CENA 01 – APARTAMENTO DE HELENA / HELOÍSA – NOITE
Daniel e Heloísa chegam do hospital e são recepcionados pela família.
Ofélia, correndo abraçar a Heloísa: Oh, Minha filha, minha filha, que bom te ver! Está tudo bem? Está inteira?
Heloísa: Graças a Deus estou bem, mamãe. E ao Daniel. A Fernanda o ameaçou caso ele chamasse a polícia, mas ele chamou assim mesmo. E salvou a minha vida.
Daniel: Não, os méritos são da polícia. Graças a eles estamos bem aqui.
Mirella: E esses ferimentos? Meu Deus, pai.
Daniel: Pois é, minha filha, eu também fui feito de refém pela Fernanda, e o comparsa dela me deu uma surra. Mas já estamos bem. E o seu irmão.
Mirella: saiu quando ainda era dia e não voltou até agora.
Zoraide: mas vamos nos sentar pra jantar, acabei de servir a mesa.
Heloísa: ótimo, porque ser sequestrada da uma fome.
Todos riem e vão pra mesa.
CENA 02 – BECO QUALQUER – NOITE.
João está com amigos, todos se drogando. Ele tira o anel do bolso.
João: Isso dá pra alguma coisa?
Traficante: da pra alguma coisa e mais um pouco.
João: então me da tudo o que der.
O rapaz lhe entrega a droga. João começa a usá-la ali mesmo. Os amigos o observam, de longe.
Thiago: cara, o João caiu de vez na droga, mano.
Murilo: Culpa tua que ofereceu pro guri. Se ele ta nessa situação a culpa é tua.
Thiago: Minha o caramba, rapaz. Ele usou porque ele quis. Ninguém obrigou. E outra, você também incentivou o piá a usar.
Os dois continuam a olhar a João, que continuava a cheirar cocaína.
UM MÊS DEPOIS…
CENA 03 – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL – DIA
Olavo está tendo alta. Ele e seus pais estão no médico, recebendo orientações.
Médico: Olavo, você se recuperou muito bem. Agora, pode continuar o tratamento em casa, com consultas periódicas predeterminadas.
Francisco: E em casa, quais são os cuidados?
Médico: estão todos prescritos neste receituário. Mas são medidas simples: Cuidado com horários dos remédios, com higiene, alimentação balanceada, e presença nas consultas. Se tudo for feito de forma correta, o Olavo está em plena recuperação em pouco tempo.
Joana: Doutor, pode deixar que, no que depender de mim, tudo vai ser feito certinho.
Médico: ótimo. É muito bom que o Olavo tenha o apoio dos pais nesse período. Mas eu quero fazer um pedido especial a vocês.
Francisco: Qual pedido, doutor?
Médico: Quero que espalhem pelos vizinhos, familiares e conhecidos a importância da doação de medula. O Olavo teve muita sorte ao encontrar um doador compatível na família. Mas existem muitas pessoas que estão há muito tempo na fila aguardando por um transplante.
Joana: Doutor, vou espalhar pra todo mundo. Essa é uma “fofoca” que eu vou ter um enorme prazer de espalhar. É um procedimento simples que pode salvar muitas vidas.
Médico: Exatamente. Ressaltem que qualquer pessoa pode fazer doação, desde que tenha de 18 a 55 anos, com boa saúde.
Francisco: O senhor não teria alguns panfletos para eu disponibilizá-los lá no meu serviço?
Médico: Sim. Vou pegá-los.
O médico pega os panfletos, e os entrega a Francisco.
Médico: Bom, vocês já estão liberados. Desejo ao Olavo uma boa recuperação, e muito Juízo, viu, rapazinho!
Olavo: Pode deixar, doutor. Vou me cuidar bem.
Joana: Doutor, muito obrigado por tudo, serei eternamente grata!
Francisco, cumprimentando o doutor: Também sou muito grato, doutor. Obrigado, mesmo!
Médico: estarei sempre à disposição. Abraços a todos.
Todos saem do consultório.
04 MESES DEPOIS…
CENA 04 – CASA DE CAMPO ARISTIDES E OFÉLIA – MANHÃ
A casa está em clima de festa, pois é o aniversário de Ofélia. Chegam à casa, Heloísa, Mirella, Daniel e Zoraide.
Heloísa, abraçando a mãe: Parabéns, mãe! Te amo muito, muito, muito, viu!
Ofélia: Oh minha filha, também amo muito você! Mas, o que te deu? Veio cedo. Você nunca foi de acordar cedo.
Heloísa: Pois é, viemos te ajudar com os preparativos da festa.
Ofélia: Ah sim, já está a todo vapor.
Os outros cumprimentam Ofélia.
Ofélia: mas, cadê o João.
Mirella: Pois é… o João falou que vem na hora da festa.
Ofélia: Estou tão preocupada com o meu neto, meu Deus. Se transformou após a morte da mãe.
Mirella: mas ele vem, vovó. Fique despreocupada, até por que hoje é dia de festa!
As duas se abraçam e vão para o quintal.
CENA 05 – DELEGACIA FEMININA – TARDE:
Fernanda está tomando banho de sol com as outras detentas, quando conversa com uma, Tatiana, com quem já tinha amizade.
Tatiana: E então, Fernanda? Tu já pensou no que tu vai fazer?
Fernanda: até pensei, mas eu quero saber se você vai me ajudar, né…
Tatiana: Poxa, trocar de lugar com você? Poxa, é a minha condicional, cara… tava esperando por isso desde que entrei aqui.
Fernanda fica olhando pra ela, com cara de pidonha.
Tatiana: ta bom. Vou aliviar o teu lado. Mas você vai ter que arrumar um jeito de me tirar daqui depois.
Fernanda: aaaaiiii! Sabia que podia contar com você. E pode deixar que eu venho te buscar de helicóptero, se for preciso!
Tatiana: Acho bom. Vou ali falar com as outras e já venho. – a moça se afasta.
Fernanda: Coitada. Vai apodrecer nessa cadeia. Burra. Miserável. E Daniel, meu amor. Aguarde-me, que eu estou voltando.
Close no olhar raivoso de Fernanda.
PASSAM SE AS HORAS E ANOITECE EM ESPERANÇA
CENA 06 – CASA DOS BARRETO – NOITE:
Joana está arrumando a mesa do jantar, quando alguém bate no portão. ela vai atender e é Francisco.
Joana: Entra, Francisco.
Ele entra na casa. Lá dentro…
Olavo: Oi pai. – ele abraça o pai.
Francisco: E aí, filhão? Tudo bem?
Olavo: To ótimo, pai.
Francisco: ta se alimentando direito? Tomando os remédios certinhos.
Olavo: Sim, senhor, general! – ele bate continência.
Francisco: Olha. Vou perguntar pra sua mãe hein.
Joana: ele faz um pouco de birra pra tomar os remédios e comer alimentos mais saudáveis, mas até que tá obedecendo.
Francisco: Bom, eu só vim pra ver como você está, filho. Já estou indo.
Olavo: ah! Pai. Fica pro jantar.
Francisco: não, deixa pra outro dia.
Joana: Fica, Francisco. Fiz aquele frango assado que você adora.
Francisco: Huuum que saudade daquele frango.
Joana: Então.
Francisco: Ta bom, vou ficar.
Joana: Isso. Vou colocar mais um prato na mesa.
Todos vão para a cozinha jantar.
CENA 07 – CASA DE CAMPO DE OFÉLIA E ARISTIDES – NOITE:
Começa a Festa de Ofélia. O lugar está muito bem decorado. Daniel, Heloísa, Mirella, e Zoraide estão muito bem trajados. Os convidados começam a chegar e Ofélia os recebe e os cumprimenta. Daniel e Heloísa conversam.
Daniel: Ainda não vi a cara de João por aqui. Eu to ficando preocupado já.
Heloísa: Calma, meu amor. Logo, logo ele chega. Ele não é mais uma criança.
De repente, vem Aristides.
Aristides: Vamos, vamos cantar parabéns para a Ofélia.
Eles vão.
No quintal de trás, onde ocorria a festa, todos se reúnem e começam a cantar parabéns para Ofélia, que está visivelmente radiante e feliz. Enquanto eles cantam, João chega pilotando uma moto, acelerada. Ele larga a moto em um lugar qualquer e vai para o recinto da festa.
Lá…
João, gritando e batendo palmas: É isso aí, vovó! Ta ficando mais velha, hein…
Ele vai até ela e a abraça. Ofélia está morrendo de vergonha, assim como Daniel e Heloísa. Ofélia o abraça e percebe que ele está drogado.
Ofélia: meu filho, que é isso? Você está drogado?
João: Drogado, drogado não. É só um negocinho pra ficar bem de boa, feliz, sabe… – ele comaça a gritar. – mas vamos comemorar, galera. Hoje a festa vai ser boa.
De repente, João cai no chão e começa a tremer e se estribuchar. O rapaz começa a espumar pela boca e de repente, apaga.
Todos ficam preocupados.
Daniel, pegando o filho no colo e tentando reanimá-lo: João, João, acorda. Acorda, João.
Close no olhar de João, desacordado.
FIM DO CAPÍTULO 31