Na fazenda de Fagundes, os amigos já estão se reunindo para se alegrarem com a chegada de Antunes.

RAIMUNDO: Vamos logo, Serena. Por causa de sua demora o coronel Fagundes vai me chamar a atenção .

SERENA: Tô indo! Hoje tenho que me apresentar bonita. Vai ter muita gente, assim me verão toda linda!

JULIO: Tá bom mamãe. A senhora já está linda. Vamos embora.

RAIMUNDO: Agora vamos?

SERENA: Se fossem mulher queria ver vocês terem essa pressa toda.

RAIMUNDO: Você atrasou tanto e não alcançou seu objetivo.

SERENA: E você que não gosta nem de tomar banho.

JULIO: Vocês dois podiam parar com essas insinuações. Dá um tempo.

Assim a família se dirige para a casa grande. Fagundes está recepcionando o seu compadre Pereira e família que acaba de chegar.

FAGUNDES: Meu amigo compadre, se achegue. Bem vinda comadre Mariana .

MARIANA: Obrigada compadre.

FAGUNDES: Mas, afinal, cadê a filha Adelaide?

MARIANA: Está a conversar com o vosso filho.

FAGUNDES: Isso é bom meus compadres.

Enquanto estão todos envolvidos com a acolhida dos convidados, Tonho, um és escravo da fazendo, chega sorrateiramente e vá até a cozinha onde está Quirina.

TONHO: Quirina! Estou aqui como você está?

QUIRINA: Tonho! Quanto tempo. O coronel viu você chegar?

TONHO: Viu não. Cheguei às escondidas. Precisava de lhe dar uma notícia. Então aproveitei a festa para vir aqui, sem ser notado.

QUIRINA: Notícia? Que notícia?

TONHO: O José, seu irmão, finalmente saiu da cadeia hoje.

QUIRINA: (muda seu semblante com a notícia) O José está solto?

TONHO: Sim Quirina, ele já cumpriu sua pena pela morte do maldito feitor Brum. Você não ficou alegre com a notícia?

QUIRINA: Sim Tonho, claro que fiquei. Mas junto com essa notícia, me veio também a recordação da promessa que José fez ao coronel no dia que ele foi preso.

TONHO: Que promessa Quirina?

QUIRINA: Ele jurou matar o coronel assim que saísse da cadeia.

TONHO: Então é isso!

QUIRINA: Isso o que?

TONHO: Ele me disse que agora ele estava livre pra fazer algo que ele deveria ter feito no passado para depois fugir daqui.

QUIRINA: De volta toda a minha dor do passado. Fale pra ele Tonho que preciso muito conversar com ele.

TONHO: Tá bom, agora preciso ir.

Tonho sai e vai embora sem que Fagundes o veja. No pátio da casa grande, todos se alegram com a família pela chegada de Antunes. E o mesmo, já está estafado dos assédios de Adelaide.

ADELAIDE: Lembra de quando éramos crianças e vivíamos correndo pelos campos aqui da fazenda? Que tempo bom. Estou com vontade de fazer tudo novamente.

ANTUNES: Fazer tudo o que? Você não acha que já estamos bem crescidos pra ficar brincando por aí?

ADELAIDE: Mas podemos mudar aquelas brincadeiras de criança, para brincadeiras de gente grande.

ANTUNES: Penso que é melhor a gente ir para perto de todos. Quero dar atenção aos meu velhos amigos.

As mães Helena e Mariana, sentadas  nas cadeiras expostas no pátio conversam de tudo um pouco. E principalmente …

MARIANA: É tão bom ver nossos filhos já adultos e já querendo formar uma família.

HELENA: Como assim comadre?

MARIANA: Veja nossos filhos! Que casal bonito formam. Seu filho Antunes é o genro que toda mãe de donzelas gostaria de ter.

HELENA: É minha comadre isso não depende só da vontade das mães. A comadre está me entendendo.

MARIANA: Mas os nossos filhos tem tudo para serem felizes no amor. Casal perfeito.

Enquanto isso, lá na vila, Tonho acaba de chegar em casa …

MARIA: Demorou Tonho pra voltar!

TONHO: Daqui na fazenda é puxado pra quem vai a pé.

MARIA: E Quirina, como está?

TONHO: Bem. Ficou preocupada quando disse que José está solto… Por falar em José, onde ele está?

MARIA: Saiu faz tempo, disse que ía no boteco do Tonico.

TONHO: Quirina quer falar com ele antes que ele faça qualquer besteira.

No boteco, está rolando uma prosa entre Tunico e José.

TUNICO: Você precisa pensar direitinho José. Qualquer vacilo, você volta pra cadeia. Além disso o coronel é peixe grande.

JOSÉ: Vou matar aquele cão e sumir pelo Brasil afora. Ninguém vai me colocar as mãos.

TUNICO: Você teve sua liberdade tão sonhada e foi pra cadeia na mesma hora. Agora está livre da prisão e quer viver fugindo. Pensa direito homem. Vai aproveitar sua liberdade. Seus companheiros de escravidão hoje estão todos bem, vivendo livres por aí. Veja o Tonho e Maria, estão tranquilos aqui na vila.

JOSE: Sou homem de palavra seu Tunico. Um dia jurei em alto e bom som que iria matar aquele homem, agora tenho que cumprir meu juramento.

TUNICO: Meu amigo José, não é feio rever nossas decisões, quando as mesmas são para nos fazer regredir. Pense bem. Hoje você é livre, se fizer o que está planejando, voltará a ser escravo, mas desta vez escravo de suas atitudes impensadas.

CONTINUA…

No próximo capítulo, Sara inicia a busca pela sua mãe. Antunes e Helena caminham pela fazenda e relembram da escravidão. Coronel Fagundes vai à vila e encontra com José e Tonho no boteco de Tunico.

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