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Capítulo 20

CENA 01 – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL – RECEPÇÃO – TARDE – INTERNA

 

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR:

Todos estão aflitos aguardando alguma resposta, quando, de repente, vem o médico responsável pelo caso.

Ofélia: E então, doutor? Como minha filha está

Médico, com expressão de lamento: Nós fizemos de tudo para reanimá-la, mas não obtivemos resposta. Infelizmente ela faleceu. Eu sinto muito.

Close na expressão de desespero de todos.

Mirella chorando: Não, doutor! Por favor! Diz que é mentira.

Ofélia, se desesperando: Não, minha filha não, por fav… ela desmaia. Alguns médicos a ajudam e a levam para um quarto.

Aristides abraça a Mirella e a João, que choram muito.

 

CENA 02 – TARDE – CASA DOS BARRETO – INTERNA

 

Joana recebe a visita de Francisco.

Joana: Que bom ter você aqui, Francisco. Mas o que houve no vernissage? Fiquei preocupada.

Francisco: Pois é. A Helena sofreu uma parada cardíaca e está no hospital. Deus queira que fique tudo bem.

Joana: Sim, Deus queira que sim!

Francisco: Mas eu vim aqui por outro motivo.

Joana, preocupada: Outro motivo? Qual?

Francisco: Eu vou lutar com você pela saúde do nosso filho. Eu aceito ser doador.

Joana: Sério? Nossa, você não sabe como eu fico feliz!

Francisco: Apesar de tudo que vem acontecendo, nesse momento precisamos unir forças pela saúde do nosso… quer dizer, do Olavo.

Joana: Francisco, por favor. Ele é seu filho sim. Você o criou. Você deu amor.

Francisco: Joana, por favor, digo eu. Não vamos entrar nesse assunto agora. Bom, eu já disse o que tinha que falar. Tenho que ir. Tchau. E dá um beijo no Olavo por mim.

Francisco sai. Joana se senta no sofá.

Joana, suspirando feliz: Ai! Obrigada minha Santa Rita de Cássia! Pelo menos nessa batalha eu não estou sozinha!

 

CENA 03 – TARDE – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL – RECEPÇÃO – INTERNA

Aristides liga para Heloísa.

Aristides, chorando: Alô, filhinha?… Não, filha, não está nada bem… Sua irmã está morta… Sim, queria eu que fosse brincadeira, minha filha… Ela teve um mau – súbito no vernissage, e não resistiu… Pra ajudar, sua mãe está seriamente doente e passou mal quando soube da notícia… Ah filhinha, se você puder, venha… Precisamos muito de você nessa hora. Um beijo, meu amor. Fica bem. Tchau.

Ali mesmo, Mirella, que continua a chorar, liga para Daniel:

Daniel, do outro lado da linha: Oi, filha. Alguma notícia de sua mãe?

Mirella, chorando: Pai, a mamãe está morta.

Muda a cena para Daniel: O quê?  – Expressão de desespero de Daniel

 

CENA 04 – TARDE – APARTAMENTO DE HELENA

Zoraide, que já sabia da notícia, estava sentada no sofá, chorando, quando chegam Mirella e João Victor. Eles entram correndo e se abraçam com Zoraide.

Mirella, soluçando: Por que, Zoraide? Por que aconteceu isso com a minha mãe

Zoraide: Oh minha filha… Essa é uma pergunta que eu não consigo responder. Na verdade, não há o que falar neste momento, sabe… Só chorar.

João: Eu estou tão arrependido. Eu só causei preocupação pra ela. Eu que deveria morrer no lugar dela.

Zoraide: Não, meu querido. Ela amava você.

Mirella: Mas e agora, Zoraide? O que será de nós?

Zoraide: Eu não sei, minha filha. Eu não sei. Mas haja o que houver, eu vou estar aqui com vocês!

Os três se abraçam, chorando.

 

CENA 05 – TARDE – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL – QUARTO DE OFELIA

Aristides entra no quarto da esposa para ver como ela estava.

Aristides: Querida. Está melhor?

Ofélia, chorando: Não tem como eu estar melhor, Aristides. Uma avalanche caiu sobre nossa família. Eu estou morrendo e minha filha se foi. Eu não sei o que fiz pra merecer tanto sofrimento.

Aristides: Eu sei, meu amor. Eu também estou transtornado com tudo isso, principalmente com essa morte repentina de nossa filha. Mas saiba que não fizemos nada. A vida que tem os seus meios, os seus caminhos. Nós não entendemos certas coisas, e o que nos resta é aceitar e seguir em frente. Mas eu quero que saiba que vou estar aqui, com você. Apesar de tudo que está nos acontecendo, eu ainda creio que a vida nos trará coisas boas.

Ofélia: Meu amor. Eu não sei o que seria de mim sem você. Admiro muito sua força e firmeza de espírito. Mas nada poderá substituir nossa filha. Nada.

Aristides a abraça: Eu sei, querida. Disso eu sei.

Os dois permanecem abraçados.

 

NO DIA SEGUINTE, OCORRE O VELÓRIO DE HELENA.

 

CENA 06 – MANHÃ – CEMITÉRIO MUNICIPAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS – CAPELA MORTUÁRIA

No meio da capela está o caixão fechado. Em volta dele, Mirella, que chora abraçada com Rafael, Zoraide, Aristides e Ofélia, que choram muito sentidos, além de outros amigos e conhecidos que também estão muito tristes. João Victor está debruçado sobre o caixão.

*trilha sonora triste

João, chorando: Mãe… volta, mãe… eu preciso de você…

Mirella: Vó, eu só não entendi o porquê do caixão fechado.

Ofélia, chorando: preferência da sua mãe, minha filha. Ela sempre dizia que, quando partisse, queria o caixão fechado, pois ela queria viva a sua última imagem na memória das pessoas.

Mirella vê a cena e chora ainda mais. De repente, chega Daniel e Fernanda. Fernanda fica próxima à porta da capela, enquanto que Daniel se aproxima do caixão.

Daniel, para João: Filho, eu sinto muito.

João, estourando de raiva: Foi você, eu sei que foi você. Você arruinou a vida da minha mãe desde o início! Agora vem aqui, dizer que sente muito? Eu vou acabar com você! – o jovem avança em cima do pai, mas é segurado pelas pessoas.

Mirella: Por favor, João, calma. Respeita a memória de nossa mãe. Por favor! – O rapaz acaba se contendo.

De repente, chega o padre e finaliza o velório, recitando versículos bíblicos e fazendo uma ultima reza. O caixão é levado para ser sepultado.

O cortejo segue até o túmulo, onde o caixão é enterrado debaixo de muitas flores, aplausos e choros inconsoláveis.

Aos poucos, as pessoas começam a ir embora. Daniel fica sozinho e se abaixa próximo ao túmulo.

Daniel: Ah, Leninha… por que você se foi? Eu não queria que tudo acabasse dessa maneira… Mas eu sei que você está num lugar de paz nessa hora. Você merece estar num lugar de paz. Eu sei que é tarde demais para falar isso, mas saiba que estou muito, muito arrependido por ser quem eu sempre fui para com você. – Uma lagrima corre pelo seu rosto – E quero que saiba também que…  – ele começa a soluçar e chorar – Eu sempre te amei… Como nunca amei ninguém em toda minha vida. Descanse em paz.

Ele faz o sinal da cruz e sai. Fernanda observa, de longe.

 

PASSAM – SE DOIS DIAS…

 

CENA 07 – AEROPORTO D. PEDRO II – MANHÃ – INTERNA:

Heloísa está voltando para o Brasil. Detalhe pela semelhança física entre ela e Helena, já que eram gêmeas. Aristides e Ofélia a aguardam no saguão do aeroporto, de repente ela aparece.

Heloísa, abraçando os pais: Oi pai, mãe! Quantas saudades de vocês.

Ofélia, chorando: Oh, minha filha. Sentimos muitas saudades. Por favor, diga que vai ficar.

Heloísa: sim, mãe. Eu vou ficar. O pessoal da empresa aproveitou o ocorrido e adiantou minha transferência. Falando nisso, me perdoem por não chegar a tempo para o enterro da Helena. Houve uma tempestade lá em Londres e o voo foi cancelado. Queria tanto me despedir da minha irmã…

Aristides: Pois é. E está sendo tão difícil sem ela por aqui. Nesse momento nós precisaremos muito de você, minha filha.

Heloísa: E eu vou estar aqui, pai. Eu vou.

Ofélia: Bom, vamos, que temos que ir ao apartamento da Helena. O Dr. Luiz nos convocou para irmos até lá.

Os três saem.

 

CENA 08 – MANHÃ – APARTAMENTO DE HELENA.

No apartamento, já estavam reunidos, Daniel, João Victor, Mirella e Zoraide. De repente, chegam Ofélia, Aristides e Heloísa. Mirella e João Victor se abraçam com a tia.

Mirella: Oi, tia! Que saudades de você!

Heloísa: Oh, meus queridos. Estava morrendo de saudades de vocês.

João Victor: tia, eu não sei o que fazer sem a minha mãe. Minha vida não tem mais sentido.

Heloísa: calma, meu amor. Eu vou cuidar de vocês.

Todos se reúnem na sala.

Ofélia: E então, doutor? Qual o motivo desta reunião.

Dr. Luiz: Bom, para início de conversa eu quero desejar os meus sinceros sentimentos a todos. Mas eu reuni a todos aqui para fazer a leitura do testamento de Helena

Todos se olham assustados.

*Trilha Musical – tensão

A imagem congela e se transforma em um quadro pintado a óleo em uma grande exposição, juntamente com os quadros dos capítulos anteriores

FIM DO CAPÍTULO 20

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