Episódio 3

(Nota: Por um pequeno problema no software de áudio, este episódio ficará sem trilha sonora até o dia 27/07. Breve as trilhas serão sincronizadas novamente, agradecemos pela compreensão.)

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SALÃO DE JOGOS

 

Os participantes estão tensos, vários deles já foram eliminados, e agora na 45ª rodada, parece que mais pessoas vão dizer adeus ao jogo definitivamente.

Kira salta para uma das casas de olhos fechados, o som da eliminação é acionado. Kira ainda está com os olhos fechados em cima da plataforma.

— Candidata Kira Tierman, Tribo do Fogo…

Magnus, Fie, Eloy, Ícaro e Frida olham na direção de Kira, seus semblantes completamente aflitos.

— … Você está…

Kira abre seus olhos e exclama:

— Ai, meu Deus!

— … Você está com um pé em uma casa e outro pé na outra, por favor, escolha apenas uma delas.

Kira olha para baixo e vê que realmente saltou firmando-se com os dois pés, cada um em uma plataforma diferente.

— Me… Me desculpa, eu… Vou escolher esse aqui mesmo.

Kira tira o pé da outra casa colocando na mesma onde está seu pé esquerdo. Ela aguarda alguns segundos e a plataforma não muda de cor.

— VOCÊ PASSOU! Candidatos Gil Revers, Pamela Skins e Teo Older, Tribo do Trovão… ELIMINADOS!

Kira suspira aliviada, pensou que por um minuto havia sido eliminada, mas ainda não acabou, a sua vida está dependendo desse jogo.

— CANDIDATOS! Parabéns a vocês que chegaram até aqui. Faltam apenas 5 rodadas para o jogo acabar, e para movimentar ainda mais essa prova, nas próximas casas adiante haverão 15 delas que se vocês pisarem, elas ficarão da cor amarela. Ao pisar nessa plataforma de cor amarela, o participante terá que voltar duas casas. Atenção na hora de retornar e não acabar pisando em uma casa minada.

Vladimir murmura para Munique.

— Só o que faltava mesmo, estão fazendo de tudo pra não passar ninguém só nessa primeira prova.

— Eu sabia que eles não iriam pegar leve.

— ATENÇÃO PARA A 46ª RODADA! Relógio na tela… AUTORIZADO!

A tensão agora aumenta ainda mais, o que já era difícil, se tornou quase impossível. Restam apenas 5 rodadas, e se um deles ainda ficar dentro da arena quando a última rodada acontecer, estarão eliminados. E agora? Quem vai vencer?

 

 

3, 2, 1…

 

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OPENING:

 

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     EPISÓDIO 3:

“Uma Questão de Sorte”

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Todos os participantes saltam, dessa vez, como anunciado, as regras ficaram ainda mais intensas.

— Candidata Fie Dober, Tribo do Fogo… VOLTE DUAS CASAS!

Fie precisa retornar duas casas, Kira fica aflita.

— Ai, amiga!

— Tá tudo bem, amiga.

— Candidato Magnus Eiferd, Tribo da Água… VOLTE DUAS CASAS!

— Merda!

— Candidato Eloy Griffin, Tribo do Trovão… VOLTE DUAS CASAS!

— Essa não.

Nesta rodada, 7 candidatos ativaram a casa vermelha e, consequentemente, foram eliminados.

— RODADA DE NÚMERO 47… AUTORIZADA!

Mais uma vez eles saltam em rumo ao seu destino.

— Candidata Lucy Evans, Tribo da Água… VOLTE DUAS CASAS!

Frida olha para a sua rival com desdém.

— Candidata Munique Andreas, Tribo da Luz… VOLTE DUAS CASAS.

— Só pode ser brincadeira.

— Candidato Ícaro Messiah, Tribo das Sombras… VOLTE DUAS CASAS!

— Droga.

Frida tenta animá-lo.

— Não se preocupe, Ícaro. Vamos conseguir.

— Os outros 4 participantes que ativaram a bomba… ELIMINADOS! PRÓXIMA RODADA!

Se aproxima das últimas rodadas, eles mais uma vez dão um salto a frente.

— Candidato Vladimir Andreas, Tribo da Luz… VOLTE DUAS CASAS!

Vladimir precisa retornar e fica atrás da irmã.

— Candidata Ali Hampton, Tribo do Fogo… VOLTE DUAS CASAS!

— Eu não acredito em uma coisa dessas.

— Candidatos Glaus, Daian e Fewter, Tribo da Água… VOLTEM DUAS CASAS.

Os amigos de Magnus precisam também recuar.

— Os demais candidatos que estão na casa vermelha… ELIMINADOS!

Na transmissão mundial, todos estão assistindo aquela prova, aflitos.

— RODADA DE NÚMERO 48… AUTORIZADA!

Restam apenas 3 rodadas, poucos deles vão conseguir.

Mais uma vez eles saltam. E para a sorte de nossos heróis, nessa rodada nenhum deles ativaram a casa amarela, outros candidatos são eliminados. Restam poucos, e agora é tudo ou nada.

— RODADA DE NÚMERO 49. Neste momento, os candidatos Kira Tierman da Tribo do Fogo, Frida Albers da Tribo das Sombras, Collin Rios, da Tribo da Terra e Willa Sawyer da Tribo do Ar, estão a frente de todos os outros candidatos. Caso nessa rodada, eles consigam dar um salto duplo e a casa que eles pisarem não for a vermelha, já estarão automaticamente classificados. Na contrapartida, se algum candidato pisar em uma casa amarela dessa vez, mesmo se tentar, não vai conseguir chegar até a última casa na última rodada, sendo assim, estará eliminado.

Kira depende muito desse salto, ela precisa se esforçar para pular duas casas e conseguir chegar ao final. Da mesma forma é com Frida que está na mesma situação que ela. Dois outros candidatos estão juntamente com elas na mesma posição.

Magnus, Eloy, Ícaro, Fie e os irmãos Andreas dependem dessa rodada, se eles pisarem em uma casa amarela, estão automaticamente desclassificados. Tudo vai depender da sorte.

 

3, 2, 1…

 

Kira flexiona bem seus joelhos, da mesma forma que Frida faz o mesmo processo. O tempo acaba e elas saltam, ao igual que todos os demais.

Kira dá o salto duplo, consegue pisar em cima da última plataforma, mas ela começa a se desiquilibrar para trás. Se a casa de trás tiver a bomba, ela está eliminada, Kira tenta se equilibrar, está quase caindo para trás. Fie mais atrás fica aflita pela amiga.

Eis que a candidata Willa da tribo o ar, vendo aquilo, coloca um de seus dedos para trás ativando sua magia do ar de forma invisível e faz com que Kira recupere o seu equilíbrio. Kira fica sem entender o que aconteceu, sentiu algo empurrando as suas costas para que ela se firmasse novamente.

— Candidatos Collin Rios, Frida Albers, Willa Sawyer e Kira Tierman… Parabéns! Vocês estão classificados!

Eles comemoram! Saem daquela arena pulando de alegria, os outros que continuam ali os aplaudem. Frida cumprimenta Kira.

— Parabéns, Kira! Você mereceu!

— Obrigada, você também.

— Candidato Fewter Paris, Tribo da Água. Você pisou em uma casa amarela, como não haverá rodadas suficientes pra você chegar no final, você está… ELIMINADO!

Magnus lamenta por perder mais um de seus companheiros nessa prova, ele precisa agora focar em acertar a casa certa porque esta será a última chance. Fie, Eloy, Ícaro e até mesmo os irmãos Andreas precisam dessa chance. Até mesmo a rival de Kira, Ali, e também a rival de Frida, Lucy. Todos eles precisam dessa chance.

— ÚLTIMA RODADA. Relógio na tela… AUTORIZADO!

É tudo ou nada, eles vão conseguir? A última casa ficará branca ou vermelha?

 

5, 4, 3, 2, 1…

 

Eles saltam. Kira e Frida ficam aflitas pelos seus amigos. Finalmente eles terminam de pisar em suas respectivas plataformas, a última da arena.

— PARABÉNS, CANDIDATOS! Vocês que chegaram até o final, estão classificados!

Todos comemoram! Eles saem da arena saltando de alegria e abraçando uns aos outros. Infelizmente nem todos conseguiram chegar.

Os Andreas, Eloy, Ícaro, Magnus, Fie, todos eles comemorando a sua vitória. Outros candidatos também conseguiram passar e ali estão comemorando.

— PARABÉNS A TODOS OS 43 CANDIDATOS QUE PASSARAM PARA A SEGUNDA FASE! Retornem para suas alas e aguardem novas instruções.

 

HORAS DEPOIS- ÁREA EXTERNA.

 

Os 43 participantes que passaram estão na área externa do prédio conversando no jardim, brincando, jogando peteca, outros com cartas, cada um se distraindo com alguma coisa. Magnus está conversando com seus outros amigos que conseguiram passar.

— Eu estou realmente muito mal pelo Arthur e pelo Fewter, não esperava que a primeira prova seria assim, dependendo da sorte.

Glaus responde:

— Fizeram essa prova justamente para ter o maior teor eliminatório, eles não querem gastar com 100 crianças nesse lugar durante 7 dias. Quanto mais participantes eliminarem, menos gastos eles terão.

Daian diz:

— Tá e falando em participantes, eu descobri quem era a menina da nossa tribo que morreu. O nome dela era Lise Carav, ela tinha 18 anos.

— Sério? Caramba.- Responde Magnus.

— O que vocês acham que pode ter acontecido? Será que foi mesmo uma magia das sombras? Magnus, você ficou amigo daqueles dois que vieram da tribo das sombras, o que você acha?- Pergunta Glaus.

— Podem ficar tranquilos, galera. Eles não fizeram nada, nenhum dos dois ainda despertou a magia, fico me perguntando… Será que não foi obra de algum espectro?

Glaus responde:

— Impossível, os espectros não chegam assim em um local como esses, ainda mais cercado de guardas e com vários conjuradores de magia por aí. Isso não pode ter sido obra de um espectro, foi alguém com magia das trevas.

Magnus pergunta:

— E… Quem com essa magia das trevas poderia fazer uma coisa tão ruim assim?

Perto do batente e ao lado das pilastras, Kira, Fie e Frida estão conversando, respectivamente.

— … Não e naquela hora que a mulher do computador falou o meu nome e eu estava de olhos fechados, eu jurava que minha hora tinha chegado.

— Ai, amiga. Eu fiquei aflita por você, foi que nem quando chamou o meu nome e eu tive que voltar duas casas, a alma quase saiu do corpo.

— Nossa, essa prova foi muito pesada, vocês duas viram que até os irmãos da tribo da luz quase não conseguiram passar. Já vi que realmente não há favoritismo dentro do jogo. As pessoas de fora que formam seus favoritos.

 

Enquanto conversam, a mesquinha Ali passa pelo corredor exalando toda a sua arrogância.

— Oi, queridinha (referindo-se a Kira).Vejo que você conseguiu passar na primeira prova, quem diria, hein? Confesso que achei que você não iria passar nem da primeira rodada.

— Engraçado, Ali. Eu pensei o mesmo de você.

— Agora vocês duas estão andando com a garota das sombras? É isso?

— Meu nome é Frida, queridinha, pra que fique sabendo. Ah e não precisa falar o teu, não me interessa nem um pouco.

— Olha só, vocês realmente merecem as companhias que vocês tem, viu?

Ali dá as costas pra elas e em seguida recua novamente.

— Ah! Vamos ver como você e suas amigas fracassadas vão se sair no teste de magia. Porque diferente de vocês… (Ela aponta o dedo para o alto e uma espiral de fogo se movimenta ao redor do dedo) Eu estou muito bem preparada. Tchauzinho, amadoras!

Ali se retira “desfilando”. Frida diz:

— Olha, se você quiser eu arrebento a cara dela igual eu fiz com a branquela da tribo da água.

— Não vale a pena, Frida. Essa daí é igual aqueles animais que só esbravejam atrás de uma cerca.

 

No jardim, alguns garotos estão jogando peteca, até Niel aparecer no pátio.

— Crianças, por gentileza! Voltem todos para o salão e se preparem para o jantar.

No momento do aviso, um dos garotos acaba arremessando a peteca para bem longe e cai pra lá dos arbustos.

— Ai, droga. Foi sem querer!

O outro garoto diz:

— Tá tudo bem, eu pego. Pode ir entrando para o salão.

Todas as crianças vão entrando. O garoto vai mais para abaixo do jardim para pegar a peteca que havia caído atrás dos arbustos. Ele encontra, se agacha para pegar, ouve um barulho vindo atrás dele. Ele vira para trás e se assusta com algo.

 

SALA DE JANTAR- 1 HORA DEPOIS

 

Niel está no meio do salão de jantar e anuncia aos candidatos.

— Quero parabenizar… Aos 43 candidatos que passaram para a segunda fase. Por favor, um aplauso, porque vocês merecem.

Todos começam a aplaudir.

— Bom, agora sirvam-se no jantar e dentro de duas horas, peço que todos retornem aos seus dormitórios. Amanhã pela manhã teremos um teste de aptidão de magia. Mas calma, não se assustem. Esse teste é apenas para tentar forjar a magia ancestral dentro de vocês, e não será uma prova eliminatória. Mas explico melhor amanhã. Tenham todos uma boa noite!

Todos saúdam com um boa noite e, em seguida, começam a comer e a conversar entre eles. Porém enquanto conversam, vemos que uma das cadeiras está vazia. Aquele garoto ainda não retornou.

 

ALA DAS SOMBRAS, QUARTO DE FRIDA- 1 HORA DEPOIS.

 

Frida convida Kira e Fie para irem até o seu quarto.

— Ai, meu Deus, Frida! A decoração do teu quarto é incrível!- Diz Kira.

— Não é pra tanto, gente.

— A Kira tem razão, imaginava que os quartos da ala das sombras fossem com aquelas cores bem escuras e dando aquele tom melancólico, mas não… O contraste do preto com o dourado ficou perfeito!

— Fico feliz que tenham gostado. Sentem-se um pouco aqui na cama, vamos conversar um pouquinho antes de pedirem pra a gente ir dormir.

As duas se sentam na cama de frente pra ela.

— Olha… Eu confesso que não tinha a menor intenção de fazer amizades quando vim pra cá. Queria apenas ganhar as provas e esse era o meu objetivo. Mas fico feliz que tenha conhecido vocês duas. Eu não imaginei nunca na minha vida que eu seria amiga de… Pessoas brancas.

— Querida, eu sou ruiva, sabem quantas ruivas tem nesse torneio além de mim? Zero.

— Verdade, amiga. Eu não sou ruiva, mas pode ter certeza que ninguém aqui se chama Fie. Então… Todos nós temos nossas particularidades.

— Bom, nisso vocês duas têm razão. E como deve ser esse teste de aptidão de magia amanhã? Será que a gente vai se dar bem nisso?

— Não sei, mas estou com medo, sabe? Medo de ser uma sacerdotisa sem poderes. Eu sei que nem todo sacerdote despertou a magia ancestral, mas imagina só? Logo a tribo do fogo que teve vários sacerdotes poderosos.

— Sim, sim, a nossa tribo tem esse legado de trazer os sacerdotes mais fortes, eles batem de frente com os sacerdotes da luz.

— Eu entendo.- Responde Frida.

— Frida, eu vou te fazer uma pergunta e, por favor, não pense que quero dar uma de intrometida, e você não precisa falar se não quiser, mas… O que realmente aconteceu com o seu sacerdote?- Pergunta Kira.

— Bom… Eu não sei ao certo tudo o que aconteceu, mas… Já havia uns 2 anos ou menos que o nosso sacerdote começou a ficar muito estranho. Se isolava da população, não queria receber convidados, não liberava verba para exportação e importação de alimentos. Com o tempo, outros sacerdotes da geração anterior a da dele, passaram a fazer visitas constantes na nossa tribo pra conversar com ele e ele quase sempre os expulsava aos berros. Houve uma vez que eu tinha acabado de voltar de um dia de caça. Quando eu saí da floresta, ele estava ali parado perto de uma tenda completamente imóvel, parecia que ele não estava dentro de si. Eu perguntei:

— Está tudo bem, senhor?

— … E ele posicionou sua cabeça para frente e começou a andar tranquilamente como se nada tivesse acontecido. A partir desse tempo pra cá, as coisas foram piorando. Tudo que ele tocava, se destruía. Foi… Foi horrível! Depois que a situação piorou mais do que estava, ele abandonou a nossa tribo e não deu nenhuma satisfação ao conselho, ao exército das sombras, ao rei, nada! Ele simplesmente desapareceu. E até hoje ninguém sabe onde ele está escondido, ou o que ele está tramando.

Neste exato momento, vamos para o comitê secreto onde o homem de manto negro está sentado em uma das cadeiras com um rosário na mão. Dessa vez conseguimos ver um pouco do seu nariz pontiagudo em contraste com a sombra do capuz e com a luz amarelada daquele lugar.

— Senhor… Trago notícias!

— Eles passaram?

— Se a pergunta é sobre os garotos das sombras, sim. Os dois passaram para a próxima fase, assim como os irmãos Andreas e vários outros candidatos. Infelizmente mais da metade foram eliminados, restando agora apenas 43.

— É, pode ser. Mas algo me diz, Morbius, que esse número… Está prestes a diminuir.

O que poderão estar tramando dessa vez?

 

SALA DE REUNIÕES, 22H30.

 

Em uma mesa circular grande, dentro de uma sala de reuniões a portas fechadas, encontra-se ali na cadeira do meio, o rei Orfeu e ao seu lado, sua esposa Dora.

Nas outras cadeiras do lado direito se encontram o sacerdote da luz, Bartiel (branco, alto, apesar de 32 anos, possui alguns cabelos grisalhos), e também ao seu lado está Niel e também o reitor Maldonado.

Do lado esquerdo, pela primeira vez conhecemos a sacerdotisa da água Silvya (branca, alta, cabelos longos, loiros e cacheados), também está presente o sacerdote da terra, Aldo (Moreno, alto, barba, cabelo baixo).

Nas cadeiras do lado oposto do rei, se encontram os já conhecidos Minerva, a sacerdotisa do ar, e Telmar, o sacerdote do trovão. Todos eles estão conversando sobre os incidentes recentes.

O rei está dando a palavra:

— Agradeço mesmo a vocês por virem de tão longe e tão tarde da noite para essa reunião, mas realmente eu não vi outra saída. Agradeço à Niel e ao reitor por nos receberem.

— Por favor, majestade. Não tem motivos pra nos agradecer, é sempre uma honra receber o senhor e a rainha aqui no nosso prédio. – Disse Niel.

— Bom, fico feliz também que os nossos sacerdotes estejam presentes, mas… Espera, não está faltando alguém?

Bartiel diz:

— Se está falando do sacerdote das sombras, já sabe o que aconteceu, né?

Silvya repreende:

— Ah, por favor, não comece com seu sarcasmo, Bartiel.

— E por acaso estou mentindo?

Enquanto discutem, as portas se abrem e finalmente entra o sacerdote do fogo, Elin (31 anos, branco, cabelo liso, sem barba, aproximadamente 1,75 de altura).

— Pensei que iriam começar a festa sem mim.

— Atrasado como sempre, né? – Debocha Aldo.

— É um prazer te ver também, meu sacerdote da terra.

— Você sempre querendo ser o centro das atenções, não é, Elin?- Diz Bartiel.

— Desculpa, meu querido amigo. Mas se caso for pra servir de entretenimento pra esse circo, eu me ofereço pra ser o centro das atenções, ou por acaso o teu pisca-pisca já não brilha mais?

Telmar e Minerva riem discretamente.

— Insolente!

Orfeu os repreende:

— Já chega, senhores! Por favor. Elin, sente-se. Temos problemas muito maiores aqui do que ficar ouvindo as discussões infantis de vocês.

— Ok, majestade. Qual é a situação?

— Uma garota da minha tribo foi morta aqui no prédio, Elin.- Disse Silvya.

— O quê?

Niel diz:

— Sim, a garota só tinha 18 anos. E pelo o que vimos, ela foi atingida por alguma magia das trevas.

— Mas isso é impossível, ninguém aqui domina a arte das sombras.

Minerva diz:

— Estava falando isso com o Telmar antes da reunião começar, eles disseram que tem dois participantes da tribo das sombras que estão aqui, mas nenhum deles possui magia ainda.

— Mas chegaram a perguntar a eles?

Maldonado responde:

— Eu… Conversei com uma delas, Frida Albers. Ela parece ter 20 ou 21 anos e é mais esperta e mais sagaz que o outro rapaz, mas nenhum deles pratica magia.

Aldo pergunta:

— Já teve o teste de aptidão à magia?

— Ainda não, vamos realizar com eles amanhã.- Responde Niel.

Minerva diz:

— Bom, acho que seria mais apropriado esperarmos o teste de aptidão à magia pra ver se esses dois realmente não conseguem dominar a arte.

— Sim, mas e a garota morta? Como iremos conciliar isso com o percurso do torneio?- Pergunta Silvya.

— Tivemos que avisar aos pais da senhorita Lise que a filha deles morreu através de uma intoxicação com um cogumelo venenoso. Não queremos de maneira nenhuma que passe daqui o que realmente aconteceu.- Disse Niel.

— É sério, Niel? Cogumelo venenoso? Tá de brincadeira?

— Não começa, Elin!

— Não, olha, tá de parabéns! (aplaudindo sarcasticamente) E toda aquela baboseira de sempre preservar pela verdade e pela justiça? Não era o lema da tribo de vocês, Silvya? Depois falam que nós da tribo do fogo que somos presunçosos.

— Não tínhamos escolha, Elin! Era isso ou espalhar pra todo mundo que permitimos que uma garota fosse morta por uma magia das trevas.

— Pois esse seria o meio mais prudente de tomar e não ficar se escondendo atrás de mentiras.

Telmar diz:

— Eu concordo com o Elin, abafar o caso vai acabar formando uma bola de neve, e as tribos que já não gostam nem um pouco de Vanidian, vão acabar ficando ainda mais irritados quando descobrirem o que está acontecendo.

— Estão vendo?

Silvya diz:

— Eu tenho que concordar com o Elin nessa parte, mentir para a imprensa e até mesmo para os pais da garota não apaga o que aconteceu aqui. Temos que descobrir como isso aconteceu.

Maldonado dá a palavra:

— Estamos trabalhando de maneira ferrenha para que as investigações sejam eficazes, nossos colegas estão tentando coletar informações para descobrir o que realmente houve.

— Se foi uma magia das trevas como vocês falaram, como essa pessoa pode ter entrado aqui? E como o pessoal da tribo da luz não sentiu?

— Você sempre arruma um jeito de alfinetar nossa tribo né, Elin?- Resmunga Bartiel.

— Como eu estava dizendo, rei Orfeu, porque acho que algumas pessoas aqui tem restrição cognitiva pra quem eu dirijo a palavra, o pessoal da tribo da luz sentiu?

— Não, pelo o que a Niel e o Maldonado me disseram, não.

Dora, a rainha, após muito escutar, diz:

— Temos dois excelentes candidatos esse ano participando: Os irmãos Andreas. Eles já possuem domínio da magia da luz, e pelo o que me disseram, eles também não sentiram ou viram nada.

Bartiel indaga:

— Isso significa que é algo muito mais forte que nem mesmo um conjurador da luz consegue sentir. Mas o mais estranho é como essa pessoa ou essa coisa entrou aqui?

Minerva diz:

— Defina o “coisa”, Bartiel.

— Não sei, mas… E se tiver sido um espectro?

Maldonado responde:

— Impossível, os portais desse prédio estão purificados com magia ancestral pra que nenhum espírito das trevas passe. Os muros ao redor de todo o campo também estão protegidos. Na teoria, seres malignos como os espectros não podem entrar aqui.

Aldo responde:

— Pode não ter entrado, pode não ter sido um espectro, mas estamos vivendo algo inédito aqui. No nosso ano de torneio, não tinha nada disso. Eram apenas provas, testes, habilidades, superações… E que eu saiba, ninguém saiu daqui morto… Ou saiu?

Telmar diz:

— Precisamos entender que as coisas mudaram de uma década pra cá. Estamos no nosso último ano de sacerdócio, foi muito bom enquanto durou, mas sabemos que temos que passar o nosso legado para aqueles jovens.

Minerva, concordando, diz:

— Sim, precisamos entender que 7 deles vão nos substituir nos próximos 10 anos. Eu estava pensando, e os sacerdotes anteriores a nós? Eles sabem dessa situação?

O rei Orfeu responde:

— Não e não acho que seria bom envolver eles nisso. A maioria deles já tem família, filhos e não querem mais se envolver com esse tipo de coisa.

Silvya diz:

— Mas e enquanto o sacerdote das sombras? O do oitavo ano? Acho que seria bom conversarmos com ele, já que o paradeiro do atual sacerdote ainda é desconhecido.

— Não sei se seria uma boa ideia. Como eu disse, nenhum sacerdote anterior iria querer se envolver nisso. – Responde Orfeu.

— Olha, eu acho que no fundo… Nós meio que somos culpados pelo o que aconteceu na tribo das sombras.- Disse Silvya.

Aldo questiona:

— Culpados em que sentido?

— Quando fomos eleitos sacerdotes, éramos todos jovens e cheios de vigor. Veio a vida adulta, as responsabilidades… Mas nós nunca sequer fomos até a tribo das sombras perguntar para ele se precisava de alguma coisa. Se queria ajuda e etc. Pelo que sei, os sacerdotes anteriores ainda visitavam, mas nós não. Definitivamente nós abandonamos a tribo das sombras.

— Sem querer te interromper, Silvya, mas nós tentamos sim ajudar a tribo das sombras, mas ele mesmo quis cortar os laços com a tribo da luz.- Diz Bartiel.

— Mas vocês não queriam ajudar, só queriam mostrar pra eles o quanto vocês eram superiores.

Elin responde:

— Finalmente uma pessoa lúcida.

— Me desculpe, majestade Orfeu e Dora, eu sei que vocês vieram da tribo da luz, mas vamos aos fatos. Vanidian fica bem no meio, de um lado a tribo da luz e do outro, a tribo das sombras. Era pra tribo das sombras receber muito mais mantimentos do que as outras que estão mais longe, mas por conta dessa rivalidade antiga entre luz x sombras, eu percebo que sempre há uma restrição quando se trata daquela tribo. Gente, eles são pessoas como nós e precisam de ajuda.

— A Silvya tem razão, se não existisse essa rincha entre as duas tribos, nada disso teria acontecido. É como se o sacerdote das sombras tivesse comprado até mesmo as dores do primeiro sacerdote.- Disse Minerva.

— Vamos ver o que o Bartiel diz a respeito? Já que ele acha que tudo que não é do agrado dele, só sai da minha boca.- Ironiza Elin.

— Patético.

Dora diz:

— Ok, gente. Eu concordo, acho que realmente falhamos e muito com a tribo das sombras, o que acha, meu amor? De revertermos essa situação?

— Claro, querida. Acho que amanhã mesmo eu farei uma visita à tribo.

Telmar pergunta:

— Tem certeza? Não prefere que um de nós vá?

— Não, não. Acredito que a presença de um sacerdote de outra tribo ali poderia causar um certo desconforto nos moradores. Como eu sou o rei, acredito que não haverá tantas represálias. Amanhã mesmo me dirijo até a tribo das sombras para tentar ajudar aquele povo da melhor forma possível. Eu não me tornaria rei de Vanidian se não fosse pra fazer isso. Acho que por hoje já é o bastante. Por favor, Niel e Maldonado, nos mantenha informados de como vai o movimento aqui.

Os dois respondem:

— Sim, majestade.

— Bom, melhor irmos antes que nossa presença aqui chame a atenção das crianças. Boa noite, sacerdotes!

— BOA NOITE, MAJESTADE!

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ALA DAS SOMBRAS, QUARTO DE ÍCARO, 00H30.

 

Ícaro está dormindo de barriga pra cima e ouve vozes sussurrando.

“ÍICAROOO…”

“VEM PRA CÁ, ÍCAROOO”

“JUNTE-SE ÀS TREVAS”

Ícaro fica cada vez mais incomodado com aquelas vozes, ele abre os olhos e em questão de segundos, alguém com um manto e um capuz tapa a boca dele.

— Xiiiuu, é melhor ficar quietinho, garoto das sombras.

Outras pessoas vestindo o mesmo capuz aparecem, eles agarram Ícaro pelas pernas e pelos braços arrancando ele da cama. Ícaro tenta gritar por ajuda, mas um deles está tapando tão bem a sua boca com um lenço que ele não consegue fazer com que nenhum som seja suficiente para alguém escutar.

Eles levam Ícaro até o enorme banheiro da ala das sombras, o empurram no chão, e fecham as portas. Um deles se aproxima mais de Ícaro.

— Quem são vocês? O que querem de mim?

A pessoa que está na sua frente retira o capuz e trata-se de Lucy.

— Nós vamos te dar só mais uma chance, garoto. O que você fez com a garota da minha tribo?

— Eu… Eu não fiz nada, eu juro que não fiz!

— NÃO SEJA MENTIROSO! Você e aquela preta desgraçada são a causa de todas as desgraças que estão acontecendo nesse torneio.

— Eu já falei um milhão de vezes! O que é que eu tenho que fazer pra vocês acreditarem que nem eu e nem a Frida fizemos nada com aquela garota?

— Bem… Eu apenas sei de um jeito pra que vocês não possam mais nos machucar… Machucando vocês.

— Não, não façam isso.

— Vamos lá, gente. Machuquem os braços e as pernas dele e vamos falar depois que ele caiu acidentalmente da escada.

— Não, fiquem longe de mim! Saiam! Socorro!

Os outros se aproximam com bastões pra começarem a bater em Ícaro. Ele coloca as duas mãos na cabeça se recolhendo com medo da agressão. Quando estão prestes a agredir o garoto, aparece na quina da parede o dedo de um homem apontando pra aquela direção e rapidamente todos os garotos, incluindo Lucy, começam a sentir dores e ficam paralisados.

Ícaro abre os olhos e fica tentando entender o que está acontecendo com eles. Os garotos tentam se mexer, mas em seguida, eles caem desmaiados.

Ícaro fica confuso em relação ao que está acontecendo, mas prefere apenas se levantar dali e sair correndo para o seu quarto. Na quina da parede, vemos apenas a penumbra da pessoa misteriosa que também portava um capuz e seus olhos brilhavam com um tom amarelo macabro.

 

ÁREA EXTERNA, 09 DA MANHÃ.

 

Amanhece e todos já estão devidamente preparados para o teste de aptidão à magia no jardim. Todos, exceto alguns deles. Niel está ali os coordenando.

— Sejam muito bem vindos ao teste de aptidão à magia, mas… Não está faltando mais gente?

Ao terminar de pronunciar, alguns garotos juntamente com Lucy chegam ao local.

— Antes tarde do que nunca, senhores. Espero que tenham um bom motivo para esse atraso.

Lucy se posiciona do outro lado e encara Ícaro, ele vira o olhar na mesma hora. Frida percebe que ela o encarou e sussurra.

— Por que aquela idiota tá te olhando?

— Vai saber.

Niel continua.

— Bom, como já sabem, o teste de aptidão à magia é apenas uma forma de vocês forjarem a magia ancestral de dentro de vocês. Nem todos conseguiram despertar e está tudo bem, então não se sintam pressionados. Mas… Há uma coisa bem legal que vai servir como incentivo pra vocês. Caso algum candidato consiga fazer algum tipo de magia hoje, ganhará uma imunidade e não precisará participar da próxima prova.

Todos ficam olhando uns para os outros. Kira cochicha com Fie.

— Nossa, tudo que eu queria.

— Como já não é segredo pra ninguém, os nossos candidatos Vladimir e Munique Andreas já dominam a magia da luz desde pequenos, em outras palavras, eles estão imunes à próxima prova.

Alguns claramente não gostaram disso, outros não deram tanta importância.

— Para começarmos o nosso teste, gostaria de chamar os irmãos Andreas aqui na frente para nos fazer uma pequena demonstração.

Os Andreas se dirigem até o meio do jardim e ficam de lados opostos. Eles fazem o movimento de conjuração e cada um exala uma espécie de arco-íris de luz juntando os poderes um do outro. Os candidatos ficam completamente chocados, impressionados e até mesmo incrédulos com o que estão vendo.

Minutos depois, os Andreas estão sentados ali na calçada do gramado assistindo todos os outros candidatos ali em pé posicionados e tentando despertar sua magia. Niel está ali andando no meio deles os monitorando.

— A magia ancestral não pode ser forjada na brutalidade, mas cada um consegue despertá-la de um jeito particular. Este lugar, a natureza, é o melhor ambiente para que vocês concentrem toda a vossa magia. Temos a água do lago para ajudar os manipuladores da água, a terra e a grama para os da terra. A luz do sol para os de fogo e os da luz, o vento para os do ar, as rochas, fendas e árvores para os das sombras. A energia ao redor de todo o instituto para os do trovão. Aqui vocês são livres, então peço que se concentrem, respire fundo, acredite no poder da magia que habita dentro de vocês.

Todos eles estão separados em cada canto específico se concentrando e tentando despertar sua magia.

Entre eles, Willa Sawyer, da tribo do ar, a garota que ajudou Kira. Willa tem 20 anos, aparência oriental, cabelos pretos e lisos, usa uma espécie de bandana na testa.

Willa consegue mostrar a sua magia criando um redemoinho de vento ao seu redor. Todos os demais olham admirados e a aplaudem.

— Parabéns, senhorita Willa! Você conseguiu mostrar a sua magia e conseguiu imunidade para a próxima prova. Pode assentar-se juntamente com os Andreas.

O teste continua, e dessa vez Ali, a rival de Kira é quem mostra um pouco da sua magia.

— Ow, parabéns, senhorita Ali. Esperamos que no próximo teste, possa aumentar um pouco essa tua espiral de fogo. Mas no mais, você está imune da próxima prova.

Kira e Fie riem discretamente, pois claramente Niel demonstrou que a jovem Ali só sabia fazer aquilo.

Perto do lago, Magnus está tentando ao máximo despertar o seu poder das águas, mas não consegue. Entretanto, perto dele, a candidata Villy (20 anos, morena, cabelos pretos) consegue criar uma pequena nuvem de chuva e coloca no ar fazendo com que chova em cima dos participantes da água.

Lucy, por sua vez, consegue criar várias bolhas de água. As duas já estão imunizadas.

Em outra parte, Collin, da tribo da terra, energiza seu poder e faz com que pequenas pedras comecem a flutuar do chão. Todos começam a aplaudir, ele também está imunizado.

O tempo vai passando e vários conseguem despertar ao menos uma faísca de seu poder. Mas Kira e os demais heróis parecem não conseguir absolutamente nada.

O tempo do teste termina.

— Bem, queridos. Parabéns a todos que conseguiram a imunidade, e também a todos vocês que tentaram. Não se sintam mal por não conseguirem despertar a magia de vocês. Agora vamos voltar todos para o salão e em breve revelo detalhes da próxima prova.

Kira e Fie saem dali, desapontadas. Ao igual que Frida e Ícaro. Magnus encontra com Eloy subindo, com a cara bem chateada e o abraça.

— Relaxa, campeão. Da próxima vez a gente consegue.

— Tomara.

Enquanto estão todos voltando para o salão, um garoto da tribo do ar está preocupado fazendo perguntas para outros colegas.

— Você viu o Marcus?

— Não. Ele não estava com você?

— Não, eu… Eu não vi ele hoje.

 

Cerca de meia hora depois, Eloy e Ícaro estão conversando sentados na escada.

— Poxa, eu jurava que eu ia conseguir, estava quase, mas no final… Acho que eletricidade não combina muito com natureza, não é?

Ícaro está com o pensamento distante. Eloy percebe isso e pergunta;

— Você tá bem?

— Sim, sim, eu… Eu estou bem. É… Eloy, consegue guardar um segredo?

— Eu… Bom, acho que sim, ninguém nunca fala nada comigo mesmo.

— Tem que me prometer que não vai contar nada pra Frida, porque eu não quero preocupar ela.

— Tá tudo bem, pode contar.

 

ALA DO AR, QUARTO DE WILLA.

 

Willa está na frente da penteadeira terminando de colocar os seus brincos em formato de pena em cima de um pequeno suporte, até que alguém bate na porta.

— Já vai!

Willa vai até a porta e quando abre, está ali dois garotos e uma garota de sua tribo.

— Pois não?

A garota diz:

— Willa, um garoto da nossa tribo desapareceu.

— O quê?

 

Cortamos para o momento em que os 4 estão no corredor andando a passos apressados até o quarto do garoto.

— Vocês tem certeza que não viram ele?

Um dos garotos responde:

— Eu estava jogando com ele ontem e não o vi depois.

— Sim, e eu não o vi hoje no teste de aptidão à magia- Diz o outro garoto.

— Isso é impossível.

Eles chegam na porta do quarto dele, Willa bate na porta. Bate mais uma vez.

— Qual é mesmo o nome dele?

A garota responde:

— Marcus Ivar.

— Marcus, sou a Willa, posso entrar?

Ninguém responde.

— Olha, eu estou entrando, hein?

Willa abre a porta, entra, procura pelo quarto juntamente com os demais. A cama está vazia e arrumada. O garoto que jogava com ele diz:

— O quarto tá do mesmo jeito de quando ele saiu ontem. E… Eu não lembro de tê-lo visto ontem no jantar, agora que eu estou me lembrando.

— Verdade, depois da primeira prova do campo minado, eu não vi mais ele. – Disse a garota.

— Meu Deus, precisamos fazer alguma coisa.

 

GABINETE DE NIEL, TARDE.

 

Niel está na mesa escrevendo em uma ata, alguém bate na porta.

— Entre!

Willa entra abruptamente na sala.

— Senhorita Sawyer? O que faz aqui?

— Niel… Precisamos conversar!

Niel fica com um semblante aflito.

 

Mais tarde, Niel está pedindo para que os guardas vasculhem o prédio. Willa e seus outros colegas estão ali do lado.

— Esse garoto não pode ter ido pra longe, procurem bem.

Niel se aproxima de Willa.

— Quando foi a última vez que vocês o viram?

— Ontem, depois da prova. Não o vimos mais. Ele só tem 18 anos, Niel.

— Essa não.

O garoto que estava com ele, diz:

— Peça para os guardas procurarem ele no jardim, lá foi a última vez que eu vi ele.

— Certo, faremos isso.

A busca pelo garoto desaparecido se intensifica cada vez mais.

Eloy e Ícaro estão na escada conversando.

— Nossa, Ícaro, mas isso é muito grave. Você não sabe o que aconteceu depois?

— Não, não sei.

Eles percebem a movimentação estranha dentro do salão e alguns guardas subindo as escadas. Ícaro e Eloy se levantam e ficam assustados.

— O que tá acontecendo?- Questiona Eloy.

No jardim, os guardas e alguns candidatos da tribo do ar estão ali procurando pelo garoto.

Maldonado já está sabendo do ocorrido e vai para o jardim juntamente com outros guardas.

— Peça para que todos procurem perímetro por perímetro desse lugar.

Na ala do ar, os guardas estão entrando em todos os quartos, os candidatos começam a ficar assustados sem saber o que está acontecendo.

Na Ala da água, Magnus está conversando com Glaus e Daian, e percebe a movimentação estranha ocorrendo.

— Galera, o que tá acontecendo? Por que tá todo mundo andando pro lado e pro outro? É alguma prova?

Glaus responde:

— Não sei, Magnus, mas é bom a gente dá uma olhada.

Na ala do fogo, Kira, Fie e Frida estão conversando no quarto e a porta está semiaberta.

Eloy e Ícaro chegam e abrem a porta.

— GENTE!- Gritou Eloy.

Frida pergunta:

— ÍCARO? ELOY? O que aconteceu?

— Um garoto da tribo do ar está desaparecido.

As três se entreolham e depois olham para eles de novo, perguntando:

— QUÊ??

No jardim, as buscas continuam. Kira, Fie, Frida, Eloy e Ícaro descem as escadas do lado de fora para irem direto ao jardim.

Lucy aparece ali ironizando eles.

— O que mais vocês fizeram dessa vez, hein?

Frida responde:

— Tá ficando louca, garota? Qual é a sua?

— Pergunta para o seu amiguinho aí (referindo-se a Icaro). Pergunta pra ele o que ele fez com a gente ontem.

Frida olha para Ícaro sem entender do que se trata.

 

Mais a frente, pra mais além do jardim, Magnus está questionando alguns candidatos da tribo do ar.

— Como ele era mais ou menos?

— Era branquinho, baixinho, tem 18 anos.

— Tá, vamos procurar.

Atrás dos arbustos, Glaus acaba encontrando a peteca no chão e mostra para Daian e um dos garotos da tribo do ar.

— Eu… Encontrei isso aqui. Serve de alguma coisa?

— Essa era a peteca que estávamos jogando ontem. O Marcus correu pra ir pegá-la e disse que depois voltava.

Magnus encontra com eles.

— Acharam alguma coisa?

— Não, talvez uma pista.

Daian desce para mais abaixo daquele jardim, perto de árvores e grita aos amigos.

— GENTE! Eu acho que tem alguma coisa ali embaixo.

Do outro lado, Kira e os outros estão ali aflitos sem saber como ajudar. Uma das candidatas da tribo do fogo se aproxima de Kira e Fie, dizendo:

— Parece que encontraram ele.

— Sério?

Todos se encaminham para a mesma direção.

No local, Niel está ali juntamente com Maldonado, alguns guardas e os participantes.

Willa está chegando atrás, abrindo caminho no meio das pessoas.

— Com licença, gente! Por favor, me deixem passar. O que aconteceu?

Quando ela passa por eles, a primeira coisa que vê é a expressão de Niel olhando pra ela completamente assustada.

— O que houve, Niel? Cadê o Marcus?

— Willa, eu…

Willa empurra Niel para o lado e quando vai para frente se depara com a verdadeira imagem do horror.

Marcus está enforcado em uma corda na árvore sugerindo que ele cometeu suicídio.

Willa se ajoelha e se desespera:

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!

Na roupa do garoto, um cartaz escrito:

 

SINTO MUITO!

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OUÇA JÁ O SINGLE “CAMPEÕES VAMOS SER”, O TEMA PRINCIPAL DE VANIDIAN:

 

 

 

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