dos candidatos. Muitos fechando as mesas para que ele não pudesse sentar. Quando ele se dirige para outro lugar, sem querer, Eloy acaba se esbarrando com ele.
— Ei, presta atenção!
— Desculpa, cara, desculpa. Eu juro que foi sem querer. Você deve ser o garoto da tribo das sombras, né? Eu me chamo Eloy, sou da tribo do trovão. Eu estava indo me sentar ali, você não quer me acompanhar?
— Espera, sério?
— Sim, vamos!
Ícaro segue Eloy até uma mesa no canto de uma parede que está perto da mesa do meio onde se encontra Kira e seus amigos.
— Eu geralmente acabo comendo sozinho, eu não tenho amigos, o pessoal da minha tribo me odeia, então eu vi você ali parado sozinho, então pensei em te chamar.
— Valeu! A propósito, meu nome é Ícaro.
— Prazer, Ícaro.
Quando Ícaro se senta na mesa, Frida chega no refeitório olhando para o lado e para o outro e quando vê Ícaro sentado junto com Eloy, vai imediatamente até ele, furiosa.
— ÍCARO! O que você tá fazendo sentado com esse garoto?
— Frida, eu…
— Por favor, moça. Não é culpa dele, eu o chamei pra sentar aqui comigo porque eu estava sozinho e ele também estava, eu juro que eu não fiz nada de mal.
Kira, Fie, e Magnus observam aquela discussão.
— Sabe bem como as pessoas estão nos tratando aqui, quem me garante que você não é mais um deles?
— Eu juro pela minha mãe que eu não queria fazer nenhum tipo de zoação com ele.
Frida ainda está relutante.
— Frida, relaxa, tá tudo bem. Ele é um cara bacana, e nós estamos sozinhos mesmo, então…
Magnus, na mesa, vira pra eles e diz:
— Ei, vocês! Por que não se sentam com a gente?
Os três ficam incrédulos.
— O QUÊ?
— É sério. Rapazes, vamos dar espaço pra eles, por favor.
Os rapazes da tribo da água se afastam mais um pouco. Kira também se afasta pro lado oposto para que eles possam se assentar. Eloy e Ícaro vão para o outro lado perto deles e Frida se senta ao lado de Kira e Fíe.
— Vocês três são muito bem vindos aqui com a gente. Eu me chamo Kira, sou da tribo do fogo. Essa aqui ao meu lado é a Fie, também da tribo do fogo.
— Oie!
— Bom, o rapaz ali é o Magnus da tribo da água e os companheiros dele que, desculpa, meninos, eu não memorizei os nomes de vocês ainda.
— Eu sou o Gael, prazer. Esses aqui são Arthur, Fewter e Daian.
— E aí, gente!- Disse Arthur representado os outros.
Kira pergunta:
— E vocês? Como se chamam?
— Bom, eu… Sou Frida Albers, e.. Bom, acho que vocês já sabem de qual tribo eu sou, né?
— Eu sou o Ícaro, também da mesma tribo e amigo da Frida.
— Bom. Oi, gente! Meu nome é Eloy Griffin e eu sou da tribo do trovão e… Eu não tenho nenhum amigo, então… É isso, se vocês quiserem ser meus amigos, eu vou adorar, se não quiserem também, já estou acostumado com a solidão.
Fie diz:
— Ai, gente! Ele é tão fofo e tão novinho. Que idade você tem?
— 17.
Todos em uníssono:
— DEZESSETE?
As pessoas das outras mesas começam a olhar.
— Xiiu, gente, falem baixo, por favor. Eu tive que mentir pra conseguir ser selecionado, não me entreguem.
Magnus diz:
— Cara, como você conseguiu entrar aqui com 17 anos?
— É que eu falei pra eles que eu iria completar 18 anos no final do ano.
— E você realmente vai completar 18 no final do ano?
— Sim… No final do ano que vem.
Todos em choque.
— MEU DEUS!
Ícaro diz:
— Cara, se eles te pegarem, você tá ferrado.
— Eu fiz 17 mês passado, precisei mexer uns pauzinhos com a documentação pra alterar meu ano de nascimento. Eu sei, eu errei, mas eu queria muito participar do torneio.
Frida diz:
— Garoto, você é praticamente um criminoso.
— Eu sou?
Frida suspira, olha pra Kira e os demais e diz:
— Dane-se! Quem nunca, né?
Eles começam a gargalhar.
Kira diz:
— Eu já falei pro meu irmão de 11 anos que tinha acabado todos os bolinhos da dispensa.
Magnus pergunta:
— Mas e aí?
— Daaa, eu falei isso porque escondi eles debaixo do meu travesseiro pra que ele não comesse.
Todos começam a rir. Fie diz:
— Amiga, agora você foi baixa, que horror!
— Desculpa, eu não resisti. Ah, Frida… Eu gostei muito do que você fez hoje mais cedo com aquela garota. Estou do teu lado, te acusou injustamente, tem que impor respeito. Desculpa, Magnus, eu sei que ela é da tua tribo, mas…
— … Não, relaxa, eu nem conheço aquela maluca. Surtada ela, eu hein?
— Ai, gente, eu juro que se não tivessem me segurado, eu teria batido muito mais naquela loira idiota. Se tem uma coisa que eu odeio com todas as minhas forças, é quando alguém fala da minha cor.
Fie diz:
— Isso é pura inveja, gata. Porque não pode ser assim como você: Preta, linda, divônica.
— Obrigada! Vocês acreditam que me chamaram pra sala do reitor no prédio mais cedo só porque eu bati nela?
— Jura? E aí? – Perguntou Kira.
— Eu coloquei aquele reitor no seu devido lugar, francamente.
— Arrasou, gata! Toca aqui.- Diz Fie.
Eloy chama a atenção deles pra pronunciar algo.
— Gente, gente… Se aproximem mais aqui… Vocês notaram algo de diferente?
Ícaro questiona:
— Não, o quê?
— Aqueles dois garotos da tribo da luz… Eles não estão aqui no refeitório.
Os garotos olham para todos os lados e de fato, Vladimir e Munique não se encontram ali. Magnus ressalva:
— É verdade, os irmãos Andreas são os mais poderosos daqui. Por que será que eles não estão aqui agora?
Kira diz:
— Eu não sei, mas… Depois do que aconteceu com a garota da tribo da água… Parece que a situação aqui em Vanidian não tá muito boa. E eu temo até… Deles cancelarem o torneio.
GABINETE DO REITOR MALDONADO
Vladimir e Munique se encontram no gabinete do reitor Maldonado conversando com ele. Niel também se encontra no recinto.
— … E vocês dois não sentiram em nenhum momento alguma presença das sombras ontem á noite?
— Não, não, eu… Eu dormi cedo, estava um pouco cansada da viagem, mas juro que não consegui sentir nada.
— É, eu também não. Confesso que fiquei até impressionado, como isso pôde ter acontecido debaixo dos nossos narizes?
Niel ressalta:
— Chamamos vocês aqui porque sabemos que os manipuladores da luz costumam sentir a presença das trevas, e sabemos que vocês dois já manipulam magia desde crianças. Nem eu com a magia da água e o senhor reitor com a magia da terra, conseguiríamos prever tal presença.
— Sabem se os outros candidatos da nossa tribo sentiram ou viram alguma coisa? – Perguntou Munique.
— Não, senhorita Andreas- Responde Maldonado- E pra ser franco, não creio que nenhum dos outros candidatos possam ter sentido algo desse tipo. Mas infelizmente essa garota foi morta por uma magia das trevas muito forte. E algo ou alguém que entrou aqui sem que nós tenhamos percebido.
Vladimir pergunta:
— O conselho já sabe disso?
— Marcaremos uma reunião com todos os 6 sacerdotes após a primeira prova. Peço que, pelo carinho e respeito que nós temos pelos vossos pais, que por enquanto não espalhem essa notícia. Será um golpe duro para as tribos se descobrirem que uma criança foi morta diante dos nossos olhos. Podem retornar ao refeitório e descansem para a primeira prova mais tarde. Se souberem ou sentirem alguma coisa… Não hesitem em me chamar.
Vladimir e Munique assentem com a cabeça e se levantam de suas poltronas, retirando-se do gabinete. No semblante de Maldonado e Niel, é notória uma grande preocupação.
SALÃO NOBRE- 2 HORAS DEPOIS.
Kira está esperando Fie sair do banheiro para voltarem ao seu quarto, enquanto isso, ela está ali conversando com Magnus.
— Achei muito legal da sua parte convidar aqueles três pra se juntar a gente. Viu só que papo gostoso que tivemos?
— Sim, eles são gente boa, não merecem essa exclusão toda que estão recebendo. A propósito, Kira, de onde vem o seu nome? Me desculpa, é que realmente eu fiquei curioso.
— Ah sim. Bom… Quando eu era pequena, o meu pai lia sempre pra mim uma história de uma escudeira viking da mitologia nórdica. O nome dela era Kaira. Meu pai sempre gostou dessa história e disse à minha mãe que se tivesse uma filha, se chamaria Kaira, mas… Ele e minha mãe ficaram com medo de colocarem o meu nome como do conto por conta de alguma retaliação do autor, que se eu não me engano, veio de um reino muito distante, por esse motivo, eles optaram por bem colocar o nome de Kira. E eu gostei muito, confesso!
— Que legal! Não conhecia essa história.
— É mais comum lá na tribo do fogo, por isso. Mas enquanto a você, Magnus… Você está bem com tudo isso que aconteceu sobre a garota?
— Bom, sim, eu estou bem, mas… Sei lá, Kira. É estranho. Eu não conhecia ela, mas poxa, ela era da minha tribo e veio pra cá em busca do sonho dela e teve o sonho interrompido dessa forma. Imagine como vai ficar os pais dessa menina.
— Nem me fale, fico angustiada só de pensar.
Fie chega ali.
— Prontinho, já podemos voltar.
— Bom, a gente conversa mais tarde, Magnus. Manda um abraço pros meninos. É melhor a gente descansar porque daqui a pouco vai começar a primeira prova.
— Claro, Kira. Bom descanso! Bom descanso, Fie.
— Obrigada, Magnus. Tchauzinho!
SALÃO NOBRE- 3 HORAS DEPOIS.
Todos os (agora) 99 participantes se encontram no salão nobre aguardando as instruções para iniciarem a primeira prova. Niel entra pela porta do salão principal acompanhada de outros dois guardas e diz a eles:
— Boa tarde, futuros sacerdotes!
TODOS RESPONDEM:
— BOA TARDE!
— Primeiramente quero adverti-los que estamos tomando as medidas necessárias pelo ocorrido desta noite, então peço que, por favor, concentrem-se agora no torneio. A primeira prova de vocês já está pronta e peço que todos vocês sigam os guardas até o local da prova. Boa sorte, guerreiros!
Os garotos acompanham os soldados por uma sala secreta que há na parte de trás da escada do salão nobre. É um caminho meio escuro de seguir, por tanto eles precisam ter cautela.
Ao chegarem no local indicado, é uma gigantesca sala de coloração branca e ali no meio há uma espécie de “arena digital” formada por blocos quadrados no chão que cabe uma pessoa dentro desse espaço.
Em uma visão panorâmica, aquele cenário é um enorme quadrado com vários espaços da mesma estrutura. No momento, todos eles estão com uma coloração cinza.
Uma câmera com interfone surge de um compartimento na parede de frente para eles. E uma voz como se fosse de inteligência artificial começa a ressoar:
— ATENÇÃO, CANDIDATOS! Bem vindos ao Torneio! Peço que todos vocês se dirijam até a primeira base da arena antes do primeiro quadrado. Fiquem todos alinhados, esse espaço cabe exatamente 100 pessoas.
As crianças se aproximam da base daquela plataforma. Todos meio indecisos, nervosos, ansiosos, um mix de sensações passando por vossas cabeças.
Enfim todos já estão alinhados e devidamente posicionados.
Um telão se abre na parede na frente deles.
— CANDIDATOS, BEM VINDOS À PRIMEIRA PROVA: CAMPO MINADO.
Todos começam a fazer burburinhos perguntando uns aos outros.
— Quê?
— Mas que tipo de prova é essa?
— Na frente de vocês, há essa enorme arena de 50 metros quadrados e dentro dele, esses espaços quadrados com ocupação de uma pessoa. Quando a prova começar, todos esses quadrados cinzas ficarão brancos. Entretanto, entre esses quadrados, 50 deles estão com bombas. Não se preocupem, não são bombas de verdade, apenas simbólicas. A cada rodada, o participante que pisar na plataforma que contém a bomba, a mesma ficará de cor vermelha e, consequentemente, o candidato será eliminado.
Todos ficam horrorizados.
— Essa é a prova com maior probabilidade eliminatória. Dependendo da estratégia de cada um, menos de 50 de vocês vão avançar para a segunda fase.
Miguel, da tribo da terra, começa a se irritar.
— Tá brincando? Querem fazer uma prova de sorte ao invés de testar nossas habilidades? Que tipo de torneio é esse?
— Esta prova vai consistir apenas na sua sorte e na sua intuição, quem conseguir passar por todos os quadrados sem estourar nenhuma bomba, passará para a próxima fase. Quem ativar a bomba… Está automaticamente eliminado.
Miguel murmura:
— Dane-se! Eu sou melhor que todo mundo aqui.
Kira e Fie estão claramente nervosas, ambas estão uma do lado da outra. De outro lado estão: Magnus, os garotos da tribo da água, Eloy, Ícaro e Frida. Todos eles bastante nervosos e tendo que decidir para qual quadrado irão pular primeiro.
Há um espaço de um quadrado no meio de cada participante para eles não ficarem muito colados e evitar se esbarrarem uns nos outros.
— A primeira rodada vai começar. Cada candidato terá um tempo de 10 segundos para escolher pra qual quadrado vai pular. Se após os 10 segundos que serão cronometrados na tela, o participante não pular… Também estará eliminado.
— Meu Deus, temos apenas 10 segundos pra decidir nossas vidas, Fie. – Sussurra Kira.
— CAMPO MINADO, RODADA 1. TEMPO NA TELA: 10 SEGUNDOS. EM POSIÇÃO… ESTÁ AUTORIZADO O JOGO!
Nos lares de todas as tribos, a transmissão da primeira prova começou. Airon está no sofá, aflito e chama pela sua mãe.
— MÃE! A Kira tá na TV.
— Ai, meu Deus! Força, minha filha, você consegue.
No local do torneio, a tensão entre os participantes aumentam.
— A partir de agora, vocês terão 10 segundos para escolher para qual plataforma vocês vão pular. Se a plataforma permanecer branca, significa que vocês passaram, se a plataforma ficar vermelha, você está eliminado. Toda vez que um participante for eliminado, todas as plataformas ficarão cinzas novamente para que os eliminados possam se retirar sem ativar as bombas. Pode andar em formato diagonal como quiserem, mas lembre-se que se na última rodada, você tiver chegado do outro lado… Também estará eliminado. Estando todos avisados, o cronômetro vai começar agora.
Os 10 segundos na tela começam a passar. Todos estão desesperados.
— Meu Deus, qual eu devo pular? O da frente? O do lado? E agora?- Sussurra Kira.
Miguel da tribo da terra, diz:
— Eu tenho as pernas longas, eu vou conseguir pular mais de um quadrado a frente, assim terei mais vantagem diante desses idiotas.
5, 4, 3, 2, 1.
Todos os participantes fazem o seu primeiro salto. Miguel, por sua vez, salta além e vai para um quadrado adiante dos demais. Todos pisam em suas respectivas plataformas temendo que o pior aconteça. Aos 3 segundos depois que todos estão devidamente posicionados em seus quadrados, eis que soa o alarme de um deles fazendo com que o quadrado ficasse vermelho.
— Candidato Miguel Spencer, Tribo da Terra… ELIMINADO!
Todos ficam incrédulos.
— O… O quê? Isso só pode ser um engano. Não podem me eliminar!
— Para que fique claro para todos, a primeira plataforma à frente da base de entrada de todos vocês era segura. O candidato Miguel optou por pular duas casas para querer ficar a frente dos colegas. Se alguém que pensa apenas em salvar a sua pele, não consegue pensar nos colegas, essa pessoa não pode se tornar sacerdote. Por tanto, o candidato Miguel é o único eliminado da primeira rodada.
— NÃO! Não podem me eliminar, vocês não sabem com quem estão se metendo.
Foi preciso dois guardas entrarem na arena para arrastar Miguel dali a força.
— VAMOS AGORA PARA A SEGUNDA RODADA.
Os quadrados voltam a ascender novamente. O cronômetro marca 10 segundos.
— SEGUNDA RODADA, AUTORIZADA!
Mais uma vez eles estão com o coração na mão, suas vidas praticamente depende de qual casa eles vão pular. Qual a certa? Qual a errada? Como adivinhar?
3, 2, 1.
Os 98 participantes saltam, e dessa vez, mais de uma plataforma fica vermelha.
— Candidata Ariely Ryu- Tribo do Fogo… ELIMINADA!
— Candidato Romulo Stinker- Tribo da Luz… ELIMINADO!
— Candidato Victor Fristarck- Tribo da Terra… ELIMINADO!
— Candidatas Angela Bassin e Antonela Mens, Tribo da Água. ELIMINADAS!
— TERCEIRA RODADA, EM SEUS POSTOS…
Fie cochicha com Kira.
— Eu não sei se vou conseguir, Kira.
— Não pode desistir.
Em outro canto, Frida acena para Ícaro.
— Concentra, você consegue.
— Tá bom.
— RELÓGIO NA TELA… TERCEIRA RODADA AUTORIZADA!
Novamente o desespero de todos aqueles jovens, imagine nadar, nadar, para morrer aqui? Seu destino ser decidido por conta de uma plataforma?
5, 4, 3, 2, 1.
Eles saltam, Vladimir e Munique mudam a rota e fazem jogada na diagonal, Kira salta para o lado oposto ficando duas casas laterais mais longe de Fie. Eloy e Magnus saltam para a casa da frente. Frida e Icaro mantem a jogada inicial. Infelizmente nem todos conseguiram acertar.
— Candidato Bill Terk, Tribo do Trovão… ELIMINADO!
– Candidata Rachel Sally, Tribo do Ar… ELIMINADA!
– Candidato Arthur Rogers, Tribo da Água…
Magnus levanta a cabeça e olha para o lado onde está seu amigo.
— Não…
— ELIMINADO!
Arthur cumprimenta seus companheiros da tribo da água.
— Valeu, galera! Vou torcer por vocês.
Magnus e os outros três ficam completamente arrasados ao ver que o amigo não conseguiu passar. Kira de onde ela está, acena dando força para Magnus. Ele consente com a cabeça e tenta manter o foco.
— CONTINUAREMOS O JOGO.
Na medida que as rodadas vão passando, fica cada vez mais estreito o jogo. As casas seguras parecem reduzir e as casas com as bombas parecem aumentar. Em cada rodada se intensificava o número de quadrados que apareciam vermelhos e vários jovens eram eliminados.
Após 1 hora e meia, os participantes chegaram a 80% de concluir a arena. Mas ainda falta um bom caminho a percorrer. Os participantes estão exaustos, com sede, fracos, suas pernas doem, não podem sequer saírem dali. É tudo ou nada nessa prova e eles não estão dispostos a ceder tão fácil assim.
— RODADA DE NÚMERO 45… AUTORIZADA!
Mais uma vez eles precisam tomar essa decisão de pular em uma das casas, Kira está ficando cada vez mais aflita, não sabe mais para qual casa pular, um passo em falso poderia ser o seu fim nesse jogo.
— Ai, meu Deus! Pra qual eu pulo agora? Esse ou aquele? Me ajuda, Senhor!
5, 4, 3, 2, 1…
Kira fecha os olhos e salta para a casa que vier. Os demais também saltam. Kira pisa na plataforma ainda de olhos fechados. O som da eliminação é escutado.
— Candidata Kira Tierman, Tribo do Fogo, você está…
Kira abre os olhos em desespero e exclama:
— AI, MEU DEUS!
OUÇA JÁ O SINGLE “CAMPEÕES VAMOS SER”, O TEMA PRINCIPAL DE VANIDIAN:
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Que capítulo foi esse?! Já estou curiosa para saber porque esse ser quer parar o torneio. E que plot twist foi esse amigo? Essa menina não pode sair do torneio!!!! Amei a primeira prova muito criativa e também adorei a Kira e toda representatividade que colocou durante esse capítulo. Simplesmente arrasou!!!
Já quero o próximo.
Raquel Machado.