PRÓLOGO
Há mais de 100 anos, uma guerra mortal por conquista de terras e por poder aconteceu. Essa guerra ficou conhecida como “O Conflito dos Santos”. Várias nações se uniram para derrotar o maior inimigo da humanidade na época: O Sacerdote das Sombras. Todos os países foram destruídos por ele e pelo seu exército de soldados das trevas. O que não foi afetado por eles, acabou sendo consumido pelos “Espectros”, criaturas tenebrosas gigantescas capazes de dilacerar um ser humano.
Tudo parecia perdido até que o país Vanidian liberou os seus outros 6 sacerdotes para enfrentarem com unhas e dentes o inimigo e assim recuperar novamente a paz no nosso mundo.
Vanidian foi o único país que sobreviveu ao “Conflito dos Santos”. Por conta disso, 7 tribos foram criadas ao redor do centro do país, cada uma dessas tribos deveria ser liderada por um sacerdote.
A tribo do fogo, a tribo da água, a tribo da terra, a tribo do ar, a tribo do trovão, a tribo da luz e a tribo das sombras.
Um pouco antes do Conflito dos Santos, um feiticeiro poderoso criou uma magia ancestral e a dividiu em 7 pilares, cada um deles revitalizando o poder das 7 tribos correspondentes. Os primeiros 7 sacerdotes herdaram esse poder e isso foi passando de geração em geração. Nem todos os seres humanos foram agraciados com o poder da magia, isso é muito relativo e varia da linhagem e do local específico onde determinada criança nasceu. Estima-se que hoje 60% da população mundial já conseguiu despertar a magia ancestral dentro de si.
Com o passar dos anos, os ministros de Vanidian acharam por bem treinar os seus próximos guerreiros, porque nunca se sabe quando nossas tribos seriam invadidas novamente pelos espectros ou por algum feiticeiro. Então eles decidiram criar o “Torneio”. Uma competição que deve acontecer a cada 10 anos para formar os próximos sacerdotes de suas tribos correspondentes.
Sempre na época do Torneio, jovens de 18 a 22 anos de todas as 7 tribos podem se candidatar, porém no final somente um pode ser sacerdote da tribo no qual lhe corresponde. Aqueles que não passam, podem continuar servindo ao grande exército e não sofrerão nenhum tipo de penalidade. Muito pelo contrário, ainda podem ter a chance de subir de nível no grande exército oferecendo os seus serviços ao Rei de Vanidian ou ao Sacerdote de sua tribo.
O legado de cada sacerdote dura 10 anos, sempre que acontece o torneio, o vencedor deve ser coroado pelo próprio sacerdote de sua tribo que vai passar o bastão para o seu substituto e assim receber todas as honras e a bênção do rei.
Inicia-se mais um ano letivo em Vanidian. Significa que um novo torneio já vai começar. Dezenas de jovens entre 18 e 22 anos já estão fazendo suas inscrições. É uma oportunidade única! E mesmo não passando ao sacerdócio, um jovem que competiu no torneio sempre terá oportunidades de melhoria de vida, mesmo em um cenário tão caótico como esse.
ATO DE ABERTURA
ALGUM LUGAR NA FLORESTA DE VANIDIAN- DIA.
Dois jovens estão correndo pela floresta. Uma moça e um rapaz.
Ao que parece, eles estão em perigo, o garoto está mais na frente e insiste pra que a garota apresse o passo.
— RÁPIDO! CORRE!
Quando o rapaz se aproxima perto de uma fenda em uma caverna, uma criatura sombria aparece e o arremessa para o outro lado da colina. Ele cai rolando até chegar próximo a uma pedra.
— MAGNUS!
A garota fica encurralada, aquela criatura é um espectro e está disposto a atacá-la a qualquer custo.
— FICA LONGE DE MIM, MONSTRO MALDITO!
O rapaz se rasteja pela colina e grita:
— KIRA! PEGUE!
Ele lança uma espada até ela. A espada cai perfurando o chão. A garota se aproxima da espada, o espectro está disposto a atacar.
— Por tudo que é mais sagrado, que eu consiga pegar essa espada.
Quando ela segura a ponta da espada, o espectro abre a boca gigantesca soltando uma rajada de vento e chamas que a arremessa de volta para a floresta.
— AAHHHHH!!
— KIRA!!
A garota está deitada no chão, atordoada, começa a tossir, a floresta aos poucos começa a inflamar. O espectro retorna para atacá-la.
Entretanto, uma flecha flamejante atinge o peito daquela criatura e ela começa a pegar fogo e se desintegra como pó.
A garota fica sem entender o que aconteceu. Ela olha para trás e vê pés revestidos com uma bota preta e suas dornas prateadas. Mais acima uma vestimenta semelhante à uma armadura. O tecido de linho fino e vermelho, com braçadeiras prateadas, um cinturão com um símbolo que a menina parece conhecer.
A pessoa retira o elmo da cabeça e se vê um belo homem por debaixo daquele capacete. Das suas mãos, saíam faíscas e ao redor de sua presença, brasas que pareciam manar daquele homem.
A jovem ficou impactada, seus olhos brilharam com a cor das chamas vindas daquele homem.
— Então é ele? É o sacerdote do fogo!
OPENING:
EPISÓDIO 1:
“O TORNEIO”
ATO I
TRIBO DO FOGO, MANHÃ- DIAS ANTES…
Amanhece na tribo do fogo, a jovem Kira (pele clara, cabelos ruivos, olhos cor de mel) acorda ao som do galo em sua janela, ela se espreguiça na cama, se levanta e diz:
— Bom dia, Gorgue! (Gorgue é o nome por qual apelidou o galo)
VOZ EM OFF:
Meu nome é Kira, tenho 19 anos e sou da tribo do fogo. Eu moro com minha mãe Estela e meu irmão Airon, de 11 anos. O nosso pai morreu em um acidente na usina de carvão quando eu tinha 14 anos. Desde então, tentamos viver as nossas vidas.
Agora que vocês já me conhecem, acomodem-se! E desfrutem um pouco mais dessa história.
Kira desce das escadas, sorridente, e vê a mesa pronta. Sua mãe Estela, mulher de estatura média, morena clara e sempre usando um lenço no cabelo, está ali servindo o café da manhã.
— Acordou muito cedo, filha!
— É a ansiedade pelo torneio, mas pra ser sincera eu dormi muito bem! Posso comer essa torrada?
— Claro que pode. Eu estive pensando… Quer mesmo participar do torneio, filha? Bom, eu digo que… Pode ser perigoso, você ficou sabendo o que estão dizendo nas notícias, que…
— … Sim, mamãe! Que o sacerdote das sombras fugiu de sua tribo e agora a tribo das sombras tá largada e com risco de invasão, não se fala mais em outra coisa.
— E é por esse motivo que eu fico com medo por você.
— Mãe, eu quero participar do torneio, porque se eu me tornar sacerdotisa, nunca mais passaremos fome e sede, eu posso ficar forte e dar uma casa melhor do que essa nossa. A senhora não vai mais precisar se matar de tanto trabalhar no alfaiate pra a gente ter a vida que nós merecemos.
— Seu pai estaria orgulhoso de você hoje, sabia?
— Quero que fique orgulhosa de mim também, mamãe. Tudo isso é por vocês.
— Eu sei, filha. Bom, então… Se eu não me engano, as inscrições começam em… (Olhando para o relógio) 30 minutos, melhor se apressar.
— Ai, meu Deus! Preciso correr! Tchau, mãe! E dá um beijo no cabeção (referindo-se ao seu irmão) por mim.
— Toma cuidado e boa sorte! Leva sua papelada!
Vanidian é um país onde há uma tecnologia avançada, mas é como se as tribos vivessem nos tempos da era medieval, seus trajes não são sofisticados, com exceção do Grande Exército que possui uniformes e armas de altíssima qualidade, assim como cada sacerdote que possui um manto especial pra representar a sua tribo.
Kira está bastante animada, ela tem 19 anos e está elegível para participar do torneio. Ela finalmente chega ao estande de inscrições na sua tribo. Enquanto isso, em cada uma das tribos, os jovens de cada uma daquelas regiões estão se inscrevendo. Após o período de inscrição, os jovens selecionados são convocados para ir até o distrito de Vanidian e por lá ficarão hospedados até o final do torneio que geralmente dura 7 dias.
A jovem Kira está na fila, até que finalmente chega a sua vez. Ela entrega sua papelada para uma mulher que está fazendo o formulário dos inscritos.
— Deixe-me ver… Kira Tierman! Tem um nome bem diferente pra uma nascida na tribo do fogo.
— Foi ideia do meu pai, ele sempre gostou de nomes mais exóticos.
— Mas é um bonito nome… Então, Kira… Tem 19 anos, sua mãe é costureira e você tem um irmão de 11 anos, é isso?
— Sim, senhora.
— Aqui diz que só moram 3 pessoas na sua casa, é isso mesmo ou…?
— … Meu pai faleceu quando eu tinha 14 anos. Por tanto só tem a gente.
— Sinto muito… Não deve ter sido fácil pra você. Bom… Se caso for selecionada, você vai acabar tendo que responder essa pergunta quando chegar em Vanidian, por que quer participar do torneio?
Kira abaixa a cabeça. Em seguida, respira fundo e diz:
— Depois que meu pai morreu… Eu vi o quanto a minha mãe foi ficando cada vez mais cansada no decorrer dos anos, e tive que aprender rápido a me virar. Nem sempre ela podia tomar conta do meu irmão, então… Eu queria mudar essa história pela minha mãe, pela minha família e… Pela nossa tribo.
— E por que pela tribo?
— Em 100 anos, nunca houve uma sacerdotisa do fogo, nossa tribo sempre teve uma liderança muito masculina, não estou dizendo que isso é ruim, mas eu quero provar que eu posso me tornar uma guerreira, que eu posso ser uma sacerdotisa e provar pras mulheres de nossa tribo e de toda Vanidian que somos muito mais que um vestido ou um lenço no cabelo. Muito mais que um fogão a lenha ou um tecido de cetim, somos a geração da mudança, a geração que vai acabar com o comodismo e com a fome em nosso país… Por isso eu quero me tornar a sacerdotisa do fogo.
A mulher olha para Kira sentindo toda a determinação que aquela garota está passando, ela carimba o seu formulário e entrega a ela, dizendo:
— Bom, boa sorte, Kira! Espero que seja selecionada!
Kira segura o papel com muita convicção, ela já deu o primeiro passo, mas precisa aguardar a seleção que acontece no final do dia.
Enquanto isso, na tribo da água, jovens estão fazendo suas inscrições e um deles em especial está ali em uma estande de frente à uma atendente. Seu nome é Magnus, 19 anos, cabelo preto e liso batendo no pescoço, pele branca, olhos escuros.
— Sabe que é quase impossível um homem passar na primeira fase da seleção para o torneio na tribo da água, né? Veja ao seu redor… Mais de 80% dos candidatos são femininos. O que leva um rapaz como você querer se candidatar no torneio? Por que quer se tornar um sacerdote?
— Bem, acho que estão me subestimando apenas por ser homem… Eu quero me tornar sacerdote justamente pra proteger essas mulheres. A tribo da água é onde se concentra a maior população feminina em todas as ilhas de Vanidian. A sacerdotisa da água é bastante perspicaz, mas… O que acha de termos um sacerdócio liderado por um homem? Podemos promover vários pescadores que tragam peixes e frutos do mar para suas famílias, marinheiros pra cuidar dos portos, isso não vai apenas beneficiar a tribo da água, mas também nossas tribos vizinhas.
— E como você me garante que nossa tribo estará a salvo nas mãos de um homem? Sempre tivemos a liderança de uma sacerdotisa.
— Eu não estou falando de qualquer homem, estou falando de mim… Magnus Eiferd, filho de Theodoro Eiferd e Dominika Eiferd, uma família de pescadores que acredita numa Vanidian muito melhor… Eu vou me tornar soldado e serei o primeiro sacerdote da tribo da Água.
A atendente e todas as pessoas que estavam próximas da fila ficam boquiabertas com o discurso do rapaz. Ele recebe seu formulário carimbado e sai dali com ar vitorioso. As garotas da tribo da água acenam para ele, eufóricas.
— Deixa eu ser sua sacerdotisa!
— Me escreve, lindo!
Enquanto isso, as demais tribos continuam sua fase de inscrições. Passamos pela tribo da terra, do ar, da luz e temos um caso um pouco atípico na tribo do trovão.
Um jovem está se inscrevendo e o atendente está olhando sua documentação um pouco incrédulo.
— 17 anos? Tá de brincadeira comigo? Você não pode se inscrever!
— Sim, mas eu faço 18 no final do ano, por favor, me deixa passar, não terei outra oportunidade de me tornar sacerdote.
O jovem se chama Eloy, 17 anos, magro, cabelo castanho e arrepiado.
— Conhece as regras, precisa ter 18 anos totais.
— Então por que não fazem a seleção no final do ano quando eu completar 18?
— O que disse, garoto?
— É… Me perdoa, não quis ser grosso. É que eu sempre sonhei em participar do torneio e me tornar um sacerdote do trovão, eu terminei os meus estudos um ano mais cedo porque sempre devorava os livros. Fiquei fascinado pela criação da usina elétrica. Você sabia que a nossa tribo é a principal fonte de energia de Vanidian e de todas as outras tribos? Se não fosse a tribo do trovão, nunca teríamos eletricidade no mundo, já imaginou como isso seria ruim?
— Não resta a menor dúvida que você realmente nasceu na tribo do trovão, isso explica o fato de você ser tão elétrico assim.
— Então vai deixar eu me inscrever?
— Te darei a confirmação provisória, garoto. Mas sabe muito bem que todos vocês passarão por uma seleção antes de irem pra Vanidian.
— Ah! Nossa! Muito, muito obrigado mesmo, Senhor! Que Deus lhe pague, tenho certeza que não vai se arrepender. Até logo!
Eloy sai dali “como um raio” e com um sorriso enorme no rosto.
Enquanto isso, na tribo da sombras, um cenário de melancolia pode ser visto naquele lugar. Por um momento, quase que a tribo das sombras foi descartada de participar do torneio este ano, mas a tradição não permitiu que isso acontecesse.
Apenas 20 jovens compareceram às inscrições. Após a fuga do sacerdote das sombras, a tribo praticamente virou um caos! A fome, a peste e a sede já estão dominando aquele lugar. Seu exército enfraqueceu e mais ninguém tem vontade de continuar lutando.
Não se sabe qual vai ser o destino dessa tribo, e não se sabe se haverá alguém apto o suficiente pra se tornar sacerdote dali e salvá-los do caos definitivo. Mas entre esses 20 jovens, um em especial parece acreditar naquilo que o move, parece acreditar na fé que ele tem em sua tribo.
Seu nome é Icaro, jovem preto de 18 anos, cabelo crespo, estatura média.
Um atendente está ali preenchendo o seu formulário.
— Garoto, tem ideia do quão sério é essa inscrição? Não quero te ofender, mas não me parece o candidato com preparação para este torneio.
— E por que eu não seria? Por causa da minha aparência? Por eu ser… Preto? Ou por eu não ser… Rico? Também não quero te ofender, senhor, mas… Quem aqui nessa tribo é rico após o que aconteceu com o nosso sacerdote? Quer que eu prove?
Ele olha para os outros candidatos e começa a apontar um por um.
— Veja! Aquele ali banca o riquinho, mas o pai dele tá com dívida na fábrica de tecidos, aquela garota ali recebe doação dos pescadores da tribo da água e já tem dias que só comem peixe. Aquele outro ali usa roupas com tecido finíssimo, mas na casa dele só tem comido cereal e sementes, e aquela ali… Aquela ali nem sequer é da tribo das sombras. É uma moradora da tribo da luz, veio aqui apenas pra levar vantagem enquanto a sua irmã também está se inscrevendo no torneio em sua tribo. Agora me diz, senhor atendente… Mas sem querer ofender, claro… Por que um jovem pobre e preto não está apto pra participar do torneio? A não ser que faça parte das regras trapacear, né?
— Escuta, eu…
— … Eu tenho orgulho da minha cor! E tenho orgulho das minhas raízes! Não vou dizer que eu tenho orgulho de ser pobre, ninguém quer isso! Mas é por isso que eu estou aqui pra me tornar o sacerdote dessa tribo e trazer de volta a esperança que nossos moradores precisam. Nossa tribo já sofre discriminação pela elite apenas pelo nome, e agora com um sacerdote que se voltou contra o rei e as tribos, essa discriminação só tende a aumentar. Me diga… O sacerdote anterior estava apto pra liderar isso aqui? Se estava, então por que ele fugiu? Por que ele escapou e levou todo o acesso fácil à comida e mantimentos que a gente precisava? Então sim! Eu vou participar do torneio custe o que custar!
As pessoas vendo o discurso daquele jovem, sentiram uma mistura de tensão e ao mesmo tempo de determinação pairando sob o rosto dele. Tão novo e com o pensamento muito a frente da maioria ali.
Possivelmente ele é um forte candidato a se tornar o grande sacerdote das sombras e assim livrar o seu povo da dor e da aflição.
Horas se passaram, todos já haviam feito suas inscrições. Chegou o final da noite, todos estão com seus aparelhos televisivos ligados que mais pareciam uma tela quadrada holográfica.
Estela chama por Kira.
— Kira! Está saindo o resultado dos selecionados!
— Estou descendo!
O irmão de Kira, Airon,(11 anos, estatura normal, cabelo castanho e liso) chega primeiro e se senta ao lado da mãe no sofá. Em seguida, Kira vem correndo e empurra o irmão para o canto pra se acomodar.
— Vai pra lá, cabeção!
— Ow! Isso não vale!
— Fica quieto! Deixa eu ouvir!
Um dos ministros da corte de Vanidian está com o resultado dos selecionados e está pronto para apresentar. O anúncio está sendo transmitido ao vivo em todas as tribos.
— Saudações, Vanidian! Saudações, tribos! Aqui estou a cargo de revelar os selecionados para a nova edição do torneio que definirá quem serão os próximos 7 sacerdotes das tribos. Apesar dos eventos ocorridos nos últimos meses, estamos felizes que muitos jovens se inscreveram este ano e estou surpreso que pela primeira vez desde a primeira edição, teremos 100 jovens selecionados.
Todos assistindo, ficam perplexos. Estela em sua casa, cutuca Kira.
— Meu Deus, Kira! 100 foram selecionados!
— Ai meu Deus, estou nervosa!
— Aos que não passaram na fase de seleção, aguardem um chamado para que possa se alistar no exército de sua tribo correspondente. Sem mais delongas, vamos começar a revelar os selecionados. A primeira tribo será a tribo da luz.
A tribo da luz leva um legado muito forte, quase sempre os reis e rainhas de Vanidian já foram sacerdotes da luz.
— O primeiro nome é… Munique Andreas!
Munique tem 20 anos, cabelos loiros e compridos, olhos grandes e lábios carnudos, ela é neta do antigo rei de Vanidian. Sua linhagem sempre esteve na linha de frente em tudo que se diz respeito à Vanidian.
— O próximo candidato é… Vejam só que grata surpresa! Vladimir Andreas!
O irmão mais velho de Munique. Vladimir tem 22 anos, é um guerreiro nato, inteligente, bonito, tem cabelos loiros quase esbranquiçados. Os irmãos Andreas são as maiores apostas do torneio e possivelmente os grandes favoritos a se tornarem sacerdotes.
O evento de seleção durou quase duas horas, vários nomes foram mencionados ali. Na tribo da água, o jovem Magnus é selecionado, da mesma forma que na tribo do trovão, Eloy é selecionado mesmo estando com uma idade abaixo dos demais.
Kira está aflita, vários jovens na sua faixa etária estão passando. Enfim chegou a vez da tribo do fogo, alguns nomes foram selecionados e nada do nome de Kira sair. Ela já estava roendo as unhas, o que fazer agora?
— Bom, esses foram os candidatos da trib… Espere um momento, esquecemos de mais um. O último candidato da tribo do fogo selecionado é… Kira Tierman!
Kira do sofá, dá um pulo de alegria.
— Ahhhhhh! Eu consegui! Eu passei na seleção! Eu vou pro torneio!
— Parabéns, minha filha! Eu sabia que você conseguiria.
— Mana, se você se tornar sacerdotisa, poderemos ser ricos?
— É claro, Airon! Nossa tribo será a mais rica de toda a Vanidian.
Em meio às comemorações, o ministro diz mais algumas ressalvas e todos ficam em silêncio.
— Bom, como já sabem, é tradição durante todos esses anos que as 7 tribos participem do torneio a cada década. E apesar do que ocorreu na tribo das sombras, abrimos uma seleção pra lá. Infelizmente apenas 20 candidatos se inscreveram e por conta de vários problemas, apenas dois deles foram selecionados. E é com muita honra que eu apresento os únicos candidatos da tribo das sombras que vão participar do torneio neste ano. São eles: Frida Albers…
Frida tem 21 anos, de aparência africana, preta, cabelos cheios, crespos e longos, e é uma caçadora na tribo das sombras.
— E o que vai compor o candidato de número 100 é… Ícaro Messiah!
Ícaro em sua pobre casa ficou completamente perplexo! Seus pais o abraçam e o beijam e ele segue imóvel naquele sofá velho sem acreditar no que acabara de escutar.
— Bom, essa foi a seleção da décima edição do Torneio dos Sacerdotes! A partir de amanhã às 7 da manhã, um dirigível fornecido pela nossa atual sacerdotisa da Tribo do Ar, irá sair desde o distrito de Vanidian e pegará os candidatos começando da tribo da luz e terminando na tribo do trovão. Após isso, vocês serão levados ao prédio principal do torneio onde ficarão hospedados até cumprir todas as provas. Os desclassificados voltarão para as suas respectivas tribos através dos jatos aéreos de Vanidian. Bom… Senhoras e Senhores… Bem vindos ao Torneio!
A ordem foi dada e agora cada um dos candidatos precisam se preparar para o grande dia. Vemos em todas as tribos, os garotos fazendo as suas malas, se preparando para este que pode ser o momento mais importante da vida deles.
Ao anoitecer, Kira reza ao pé da cama e em seguida se deita. Ela não sabe qual será o seu destino, não sabe se ela passará nas provas ou não, mas que ela está decidida a ir até o fim, ela está.
Em cada uma das tribos, os garotos Magnus, Eloy e Ícaro estão deitados em suas respectivas camas, pois eles precisam dormir. Mas a ansiedade está tomando conta.
Amanhece e finalmente chegou o momento de todos embarcarem. O dirigível já se encontra na tribo do fogo. Kira está com suas coisas indo em direção à entrada. Sua mãe a grita:
— Kira, querida! Tem certeza que não tá se esquecendo de alguma coisa?
— Tenho, mãe! Não se preocupe!
Seu irmão Airon grita pra ela:
— KIRA!
— O que foi?
— Volta logo, cabeçona!
— Volto em 7 dias, cabeção! E como a sua sacerdotisa, vai tratando de me respeitar. Beijos, mãe! Te amo! Até mais!
Kira se despede de sua mãe e de seu irmão, ela apresenta o documento de seleção para o guarda e ele permite sua entrada no dirigível. Ela entra ali bastante confiante e vai andando pelo corredor daquele dirigível observando as pessoas que já se encontram ali.
Ela coloca a sua mala em um canto e se senta na poltrona, uma vizinha da tribo do fogo aparece ali com mais duas amigas. Seu nome é Ali Hampton, 21 anos, cabelo castanho, olhos grandes e lábios carnudos.
— Ora, ora, ora… E não é que a pobre Kira foi selecionada pra participar do torneio?
— É muito bom ver você também, Ali. (ironizando)
— Sabe muito bem que não tem chance né, querida? Por que quer participar do torneio?
— Acho que se eu não tivesse chance, não teria sido selecionada, ou será que existe outra Kira Tierman na tribo do fogo?
— Ainda por cima é petulante, você não pode vencer a mim nessa competição, gata. Porque diferente de você, eu já despertei a magia da nossa tribo.
— Sério? E como você me prova isso?
— Observe e aprenda, querida.
Ali movimenta as suas mãos e uma pequena espiral de fogo fica envolta ao seu punho, Kira não consegue disfarçar que aquilo realmente a impressiona, pois ela de fato não despertou a magia ancestral.
— Você consegue fazer isso, Kira? Imagino que não. Quero ver quando estivermos nos testes de aptidão à magia se você vai conseguir fazer alguma coisa.
Durante o seu “exibicionismo”, o jovem Magnus se aproxima delas.
— Com licença, moças. Desculpe parecer ser rude, mas a não ser que não queiram que esse dirigível perca o oxigênio ou caia enquanto estivermos no ar, não recomendo que use magia do fogo aqui dentro, é extremamente perigoso levando em consideração que estamos em um veículo facilmente inflamável.
— E quem é você, por acaso? Um dos guardas? Um dos ministros? Pelo que eu percebi você é mais um como nós.
— De fato sou um de vocês, mas eu não gostaria de ter que passar esse ocorrido pra um dos soldados e você ser desclassificada antes mesmo de chegar em Vanidian, simplesmente por uma coisa que poderia ter sido evitada.
Ali dissipa a sua espiral de fogo e fica com bastante raiva por ter sido desarmada dessa forma.
— Você ainda vai me pagar, garoto.
Ali e suas amigas se retiram dali, Kira fica impressionada com a atitude de Magnus.
— Uau! Eu nunca vi ninguém falar com a Ali dessa forma! Ela é a garota mais mimada da tribo do fogo.
— É, deu pra notar que ela é mimada só de olhar pra ela.
— Você colocou ela em seu devido lugar, eu não teria conseguido.
— Ah, eu moro em uma tribo onde a maioria são garotas, né? Então… Eu meio que aprendi a lidar com elas. A propósito, eu me chamo Magnus, sou da tribo da água.
— Muito prazer, Magnus! Eu me chamo Kira e… Bom, você já sabe de qual tribo eu sou.
— É, acho que deu pra notar. Então… Nervosa pro torneio?
— Pra ser sincera muito. Nem consegui dormir direito pensando nisso.
— É, eu também. Poucos garotos da minha tribo foram selecionados, vai ser difícil competir com essa mulherada.
— Então realmente quase todos os participantes da tribo da água são mulheres?
— Sim e o que me assusta é que realmente selecionaram as melhores das melhores. Tá vendo aquela ali no canto? Ela é a Villy, uma verdadeira caçadora marítima e não para por aí… Ela já está com 22 anos e domina a magia da água de uma forma surpreendente.
— Sério? Meu Deus!
— Pra você ver, a única coisa que eu sei fazer é tempestade em um copo d’água.
Kira sorri.
— Espera, então você também… Não domina magia?
— Não… Mas isso não me importa, sabe? Nem todo sacerdote conseguiu se sobressair nesse quesito. Podemos ser guerreiros sem precisar usarmos mágicas ou feitiços.
Horas mais tarde…
O dirigível que leva os 100 jovens que irão participar do torneio no centro de Vanidian está perto de chegar ao seu destino. Tudo parecia correr bem, até que o piloto percebe algo incomum, algo que não estava nos planos. Ele entra em contato através de uma espécie de walkie talkie com um dos comandantes.
— Comandante, temos um problema!
— Na escuta, qual a situação?
— Tem uma… Tem uma tempestade se formando logo à nossa frente.
— O que disse?
De fato, uma tempestade começou a se formar e isso poderia colocar em risco, toda tripulação. O dirigível está chegando perto da nuvem nebulosa e uma ventania começa a assombrá-los.
O piloto faz um alerta a todos:
— Atenção, tripulação! Segurem-se! Estamos enfrentando uma tempestade!
O dirigível começa a balançar e as crianças ficam desesperadas gritando por todos os lados. Os soldados se prontificam imediatamente para tentar acalmar os nervos de todos.
— Crianças, segurem-se!
Kira e Magnus estão agachados em um canto, uma amiga de Kira da tribo do fogo os vê e vai até eles.
Seu nome é Fie, 18 anos, cabelos cacheados castanhos e olhos da cor do cabelo.
— Kira?
— Fie? Você também veio?
— Sim, eu estava te procurando… Meu Deus, o que será que tá acontecendo?
— Eu não sei.
Magnus sempre muito observador, argumenta:
— Parece que estamos com problemas, não era pra tá acontecendo uma tempestade dessas.
Kira, decepcionada, diz:
— Se eu tivesse pelo menos alguma magia… Eu queria muito ajudar.
— Ainda que tivesse, você não poderia, Kira. Uma magia conjurada do fogo iria nos matar dentro desse “explosivo voador”.
— Droga, é verdade.
O piloto tentando contornar a situação, avista algo ainda mais perigoso à sua frente.
— Droga! Droga. Comandante! Estamos prestes a entrar em uma tempestade elétrica, se fomos atingidos… Morreremos.
O comandante não vê outra saída.
— Então significa que…
Ele desliga o walkie talkie e grita:
— TRAGAM OS SACERDOTES! AGORA!!
Eloy em um canto murmura com outros garotos:
— O quê? Mas aqui não tem nenhum…
De repente, uma figura feminina passa por eles vestindo um capuz cobrindo o seu rosto e vai até a linha de frente.
Mais atrás, Kira, Magnus e Fie estão observando. Esta última pergunta.
— Mas quem é aquela?
Ao perguntar isso, uma figura masculina passa por eles também trajando um capuz que esconde o seu rosto. A mulher chega até os soldados e diz:
— Abram o compartimento lateral!
— O quê? Não podemos fazer isso, vamos todos morrer!
— Façam o que eu estou ordenando!
O homem também se aproxima.
— É melhor vocês fazerem logo isso, não temos muito tempo.
O comandante chega até eles e diz:
— Minerva, tem certeza disso?
— Absoluta, comandante!
— Sendo assim… O que estão esperando, seus inúteis? Abram o compartimento!
Os soldados ficam relutando, mas começam a abrir o compartimento lateral do dirigível. O comandante grita:
— CRIANÇAS! SEGUREM FIRME!
Ao abrir o compartimento, uma ventania violenta adentra o dirigível e os jovens ficam desesperados lá dentro e são facilmente arrastados pela ventania batendo uns nos outros. A mulher se posiciona na porta, tira o seu capuz e o seu manto jogando-o para fora. Ela não é qualquer mulher, ela é Minerva… A sacerdotisa do ar.
Minerva tem 32 anos, alta, cabelos cacheados e compridos até as nádegas, possui um penetrante olhar com o verde de seus olhos. Autoritária e absoluta em tudo o que faz, ela declama:
— Então… Tá na hora da ação!
Minerva se concentra e com suas mãos começa a fazer pressão para que o vento se afaste do dirigível. Seu poder é forte o suficiente para conseguir segurar uma ventania, mas talvez não seja o suficiente pra impedir uma tempestade elétrica. A não ser que…
— … Eu assumo daqui!- Disse o homem encapuzado que tira seu manto e descobrimos que se trata de Telmar, o sacerdote do trovão.
Telmar tem 30 anos, é magro, mas com o corpo definido, loiro com o cabelo meio espetado, extremamente forte e inteligente.
Ele se posiciona na porta do dirigível e concentra toda a sua energia na tempestade elétrica.
— Vocês estão muito revoltadinhos, meus pequenos raios, tá na hora de vocês levarem uma boa lição.
Os olhos de Telmar brilham e de suas mãos descargas elétricas começam a sair. Ele aponta para a nuvem nebulosa e tenta segurar a pressão.
— Minerva! Agora é contigo, querida! Tá pronta?
— Eu já nasci pronta, querido.
Minerva fica de costas e virada para a tripulação, ela abre os braços e se joga pra fora do dirigível.
Todos ficam atônitos.
— Ai meu Deus!
— Ela se jogou!
— Ela tá morta?
— Vamos todos morrer!
Mas para a felicidade de todos, ela retorna e está flutuando há alguns metros pra fora do dirigível. As crianças não resistem à curiosidade e todos se reúnem perto do compartimento pra testemunharem aquela cena atípica.
Minerva está flutuando no meio da tempestade, e ela dá a ordem.
— TELMAR, AGORA!
— Deixa comigo!
Telmar concentra o máximo de energia elétrica e transfere pra Minerva.
Ela está envolta do poder do trovão de seu colega e está unificando ao seu poder pra sugar toda a tempestade elétrica.
— AAAAAHHHHHH!!!!
— FORÇA, MINERVA!
Eloy não se aguenta de emoção e de uma maneira cômica exclama:
— PELAS BARBAS DO SACERDOTE! ISSO TÁ MUITO HILÁRIO!
Minerva atrai toda a energia daquela tempestade pra dentro de si com a ajuda de Telmar. Quando percebeu que já era o momento oportuno, ela cria um ciclone em volta de si, e levantando suas mãos com bastante pressão contra a gravidade do ar, ela “expulsa” a tempestade para o mais alto daquele dirigível e a nuvem nebulosa é destruída.
O piloto consegue recuperar o controle do dirigível novamente, Minerva retorna ao compartimento e os soldados rapidamente fecham tudo.
— É, foi um trabalhinho até puxado esse. Fez um ótimo trabalho, Telmar!
— Não sem a tua bravura, Minerva.
Ele beija a mão de Minerva em sinal de respeito, em seguida ele olha para toda a tripulação.
— Não se preocupem, crianças! Está tudo sob controle.
As crianças estão completamente baqueadas, não conseguem sequer mover um dedo, uns estão até babando de tanto tempo que ficaram com a boca aberta testemunhando o feito daqueles dois. Então esse é o verdadeiro poder dos sacerdotes?
Telmar e Minerva estão em seu último ano de sacerdócio. Com o tempo eles treinaram seu poder de combate e também a magia de sua tribo natal.
Como os dois se conheceram no torneio passado, se tornaram grandes amigos e por causa disso, seus poderes acabaram se conectando. Eles estavam dentro do dirigível disfarçados justamente pra conferirem se tudo iria sair bem no trajeto até Vanidian. Mas eles realmente não esperavam que teriam essa surpresa.
Após meia hora do ocorrido, o comandante está conversando com Minerva e Telmar.
— Não sei o que seria de nós se vocês não estivessem aqui conosco.
Minerva o responde:
— Apenas estamos fazendo o nosso trabalho, afinal de contas uma dessas crianças será a minha substituta e eu não penso em perdê-la.
— Verdade, senhorita.
Telmar se retira da conversa e quando está passando pelo corredor, Eloy topa de frente com ele.
— Ah, com licença, me desculpe!
— Oi, tudo bem?
— Desculpa parecer tão evasivo, meu nome é Eloy, também sou da tribo do trovão e é um prazer conhecê-lo pessoalmente.
— É um prazer, Eloy! Quantos anos você tem?
— Dezesse… Dezoito.
— Bem jovem, hein? Quando eu participei do último torneio, já estava com 20 anos.
— Cara, como você fez aquilo? Aliás, como vocês fizeram aquilo? Vocês simplesmente detiveram uma tempestade.
— Nada que alguns anos de treino não resolvam.
— Espera, então quer dizer que eu posso um dia fazer tudo isso?
— Quem sabe? Já é um candidato a sacerdote do trovão, então… Não tente forçar nada, deixe que o poder venha até você naturalmente. Nem todos conseguem despertar a magia ancestral dos primeiros sacerdotes, mas… Isso não te impede de ser uma pessoa espetacular. Aproveite que você ainda é muito jovem e vai com tudo pra cima deles! Não os deixe te intimidar, nós somos discípulos de Derian, o primeiro sacerdote do trovão… Nunca desistimos!
Os olhos de Eloy começam a brilhar, ele está praticamente na frente de seu ídolo, afinal de contas, Telmar deverá passar o bastão de seu sacerdócio para outra pessoa no final dos jogos.
— Que maneiro! Sério, isso é muito…
— … Bom, eu preciso resolver outras coisas agora, mas… Se cuide. Precisa estar bem preparado se quiser me substituir.
Telmar pisca o olho e sai andando para o fundo do dirigível, Eloy fica eufórico.
— Ai, meu Deus! Vocês viram! O sacerdote do trovão falou que eu vou substituir ele, vocês viram, né?
Enquanto isso, Kira, Magnus e Fie estão conversando em um canto, esta última diz:
— Eu estou chocada que os sacerdotes do ar e do trovão estavam aqui conosco esse tempo todo e ninguém percebeu. A essa hora, estaríamos mortos!
— Ai, amiga! Vira essa boca pra lá! Agora estamos bem, mas… Confesso que fiquei bem impressionada. Eu não sabia que os sacerdotes tinham tanto poder assim.
Magnus enfatiza:
— É, mas nem todos os sacerdotes conseguem fazer isso, já adiantando. A nossa sacerdotisa da água é uma excelente líder, mas nunca conseguiu despertar um grande poder, o máximo que ela fez foi criar bolhas de água e não significa que ela não seja uma sacerdotisa.
Fie continua dizendo:
— É tão estranho a magia ancestral de Vanidian, não é? A gente nasce com ela ou adquirimos com o tempo? Porque até então eu nunca consegui fazer absolutamente nada. E você, Kira?
— Eu também não. Nem uma faísca que seja, enquanto aquela idiota da Ali já consegue fazer uma espiral de fogo.
— Bom, se isso consola vocês, meninas. Eu também não tenho nenhum poder especial.
— Ao menos somos “normais” enquanto a isso.
Em meio à conversa, eles percebem que o garoto Ícaro está tentando se aproximar das pessoas, e todos o estão ignorando, simplesmente pelo fato dele ser da tribo das sombras.
— Ai, garoto! Fica longe de mim! É por culpa do teu sacerdote que estamos perecendo. – Murmura um garoto da tribo da terra.
Kira vendo aquilo não consegue se conter.
— Aí, peça desculpas a ele!
— E quem você pensa que é, garota?
— Sou Kira, da tribo do fogo.
— Ora, ora… Eu sou Miguel da tribo da terra, muito prazer, gatinha!
Miguel tem cerca de 1,80 de altura, cabelo castanho claro e olhos castanhos.
— Por que não deixa o garoto em paz? O que ele fez pra você?
— Você ainda pergunta? Por culpa da tribo das sombras, estamos todos perecendo.
— E é por isso que ele tá aqui fazendo a diferença.
— Fazendo diferença porcaria nenhuma! Todo mundo sabe que essa gente não é bem vinda aqui, nós somos superiores a eles e você sabe perfeitamente bem.
— Você é superior em ser babaca.
— Escuta aqui, garota!
Magnus se coloca na frente de Kira.
— Aí, vai com mais respeito, meu colega.
— E quem é você? O namoradinho dela por acaso?
— Não, mas você iria adorar levar uma penitência antes mesmo de chegar em Vanidian. Discussões contra colegas e/ou discriminação em qualquer grau que seja pode gerar uma penalidade no participante. É isso que você quer?
— Escuta aqui, seu mauricinho…
— JÁ CHEGA!
Quem exclama paralisando a todos é Frida, a outra única candidata da tribo das sombras juntamente com Ícaro.
— Venha comigo, Ícaro! Fique longe dessa gente idiota!
Ícaro se distancia deles e resolve ir até Frida.
— Eu já falei pra você não tentar se enturmar com essa galera, sabe muito bem que nos odeiam.
— Isso não é justo, só porque somos os únicos participantes da tribo das sombras, não significa que somos inferiores.
— É, eu também concordo. Mas vai falar isso pra eles. Precisamos ser fortes, Ícaro! Aqui essas briguinhas não significam em nada, mas chegando lá será briga de gente grande. Sabe muito bem que a nossa tribo não está sendo bem vista aos olhos de toda a Vanidian, então o mínimo que a gente tem que fazer é evitar se meter em confusão com outros candidatos… Está entendido?
— Ok, ok, eu entendi.
Ícaro abaixa a cabeça e senta em um canto, ele sabe que Frida está certa e não há muito o que fazer, apenas esperar começar o torneio e ver quem conseguirá chegar até o final.
ATO II
Após um período turbulento, enfim os 100 candidatos desembarcam no centro de Vanidian. Todos olham para aquela cidade com os olhos brilhando, pois diferente de suas tribos, Vanidian é uma metrópole muito sofisticada, totalmente o oposto do que vimos nas tribos, que é como se eles vivessem em outra época. Até mesmo as roupas dos vanidianos são diferentes.
O comandante dá a ordem aos candidatos.
— Participantes! Em ordem vamos entrar no prédio do torneio.
Todos os 100 jovens adentram ao prédio onde se hospedarão nos próximos dias. Trata-se de um edifício de 8 andares, revestido da mais alta tecnologia de Vanidian. Lá dentro vemos tudo o que se tem direito em um local onde vai realizar provas com tanta gente. Está tudo em perfeita ordem. Além do prédio principal, temos um imenso pátio e do outro lado, outro prédio onde fica o salão nobre pra realizar as cerimônias. Um lugar pra não se colocar defeitos.
Uma mulher preta com cabelo curto e vestindo um traje azul se aproxima do meio do salão do térreo onde fica ali em formato circular, as estátuas dos 7 primeiros sacerdotes.
— Candidatos! Sejam bem vindos ao prédio do Torneio! Aqui vocês ficarão hospedados durante os próximos 7 dias até finalizar todas as provas. Eu me chamo Niel Scarter e serei uma das conselheiras de vocês. Esse prédio possui 8 alas incluindo o térreo, cada ala será exclusivamente para uma tribo específica. Começamos do primeiro andar na tribo das sombras e terminamos no sétimo andar que é da tribo da luz. Ao chegarem aos elevadores, vocês poderão ver o andar de sua tribo na sua cor correspondente, basta apertar o botão que irão direto para o seu andar, os quartos serão individuais, cada um ocupará um. Creio que vocês já são bem grandinhos pra isso, mas é bom enfatizar que não aceitaremos de maneira nenhuma contatos íntimos entre meninos e meninas nos quartos. Se caso isso ocorrer, os causadores do ato serão penalizados e nos mais extremos dos casos: Serão expulsos do torneio. Apesar disso ser uma competição, não toleramos nenhum tipo de falta de respeito com os colegas seja de sua tribo vizinha ou não. Qualquer atitude nessa modalidade também estará sujeita à penalidade. Estão todos entendidos?
Todos apenas consentem com a cabeça.
— Ótimo! Acomodem-se em seus quartos. Dentro de 30 minutos veremos vocês no refeitório.
Cada um dos participantes foram para suas respectivas alas. Frida conversa com Ícaro.
— Tá vendo que tivemos até uma parte boa em tudo isso? Teremos um andar inteiro só pra nós dois, ninguém vai ficar nos enchendo o saco.
— É, isso é muito bom!
Kira entra em seu quarto e fica admirada com o local, é praticamente uma suíte de luxo com uma vista incrível para o lado de fora.
— Gente, isso aqui é o paraíso!
Após meia hora, todos os candidatos vão ao refeitório principal onde vemos mesas gigantescas com todo o tipo de regalia que se imagina. Ali há comida de tudo qualquer tipo e para todos os gostos possíveis. Fie cutuca Kira e diz:
— Amiga, isso só pode ser um sonho!
— Tomara que não seja, porque olha…
Magnus está entrando no refeitório e dois rapazes da tribo da água vão cumprimentá-lo.
— E aí, tudo bem? Magnus, né?
— Sim, sou eu.
— Eu sou o Arthur e ele é o Glaus, também somos da tribo da água, creio que somos poucos homens da nossa tribo que vieram pra cá.
Arthur tem 21 anos, cabelo preto e liso, barba por fazer e cerca de 1,75. Glaus tem 20 anos, 1,70 de altura, cabelo castanho liso caindo nos ombros.
— Verdade, se eu não me engano só 5 vieram.
— Ah sim, nós também falamos com os outros dois lá no nosso andar. Eu estava falando com o Glaus que já que somos os únicos homens da tribo da água aqui no torneio, a gente podia, de repente, trocar ideia.
— Claro! Por mim está tudo bem.
Glaus também argumenta:
— Vamos procurar uma mesa pra a gente se sentar, porque tem muita coisa pra comermos.
Os jovens já estão sendo servidos, cada um desfrutando daquele manjar preparado para eles. Enquanto Kira e Fie comem tranquilamente, elas podem ouvir um pequeno burburinho na outra mesa.
— Olhem, gente! Eu consegui!
Uma candidata da tribo da água está fazendo a água levitar pra fora do copo. Suas amigas do lado ficam parabenizando-a.
— Ai, amiga! Parabéns! Já terá uma vantagem a mais pra ser sacerdotisa.
Fie e Kira não conseguem disfarçar a frustração, seguida por um pequeno sentimento de inveja. A primeira diz:
— Ah tá, grande coisa! Só porque consegue usar magia, acha que isso é suficiente pra ser sacerdotisa.
— Pode até não ser, Fie. Mas quem já conseguiu despertar a magia ancestral já tá meio caminho andado nisso aqui. Você viu o que a sacerdotisa do ar e o do trovão fizeram, teríamos morrido se não fosse por eles.
— Ai, amiga! Mas a gente tem que pensar que temos várias outras qualidades, se caso despertarmos nosso poder, será bem vindo! Se não… Paciência!
Niel aparece no refeitório e faz um chamado:
— Crianças! Ao terminarem de comer, subam para os seus quartos que os alfaiates e maquiadores irão até vocês para que se vistam adequadamente para a grande cerimônia de abertura esta noite.
Os jovens olham uns para os outros sem entender direito o que é pra ser feito.
Cerca de 40 minutos depois, Kira se encontra em seu quarto e alguém bate na porta.
— Já vai!
Ela abre a porta e um homem com roupas extravagantes, cabelo cor de rosa e óculos escuros em formato de coração entra.
— Ow, aí está você, querida! Precisamos deixar você impecável pra esta noite!
— Tá bom, e você é…?
— Ah, por favor, querida! Sou Ludiel, seu designer de moda. Por favor, costureiras, maquiadoras! Entrem, please!
Algumas pessoas entram no quarto trazendo uma arara cheia de roupas de diferentes estilos.
— Espera, espera, pra quê tudo isso?
— Meu anjo, teremos a cerimônia de abertura esta noite e você, como todos os outros, precisa estar impecável para ser apresentada ao rei de Vanidian e ao mundo!
— Espera, a gente vai se encontrar com o rei?
— Claro, fofa! O rei de Vanidian sempre participa da cerimônia de abertura do Torneio. Ai, o que andam ensinando pra essas crianças hoje em dia? Agora a senhorita precisa de um banho e bem esfregado, mocinha, estou sentindo daqui esse cheiro de enxofre. Ah me esqueci! Você é da tribo do fogo, então faz todo sentido. Meninas, coloquem ela na banheira.
— Não, não, espera um pouco…
Elas puxam Kira pelos braços e a leva até o banheiro e colocam a banheira pra encher.
— Esfreguem bem as orelhas dessa garota, o pescoço, pés e lavem bem o cabelo dela.
Alguns minutos depois, Kira já está de banho tomado e agora eles estão escolhendo as roupas que ela vai utilizar.
Ela começa a provar uma por uma e mostra para Ludiel toda vez que vestia um traje novo.
— Não!
— Não! Próximo!
— Esse não, querida. Tá parecendo uma velha!
— Horroroso!
— Péssimo!
— Gata, você não dá certo com nenhum tipo de roupa, como é possível?
Depois de várias tentativas, finalmente parece que Kira encontrou o vestido apropriado pra aquela ocasião.
— Ora, ora, ora… Parece que dessa vez você se encaixou em alguma coisa, menina… Bom, só falta alguns retoques nesse teu cabelo oleoso, um pouquinho de maquiagem e estará diva! Ai, eu mereço um aumento por estar gastando todo o meu receituário de beleza nesses jovens sem o menor senso de moda. Esteja pronta no salão nobre às 19h, querida!
Algum tempo depois, todos os jovens se encontram reunidos na cutia do salão nobre aguardando a sua vez. Todos parecem estar muito nervosos, pois será a primeira vez que vão se apresentar assim de maneira pública.
O salão principal se parece com um enorme teatro, com uma passarela semelhante as de desfile entre o palco e a cutia. Possui galerias e poltronas bem sofisticadas. Na medida que o tempo vai passando, alguns convidados vão chegando ali e se acomodando em seus trajes granfinos. Na cutia, um dos organizadores pede pra que todos se ajeitem em filas conforme serão chamados por cada tribo.
As luzes no palco se acendem, uma cortina é aberta e um apresentador vem através dela. Seu nome é Edger Wally, será o anfitrião do torneio deste ano.
— Boa noite, senhoras e senhores! É com muita honra que eu veio me apresentar a vocês como o anfitrião da 10ª Edição do Torneio em Vanidian. Estamos muito contentes por ver que conseguimos trazer 100 jovens de todas as nossas 7 tribos pra cá para poder testar seus conhecimentos e suas habilidades e assim se tornarem os próximos sacerdotes. E antes de conhecer os nossos candidatos, uma salva de palmas para o Rei e a Rainha de Vanidian, vossas majestades Orfeu e Dora!
Todo o público aplaude aos reis de Vanidian. Orfeu, homem de 53 anos, cabelos quase grisalhos e barba fechada se posiciona no microfone que está na galeria onde ele e sua esposa se encontra.
— Saudações, povo de Vanidian! Saudações convidados! E muito obrigado, Edger, pelo prestígio. Estou até mesmo um pouco desconternado por tamanho carinho que vocês têm por nós, mesmo com todos os problemas que temos passado. Liderar um país inteiro exige uma responsabilidade muito maior do que liderar uma tribo. Mas não se engane! Os sacerdotes possuem uma tarefa muito mais árdua e arriscada e merecem ter o nosso total apoio e destaque. Gostaria que dessem uma salva de palmas para os nossos 6 sacerdotes que estão aqui conosco e em breve passarão o bastão para 7 dessas crianças que estão participando do torneio.
Todos começam a aplaudir cada um dos sacerdotes. O rei pede para cessarem as palmas por um instante e dá continuidade…
— Este é o 10º Torneio e o segundo que eu estou como rei de Vanidian. E tenho certeza que da mesma forma que aconteceu com nossos sacerdotes atuais, teremos jovens altamente capacitados e habilitados para se tornarem os nossos futuros sacerdotes. Agradeço mais uma vez pelo carinho e bons jogos a todos!
— Um forte aplauso para o Rei Orfeu!
A cerimônia de abertura está sendo transmitida para toda a Vanidian. Os pais de cada um dos jovens os estão assistindo. Estela e Airon estão atônitos aguardando ver Kira na tela.
— Bom, senhoras e senhores! Este é o momento mais emocionante dos jogos, o momento em que cada um dos candidatos serão apresentados ao mundo mostrando toda a sua beleza à Vanidian. Antes de dar continuidade, gostaria de advertir uma coisa muito séria a todos…
Todos fazem um breve período de silêncio.
— Sabemos o que têm acontecido nos últimos meses sobre o incidente na tribo das sombras, e isso têm deixado muita gente nervosa, mas mesmo assim conseguimos trazer ao torneio dois jovens da tribo das sombras e gostaria de que, por favor, quando eles entrarem, deem o total apoio de vocês a eles. Não podemos culpar essas crianças por algo infeliz que o seu representante fez. Eles estão aqui pra construir um mundo melhor. Então para começar a apresentação dos 100 participantes do torneio, eu gostaria de chamar aqui… Os candidatos da tribo das sombras!
As luzes do auditório se apagam e somente o palco e a passarela ficam iluminados. Do fundo do camarim, Frida entra com um traje preto deslumbrante seguido por Ícaro que está vestindo um elegante terno.
E como o anfitrião pediu, as pessoas começaram a aplaudi-los. Ícaro e Frida ficam um pouco desconcertados por estarem assim em público, mas seguem os seus passos mesmo assim. Apesar de ninguém aparentar ter se manifestado de forma negativa, é notório que algumas pessoas aplaudiam com desdém, como se o fato de ser um morador da tribo das sombras, fosse uma doença.
Os jovens finalmente terminam de andar e o anfitrião dá continuidade.
— Esses dois jovens com certeza já vão fazer história no torneio! E agora temos aqui ao todo 15 jovens da tribo do ar!
Os participantes da tribo do ar iniciam a sua apresentação. Ao todo, 15 deles foram selecionados, será uma tarefa muito difícil de um deles substituir a poderosa Minerva nos próximos 10 anos.
A apresentação da tribo do ar encerra e o anfitrião chama os próximos.
— E agora temos aqui 13 participantes da tribo do trovão! Entrem!
Os participantes da tribo do trovão entram, Eloy vem logo atrás bastante nervoso, porém sorridente ao mesmo tempo, ele fica por um período admirando o local e isso acaba fazendo com que as pessoas que estavam atrás, topassem com ele.
— Ow, vê se anda, moleque!
— Foi mal!
Eloy está completamente abismado, e ele pode ver em uma das galerias, Telmar observando a apresentação, com certeza o seu maior ídolo.
Após o término da apresentação do trovão, o anfitrião chama 19 participantes da tribo da terra. O atual sacerdote da tribo da terra foi o grande responsável pelas plantações mais ricas de toda Vanidian, ele ajudou a exportar sementes para todas as tribos pra que elas possam ter sua plantação de soja, arroz, milho e muitos outros alimentos.
Ao encerrar a apresentação dos participantes da tribo da terra, o anfitrião dá continuidade.
— E agora vamos chamar os nossos candidatos da tribo da água, mas vamos fazer uma coisa diferente. Tivemos 14 selecionados e somente 5 deles são homens, então vou pedir para que os rapazes da tribo da água sejam os primeiros a se apresentarem pra nós! Será que teremos o primeiro sacerdote homem da tribo da água? Entrem, meninos!
Os rapazes entram na passarela trajando roupas com diferentes tons de azul pra que esteja a altura de representar sua tribo. Magnus está muito elegante, com um traje de época azul escuro e bordados amarelados, o público os aplaude eufóricos, em seguida o anfitrião pede pras moças entrarem e assim como quase todo torneio, as candidatas a sacerdotisas da água quase sempre são as mais elegantes e mais exóticas. Seus vestidos ousados e arrebatadores são símbolos da moda vanidiana há décadas.
Ao terminar as apresentações, o anfitrião dá prosseguimento.
— E também com muito prazer apresento aos nossos grandes parceiros de Vanidian, os 16 candidatos da tribo do fogo!
Enfim chegou o momento de Kira! Apesar de ver todas aquelas outras moças bem chiques, ela parecia não se importar, ela entra na passarela e observa aquela plateia fervorosa.
Em sua casa, sua mãe e seu irmão gritam eufóricos ao vê-la ali. Kira está usando um elegante vestido vermelho com detalhes pretos, um penteado finíssimo e um colar com o símbolo do fogo, ela sem dúvidas está impecável!
Os participantes terminam sua entrada e se posicionam juntamente com os outros. De longe, Magnus acena pra Kira e fala sussurrando de maneira que ela possa fazer leitura labial.
— Você está incrível!
Ela responde apontando pra ele e também sussurrando:
— Obrigada! Você também.
O anfitrião dá continuidade:
— Bom e agora por último e não menos importante, os grandes e futuros reis de Vanidian! Dessa vez, tivemos 21 candidatos da tribo da luz. Senhoras e senhores, conheçam os nossos participantes!
Diferente dos outros, mais da metade da plateia fica de pé pra receber a entrada dos participantes da tribo da luz. Por mais que eles falem que não existe favoritismo e que todos são tratados de igual modo, é notório que eles sempre terão uma preferência maior pela tribo da luz, afinal de contas é a tribo mais rica entre as 7 e é vizinha do centro de Vanidian onde fica todo o poder. Lá as pessoas não vivem em uma escassez tão profunda como outras tribos. Até os tempos de hoje, os reis de Vanidian foram quase todos sacerdotes da luz antes de se tornarem reis, com exceção de um… Mas isso será pra outro momento.
Todos os participantes terminam sua entrada e se posicionam no palco.
— Agradecemos a todos os trabalhadores, designers, alfaiates, costureiros, maquiadores, por realizarem essas roupas maravilhosas para nossos jovens. Esses são os nossos 100 participantes do torneio este ano. Peço a todos que fiquem de pé para ouvirmos a autorização do rei.
Todos ficam de pé, o Rei Orfeu em sua galeria se posiciona perto do microfone e diz:
— Eu, Rei Orfeu de Vanidian… Autorizo o início dos jogos!
— E se o Rei falou, está falado!
Todos aplaudem bastante animados, o anfitrião autoriza que mostre no painel, a logo do torneio.
— Em nossa 10ª Edição: 100 participantes! Apenas 7 vencedores! Senhoras e senhores… Bem vindos ao Torneio!
A ordem foi dada e o torneio é oficializado. Agora o futuro de Vanidian está nas mãos de 7 desses 100 jovens que vão participar do torneio, será que eles vão conseguir se sair bem?
Algum lugar das ilhas Vanidianas…
Em um local onde parece uma espécie de comitê com vários telões, um homem que não podemos ver sua aparência está sentado em uma cadeira. Podemos ver somente a sua mão esquerda que mostra uma enorme unha pintada de preto de seu dedo indicador.
Outro homem que também não podemos ver o seu rosto aparece na sala.
— O torneio acaba de ser autorizado, senhor.
— Sim, acabei de perceber.
— Pensei que o senhor iria, de repente, “fazer uma surpresa” na cerimônia de abertura.
— Não, não, eu queria primeiro conhecer com quem eu estou lidando e vi que temos pessoas interessantes este ano.
— Então o plano ainda continua de pé?
— É claro que sim, Morbius… Esse será apenas o começo da minha vingança contra Vanidian.
OUÇAM JÁ “CAMPEÕES VAMOS SER”, O TEMA PRINCIPAL DE VANIDIAN COMPLETO NO YOUTUBE.
O que achou do episódio? Deixa teu comentário abaixo.
Parabéns pela estreia, Melqui!
Obrigado, amigo!
Estava ansiosa para iniciar a leitura dessa história que promete trazer muita ação e emoção. Gostei muito de como o mundo foi apresentado e suas características que nos deixaram com um gostinho de quarto mais. Os personagens principais já ganharam minha atenção com suas personalidades marcantes. Amei a trilha sonora escolhida para cada ato me fez embarcar no que estava acontecendo. Curiosa para os próximos capítulos o que teremos nesse torneio e como esses heróis serão desenvolvidos. Parabéns amigo e sucesso sempre.
Raquel Machado.
Muito obrigado pelo carinho e pela leitura, minha querida amiga.