“O UNIVERSO”

CENA 01. ORFANATO GIRASSOL. COZINHA. DIA. INT.


Legenda: Rio de Janeiro, Brasil. Abril de 1912.


Domênia e Carlos estão sentados à mesa, comendo um pedaço de bolo. Agatha e a irmã, Meire (59 anos, parda, alguns cabelos grisalhos) observam as crianças na entrada da cozinha.


AGATHA

Me apertou o coração encontrar esses dois deitados na calçada, irmã. Não podia passar por ali e fingir que não estava acontecendo nada.


MEIRE

Eles parecem tão adoráveis. Fez bem em trazê-los pra cá.


AGATHA

Que bom. O garoto disse que quer encontrar a mãe. 


MEIRE

Se ele souber o nome dela ou o endereço, posso ajudá-lo.


AGATHA

Sim, e se realmente o menino está desaparecido, possivelmente deve ter algum cartaz ou ocorrência na polícia dele.


MEIRE

Sim. Quanto a garota, bem… como ela não tem família conhecida, o jeito é deixá-la aqui. Logo ela vai se adaptando com as outras crianças, até conseguir encontrar uma outra família.


AGATHA

Ela lembra muito a Mile.


Meire olha para a irmã e vê o jeito carinhoso que Agatha observa Domênia.


CORTA PARA


CENA 02. ORFANATO GIRASSOL. PÁTIO. DIA. EXT.


Crianças correm e brincam pelo amplo pátio ao fundo do orfanato. Carlos e Domênia estão sentados em um banquinho, observam as crianças se divertindo de um lado para o outro.


CARLOS

Aqui parece ser um bom lugar.


DOMÊNIA

Só se for pra você.


Carlos olha para Domênia, percebe uma tristeza no olhar dela.


CARLOS

Sabe… depois que eu encontrar a minha mãe, você pode morar com a gente. Minha mãe pode adotar você.


DOMÊNIA

Eu não quero uma família. 


CARLOS

É claro que quer! Todo mundo quer ter uma família. Quer ter um lar.


DOMÊNIA

Eu tinha um lar. E nunca mais vou tê-lo de novo.


A garotinha que abriu a porta do orfanato se aproxima deles. Senta-se ao lado de Carlos.


FLORA

Oi!


CARLOS

Oi!


Domênia não responde, ignora a presença da garota ali.


FLORA

Vocês irão morar com a gente?


CARLOS

Eu vou passar só um tempo. Depois que encontrar minha mãe, voltarei pra casa.


Ambos olham para Domênia, na espera dela dizer alguma coisa.


DOMÊNIA

Eu não vou ficar aqui muito tempo.


FLORA

Também vai encontrar sua mãe?


Domênia não responde. Carlos tenta mudar o assunto.


CARLOS

Você poderia apresentar as outras crianças, por favor?


FLORA

Posso sim. (se levanta) Venham comigo.


Carlos se levanta, caminha em direção a Flora. Olha para Domênia, que continua sentada no banco.


FLORA

Você não vem?


Domênia não responde. 


CARLOS

Ela disse que estava cansada, depois que comeu. Logo mais ela nos acompanha.


Flora dá de ombros e segue seu caminho em direção às crianças brincando. Carlos vai atrás dela, deixando Domênia sozinha.


CORTA PARA


CENA 03. CASA DE CARLOS. SALA. DIA. INT.


Legenda: Maringá, Brasil. Agosto de 2021.


Cardoso entra na sala e encontra Carlos arrumando a mochila. 


CARLOS

Estou indo trabalhar. (coloca a mochila no ombro) Domênia disse que chegará mais cedo em casa e fará companhia pra você.


CARDOSO

Antes de ir, será que eu poderia pedir um favor?


CARLOS

Claro


CARDOSO

Bem… tem uma semana que estou aqui já. Até agora nem sinal do cubo, então… sem previsão de quando eu irie voltar pra minha família. Sou muito grato por vocês terem me hospedado aqui, acredito que se não tivesse te encontrado na rua naquele dia, nem sei o que seria de mim.


CARLOS

Foi muita coincidência.

 

CARDOSO

Eu não quero ficar aqui de favor o tempo todo, então, pensei bem e quero contribuir com alguma coisa.


CARLOS

Contribuir?


CARDOSO

Isso. Eu trabalhava numa borracharia a poucas quadras da minha casa. Tenho alguma experiência, talvez consiga algum emprego semelhante por aqui. Ainda existem borracharias, não é?


CARLOS

Existem sim, não se preocupa. (ri) Só não sei se tem alguma por aqui perto e que esteja precisando de ajudante. 


CARDOSO

Não tem problema. Eu posso trabalhar em outra coisa. Posso fazer o que quiser, aprendo rápido.


CARLOS

Vamos fazer assim. Eu vou fazer uma pesquisa em algumas vagas de emprego e quando eu chegar hoje à noite te apresento algumas propostas. Está bem?


CARDOSO

Tá. Espero, sem problema.


CARLOS

Então, deixa eu ir. Que já estou quase atrasado. 


Caminha em direção a porta. Cardoso o segue.


CARDOSO

Eu posso pedir mais uma coisa, se possível.


CARLOS

Diga.

 

CARDOSO

Eu gostaria de dar uma volta no bairro. Conhecer mais este novo século. Prometo que não irei me perder. Irei só dar uma volta em algumas ruas por aqui. Conhecer os costumes das pessoas.


Carlos fica receoso, mas acaba aceitando.


CARLOS

Tá. Não vejo problema nisso. Realmente, desde que você chegou não saiu dessa casa. E na sua idade, isso deve ter sido um grande tédio. 


CARDOSO 

Um pouco. (ri)


CARLOS

Então, vamos. No caminho para o trabalho posso te apresentar algumas coisas.


CARDOSO

Obrigado! 


Carlos abre a porta e os dois saem de casa.


CORTA PARA


CENA 04. RUAS. DIA. EXT.


Carlos apresenta alguns pontos do bairro para Cardoso, que está maravilhado com as novidades do novo século. Fica atento a tudo que Carlos o apresenta. Prédios, veículos, aparelhos celulares, computadores, tudo é assimilado por Cardoso.


CORTA PARA


CENA 05. FERRO VELHO. TARDE. EXT.


Letreiro: São Paulo, Brasil. Abril de 1986.


Domênia e Carlos estão frente a frente um ao outro, mas com uma distância de um metro entre eles. Carlos parece ansioso para o que Domênia pretende ensiná-lo.


DOMÊNIA

O que vou lhe mostrar requer uma dedicação especialmente sua. Boa parte você irá gerir com o ambiente externo, mas tudo dependerá de como você irá gerir a energia interna em você.


CARLOS

Energia interna? Ambiente externo? (ri) O que é isso? Vai me ensinar a fazer mágica ou algo do tipo?


DOMÊNIA

Eu vou lhe ensinar magia. 


Carlos cai na gargalhada. Domênia não entende a reação dele, fica irritada.


DOMÊNIA

Posso saber do você tá rindo?


CARLOS

Magia?! (tenta se controlar) Sério? Eu te achava maluquinha, mas depois dessa. (volta a gargalhar)


DOMÊNIA

Magia, sim! Eu não entendo o pessoal dessa época. Vai dizer que vocês não aprendem isso?


CARLOS (sarcástico)

Sim, sim. Aprendemos. Temos uma disciplina especialmente para este assunto. 


DOMÊNIA

Se você não parar de rir agora mesmo, farei questão de você nunca mais poder rir outra vez.


Carlos imediatamente se contém, mas observá-la sem soltar uma risada, é uma tarefa difícil.


DOMÊNIA

Preciso de silêncio pra conseguir organizar a minha energia interna com a externa deste novo tempo. 


Fecha os olhos, inspira e respira lentamente. Vê-la naquele estado, só faz a crise de riso de Carlos voltar. Isto acaba desconcentrando Domênia, que abre os olhos completamente irritada.


DOMÊNIA

Eu te avisei! 


Caminha apressada com os punhos fechados em direção a Carlos. Ele sai correndo em meio aos veículos velhos ao lado, ainda rindo dela. Domênia corre atrás dele, iniciando-se uma perseguição em meio aos veículos. 


DOMÊNIA (furiosa)

Quer parar de rir?! 


CARLOS (gargalhando)

Desculpa, mas não dá. Você é muito engraçada.


DOMÊNIA

Para de correr que eu te mostro o que é engraçado!


Carlos continua fugindo dela, rindo cada vez mais.


CORTA PARA


CENA 06. ORFANATO GIRASSOL. ÁREA EXTERNA. TARDE. EXT.


Legenda: Rio de Janeiro, Brasil. Abril de 1912.


Domênia está sentada sozinha na escadaria da entrada do orfanato. Observa as folhas da árvore à frente balançando por causa do vento. Fechas os olhos e se lembra de Bridget.


CORTA PARA


FLASHBACK


CENA 07. CAMPO ABERTO. TARDE. EXT.

Legenda: Bamberg, Alemanha. Novembro de 1380.


Bridget está sentada em meio ao gramado baixo, com Domênia em pé a sua frente. A garota está de olhos fechados, concentrada. Bridget a observa, com um certo sorriso no rosto.


BRIDGET

Sinta a energia ao seu redor. A energia que vem do vento, da terra, concentra tudo que está sentido em um único ponto só.


Domênia inspira e respira lentamente. Embora concentrada, parece atenta ao que Bridget está dizendo.


BRIDGET

Lembre-se que esta energia precisa estar em equilíbrio com a sua. Se ela for maior que você, dificilmente irá conseguir controlá-la. Se for menor, provavelmente não conseguirá fazer um simples feitiço. Se reunir demais, ela irá consumi-la. Então, concentre o necessário, para alcançar o seu objetivo.


Bridget se levanta, na expectativa de que algo aconteça. A garota continua concentrada, sentindo a energia ao seu redor. 


BRIDGET

Você consegue menina. Eu acredito em você!


Ao abrir os olhos, Domênia ergue a mão direita a sua frente e pronuncia algo em latim. Imediatamente uma flor começa a pegar fogo. Bridget bate palmas.


BRIDGET (comemora)

Parabéns, menina! Você conseguiu. 


Vai até a garota e a abraça. Domênia sorri, em meio aquele abraço.


FIM DO FLASHBACK


CORTA PARA


CENA 08. ORFANATO GIRASSOL. ÁREA EXTERNA. TARDE. EXT.


Domênia abre os olhos com o mesmo sorriso do flashback no rosto. Ela retira o cubo do seu vestido, o observa. Um garoto (aproximadamente 12 anos) surge de repente ao lado dela, pegando o cubo de sua mão. Caminha até a árvore, observando o objeto em mãos.


GAROTO

Que brinquedo legal. 


Domênia se levanta, desce da escada, encara o garoto.


DOMÊNIA

Isso é meu. Me devolve agora.


GAROTO

Eu não estou vendo o seu nome nele. Então, acho que é meu agora. (ri)


Uma fúria percorre o corpo de Domênia. Se lembra dos ensinamentos de sua tutora. 


DOMÊNIA (furiosa)

Me dê esse cubo agora!


GAROTO

Vem tirar ele de mim, tampinha. 


O garoto é bem mais alto e forte que ela, porém, isso não a deixa com medo. A raiva em seu corpo só aumenta.


DOMÊNIA (furiosa, tom baixo)

Liberum Ignis.


GAROTO

O que você disse?


O garoto começa a sentir um calor vindo de seu corpo.


GAROTO

Ficou quente aqui?!

Solta o cubo no chão, na mesma hora seu corpo começa a queimar de dentro para fora. O garoto grita em desespero. Cai no chão, tendo seu corpo consumido pelas chamas em questão de segundos. Bridget o observa com uma expressão sombria no rosto. Pega o cubo e se distancia do corpo do garoto em chamas. Volta calmamente para a escadinha, senta-se e o observa queimar. 


CORTA PARA


CENA 09. CASA DE CARLOS. SALA. TARDE. INT.


Legenda: Maringá, Brasil. Agosto de 2021.


Cardoso chega feliz em casa. Caminha até o sofá, senta-se. Lisa entra na sala, indo em sua direção.


LISA

Onde estava? Cheguei em casa, não te encontrei no seu quarto. Fiquei preocupada. (senta-se)


CARDOSO

Estava dando uma volta no bairro. Já que não sei quanto tempo vou ficar aqui, preciso conhecer a cidade.


LISA

Bacana. Conheceu muita coisa?


CARDOSO

Seu pai me mostrou alguns pontos antes de ir trabalhar. O resto, fui conhecendo sozinho.


LISA

Se você quiser, posso te mostrar mais depois. Podemos ir ao cinema, shopping, opções de entretenimento comigo não falta. (ri)


CARDOSO

Quero sim. Obrigado.


LISA

Ah, como não tivemos sorte em encontrarmos uma forma pra te mandar de volta pra casa, andei pensando e que tal encontrarmos sua família. Você me disse que é filho único e os único parentes vivos era sua mãe e uma tia.


CARDOSO

Isso.


LISA

Possivelmente, se você me fornecer o nome completo delas, talvez eu consiga encontrar algo na internet.


CARDOSO (animado)

Posso sim.


LISA

Ótimo. Então, depois você me passa o nome completo da sua tia e da sua mãe, okay?!


CARDOSO

Nessa internet, você consegue encontrar qualquer pessoa?


LISA

Praticamente sim. Tendo algumas informações, sim.


CARDOSO

Será que você consegue encontrar minha namorada? O nome dela é Aurora. Aurora Freitas!


CORTA PARA


CENA 10. LANCHONETE DA AURORA. DIA. INT.


Letreiro:
Montes Claros, Brasil. Agosto de 1947.


Aurora está limpando o balcão quando sente uma leve tontura. Seu pai (38 anos, alto) estão organizando algumas mesas do outro lado.


JOSÉ

Você pode trazer a outra vassoura pra mim, filha.


Olha para sua filha, que está apoiada sobre o balcão.


JOSÉ

Filha?


AURORA (tonta)

Está tudo girando, pai! 


Tenta se afastar do balcão, mas acaba caindo ao chão. José, preocupado, vai socorrê-la.

 

JOSÉ

Filha! Filha! Acorda, minha filha. Por favor, filha.


CORTA PARA


CENA 11. PENSÃO DAS FLORES. RECEPÇÃO. TARDE. INT.

Dois policiais estão em frente ao balcão, conversando com a dona Flores. Um está anotando tudo o que ela diz.


FLORES

Então, de uma hora pra outra minha irmã sumiu. Primeiro foi meu sobrinho, que foi deixar uma muda de roupa pra este hóspede e desapareceu. Minha irmã veio até aqui, coisa que ela não faz muito, foi até o quarto desse senhor e ambos desapareceram.


POLICIAL 

Qual é mesmo o nome dele?


FLORES

Carlos Martins.


O segundo policial anota. 


POLICIAL

Poderia nos descrever como é este senhor?


FLORES

Sim, posso.

 

POLICIAL

Enquanto nos descreve como ele é, poderia nos mostrar o quarto onde todos sumiram?


FLORES

Claro. Bem, o Carlos é alto, ele tem cabelos grisalhos, encorpado, bonito… (continua em off)


Sai do balcão, leva os policiais até a escada. Sobem em direção aos quartos.


CORTA PARA


CENA 12. SALA CIRCULAR. INT.

Legenda: Em algum lugar do tempo.


Domênia continua à frente de Carlos. Ele está atento ao que ela diz.


DOMÊNIA

No princípio, não existia nada. Nem tempo. Nem espaço. Era um completo vazio. 


Caminha pela sala e observa as imagens pintadas no teto. Carlos continua parado.


DOMÊNIA (cont.)

Só que em um determinado momento, em um pequeno local desse vazio, algo estranho aconteceu. Uma misteriosa explosão liberou uma quantidade enorme de energia em todas as direções. 


Observa a pintura de uma explosão. Fica parada logo abaixo dela.


DOMÊNIA (cont.)

Dessa explosão o universo nasceu. (observa o cubo) Assim como a esfera branca desse objeto. (ao teto) E junto dele diversas galáxias, estrelas, planetas e versões de nós mesmo. (olha para Carlos) Tudo o que existe hoje no universo, um dia já esteve tão comprimido em um único ponto no vazio, que era simplesmente esse ponto e o nada. Era essa singularidade e o vazio. 


Volta a caminhar, olha para o teto.


DOMÊNIA

Sabe o que é uma singularidade, Carlos?


CARLOS

Não.


DOMÊNIA

Imagine 1 milhão de planetas terras, formando uma gigantesca bola de massa, tão superior quanto à três sóis. A gravidade atuante desse ser cósmico seria assustadora. Nada conseguiria fugir de sua força gravitacional. Nem mesmo o próprio astro resistiria, já que a própria gravidade iria comprimir sua massa, de tal modo que ela começaria a diminuir de tamanho se tornando cada vez mais densa. Seria comprimida de tal forma que iria esmagá-lo sem ter mais nada para esmagar. Seria desprovido de altura, tamanho ou comprimento. Assim são os buracos negros. 


Para no início da pintura, observa o ponto branco que representa o Big Bang.


CARLOS (confuso)

Onde você quer chegar com isso? (se aproxima)


DOMÊNIA

Quanto maior a gravidade, mais lento será o tempo. E buracos negros tem uma gravidade infinita, onde o tempo praticamente deixa de existir. No Big Bang também foi assim. (a Carlos) Lembra quando eu falei que no início tudo que existe no universo estava reunido em um único ponto?! (ergue sua mão, exibe o cubo mágico) A singularidade de onde viemos… nada mais é do que a singularidade de um outro universo. (aponta para um ponto branco acima dela, desenhado no teto) Vou lhe fazer uma outra pergunta. Você acredita que o Big Bang foi o início do espaço e tempo? 


CARLOS (confuso)

Sei lá. Sim?


DOMÊNIA

Então um buraco negro é onde o espaço e o tempo acabam. O fim do Big Bang, seria um buraco negro então?


CARLOS

Não faço ideia. (um pouco irritado)


DOMÊNIA

O que estamos vivendo é apenas um reflexo de um universo que já existiu. O seu nascimento. Seus aniversários. A sua morte. Tudo o que você passou e vai passar já existiu em um outro universo anterior ao nosso. O universo em si está preso em um ciclo sem fim de nascimento e morte. (volta a caminhar)


CARLOS

Como você sabe disso tudo?


DOMÊNIA

Eu sei, porque estive lá em todos os momentos. Demorei para entender tudo isso que está acontecendo. (observa o cubo com a esfera branca)


CARLOS

E o cubo? (se aproxima dela) Como você o conseguiu?


DOMÊNIA

Você o trouxe pra mim. Não esse você de agora. Mas o outro você, versão criança de um outro universo. 


Carlos a observa, completamente confuso.

FIM DO EPISÓDIO.

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