No capítulo anterior:
Sara conta seu passado para Romero e Divina, dizendo que seu desejo é o de encontrar sua mãe, da qual foi separada no mesmo dia em que nascera. Antunes quer destruir o cenário de escravidão que ainda existe na fazenda de seu pai Fagundes. No boteco de Tunico, Fagundes encontra o seu maior inimigo, José.
No capítulo de hoje:
NA FAZENDA
Após caminhar com sua mãe, pelas redondezas da casa sede da fazenda, Antunes vai até a cozinha matar a saudade de uma boa conversa com Quirina. Como fazia quando criança, ele chegava em silencio para pregar um susto na sua ama.
ANTUNES: (entra rápido e abraça Quirina, causando a ela um susto) Cheguei.
QUIRINA: Ai menino. Que susto!
ANTUNES: Recordando os velhos tempos … (olha nos olhos dela) Tá chorando Quirina? O que houve? O que meu pai te falou desta vez?
QUIRINA: Nada! Não foi o coronel!
ANTUNES: Mas por que choras?… Pergunta boba né minha ama querida?
QUIRINA: Minha vida, o tempo todo é só tristeza.
ANTUNES: É por causa de Rosa suas lágrimas! …Eu prometo a você que vou encontrar sua filha!
QUIRINA: Encontrar como, Antunes? Já se passaram 22 anos que fui separada dela. Por onde ela andará?
ANTUNES: Nem que seja a última coisa que eu faça. Mas irei encontrar sua filha.
Os dois se abraçam.
NA VILA
O coronel Fagundes, ainda no boteco de Tunico, avista Sara saindo da pensão .
FAGUNDES: O que será que aquela escrava veio fazer aqui? O que me chama a atenção, é que ela anda bem vestida.
TUNICO: Pelo que fiquei sabendo, ela veio procurar sua mãe que foi separada dela ainda recém nascida. Também ouvi dizer que ela herdou toda a fortuna do patrão dela que não tinha ninguém por ele, e que acabou falecendo.
FAGUNDES: Deve ser uma golpista. Essa raça é esperta, Tunico. Sabe, tem coisa que não entendo: Esses és escravos sonhavam com a liberdade, a tiveram e agora ficam aí vadiando pela rua. Veja o Tonho, o José e o João, não querem trabalhar.
TUNICO: Mudando de assunto coronel, eu quero fazer uma pergunta ao senhor. Moro aqui na vila a muitos anos, antes do senhor comprar a fazenda, eu já tinha meu boteco aqui. O senhor chegou, se casou com minha irmã…
FAGUNDES: Fala logo o que você quer saber.
TUNICO: Quando o senhor chegou aqui na região, só veio o senhor e o feitor Brum.O que aconteceu com os familiares do senhor, pai, mãe…?
FAGUNDES: Sabe seu Tunico, eu não gosto de falar neste assunto. Minha família é minha esposa Helena e meu filho Antunes, que por sinal é sua irmã e sobrinho, o resto não importa pra ninguém. Me dê licença. Preciso ir.
Fagundes sai do boteco e caminha pela rua, ao passar bem enfrente a pensão, ele para e olha em direção à mesma. Divina lá de dentro o avista parado e…
DIVINA: Romero,venha cá.
ROMERO: O que foi Divina.
DIVINA: Olha, ele está parado bem enfrente da pensão.
ROMERO: O que ele quer será?
Quando percebe que está sendo notado pelos donos da pensão, Fagundes segui pela rua da vila.
DIVINA: Pensei que ele fosse entrar e falar comigo.
ROMERO: Não se iluda, querida. O coração dele é de pedra.
NA FAZENDA
Antunes, também irá para a vila.
HELENA: O que você irá fazer lá filho?
ANTUNES: Preciso rever uma pessoa especial que conheci nesta viagem de volta pra cá.
HELENA: Já sei. Conheceu uma moça que mexeu com seu coração.
ANTUNES: As mães nunca erram sobre os sentimentos dos filhos. É Sara. Linda, doce e meiga! (dá um beijo na mãe e sai apressado)
HELENA: Faça uma visita ao meu irmão Tunico… Que seja uma moça que lhe faça feliz. (fala sozinha)
FAZENDA DO SR PEREIRA
Adelaide quer que seu pai vá falar com o coronel Fagundes sobre seu “casamento”com Antunes.
MARIANA: Estou te achando muito apressada menina!
ADELAIDE: Se ficar demorando, eu mesma vou fazer isto.
MARIANA: Que isso menina? Oferecida!
ADELAIDE: Mamãe, vai que aparece outra moça e o conquiste? Não quero sobrar.
PEREIRA: Na hora certa falarei com o compadre. E você se aquiete viu?
FAZENDA DO CORONEL
Raimundo e Júlio, cavalgam pela fazenda…
JÚLIO: Quando o feitor Brum veio trabalhar aqui, o senhor já trabalhava aqui também?
RAIMUNDO: Não filho. Comecei a trabalhar aqui quando ele morreu e após a abolição dos escravos. Vim não como feitor, mas como uma espécie de fiscal ou gerente do coronel.
JÚLIO: O que o senhor sabia desse feitor? Pelo o que se ouvia era um homem mal, misterioso.
RAIMUNDO: Tudo o que sei é que ele veio junto com o coronel, quando comprou esta fazenda. O coronel ainda nem casado era com dona Helena. Veio apenas os dois de Portugal.
JÚLIO: E a família do coronel? Pai, mãe e irmãos?
RAIMUNDO: Ninguém sabe. Devem estar em Portugal. Pois ele veio de lá.
JÚLIO: Estranho ninguém conhecer e nem falar de seu familiares.
RAIMUNDO: Sim. Ele não gosta de falar sobre o assunto.
JÚLIO: E dona Helena. Cadê seus pais?
RAIMUNDO: Dona Helena, é daqui da região. Irmã do seu Tunico do boteco da vila. Ela trabalhava com ele no boteco quando o coronel a conheceu e se casou com ela.
CONTINUA…
No próximo capítulo, Antunes se encontra com Sara e são vistos pelo coronel. Júlio encontra com Adelaide na estrada e tenta convencer a moça de namorá-lo. Antunes reencontra com Sara.
Parabéns, Luiz! A história é maravilhosa!
Parabéns, Luiz! A história é maravilhosa!