Cruzeiro do Sul, um lugar magico.

Mesmo que ninguem acredite nas lendas, aqui se esconde uma energia mistica que atrai seres misticos. Orfeu veio para esta cidade para fugir de seu passado sombrio, se se estabeleceu como professor ganhou estabilidade financeira e conseguiu criar sozinho um filho. Uma vida normal para qualque mulher ou homem que luta para criar um filho, mas todos tem seus segredos.

Assuntos pessoais que nao contamos para ninguem, seja qual for o motivo, so queremos esconder nossos segredos a sete chaves. Ate entao este segredo estava guardado, e muito bem guardado, esquecido ate.

Mas, nao se deve esquecer o passado, pois ele pode voltar para nos assombrar novamente de uma maneira que jamais imaginamos. Para ele a chegada de uma carta lacrada com o simbolo do vaticano trouxera para ele a pior de todas as recordaçoes, por causa de um juramento feito ha muito tempo Orfeu era incapaz de recusar.

O papel timbrado dava a ordem expressa, os templarios de prata teriam de se reunir mais uma vez e investigar uma possivel invazao de seres sobrenaturais nas redondesas. Mesmo passados todos esses anos a alma de caçador ainda o chamava para aventura.

Ele nunca imaginara que sua sede por aventura o levaria para aquele momento, ele era responsavel por ela, prometera proteger o amor de sua vida e o fruto desse amor proibido.

Euridice estava em seus braços morta pela sua condição incomum, o vampirismo, a ordem dos templarios de prata fizera seu trabalho mas, o relatorio do serviço nunca chegaria ao seu destino. Nao depois do que haviam descoberto.

O clarao no meio da reserva florestal denunciava, pira ainda ardia em chamas consumindo os restos de sua amada, ao lado dele, outros dois homens observavam satisfeitos o dever cumprido.

– Agora acabou! – Orfeu disse resoluto.

– As ordens foram claras, exterminio completo. Ha pelo menos duas vampiras vivendo aqui. – O mais velho tocou em seu ombro.

– ACABOU!

– Voce não pode nos deixar Orfeu. – O outro viera em seu auxilio.

– Se envolver com monstros, o que a alta cupula diria se soubesse… Voce seria caçado, como ela foi.

– Sao meus filhos Zacarias, voce entende? – Ele tinha lagrimas nos olhos. – Minha filha esta em algum lugar la fora, sozinha, precisando de mim. Como direi a ela que eu matei a pessoa que ela mais amava.

– Ela precisa morrer! – Baltazar fora categorico.

– NAO. Voces vao embora daqui e nao vão mais voltar.

– Voce sabe que nao podemos fazer isso. – Baltazar mantinha os olhos fixos nele. – Essas sao as nossas ordens, ir contra elas é ir contra a propria igreja.

– Veja o que fizemos Baltazar, inocentes morreram por nossa causa, por nossa luta. Eu a perdi por isso, perdi minha filha por isso, eu nao consegui protege-las e pra que? me diz, pra que?

– Voce teve uma escolha!

– Acabou estao me ouvindo, e nao ouzem ir atras dos meus filhos ou eu acabo com voces. Voces sabem que eu posso.

– Isso nunca vai acabar! – Dizendo isso, Zacarias e Baltazar desapareceram na escuriao da floresta.

 

***

 

Orfeu passara a noite inteira ali, encarando os restos da fogueira queimada, os primeiros raios da manha ja despontavam no horizonte quando ele decidiu o finalmente o que fazer. Tinha de falar a verdade, procurar os filhos, contar o que houve e pedir perdao pelos seus atos.

Ser perdoado é uma outra historia, ele mesmo nao se perdoava. Seu coração estava pesado demais, seus atos passados agora cobravam o preço.

O homem alegre de outrora dava lugar a escuridao, relembrar o passado fez com que ele se entregasse ao desespero, como ele poderia agora encarar os proprios filhos.

Ele nao estava sozinho, um sussurro quase inaldivel o fez despertar dos proprios devaneios.

– Podem ir embora! – Ele se volta para a floresta esperando ver um dos antigos amigos.

– Deixe-me ajuda-lo a carregar seu fardo. – Ele sussurrava ao seu lado.

– Quen é voce?

– Eu vim ajuda-lo a salvar seus filhos.

A aura negra envolvia Orfeu aos poucos a medida que a sombra se movia sorridente. Seu coração estava cada vez mais pesado, seus olhos tornavam-se frios e sem vida.

– Onde ela esta?

– Ela esta em segurança bem longe daqui. Os dois ja se encontraram e sabem um do outro. Tudo ficará bem, basta voce dizer sim, e eu te levo ate ela.

– Sim!

Era tudo o que ele precisava ouvir.

Passeando pelo corpo do templario a aura negra o envolveu por completo sendo pouco a pouco absorvida por ele. Toda a dor desaparecera de uma vez, Orfeu parecia nao estar mais ali, apenas um coração gelado.

 

***

 

O clima tornara-se pesado naquela sala, apesar de nassa estar quenrado ou destruido como eles achariam que estaria naquele momento da batalha. A luta havia sido pscologica e nao fisica, os dois estavam esgotados e respiravam com dificuldade.

– Eu nunca pensei que chegariam a esse ponto da jornada Anjo. – Az sorria em seu trono.

– Veja o que voce fez Az, e porque? – Alice chorava ao lado dele. – Quantas pessoas morreram por sua causa. Voce nao tem vergonha?

– Vergonha de que? – Questionou o garoto pondo-se de pé. – Vergonha de lutar pelo que eu quero? Fui despresado, humilhado de todas as formas por todos, meus pais, professores. Eu nunca tive ninguem ao meu lado, sabia!

– Az… – Alice tentava se aproximar dele

– CALA A BOCA!

– Nenhum de nós tem culpa do que aconteceu.

– Eu te dei o que tinha de mais precioso e voce me rejeitou como todos os outros, para ficar com ELE.

– Nao, eu nao te abandonei para ficar com ele. – Ela rebateu. – Nunca te dei esperanças de que ficaria com voce de qualquer forma. O que voce chama de “amor” eu chamo de obseção doentia. Tentei ser gentil com voce uma vez, nada mais do que isso, um gesto de gentilaza, e o que recebi em troca?

– Eu amo voce!

– Não, isso nao é amor Az, nunca foi e nunca sera amor!

– Mas…

– Nao tem mas, – Os olhos dela estavam vermelhos de raiva agora – Olha o que voce fez comigo, voce me drogou, me sequestrou e me usou como uma escrava apenas para inflar seu ego.

– Não, meu amor!

– PARA! – Foi a vez dela por para fora todos os sentimentos guardados ate entao. – Nao use o que voce acha que sente por mim como desculpa para os seus atos. Isso é doentio e voce sabe disso, sempre soube, eu nao sou sua propriedade para voce fazer o que quer comigo. Eu nao vou permitir.

– Nao…, nao…, nao, a culpa foi sua!

Caido como uma criança medrosa Az chorava desolado pelas palavras ditas pela vampira, aquilo doia em seu peito mais que qualquer outra coisa.

– Foi o “SEU” egoismo que nos trouxe ate aqui! Acabou entendeu. Eu perdoo voce por tudo, mas ACABOU!

– Nunca começou na verdade! – Lucca estava ao lado dela segurando sua mão. – Não houve consentimento, muito menos sentimento da parte dela.

Alice sorria, por mais duras que pudessem parecer aquelas paravras eram verdadeiras e necessarias naquele momento. Alice nao era culpada, pela primeira vez em toda aquela loucura era bom saber que alguem acreditava nela.

– Voce precisa entender de uma vez por todas Az, Eu nao sou um brinquedo seu. Amor se comquista com RESPEITO e nao IMPONDO uma vontade.

– Eu vim pra cá por um motivo, mas acabei ficando por causa de outro. – Lucca olhava para ela com carinho. – Nós somos uma familia agora Az, como sempre deveria ter sido, e eu vou proteje-la, proteger a todos eles e a qualquer custo.

O garoto continuava ali chorando desconsolado enquanto Alice e Lucca permaneciam de pé ao seu lado. Ele precisava passar por tudo aquilo, por para fora tudo o que estava sendo sufocado durante todos aqueles anos. Az precisava de ajuda mas ele precisava antes entender seus sentimentos para entao poder busca-la. Infelizmente uma jornada solitaria ate a compreensao do que era preciso ser feito, so entao outros poderiam ajudar a reergue-lo.

A luz do medalhao de Lucca brilhara mais uma vez com mais força que antes, em uma fração de segundos Az fora tomado pela energia quente que emanava deles. Cançado de lurar Az se deixou cair no chao de joelhos permitindo ser abraçado pelos dois.

– Eu preciso de ajuda!

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