“GAROTA PERDIDA”

CENA 01. ORFANATO GIRASSOL. ÁREA EXTERNA. DIA. EXT.

Legenda: Rio de Janeiro, Brasil. Abril de 1912.


Domênia está sentada no terceiro degrau da pequena escadaria do orfanato. Observa uma cinza escura logo à frente, com um leve sorriso no rosto. Carlos e Flora saem do orfanato e caminham até ela.


CARLOS (preocupado)

Estávamos te procurando. Você sumiu. Pensei que tivesse ido embora.


Domênia não responde, continua observando as cinzas adiante. Carlos olha na mesma direção.


FLORA

O que é isso?


Flora desce os degraus da escada e vai até as cinzas. Se agacha e observa de perto.


FLORA

Cinzas? Você queimou alguma coisa.


DOMÊNIA (feliz)

Queimei.


FLORA

O que? (fica em pé)


Domênia não responde. Carlos a observa apreensivo. Agatha e Meire saem do orfanato, ficam ao lado de Carlos.


MEIRE

Encontramos vocês. 


AGATHA

Se divertindo crianças? (à Carlos e Domênia) Já fizeram novos amigos?


CARLOS

Sim.


Todos olham para Domênia na espera de uma resposta. Ela continua imóvel, olhando em direção às cinzas.


MEIRE

Fico feliz que tenham gostado daqui.


AGATHA

Vocês estão em boas mãos. Minha irmã é uma mulher adorável e que irá cuidar muito bem de vocês. (acaricia a cabeça de Carlos) Ela irá ajudar na busca de sua mãe também, viu querido? 


Domênia se levanta, olha para Agatha. 


DOMÊNIA

Eu vou ter que ficar aqui?


AGATHA

Por enquanto, sim querida. Até encontrarmos uma família pra você. 


DOMÊNIA (rude)

Eu não quero uma nova família.


MEIRE

Eu nem imagino o que é crescer nas ruas e o quanto deve ser difícil. Mas essa fase passou, está bem? Você será bem cuidada aqui. 


AGATHA 

E prometo que irei visitá-los. 


Meire repara o monte de cinzas ao lado de Flora. 


MEIRE

O que é isso? 


Desce da escadaria, caminha até Flora.


MEIRE

Tocaram fogo aqui?


FLORA

A Domênia queimou alguma coisa. Agora o que, eu não sei?


Meire sente um odor estranho, mas não questiona a garota. Todos olham para o monte de cinzas. CAM destaca Domênia e o sorriso estampado em seu rosto.


CORTA PARA


CENA 02. CASA DE CARLOS. COZINHA. NOITE. INT.


Legenda: Maringá, Brasil. Agosto de 2021.


Carlos, Dômenia, Cardoso e Lisa estão reunidos à mesa, conversam entrosados entre si. 


CARLOS

Acredito que encontrei uma vaga perfeita pra você, Cardoso.


CARDOSO (animado)

Sério?


CARLOS

Sim. Mas não é em uma borracharia. O irmão de um colega meu do trabalho está precisando de um ajudante na cozinha de um restaurante. 


CARDOSO

Mas eu não sei cozinhar!


CARLOS

Não se preocupa, você não precisará cozinhar nem nada. Você vai ajudar na cozinha lavando algumas louças, organizando cada uma no lugar. Não sei ao certo, mas o irmão desse colega irá conversar com você.


CARDOSO

E quando eu vou conversar com ele?


CARLOS

Pode ser amanhã, se você quiser.


CARDOSO

É claro que eu quero. Estou cansado de ficar aqui dentro, com todo o respeito. Vocês estão sendo incríveis comigo, mas está um pouco chato passar os dias aqui sozinho.


LISA

Quanto a isso, eu já conversei com você hoje mais cedo. Quando tive entediado, só me avisar que te mostro alguns lugares bacanas.

CARDOSO

Eu sei. Aliás, a Lisa vai me ajudar a encontrar a minha namorada. Quer dizer, algum parente vivo dela. Até porque, a possibilidade dela continuar viva ainda, é mínima.


LISA

Cardoso disse que os dois estavam namorando lá em 1947. Suponhamos que, em uma linha temporal alternativa, Cardoso nunca mais conseguiu voltar para o seu tempo. 


Cardoso se incomoda ao ouvir aquilo, mas se atenta a explicação de Lisa.


LISA

Dessa forma, a namorada dele… como é que se chama mesmo ela, Aura…?


CARDOSO

Aurora!


LISA

Isso, Aurora. Então, como eu ia falando, nessa linha alternativa Aurora estaria sozinha. Certamente, com o passar do tempo, ela deve ter conhecido alguém e construído uma família. Teve filhos, netos e bisnetos que possivelmente estão hoje em algum lugar por aí.


CARDOSO

Embora não acredite que Aurora teria encontrado alguém rápido assim, afinal, nós dois nos amávamos muito. E ela possivelmente deve estar sentindo muito a minha falta.


CARLOS

Engraçado, Aurora também era o nome da minha avó. 


CARDOSO

Sério?

CARLOS

Sim. Coincidência, não?!


CARDOSO

Sim.


Os dois se entreolham, Domênia, que estava em silêncio a conversa inteira, se preocupa com o jeito deles dois.


DOMÊNIA

E vocês encontraram alguma coisa? (tenta chamar atenção de Cardoso)


LISA

Ainda não, mamãe. Carlos vai me fornecer algumas informações depois.


CARDOSO

Como não conseguimos encontrar o cubo, achei melhor tentar encontrar algum parente vivo da família de Aurora. 


CARLOS

E a sua família? 


CARDOSO

A minha família não é tão grande assim. Depois que meu pai morreu, fiquei apenas com a minha mãe…/ (olha para Domênia, ri) Nossa, que louco. Minha mãe também se chama Domênia!


Carlos e Lisa se surpreendem com o que ouvem. 


LISA

Uau! E olha que Domênia não é um nome tão comum assim. 


CARDOSO

E querem outra curiosidade? (à Carlos) Meu pai também se chamava Carlos. 


LISA

Não, espera aí. Isso tá sendo coincidência demais já. 


Todos trocam olhares confusos. Domênia parece tensa. Discretamente leva suas mãos para baixo da mesa, faz alguns cestos e pronuncia algo em latim em um tom baixo.


Todos a mesa imediatamente ficam imóveis por alguns segundos. Voltam a se mover, se entreolham e mudam de assunto.


CARLOS

Então eu posso marcar com o irmão do meu colega?


CARDOSO (animado)

Claro, pode sim. O que eu mais quero é fazer alguma coisa. Quero trabalhar, quero de alguma forma agradecer o que vocês estão fazendo por mim.


LISA

Que é isso, não precisa se preocupar. 


CARLOS

Faríamos o mesmo por qualquer amigo.


Domênia coloca as mãos sobre a mesa, sorri brevemente por ter contornado a situação.


CORTA PARA


CENA 03. CASA DE AURORA. QUARTO DE AURORA. TARDE. INT.


Legenda: Montes Claros, Brasil. Agosto de 1947.


Aurora está deitada na cama. Sua mãe, Vera (36 anos, parda, estatura média) entra no quarto com uma bandeja nas mãos. Se aproxima da cama, coloca a bandeja ao lado da filha. 


VERA

Trouxe esse chazinho pra você, querida. (pega o pires da bandeja) 


AURORA

Eu não quero nada, mãe. Tudo o que eu tomo, me embrulha o estômago.


Vera fica com uma expressão preocupada no rosto. Coloca o pires na bandeja, empurra para o lado. Senta-se e segura as mãos da filha.


VERA

Querida… preciso lhe fazer uma pergunta, mas preciso que você seja sincera comigo.


Aurora olha para sua mãe, nervosa.

CORTA PARA


CENA 04. CASA DE AURORA. SALA. TARDE. INT.

José e Vera estão um frente ao outro, aparentemente discutindo. A conversa inteira é em off, mas pela expressão no rosto de ambos, o assunto parece ser sério. José anda de um lado para o outro, passa a mão na cabeça, frustrado. Vera senta-se no sofá, começa a chorar.


CORTA PARA


CENA 05. CASA DE AURORA. QUARTO DE AURORA. TARDE. INT.


Aurora está de cabeça baixa, deitada na cama. Chora, com os braços em volta de sua barriga. José entra no quarto, com uma expressão séria no rosto. Se posiciona em frente a filha, que ergue a cabeça para observar o pai.


AURORA (chora)

Pai…


JOSÉ (sério)

Não diga nada. Sua mãe me contou tudo já.


AURORA (chora)

Me desculpa. Eu e o Cardoso vamos nos casar. Vamos resolver isso.


JOSÉ

Assim espero. Amanhã mesmo quero conversar com este rapaz. Vamos resolver isso, antes que essa barriga cresça e você fique mal falada entre os vizinhos.


José vira-se até a porta e sai do quarto. Aurora volta a baixar a cabeça, continua chorando.


CORTA PARA


CENA 06. PENSÃO DA FLORES. RECEPÇÃO. NOITE. INT.


Flores está fechando o fluxo diário em seu caderno contábil, quando Vera e José adentram a pensão. 


FLORES (cordial)

Olá, belo casal. Boa noite.


JOSÉ (sério)

Boa noite. 


FLORES

Estão à procura de um quarto? 


JOSÉ

Na verdade, estamos à procura do seu sobrinho. A gente foi até a casa dele, só que ninguém respondeu. Então descobrimos com uma vizinha que ele tinha uma tia, proprietária da pensão das flores.


FLORES

Desculpa, mas seja o que for que vocês quiserem resolver com o meu sobrinho, creio que no momento não será possível.


Se entristece, fecha o caderno. Sente vontade de chorar.


FLORES (triste)

Meu sobrinho, assim como a minha irmã estão desaparecidos desde ontem à noite. 


José e Vera se entreolham, surpresos.


CORTA PARA


CENA 07. ORFANATO GIRASSOL. QUARTO DAS CRIANÇAS. NOITE. INT.

Legenda: Rio de Janeiro, Brasil. Abril de 1912.


Lúcio não foi encontrado nas redondezas desde hoje à tarde. Meire chamou a polícia que está realizando as buscas. Ela colocou todas as crianças em seus quartos. Flora e uma outra garotinha da mesma idade conversam em uma das quatros camas disponíveis no cômodo. Domênia está deitada sozinha, na última cama.


FLORA

Tenho certeza de que isso é mais uma pegadinha sem graça do Lúcio.


GAROTA

Concordo.


FLORA

Queria tanto que a Meire puxasse a orelha dele na frente de todos. (ri)


GAROTA

Sabe que isso nunca vai acontecer. Meire seria incapaz de tocar em nós.


FLORA

Isso que é chato nela. 


Ambas olham para Domênia sozinha.


GAROTA

Essa menina nova é um pouco esquisita, não acha?


FLORA

Eu não. Pra mim, ela só precisa se adaptar ainda.


Se levanta e vai até a cama de Domênia.


FLORA

Posso sentar?


Domênia não responde, Flora se senta do mesmo jeito.


FLORA

Quando eu cheguei aqui, também ficava assim. 


Olha para a janela à frente. Domênia continua ignorando-a.


FLORA

Coloquei na cabeça de que não iria fazer amizade com ninguém. Que esse bando de crianças chatas jamais iria brincar comigo. Só que, o tempo foi passando e acabei percebendo que ficar sozinha não ajudava em nada. (à Domênia) Precisamos de amigos. Confesso que de todas as outras crianças daqui, eu sou a melhor opção de amizade pra você. As outras são bem chatinhas as vezes. (cutuca a perna de Domênia) Então… quando tiver entediada com a sua própria companhia, só me procurar. 


Se levanta e volta para a cama onde está sua amiga. Domênia a observa por alguns segundos, em sequência se atenta para a janela ao lado.


CORTA PARA


CENA 08. ORFANATO GIRASSOL. PÁTIO. DIA. EXT.


Domênia está sentada sozinha em um dos banquinhos de madeira. Carlos caminha em sua direção, senta-se ao lado dela e observa um grupo de crianças brincarem logo à frente. Os dois ficam em silêncio por um tempo.


CARLOS (receoso)

Você está envolvida com o sumiço daquele garoto?


Domênia não responde de imediato.


DOMÊNIA

E se tiver?


CARLOS

O que você fez com ele? Você não vê que todos estão preocupados com o sumiço dele?


DOMÊNIA

Ele queria ficar com o meu cubo. Não podia deixar a única lembrança da minha tutora, com aquele garoto nojento.


CARLOS

Então o que você fez com ele?


DOMÊNIA

Você não acreditaria se eu dissesse. E mesmo assim… (à Carlos) … certeza de que me deduraria. 


Olha na sequência para as crianças brincarem. Carlos a observa, com um certo medo dela.


CORTA PARA


CENA 09. CASA DE CARLOS. SALA. TARDE. INT.


Legenda: Maringá, Brasil. Agosto de 2021.


Cardoso entra na sala, completamente feliz. Encontra Lisa no sofá, mexendo no celular.


LISA

Então, como foi lá? 


Se levanta, caminha até ele.


CARDOSO

Eu consegui. Consegui o emprego. 


A abraça, os dois comemoram. 


CARDOSO

Começo amanhã mesmo.


LISA (feliz)

Que bom. 


CARDOSO

Estou tão feliz, Lisa. (caminha até o sofá) Queria tanto contar pra Aurora o que está acontecendo. (senta-se)


A felicidade em seu rosto, rapidamente é substituída por uma angústia.


CARDOSO

Espero um dia vê-la novamente.


Lisa senta-se ao lado dele.


LISA

Não fique assim. (segura a mão dele) Tenho certeza de que nesse momento, ela também deve estar pensando em você. 


Os dois trocam olhares, Cardoso rapidamente desvia sua atenção para a mão dela segurando a sua. Retribui o carinho recebido.


CORTA PARA


CENA 10. CASA DE AURORA. QUARTO DE AURORA. NOITE. INT.


Legenda: Montes Claros, Brasil. Agosto de 1947.


Aurora está deitada na cama, acaricia sua barriga. Olha para o teto e pensa em Cardoso. Uma angústia preenche o seu peito. José entra no quarto, sem bater na porta. Aurora senta-se rapidamente na cama, se atenta ao pai, que mantém uma expressão séria no rosto.


AURORA (angustiada)

Conversou com ele? Ele está aí?


José se aproxima em silêncio até a cama da garota. Vera entra logo atrás, com os olhos em lágrimas.


AURORA (preocupada)

O que foi, mamãe? Por que está chorando? 


Olha para o pai, que se mantém firme diante da filha.


AURORA (preocupada)

O que aconteceu, pai? Porque vocês estão com essas caras. O Cardoso não quer assumir a criança? É isso.


JOSÉ

O rapaz fugiu, junto com a mãe! Ninguém sabe onde os dois estão, desde ontem à noite.


AURORA

Como assim fugiu?


JOSÉ

O garoto fugiu das responsabilidades dele. Possivelmente depois que conseguiu o que quis… foi atrás de outra vítima.


Aurora começa a chorar. Não quer acreditar no que acaba de ouvir.


AURORA (chora)

Não. Isso não é verdade. O Cardoso jamais faria isso. Isto é uma brincadeira, não é? O Cardoso está lá na sala, me esperando, não é?


VERA (chora)

Não, filha. O garoto realmente sumiu. Nem a própria tia dele sabe pra onde ele e a mãe foram.


AURORA (se desespera)

Não. Não é verdade. Isso não pode ser verdade. Eu e o Cardoso, nós nos amamos. Iríamos nos casar. 


JOSÉ (rude)

Esse garoto só te usou, menina. Conseguiu o que quis e foi embora. Agora te deixou aí, nesse estado. Correndo o risco de ser mal falada na sociedade. Você conseguiu manchar a honra da nossa família. 


Aurora chora desesperadamente. Vera quer ajudar a filha, mas não quer se dispor com o marido que está furioso.


JOSÉ (furioso)

A minha vontade é de te jogar na rua.


Ergue os braços com a intenção de batê-la. Mas vê-la chorando, o faz voltar atrás. Contém a raiva.


JOSÉ (se acalma)

Vamos ter que encontrar um outro jeito de resolver esta situação. Mesmo que para isso, tenhamos que tirar essa criança de dentro de você.


Aurora e Vera olham para José, em choque.


JOSÉ

Que Deus me perdoe, mas não vejo outro jeito de resolver isso.


VERA

E se mandarmos para a casa de minha mãe em São Paulo? Lá ela poderá ter a criança, sem que ninguém de nossos amigos saibam?


José fica pensativo. Caminha um pouco pelo quarto.


VERA

Minha mãe mora sozinha com a minha irmã. Elas duas vão saber guardar segredo e cuidaram bem da criança, após ela nascer. Depois de alguns meses, a nossa filha retorna, como se nada tivesse acontecido.


JOSÉ

E o que vamos dizer, para explicar essa viagem repentina de Aurora para São Paulo?


VERA

Não sei. Podemos dizer que mamãe está doente e que precisa de uma acompanhante. Eu não poderei ir, porque não tem como deixar a lanchonete sozinha. 


JOSÉ

Essa mentira por ora pode servir. Até lá, inventamos algo melhor. (à Aurora) Prepare as suas malas. Você viajará para São Paulo no primeiro trem que partir amanhã. 


Sai do quarto. Vera caminha até a cama, senta-se ao lado da filha e a abraça. 


AURORA (chora)

Porque ele fez isso, mamãe? Por quê? A gente se amava! 


Vera não responde. Continua abraçada com a filha, fazendo carinho na cabeça dela.


CORTA PARA


CENA 11. SALA CIRCULAR. INT


Legenda: Em algum lugar do tempo.


Carlos continua observando Domênia, completamente confuso.


CARLOS

Como assim um outro eu?


DOMÊNIA

Não se sabe ao certo qual foi o primeiro universo. Mas os que vieram após este, sempre foram um reflexo do original. Esta conversa, por exemplo, já ocorreu em um universo passado. E ocorrerá novamente em um outro, outro, e outro, inúmeras vezes. Alguns sofreram pequenas modificações, mas são fiéis à essência do original. Você e eu estamos em todos eles, ligados. 


CARLOS

Como ligados? 


Domênia volta para o altar, vai até a mesa azul. Dela, pega o cubo com a esfera azul. Desce do altar e vai em direção a Carlos.


DOMÊNIA

Minha tutora dedicou os últimos dias da sua vida a estudar estes objetos. 


Exibe o cubo branco, na mão esquerda e o azul, na mão direita.


DOMÊNIA

Se ela soubesse o que estes objetos são na verdade. 


CARLOS

E o que eles são?


Domênia não responde. Encara os objetos, como se estivesse hipnotizada por eles.

FIM DO EPISÓDIO.

 

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Publicidade

Inscreva-se no WIDCYBER+

O novo canal da Widcyber no Youtube traz conteúdos exclusivos da plataforma em vídeo!

Inscreva-se já, e garanta acesso a nossas promocionais, trailers, aberturas e contos narrados.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo