Sob o Domínio do Rei Temporada 1: Ep. 6 Homão da Porra
HOTEL, QUARTO DE BARTÔ/NOITE
Sentados na cama, encostados à parede, Jean e Bartô, falam um sobre o outro, e dividem uma garrafa de cachaça.
Bartô – Eu nunca me senti assim, Jean, sempre tive medo dos meus sentimentos, e depois com essa ideia fixa de cobrar a quem me deve eu acabei me esquecendo de viver. Como você Sabia?
Jean, toma um gole de cachaça.
Jean – A gente sempre desconfia quando encontra seus iguais. E bom, quando te conheci em São Paulo, fiquei admirando o seu jeito e logo imaginei que era, como você fala é diferente, você anda todo elegante, todo assim… – Gesticulando com as mãos – Parece até um príncipe, um príncipe não, um rei.
Bartô – Porque tinha que ser só agora esse encontro meu paranaense?
Jean – Não sei, mas eu quero que não termine como tudo tem terminado na minha vida.
Bartô, segura a mão de Jean e pede.
Bartô – Se abre, Jean! Se abre com teu amigo, solta tudo que tá aí dentro, tudo que te faz sofrer.
Jean, se emociona e volta a tomar da cachaça.
Bartô – Me fala, tenha confiança em mim, tenha confiança para que assim eu possa te ajudar ou que pelo menos você consiga dividir essa carga que pesa nos seus ombros e na sua alma.
Jean – Eu já estou farto! Estou farto! Desde que saí da minha cidade que já não sou o dono do meu destino. Há seis meses que pessoas que eu jamais imaginei conhecer se meteram a escrever a minha história.
Chorando, Jean, desabafa.
Jean – Na noite que cheguei em São Paulo, conheci Carlos Cassell, estava sendo perseguido por uma organização de narcotraficantes, se meteu em negócios obscuros, jogava com naipes próprios e o pegaram e desde então não parei mais correr, e o medo de morrer tomou conta do meu corpo. É um medo que paralisa, que não te deixa pensar em mais nada, desorienta. – Emocionado
Bartô – Nos meus quase 40 anos de vida, dessa “perra” vida! Nunca havia escutado algo assim… Me deixou sem palavras, Jean.
HOTEL, CARRO DE JEAN/NOITE
Bartô, acompanha, Jean até o carro. Dois Homens a mando de Fano, o espreitam.
Bartô – Bom, podemos nos ver com mais frequência agora?
Jean – Claro…
Bartô – Jean, eu não quero que você me condene. Um dia eu vou lhe contar tudo que…
Jean, fala a Bartô, e entra em seu carro:
Jean – Eu espero!
CARRO DE JEAN/NOITE
Jean, começa a dirigir e logo percebe que um carro, o segue… As palavras de Carlos, vem a sua mente mais uma vez.
Carlos: “Eles podem estar em todos os lugares meu amigo, deves desconfiar até da tua própria sombra.”
Jean, continua dirigindo, e acompanhando o carro que o segue.
Carlos: “tua vida se decide em fração de segundos. E isso só depende de você.”
Jean, acelera e os capangas de Fano, não o perdem de vista.
Carlos: “Corre, Jean, corre e não pare de correr”.
Jean, dirige até um campo, usado para jogar uma pelada, com traves e sem grama. Ficando de frente com o carro que o persegue, saca a arma e atira com a mão esquerda, ferindo os capangas que descem da camionete para alvejá-lo.
Jean – Esse pesadelo não vai acabar nunca!
CASA DE CAROL/NOITE
Fano, para o carro em frente à casa de Carol e atende o celular.
Fano – Pronto! – Raiva – Maldito, Jean Ribeiro.
Desligando o celular, sobe as escadas e na sala encontra Carol de semblante fechado, sentada à mesa com as câmeras de vigilância a sua frente. Senta -se à mesa.
Fano – Acho que devemos muitas explicações um ao outro.
Carol – (Valente) Você não tinha o direito, Fernando! De mais o que você é capaz?
Fano – Você é capaz de me cobrar explicações depois do que fez? Se deitou com aquele maldito motoristinha do meu tio. Mas me escuta só eu não vou descansar enquanto não acabar com a droga da vida dele.
Carol – Acabar? Não Fano, se encostar um dedo nele, vai conhecer uma Carolina Cardona que você não faz ideia que existe.
Fano – Carol, eu não queria te vigiar, mas eu não sei, sempre me preocupou sua vida aqui longe de tudo e de todos. Depois da morte da tia Araceli eu pensei em parar, mas aí…
Carol – Mas aí o que? O Jean apareceu? É isso. Vá embora, por favor!
Fano – Fica comigo, eu amo você e eu faço qualquer coisa pra não te perder, por favor fica comigo.
Fano, tenta segurar as mãos de Carol, que se levanta da mesa e diz:
Carol – Você é um Cardona? Um verdadeiro, Cardona!
Sem entender a pergunta, Fano aproxima-se.
Carol – Se é um verdadeiro Cardona sabe muito bem fazer negócios.
Fano, rindo:
Fano – Não… Você não vai me fazer essa proposta, vai?
Carol – Fica como está ao meu lado, continua ganhando a confiança do meu pai, poder, e não se mete com o Jean Ribeiro.
Carol, serve-se de wisky e continua:
Carol – Então, meu amor fecha comigo?
REI DO FUMO/DIA
Junto de Armando Cardona, Jean, tenta descobrir quem está o persegue.
Jean – O senhor acha que alguém do meu passado pode estar atrás de mim aqui?
Dom Armando – Pois acho pouco provável, a pessoa que te enviou não costuma perder as rédeas de seus negócios.
Jean – Pois então eu já sei quem pode ter sido.
Ramiro, que está próximo de Dom Armando e Jean, os observa desconfiado. Dom Armando segura no pulso de Jean e diz:
Dom Armando – Vaya con cuidado, seas discreto está lidiando con gente muy astuta.
Jean – Pois eu também sei ser muito astuto, Dom Armando.
Jean, sai e Dom Armando, permanece, pensativo, analisador.
REI DO FUMO/DIA
Saindo da fábrica, Jean, liga para Bartô.
Bartô – Te espero em meu apartamento, vá o mais rápido que puder.
APARTAMENTO DE JEAN/DIA
Ramiro, sobe para seu apartamento e quando vai fechar a porta é surpreendido por Jean que o joga pra cima do sofá.
Jean – Agora temos uma conversinha. Só você e eu meu caro!
Jean, encara Ramiro, e pela primeira vez vemos seu semblante de revolta e olhos esbugalhados.
Ramiro, nunca foi um capanga. Sempre foi um amigo leal de Fano, e se aproveitou dessa amizade para levar uma vida tranquila, sem se meter em confusões, quando tinha problemas a resolver sempre fez à sua maneira, se escondendo e agora cara a cara com Jean, pode-se ver que o medo o paralisa.
Ramiro – Jean, pelo amor de Deus eu não sei o que está acontecendo eu não tenho nada a ver.
Ramiro, levanta-se do sofá e Jean o joga contra a mesa e soca seu rosto. O ódio e a revolta são sua força.
Jean – Será que não tem nada a ver com os dois desgraçados que me perseguiram ontem à noite? – segundo soco. O que você planeja com Fano? O que sempre cochicham quando estou por perto? – terceiro soco.
Ramiro – Para, Jean Ribeiro, você é um louco…
Bartô, tira Jean de cima de Ramiro, já machucado pelos socos.
Bartô – Para, Jean, você vai matar ele…
Jean – Seria pouco pra esse porco.
Ramiro, pega uma faca e parte pra cima de Jean.
Ramiro – Se acha muito macho? Vem me enfrentar agora!
Jean, agarra o braço de Ramiro, lhe dá um soco, toma-lhe a faca e ameaça cortar sua cara.
Jean – Ah! Acredito que não saiba quem eu sou, mas a marca que vou deixar nesta tua maldita cara é para que saiba quem é Jean Ribeiro – Grita.
Bartô – Jean, não vale a pena.
Bartô segura, Jean, que joga Ramiro novamente contra o sofá.
Ramiro – Você está se achando muito esperto não é? Vem aqui me agride e acha que vai ficar por isso mesmo?
Jean – Ramiro, eu não tenho medo de você…
Miguela, a zeladora do prédio se aproxima do apartamento de Jean, e ouve suas palavras à Ramiro.
Jean – E me escuta bem, só te peguei aqui para que leves tuas marcas como recadinho para o teu parceiro.
Ramiro – Você é um desgraçado, Jean Ribeiro.
Jean – Ramiro, está é a primeira e última vez que temos uma peleia, porque na próxima te meto um tiro aqui. – Decidido, ameaçador.
Jean, mete o dedo na testa de Ramiro, que fica paralisado. Com medo!
Saindo do apartamento de Ramiro, Jean diz:
Jean- Agora vou me embora daqui, porque você cheira muito mal, cheira a bala.
Ramiro – Desgraçado! – Grita.
Jean, sai no corredor seguido por, Bartô e Miguela os segue falando alto, desesperada:
Miguela – Assassino! Jean Ribeiro, é um assassino. Assassino!
APARTAMENTO DE JEAN/DIA
Em seu apartamento, Jean, serve cachaça para ele e Bartô e de uma caixa de chocolates tira um baseado. Bartô, se surpreende e acendendo, Jean diz:
Jean – Tem me ajudado a enfrentar a vida. A maioria das vezes somos só eu e ela aqui.
REI DO FUMO/NOITE
Ao sair de sua sala, Fano é surpreendido por, Dom Armando.
Dom Armando – Mi sobrino!
Fano – Tio?!
Dom Armando – ¿Andas como un gatito, discreto, no quiere ser notado, hijo?
Fano, engasga algo. Dom Armando intimida:
Dom Armando – Jean Ribeiro, foi emboscado.
Fano – E como ele está?
Dom Armando – Bem, por hora.
Fano – Deve ter muitos problemas do seu passado, não?
Dom Armando – Pues si. Pero sean cuales sean, son míos ahora.
Fano, engole seco, apreensivo. Dom Armando muda o semblante e com a mão no ombro do sobrinho, caminham lado a lado.
Dom Armando – Janta comigo? Te preparo um drink para que relaxe meu sobrinho…
Fano – Claro! Estou morrendo de fome, tio.
APARTAMENTO DE JEAN/NOITE
Jean, acorda levanta-se da cama e na sacada acende um cigarro. Bartô levanta-se e lhe faz companhia.
Bartô – Pensativo, meu paranaense?
Jean – Pensando… Não vale rir da minha cara, mas estava pensando em você e eu.
Bartô, o abraça e carinhoso diz:
Bartô – Pensava que eu posso ser o amor sua vida é? Por que você é o amor da minha vida.
Jean – Obrigado por fazer parte da minha vida.
Da sacada de um apartamento próximo, Miguela, vê Jean e Bartô, abraçados, rindo. Sua reação é de perplexidade, porém cômica, caricata.
Miguela – Jesus, Maria e José!
Seis meses depois
CASA DE CAROL/DIA
Marcela, secretária do rei do fumo adentra a casa de Carol. Um ar fúnebre congela sua carne, os passos travam. Carol do sofá, a chama.
Carol – Marcela, está tudo bem?
Marcela – Sim. Tudo bem! vim para ajudar com o vestido.
Carol, olha pela janela e diz:
Carol – O Jean, está lá fora?
Marcela – Sim!
Carol, vai para o Jardim, e Marcela passa as mãos nos braços sentindo frio.
CASA DE CAROL/DIA
Carol, vai até o jardim falar com Jean:
Carol – Oi!
Jean – Oi!
Carol – Como está?
Jean – Bem, e você?
Carol, respira e sorri (vou indo)
Jean – Hoje é seu dia… Seja feliz, minha pretinha!
Carol, o abraça emocionada.
Do carro, Fano os vê abraçados, e segura o volante com força.
APARTAMENTO DE JEAN/DIA
Jean, coloca a roupa que irá no casamento sobre a cama e vai abrir a porta para Bartô:
Jean – Oi!
Bartô – Pronto?
Jean – Quase!
CASA DE CAROL/DIA
No Jardim, tudo é preparado para a festa. Dom Armando conversa com Fano, que já está vestido para o casamento:
Dom Armando – Carolina, te ama e muito, não sejas um canalha com ela como eu fui com a mãe dela, viu? Eu vou ficar de olho!
Fano – Tio! Eu amo essa mulher, desde o dia que coloquei os olhos nela, fiz muitas coisas erradas, fui um canalha por vezes, mas sem ela eu não existo. Não sou nada! Nada!
QUARTO DE CAROL/DIA
Já vestida de noiva, Carol se olha no espelho. Marcela diz:
Marcela – Parece sua mãe. Não são parecidas só fisicamente, suas almas são iguais também!
Carol – Será que eu terei o mesmo destino que ela, Marcela?
Marcela, fica sem palavras, e Dom Armando entra no quarto:
Carol – Pai?!
Dom Armando – Nos deixe a sós, Marcela!
Marcela – Estarei aqui fora…
Dom Armando – Lá embaixo, Marcela.
Marcela – Com Licença!
Marcela sai. Dom Armando, abre os braços e diz:
Dom Marcelo – Posso abraçar minha filha no dia mais importante da sua vida?
Carol, abraça o pai emocionada:
Carol – Pai… Me perdoa, por favor. Me perdoa por todas as vezes que te ignorei e fiz que conta que seu amor não era importante pra mim.
Dom Armando – ¡Ya pasó ahora, estoy aquí contigo!
Carol – Me levas ao altar?
CASAMENTO DE CAROL E FANO/DIA
Dom Armando leva a filha ao altar. Fano não contém a emoção e recebe a noiva aos prantos. Dom Armando, abraça o genro e diz:
Dom Armando – Entrego-lhe meu bem mais precioso…
Fano – É o meu bem mais precioso também!
Carol e Fano, diante do Altar. Jean e Bartô chegam juntos para cerimônia, e Dom Armando encara-os com expressão de reprovação.
CONTINUA…
http://https://www.youtube.com/watch?v=nih0am_2O9s-” ”>-‘.’ ”>