PICOLÉ HUMANO

 

C1. CÉU. EXTERIOR. DIA.

Um lindo céu azul. Sem nuvens. Um tijolo em slow rodopiando no céu, em sentido horizontal, como se tivesse sido arremessado. O tijolo maciço rodopiando no ar, indo em direção a algo ou alguém.

C2. CASA PICCOLI. SALA. INT. DIA.

Continuação da cena 15 do episódio anterior. Leonard frente a frente com Giovanni. Leonard decido em contar a verdade para o marido de seu amor.

GIOVANNI —— Pois não?

LEONARD —— Senhor Giovanni Longaray?

GIOVANNI —— Eu mesmo.

Nesse instante Leonard é atingido por um tijolo na cabeça, desmaia na hora. Giovanni leva um susto grande, sem entender. Leonard cai encima de Giovanni, que mesmo assustado ajuda o cara.

GIOVANNI —— Meu Deus! Que isso?!

Giovanni vê o tijolo quebrado no chão, arrasta Leonard para dentro, fecha a porta e fica escorado nela assustado. Leonard desmaiado no chão, uma poça de sangue começa a aparecer. Giovanni ainda mais tenso.

ABERTURA

Narrador —— Episódio: Picolé humano.

C3. HOSPITAL. CORREDOR. INTERIOR. NOITE.

Giovanni escorado em um balcão, ainda sem entender direito o que aconteceu. Thailyz junto. Liége aparece correndo e abraça o marido.

LIÉGE —— Que foi? Que aconteceu gente?

GIOVANNI —— Não sei, simplesmente eu não sei. Esse cara aí, apareceu na porta de casa. De repente, ele começou a falar e acertaram a cabeça dele com uma tijolada. Eu não entendi.

THAYLIZ —— Um horror, mãe.

LIÉGE —— (abraçando Thay) Que isso, gente?! Quem faria uma coisa dessas? E quem é esse cara que levou a…?

THAYLYZ —— Não sei, a gente não conhece.

GIOVANNI —— A enfermeira veio aqui e disse que o nome dele é Leonard. Leonard alguma coisa, eu não lembro o sobrenome.

LIÉGE —— (cínica) Leonard? O único Leonard que eu conheço é o funcionário lá da loja, o vendedor. Não, não é possível… será que foi ele? Quem será que poderia fazer isso com ele, meu Deus?!

GIOVANNI —— Ele me conhecia.

LIÉGE —— (esconder preocupação) Ele falou alguma coisa pra você?

GIOVANNI —— Não deu tempo. Você o conhece, você que tem que dizer. O que esse rapaz queria lá em casa, Liége?

LIÉGE —— (se explicar) Não sei, ele andou tendo um contratempo na loja. O dono mesmo queria até demitir ele. No mínimo ele sentiu a maldade e quis ir lá em casa implorar pelo emprego, que eu reivindicasse ou algo do tipo, eu não sei.

THAILYZ —— (curiosa) Será que queriam fazer isso com ele ou foi algo aleatório, tipo, no lugar errado na hora errada? Será que esse tijolo não era pro senhor, papai?

GIOVANNI —— Não! Eu não tenho inimizade com ninguém. Esse cara que deve ter, sua mãe que deve saber.

LIÉGE —— Não conheço esse rapaz direito. Não sei dizer. Também pode nem ser ele. (desviar assunto) Mas eu quero saber de você, Giovanni? Com você tá? Tudo bem?

GIOVANNI —— Bom, eu tô legal. Só esse cara que não tá nada bem.

LIÉGE —— (preocupada) É mesmo? Tem risco?

THAILYZ —— Falaram que ele não corre risco de morte, mas que pode… pode até perder alguns sentidos. Tipo, fala e visão podem ficar prejudicada.

LIÉGE —— Ah… meu Deus.

GIOVANNI —— Corre o risco de ficar sequelado.

Liége fica horrorizada. E não consegue disfarçar. Caminha até um banco, e se senta.

THAILYZ —— Tá bem mãe? … Mãe?!

LIÉGE —— (confusa) Que?

THAILYZ —— A senhora tá bem?

LIÉGE —— Tô. Só estou chocada.

GIOVANNI —— Polícia tá vindo aí, pra prestarmos esclarecimento, fazer BO. Afinal, foi lá em casa. Você conhece a vítima.

LIÉGE —— É claro. Eu preciso tomar um ar.

THAILYZ —— Eu vou com você.

LIÉGE —— Não filha, deixa eu ir sozinha.

Liége sai do ambiente. Thailyz para seu pai:

THAILYZ —— Ela ficou abalada.

C4. HOSPITAL. FRENTE. EXT. NOITE.

Liége sai do saguão do hospital chorando. Muito abalada com o que aconteceu com Leonard. Não consegue aguentar e não segura a choro. Pessoas na volta olhando. Ela coloca as mãos no rosto, na cabeça. Tentando conter-se. Uma senhora chega até ela e lhe oferece água. Ela aceita, pega o copo trêmula. Toma. Respira, funga.

LIÉGE —— Obrigada.

SENHORA —— Confie em Deus e tudo ficará bem!

Liége afasta-se um pouco. Pega seu celular da bolsa.

C5. RUA. EXTERIOR. NOITE.

Christian caminhando, toca seu celular ele para em um canto e atende bem animado?

CHRISTIAN —— (cel.) Fala que eu não arrazei!

LIÉGE —— (cel.) Eu não sei o que quê cê tem na cabeça, sua besta!  

CHRISTIAN —— (cel.) Foi espontâneo.

Inserir insert, flash-back não gravado.: na rua frente da casa Longaray, Christian chega correndo, cansado, vê Leonard na porta da casa com Giovanni. Christian olha uma pilha de tijolos no canto da calçada e pega um, mira, a tira em direção da casa. Leonard leva a tijolada na cabeça, e Christian olha para os lados se certificando que ninguém o viu, e sai correndo.

CHRISTIAN —— (narrar flashback/ OFF) Eu estava correndo atrás do cara, ele já tinha chegado lá. Eu vi aquele tijolo ali, me chamando. Não pensei duas vezes, peguei ele, e até eu me surpreendi com a minha mira. Certeiro! Bem no cucoroco! Essa passarinho não canta mais.

Fim do insert; Christian orgulhoso de sua façanha.

LIÉGE —— (cel.) Eu não consigo ter um dia tranquilo na minha vida.

CHRISTIAN —— (cel.) Quê cê queria? Que ele falasse tudo pro teu marido? Foi melhor assim.

LIÉGE —— (cel.) Ele tá numa cama! Ele pode não falar, pode não ver, pode perder os sentidos…

CHRISTIAN —— (cel.) Você quer que eu chore? Que quê cê quer que eu faça? Ou era nós ou era ele! E que bom que foi ele. Essa notícia que você falou aí, é a melhor da semana! Se ele não ver e não falar nada, melhor pra nós!

LIÉGE —— (cel.) Nojo de você.

CHRISTIAN —— (cel.) Aliás, que quê foi?! Não deu uma bem dada que ele se revoltou e foi jogar a merda no ventilador? Onde você estava que deixou isso acontecer?

LIÉGE —— (cel.) Ele me prendeu… me prendeu num quarto de motel. Consegui sair de lá com a ajuda de uma camareira.

CHRISTIAN —— (cel.) Escuta aqui, vamos falar de coisa séria. Porque nossos problemas estão só aumentando e você não tem nem noção disso.

LIÉGE —— (cel.) Que problemas? Eu já estou cheia de problemas, ainda mais problemas com você!

CHRISTIAN —— (cel.) O CORPO! Eu ainda não me livrei daquele maldito corpo!

Liége suspira tentando se acalmar.

LIÉGE —— (cel./tentando não gritar) Você é uma anta patológica, como você não conseguiu se livrar disso ainda?

CHRISTIAN —— (cel.) Há quanto tempo eu estou tentando falar com você e NADA? Você não me dá moral.

LIÉGE —— (cel.) Eu não suporto olhar pra tua cara. Não entendo porque você não saiu da minha vida.

CHRISTIAN —— (cel.) Não é hora de DR. Que tal a gente resolver os problemas?

LIÉGE —— (cel.) Hoje eu não estou em condições de resolver nada. Amanhã!

Liége desliga. Christian revira os olhos.

CHRISTIAN —— Mulher chata.

C6. BARRACO. INTERIOR. NOITE.

Christian chega ao barraco cumprimenta o casal Lorelaine e Darwin, Lorelaine cutuca Darwin para ele falar com Christian. Darwin se aproxima, Lorelaine sai do ambiente deixando-os a sós.

DARWIN —— Christian, e aí mano?

CHRISTIAN —— Diz aí.

DARWIN —— Cara, agora que as coisas estão meio assim, calmas. Que você tá pretendendo fazer?

CHRISTIAN —— Como assim?

DARWIN —— Sim, porque você não vai ficar morando aqui pra sempre, nesse barraco. Você é um ex-presidiário, não vai ter tantas oportunidades//

CHRISTIAN —— Tá me expulsando?

DARWIN —— Para, para, não se faz de vítima. Tô querendo saber qual é a tua! Porque ainda não saiu daquela casa? Porque ainda não terminou com a gordinha? Tem coisas aí que você não tá querendo contar. Por quê?

CHRISTIAN —— (desviando olhar) Não tem nada, tá vendo cabelo em ovo. Eu só não quero ter que…//

DARWIN —— Christian, eu não sou burro. Você tá aqui, tá com a gente, mas a gente percebe que você tá escondendo coisas.

CHRISTIAN —— (mente) Não tô nada.

DARWIN —— Tá sim. Eu te conheço, meu irmão. Não é de hoje. Qual é?!

CHRISTIAN —— Não tô mentindo, estão querendo ver coisa onde não tem.

DARWIN —— (irritado / tom alto) Para de mentir, caralho!!

CHRISTIAN —— (não segura) Eu estou tentando te proteger, eu não quero que você seja cúmplice! Cúmplice também se fode.

DARWIN —— Cúmplice..? Peraí… Como assim? Você… você matou o Iuri?

CHRISTIAN —— A única coisa que posso dizer é que o Iuri… está morto.

Tensão para Darwin que arregala os olhos o máximo que pode, surpreso.

DARWIN —— Papagaio, periquito… Como foi que você…// Para, para, não me fala mais nada! Eu não posso e nem quero estar metido nisso. Sempre sobra pro lado mais fraco, sempre… No caso, eu! Não fala! Porque pobre é que nem papel higiênico, se não tá enrolado tá na merda! E deixa eu ficar enrolado aqui no meu canto, muito obrigado… Mas isso aí também muda tudo.

CHRISTIAN —— (curioso) Como assim muda tudo? Muda o que?

DARWIN —— Não, nada…

CHRISTIAN —— Como nada, Darwin?! Agora quem tá enrolando é você.

DARWIN —— Nada, nada, eu só fui pego de surpresa. Sei lá, nem sei o que pensar. Mas me diz… e o colar?

CHRISTIAN —— Se tivermos sorte (pausa) está no mesmo lugar.

C7. MIRIPITUBA. EXTERIOR. AMANHECER.

Ao som de Sour Diesel – Zayn. Mostrar a noitada de Miripituba. O sol iluminando toda a cidade. Pessoas caminhando no parque, trânsito; fachada da delegacia.

C8. DELEGACIA. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Meier tem o costume de chegar e ir direto para sua sala, desta vez Bryan apresado o impede.

MEIER —— Bom dia! Bom dia!

BRYAN —— Del. Meier, por favor!

MEIER —— Ora, que foi? Comeu banana?

BRYAN —— (acuado) Antes que o senhor entre em sua sala, quero que saiba que não tive nada com isso.

MEIER —— Do que o homem está falando?

BRYAN —— Alguém o espera, na sua sala.

C9. CASA LONGARAY. SALA. INTERIOR. DIA.

Thailyz abre a porta para Christian.

THAILYZ —— (animada) Amoor! (abraço e beijo) Tão cedo! Até fiquei surpresa.

CHRISTIAN —— Pois é, consegui um tempinho livre na loja, e resolvi ver minha lindinha. (aperta o queixo dela)

THAILYZ —— (boba) Ai, todo romântico. Entra.

CHRISTIAN —— (seu interesse) Cadê sua mãe?

THAILYZ —— Saiu, foi resolver umas coisas.

CHRISTIAN —— (DROGA) Que bom, quer dizer que estamos a sós.

THAILYZ —— Precisamente… na verdade, não! Tenho que levar o café da vovó!

CHRISTIAN —— Mesmo? Eu te ajudo.

THAILYZ —— Não precisa, amor.

CHRISTIAN —— (sorridente) Faço questão.

THAILYZ —— É que a vovó não gosta de ser incomodada por estranhos, sabe? Ainda mais de manhã.

CHRISTIAN —— Eu não sou estranho, sou seu namorado, não sou?

THAILYZ —— Claro que é! Não duvide disso! É que a pra vovó//

CHRISTIAN —— (insistente) Pois é mais um motivo para eu te ajudar… ela vai me conhecer melhor! Porque da última vez foi terrível, quero reparar esse erro. Tenho certeza que ela vai me adorar!

C10. DELEGACIA. SALA MEIER. INTERIOR. DIA.

Ainda não relevamos quem estava esperando por Meier.

MEIER —— Confesso que fiquei surpreso quando me falaram de sua presença. Ainda mais curioso em saber o que deseja no meu humilde local de trabalho.

Revelamos Liége bem vestida, com os cabelos bem penteados, maquiagem caprichada, sua blusa com um decote notável, um batom forte, um olhar bem saliente. Ela apoia seus cotovelos à mesa dele, sua fala é sedutora.     

LIÉGE —— O senhor sempre tão curioso. Está na profissão perfeita.

MEIER —— (brincar) Meu teste vocacional deu policial ou balé. E como eu não fico muito bem de colã.

LIÉGE —— (risinho bobo) O senhor é muito divertido. Acho isso muito admirável em um homem tão sério como senhor.

MEIER —— Senhor, senhor… (corrige) não precisa tanta formalidade.

LIÉGE —— Claro que precisa, afinal, um homem tão respeitado nessa cidade!

MEIER —— Não mais que seu marido. O advogado mais importante da cidade, não só da cidade e sim do estado inteiro, quem sabe?!

LIÉGE —— Quem sabe? É justamente nesse ponto a que vim tratar com o senhor! Já deu pra perceber que eu não gosto de importunar meu marido, que é um homem importante e ocupado, com certos assuntos… assuntos que possam aborrecer ele, e possam atrapalhar em certos tipos de coisas…

MEIER —— Todo homem importante tem que tar ciente de assuntos importantes.

LIÉGE —— uh.. o senhor é difícil. Eu gostaria que soubesse que meu marido se importaria com qualquer assunto, isso é dos homens, o senhor entende mais do que ninguém. Eu quero que o senhor entenda, como todo homem, que eu estou disposta como toda dona de casa, assim como eu, a tratar e resolver certos assuntos do meu jeito! O senhor está entendendo esse raciocínio?

MEIER —— (firme) A senhora quer chegar aonde com todo esse blablabla?

LIÉGE —— Quero dizer que eu, como mulher, sei como tratar um homem, como o senhor, se ajudar a manter esses assuntos importantes entre nós.

MEIER —— Mesmo? E… como seria?

LIÉGE —— Hum… adorei que perguntou.

Liége tira para fora de sua blusa um de seus seios. Meier entra parcialmente em estado de choque, boquiaberto.

MEIER —— É… é… que… meu Jesus!…

C11. CASA LONGARAY. QUARTO IANE. INT. DIA.

Iane sentada lendo uma revista. Entram Thailyz e Christian com o café da manhã dela.

IANE —— Até que enfim. (atira longe a revista e depois percebe a presença de Christian) Ora, mas o que é isso? Que esse marginal está fazendo aqui?

THAILYZ —— Vó, não começa, ele não é marginal. (largando a bandeja) É meu namorado, o Christian. Respeito, por favor, ainda mais que ele se dispôs todo gentil em vir me ajudar a servir à senhora.

CHRISTIAN —— (atuando) Exatamente, dona Iane! A senhora pode se desarmar. Eu vim em missão de paz. Pra desfazer todo aquele mal entendido de quando nos conhecemos.

IANE —— (rígida) Não quero desfazer nada, pra mim a primeira impressão é a que fica. Pode se retirar!

THAILYZ —— Amor, eu acho melhor você…//

Começa a tocar uma musica bem alta: Nego do Borel – Me Solta. Todos ficam sem entender.

IANE —— Que isso? Que palhaçada é esse?

THAILYZ —— Eu não sei! Eu não sei… É do quarto do Aleff. Eu vou ali, eu já volto. Já volto!

Thailyz sai do quarto às pressas. Christian rapidamente fecha a porta do quarto.

IANE —— Posso saber o que você tá fazendo dentro do meu quarto?

CHRISTIAN —— (grosseiro) Olha aqui sua múmia, não pense que eu tô aqui porque gosto de olhar pra essa sua cara de coruja depenada. Eu vim porque eu quero que você dê um aviso pra vagabunda da sua filha!

IANE —— (rebater) Ô marginal de araque, por acaso é tão difícil de falar com ela? Ela tá em outro país, sua anta?

CHRISTIAN —— Essa desgraçada não me atende, tá fugindo de mim!

IANE —— Um pior que o outro! Vocês vão acabar sendo presos, dois idiotas!

C12. CASA LONGARAY. QUARTO ALEFF. INT. DIA.

Aleff com o som bem alto. Está dançando bem forte, com olhos fechados, movimentos bem precisos. Thailyz entra no quarto e olha-o. Ele não percebe sua presença. Ela vai até o rádio e abaixa o som. Ele para de dançar freneticamente, e aí ela percebe o olhar cansado e inchado dele, sofrido.

ALEFF —— (sem força) Que foi?

THAILYZ —— Ô, meu irmão… que houve? Pra que essa barulheira?

ALEFF —— Eu estava… tava…

Aleff não se aguenta e começa a chorar. Thailyz se penaliza, e como se sentisse o Aleff está sentindo corre abraça-lo.

ALEFF —— Thailyz, eu estou tentando tirar isso da minha cabeça… (aos soluços) aqueles gritos… aquele barulho, aquele tiro… Eu quero tirar isso da minha cabeça, eu não quero mais ouvir isso… Eu quero parar de pensar nisso. Quero tirar isso da minha cabeça, me ajuda…

THAILYZ —— para, mano… Você não pode ficar se culpando disso.

ALEFF —— Eu tirei a vida do pai daquela criança… você não entende isso?

THAILYZ —— Você estava se defendendo! Aleff, olha pra mim, você não é culpado, você se defendeu! Presta atenção, olha aqui pra mim, você/ para disso, eu quero que você me faça uma promessa! Uma promessa!

ALEFF —— Que? Promessa?

THAILYZ —— Sempre que você pensar nisso, pensa, sempre que esses pensamentos ruins vieram pra sua cabeça, eu quero que você se lembre de que TUDO vai dar certo! Promete que sempre pensar nisso, você vai por na tua cabeça que tudo vai dar certo!

Thailyz abraça e beija Aleff.     

C13. CASA LONGARAY. QUARTO IANE. INT. DIA.

Christian e Iane conversam em ritmo acelerado.

CHRISTIAN —— Avisa sua filha pra ela me encontrar a meia-noite na praça aqui da esquina, pra resolvermos de vez “aquele assunto”. Se não eu vou entregar pra Deus! E eu tenho certeza de que ela tem muito mais a perder do que eu!

IANE —— Você é um completo idiota, não é?! É admirável que você conseguiu convencer minha filha Liége a se meter nessa maracutaia toda, também é outra imbecil. Escuta, não metam os pés pelas mãos! Se não essa merda toda pode respingar em mim.

CHRISTIAN —— Então me ajuda, bota uma coisa na cabeça da sua filha. Se não formos desovar aquele picolé humano, vamos se foder e não vai ser pouco, vai ser MUITO!

IANE —— Amadores.

CHRISTIAN —— Sem críticas, sem críticas. Falou como se fosse perita em assassinato. Pensando bem, a senhora não é nenhuma senhorinha indefesa, porque agiu com frieza, pouco se importou//

IANE —— Você não me conhece, não sabe nada de mim. Muito corajoso você entrar no meu quarto e arrotar arrogância sem nem ao menos saber quem eu sou.

CHRISTIAN —— Nossa… mafiosa? O que esperar de uma velha caduca entrevada numa cama?

IANE —— Não brinca comigo, menino!

Thailyz vai entrar no quarto, fazendo os dois interromperem a conversa no susto.

CHRISTIAN —— Vai fazer o que hein, namorada de faraó? Não tenho medo dos seus//

THAILYZ —— (off) oi, oi, voltei!

CHRISTIAN —— (finge conversa com Iane) minha avó também adora esse tipo de pomada. (p/ Thay) Oi, amor. Que bom, estava aqui dando umas dicas.

THAILYZ —— (surpresa) Que? Dicas? Nossa… que isso, vovó? Socializando? Curtiu meu namorado então?

IANE —— Ele não é tão trouxa como pensei que ele fosse. A cara dele engana muito.

THAILYZ —— Esse é o melhor elogio que você vai ganhar da vovó, amor. Vamos deixar ela.

CHRISTIAN —— claro. Bom café-da-manhã.

Por trás de Thailyz Christian faz um sinal para ela avisar Liége. Iane sutilmente responde com o dedo do meio.

C14. GALPÃO. INTERIOR. DIA.

Entrar um casal escondido no galpão para transar.

MULHER —— Ai, safado!

HOMEM —— Você gosta, não gosta?

MULHER —— Rapidinho que tenho que voltar pro trabalho.

Eles se escoram no freezer onde está o corpo de Iuri. Começam os beijos e abraços, escoram no cadeado entreaberto e o cadeado cai.

HOMEM —— Ih, caralho, caiu essa merda aqui. Hum… pra ter cadeado tem coisa boa aqui dentro.

MULHER —— Não mexe nisso, seu Valdivea te mata se pegar alguma coisa dele.

HOMEM —— Gata, seu Valdivea tem tanto, que não vai sentir falta de duas pecinhas de carne. Esses freezers tão tudo lotado de suínos, ele nem sabe mais que faz com tanta coisa. Só deixa eu ver que tem de bom aqui.

Homem abre o freezer e os dois se espantam com o corpo de Iuri olhando para eles, morto; congelado; aterrorizante. Grito de pavor da mulher!

 

FIM DO EPISÓDIO

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