“Apenas sigam o plano.” – foram essas as palavras dele.
Resgatar os prisioneiros era tão importante quanto retomar o trono de Ezius, como futura rainha Aredhel entendia muito bem a importancia daquele resgate.
Quem quer que estivesse por detraz daquela sandisse sem tamanho concerteza usaria os prisioneiros como barganha contra ela e qualquer um que atravessasse seu caminho, Lucca como bom extrategista que era sabia disso.
O mago queria diminuir ao maximo a vantagem que o inimigo tinha sobre eles, sem por em risco mais ninguem uma pessoa nas maos de Zaon ja era o suficiente para manter sua mente preocupada com as chances de sucesso.
Ela desseu as escadas que dava ate as masmorras apressadamente, guardas faziam a ronda em pares, a escuridao do lugar era um ponto a seu favor, ela conhecia todas as passagens e esconderijos possiveis ali. tentando nao fazer barulho a gatota availou todas as possibilidades, eram seis guardas ao todo, dois na entrada da prisao e mais quatro la dentro fazendo a vigilia dos presos. Aredhel teria de junta-los em um unico lugar para neutralizar a todos de uma vez Arhedel tinha apenas uma chance de sucesso e lutaria por ela ate o fim, mesmo que isso lhe custasse a ´propria vida.
fazendo o maximo de barulho que conseguiu Aredhel chamou a atenção dos tres guardas que estavam de plantao naquele momento. Ela nao pode deixar de sentir uma certa revolta ao reconhece-los, afinal eles juraram fidelidade ao seu pai porem na primeira oportunidade que tiveram se bandiaram para o lado do inimigo.
Todos mereciam a morte, mas nao pelas maos dela. quando tudo aquilo acabasse e ela recuperasse o trono aqueles homens estariam fadados aquelas masmorras, como haviam feito com as pessoas que ainda juravam lealdade ao antigo rei.
***
Passos pesados indicavam a aproximação deles, ela nao teria muito tempo para dar a volta e trancar todos eles do lado de fora antes de acionar a bomba, que segundo Lucca daria a ela tres segundos antes de espalhar gaz sonifero por toda a sala deixando assim todos inconcientes.
– Estão invadindo o castelo, nao deixaem que levem o prisioneiro. – Gritou um dos soldados la em baixo.
“Apenas um prisioneiro?” Talvez os outros tenham conseguido fugir para um lugar seguro, ou talvez estejam lutando ainda em algum lugar.
A garota nao queria aceitar a possibilidade mais obvia naaquele momento, a de que TODOS estavam mortos, ou sendo levados em sacrificio para as feras reis. Aredhel tentava afastar essa possibilidade de sua mente..
– Nao, isso nao pode ser verdade.
Primeiro ela libertaria aquele prisioneiro e depois descobriria o que aconteceu com os outros, se é que ainda existiam outros ali para ser salvos.
– Quem esta ai! – Gritou o primeiro guarda enquanto os outros dois entravam em formação protegendo a entrada da masmorra.
– Saiam do caminho! – Ordenou com a voz firme.
– Princesa! – os tres entreolharam-se procurando uma alternativa para aquele acaso.
– Nos pensamos que estivesse morta. – Apressou-se o mais proximo a ela.
– Pelo visto eu nao estou, e nao graças a nenhum de voces.
– Princesa, nos…
– Ja chega! – Ela cortou rispida. – Voces se venderam ao inimigo, eu so me pergunto o que conseguiram em troca.
ela via nos olhos deles uma profunda tristesa, os tres sabiam que aquilo era errado, depois de anos lutando contra a opressao das quatro feras aqueles homens estavam ajudando a restituir o reino de terror novamente, agora pelas maos do manipulador Az
– O que ele prometeu a voces em troca do nosso povo? – Perguntou ela com os olhos cheios de lagrimas. – Voces viram como esta la fora, o preço que os filhos desta terra pagaram pelo erro de voces?
– Nos tivemos medo!
– Meus antepassados lutaram na grande guerra para proteger esta terra deles, meu bisavo, meu avo e meu pai mantiveram essa terra segura por seculos. Se sao tão covardes assim, vao embora daqui AGORA, eu nao me responsabilizarei pelo que posso fazer com voces depois disso aqui.
Aredhel mostrou-lhes o que trazia consigo, um peqieno frasco cujo liquido viscoso brilhava pronto para ser usado.
– O que ´pretemde com isso pricesa? – perguntou um dos soldados temeroso.
– Tenha coragem para ir contra minha ordem e descubra. – ela disse resoluta pondo o frasco no chao.
Aqueles homens haviam se mostrado fracos diante dela, os tres trocaram olhares receosos antes de abandonarem seus postos deixando a garota sozinha diante da porta que levava para a prisao. Sem duvida seria melhor assim, sem baixas, Ezius ja havia tido perdas demais. Aredhel estava cansada de todas as mortes que haviam sido causadas ate aquele momento. melhor que fosse daquela forma. As paredes frias davam um ar de morte, aquele era um lugar proibido para ela desde a infancia, ela sabia o que acontecia ali, “o lugar dos homens maus” como seu pai costumava dizer, em muitos anos quase nunca fora usado, a nao ser por um ou outro bebado que passasse da conta mas logo era solto depois de um sermao do grande concelho sobre o quao errado era abusar da bebida.
– Tem alguem ai? – Aredhel decia os degraus ingrimes com cuidado, um passo em falso rolaria escada abaixo.
– Aqui! – Uma voz familiar respondeu ao seu chamado.
Aquilo nao podia ser possivel. Podia? Ela o vira ser golpeado por um monstro para salva-la, era impossivel que seu prometido estivesse vivo?
– Hikaro? É voce?
– Aredhel! – Chamou-a a plenos pulmoes. – AQUI!
Descendo o mais depressa que pode Aredhel permitiu que um sorriso preenchesse seus labios ao constatar que Hikaro estava realmente vivo. Encontrou seu prometido acorrentado a parede ao fundo, suas roupas ragadas e sujas de sangue seco denunciavam a falta de higiene do lugar ao seu lado um prato com um pedaço de pão duro e uma caneca com agua seria a unica refeição do dia.
– Como chegou aqui? – Perguntou, ancioso enquanto ela abria a tranca de suas algemas.
– É uma longa historia. Tem mais alguem aqui?
– Sou só eu. – A tristeza em seu olhar denunciava o que viria a seguir. – Os outros foram dados em sacrificio, a mando dele.
– Temos que sair daqui.
– Para onde? Os quatro cantos de Ezius foram tomados pelas ordas das Feras Reis, que agora estao a serviço dele.
– Existe uma resistencia.
– Quantos são? – Perguntou o garoto sorrindo.]
– Poucos. Nesse exato momento quatro guerreiros lutam pela nossa liberdade, os poucos que ainda restam serao reagrupados na cidade dos inicius.
– É para onde vamos agora?
– Agora temos que esperar em um lugar seguro.
– Esperar pelo que?
– Esperar que as peças do jogo se movam.
***
Ao abrir a porta do salão principal Lucca se depara com seu inimigo sentado no trono que por direito pertence a Arthur, seus olhos parecem encarar o vazio
– Você conseguiu chegar tão longe Anjo. .
– Parece que sim Az, mas porque a não sei por que me subestima Az eu sempre o derrotei, não foi? – Lucca responde encarando-o
– Mas não hoje. – Ele se levanta do trono e caminha até o centro do salão, – Todos os que você ama estão mortos.
– Por que você está fazendo isso? – Lucca pergunta pondo-se em posição de ataque.
Uma figura encapuzada observava detrás do trono esperando a hora certa de aparecer
– Aproxime-se, minha querida. – Az estende a mão e espera por ela.
Alice caminha vagarosamente ao encontro de AZ, envolta em uma capa negra, ela aguarda a ordem de seu mestre sem demonstrar nenhuma reação.
– Alice. – Lucca olha fixamente para ela.
– Não adianta chama-la, ela só atende aos meus comandos.
– O que você fez com ela?
– Eu fiz o que farei com todos. Ela é minha. – Az rebate aproximando-se dela.
Os lábios dele tocam os dela, mas ela não exibe nenhuma reação.
– Você não pode fazer isso.
– Quem é você para dizer o que eu posso ou não fazer?
– E você acha isso justo. Olha pra ela Az controlá-la não é a solução.
– Ela me pertence agora. Assim como este mundo e o outro, e não há nada que o Anjo Nerd possa fazer para mudar isso.
– Você está errado, olhe lá fora.
Lucca aponta para a janela onde az ve quatro luzes brilhantes no céu.
– O que isso significa?
– Significa que acabou, meus amigos conseguiram destruir as feras reis e logo estarão aqui.
– Você não pode vencer. Não desta vez.
– Acabou Az, você sabe disso.
A atmosfera tornou-se pesada, Lucca sentiu seu corpo paralisar, observando uma sombra se movimentar pelas paredes do salão, parando junto a Alice.
– Ele não vencera desta vez nem nunca mais – a voz dela havia mudado.- eu tenho tudo o que você mais ama.
– Deixe-a ir Zaon. – Lucca tenta negociar
Alice é tomada por uma aura negra, num movimento ágil ela aparece diante de Lucca sorrindo.
– Eu posso fazer o que quiser com vocês dois, posso mata-lo aqui e agora se eu quizer. – Zaon diz encarando o garoto nos olhos, enquanto seus dentes crescem.
– Eu posso ser piedoso sabia? – Az se aproxima dela segurando seus ombros. – isso se você admitir a derrota.
– O que você esta dizendo. – Ele encara Az deixando a raiva transparecer em seus olhos. – Isso é maior do que a nossa briga idiota.
– Vamos barganhar anjo – A voz de zaon ecoa por toda a sala.
Passos são ouvidos ao fundo, há mais alguém nesta sala. Orfeu aparece segurando uma estaca e cuidadosamente se aproxima de Alice.
– Quem o anjinho vai escolher entre as aberrações, o papai bruxo, ou a irmãzinha vampira.
Orfeu segura Alice pelo pescoço e aponta a estaca para o coração de Alice.
– Você não percebe que isso não tem nada a ver com a gente. Você está sendo usado Az. Essa vingança não é sua.
– Cala a boca. Você sempre foi o queridinho do colégio, todos sempre amaram você, nunca vai saber o que é não ter ninguém que se importe. Nunca vai saber o que é ser a última opção. Zaon foi o único que me ajudou a conseguir o que eu queria. O único que se importou comigo.
– Isso não é verdade. Assim como você eu nunca me encaixei em lugar nenhum, nunca fui bem visto por nenhum deles até o dia em que Jimmy e os outros me ajudaram. Me fizeram entender que me isolando eu não ia conseguir nada.
– Eles só te usaram como todos os outros, para conseguir as vantagens do menino gênio, como todos os outros. Eu não me importava com nada disso ate ela aparecer. Alice era minha e você a tirou de mim naquela noite.
– Eu não tirei nada de você.
– MATE-O
– Só você e eu Anjo, aqui e agora. Pela última vez.
– Que assim seja!