Sob o Domínio do Rei Temporada 1: Ep. 9 Castelo de Sonhos
ARRAIAL DO CABO/DIA
Da varanda de casa, D. Ivone avista a chegada de um carro. Ritinha se aproxima,
lentamente dizendo-lhe:
Ritinha – É ele, D. Ivone.
Jean, desce do carro e corre para os braços da mãe que não segura as lágrimas ao sair da
varanda para encontrar o filho. Ritinha, paralisa:
D. Ivone – Vem minha filha, é Jean…
Jean – Mãe […] Mãezinha.
D.Ivone – Quanta saudade de você meu filho, ainda me lembro como se fosse ontem o dia que nos deixou aqui.
D. Ivone pega na mão a Ritinha, que se aproxima de Jean, olhando nos seus olhos:
D. Ivone – Vem Rita.
Jean, lhe abraça com força, compensação pelo tempo distante da amada, da irmã não sanguínea que o
destino, ou sabe-se lá o que colocará na sua vida.
Jean – Vem! – a puxa com força.
Ritinha – Jean, desgraçado por que fez isso comigo por tanto tempo?
Jean – Nessa vida as coisas acontecem sem que a gente sequer perceba minha pretinha, e o tempo voou.
Ritinha, desvia o olhar de Jean e imediatamente encara, Silas.
Jean – É o Silas, ele é só um velho amigo…
Abraçando-as, Jean diz-lhes:
Jean – Nós vamos pra casa agora.
CASA DE CAROL/DIA
Carol, serve café para Marcela, que conta-lhe sobre, Jean e Ritinha.
Marcela – Esses dias, ele levou ela lá na fábrica, é uma xucrinha, até parece que morre de medo de gente,
não larga da cintura Seu Jean, um só minuto.
Carol – Que bonito, Seu Jean. Quem diria que aquele, menino xucro iria chegar aonde chegou, Marcela.
Marcela -É Tem gente que nasceu mesmo pra ser rei.
CASA DE BARTÔ/DIA
Jean, deixa, Ritinha, dormindo no quarto, e na cozinha tem uma conversa com Bartô, que faz o
próprio café da manhã.
Jean – Bom dia.
Bartô – Bom dia.
Bartô, faz barulhos com utensílios de cozinha para chamar sua atenção:
Jean – Bartô, eu peço só um pouquinho de paciência da sua parte, olha em poucos dias nós vamos
mudar pra nossa casa.
Bartô – Nós, nós quem?
Jean, baixa a cabeça e Bartô, sai porta a fora.
Bartô – Olha quer saber, volta lá dormir com a sua namoradinha de infância, Ritinha. Não é isso que ela
sempre foi? Tua namoradinha de infância, tua mulher, Jean, desde o dia que sua mãe a
levou pra dentro de casa ela foi a tua mulher.
Jean – Não, não foi, Bartô. Ritinha, é como uma irmã, eu nunca olhei pra ela como um homem
olha para uma mulher, se ela fantasiou esses sonhos foi sozinha, eu nunca.
Indignado, segura, Bartô, pela camisa e o joga contra a parede:
Bartô – O que foi, Jean Ribeiro, vai me bater agora?
Jean – Sabe que vontade não me falta, seu forasteiro de uma figa.
Jean, então o beija com força. D. Ivone os vê, mas volta para o quarto.
QUARTO DE JEAN/ DIA
No quarto, Ritinha, procura por alguma coisa, fotos, algo que lhe responda como, Jean, chegou
aonde chegou em tão pouco tempo. Na porta, D. Ivone a repreende:
D. Ivone – O que você está fazendo?
Ritinha – Procurando algo, D. Ivone, alguma coisa que me diga como ele conseguiu tudo isso.
D. Ivone – E isso realmente importa, Rita? Nós estamos com ele agora, ele é a nossa família.
Ritinha – Isso não tá certo, D. Ivone, Jean não pode ter acordado nadando em dinheiro assim do nada. – Mexendo em uma caixinha encontra uma foto de Carlos, e um caderno com anotações.
D. Ivone – O que você vai fazer com isso?
Ritinha – Eu não vou ficar de olhos fechados como a senhora, eu sei que alguma coisa não está certa
nessa história de herança, há muitas coisas em jogo, inclusive a sua vida, D. Ivone.
Rita, sai.
REI DO FUMO/DIA
Ritinha, chega na recepção da fábrica, e pergunta a Marcela:
Ritinha – O Jean, está?
Marcela – Está, mas creio que não seja uma boa hora…
Ritinha – O que foi, hein? Não posso entrar na sala do meu noivo agora?
Ritinha, segue e Marcela vai atrás.
Marcela – Senhorita, por favor, senhorita.
Jean, fala ao telefone, quando, Ritinha, entra e joga a foto de Carlos, e o caderno de anotações
sobre a mesa:
Jean – (ao telefone) Olha eu tenho que desligar agora, nos falamos, sim?
Ritinha – Eu não sou mais aquela garota ingênua que acreditava em tudo que você me dizia.
Jean – Marcela, pode deixar.
Marcela – Tudo bem!
Jean – Você mexeu nas minhas coisas, você não tinha esse direito.
Ritinha – Não, Jean. Quem não tinha o direito de sair de casa e se lembrar que tinha uma família
anos mais tarde é você. Você tem ideia de quantas vezes eu chorei por não saber notícias suas?
Você tem ideia de quantas vezes eu tive que abraçar a sua mãe para mantê-la viva sem ao
menos saber se de fato você estava bem?
Jean – Eu não escolhi esse caminho.
Ritinha – ah, não?
Jean – Não, Rita, você não tem ideia do que eu passei, você não imagina o que eu enfrentei pra
estar aqui hoje, por isso eu falo com todas as letras que você não tem o direito de me
cobrar nada, eu protegi vocês.
Ritinha – Você fugiu de nós. São Paulo, Jean […] Onde você está mesmo?
Jean – Sim, Rita, eu fugi, fugi sim, tá vendo a foto desse homem aqui? Desde o dia que uns
desgraçados o mataram eu São Paulo, eu não parei mais de correr, correr pra viver.
Ritinha, paralisa, sua expressão muda, e Jean, a abraça:
Jean – Não faz isso, agora que eu consegui trazer pra perto de mim as pessoas que mais me importam.
Abraçado a Ritinha, na saída da fábrica, lhe faz um pedido:
Jean – Agora vai, Silas vai te levar, e não esquece você e a D. Ivone são as pessoas mais importantes
pra mim.
Jean, abre a porta do carro, e ao lado de Silas, Ritinha volta para casa:
Silas – Também fiquei assim como você.
Ritinha – Assim como?
Silas – Se queria essa vida pra mim, sabe trabalhar com Jean Ribeiro, um homem que se tornou quem é.
Ritinha – E quem ele é?
Silas – Isso a senhorita deve saber mais que ninguém, é mulher dele desde que veio ao mundo.
Ritinha – Eu não sou mulher dele. Jean, tem outras preferências, ele nunca vai olhar pra mim
como eu queria. Mas vai me diz quem é Jean Ribeiro.
Silas – Um amigo, forte, não faz favores a ninguém, mas paga muito bem aos que lhe fazem. Te assusta?
Ritinha – De verdade? Me encanta.
REI DO FUMO/DIA
Jean, marca uma reunião com Aroldo Portela, o senhor que conheceu na festa de Walter
Pernas. Em seguida, Marcela anuncia a entrada de Nathan:
Jean – Te espero então, meu amigo, será um prazer fazer negócios consigo. Desliga o telefone.
Marcela – Jean, Dr. Nathan.
Jean – deixe-o entrar.
Marcela – Com licença.
Nathan – Jean Ribeiro a que devo o ilustre chamado?
Jean – Senta, bom vamos direto ao ponto, quero seu preço pra trabalhar integralmente como
meu advogado e contador.
Nathan – Integralmente?
Jean – E dedicação exclusiva. A tarefa é simples, preciso que alguém tome conta das entradas
e saídas, e coloque tudo em panos limpos, ou seja, preciso que todo o dinheiro sujo se converta
em limpo, quero que cuide também da abertura de uma empresa de transportes marítimos.
Em quanto tempo consegue isso?
Nathan – Transporte marítimo? Jean, Armando Cardona, tinha um acordo muito bem amarrado com
Walter Pernas, nem ele nem outra pessoa poderia investir nesse campo.
Jean – Pois quem está no comando agora é Jean Ribeiro, e eu não tenho acordos com ninguém,
não preciso de Walter Pernas, como meu intermediário.
Nathan – É um plano muito arriscado, Jean, vai mexer com grandes inimigos.
Jean – E eu estou pagando pra ver.
ABRE ESSE CORAÇÃO/DIA
Silas, para o carro em frente a mansão de Bartô, e diz a Ritinha que desce:
Silas – Quando precisar de um amigo eu estarei aqui.
Da varanda, D. Ivone observa-os:
Ritinha – Foi bom conversar com você.
Ritinha, sai do carro, e na entrada da casa conversa com sua mãe:
D. Ivone – E esse moço tão bem afeiçoado?
Ritinha – Só um funcionário do Rei. A senhora sabe que é assim que chamam seu
filho agora, D. Ivone, Rei?
D.Ivone – Abre esse coração, minha filha, tem um belo dia sorrindo para você, Jean, já tomou
seu caminho e já está mais do que na hora de você tomar o seu.
HOT HOT 33/DIA
Marla Mendonça, chega a boate. Do escritório, Rose avisa, Andreia, que olha uma
revista de moda, entediada:
Rose – Sua amiga chegou.
Andreia – Vou atendê-la lá embaixo.
Rose – Andreia.
Andreia – Sim?
Rose – Muito cuidado, eu não quero ficar no meio de um fogo cruzado.
Andreia – Tranquila sócia.
Andreia, desce para falar com Marla, que bebe confortavelmente sentada a uma mesa.
Andreia – Marla, minha querida.
Marla – De que lado você está, Andreia?
Andreia – Lado?
Marla – Me escuta bem, Andreia, estou prestes a travar uma guerra com Jean Ribeiro, e lhe
garanto que os meus aliados terão tudo, já meus inimigos nada.
Com medo, Andreia trata de transquilizar a amiga:
Andreia – Marla, me escuta bem, eu não estou do lado de ninguém, simplesmente atendi um
chamado de um querido amigo, nem de longe imaginava que o mesmo Jean Ribeiro, um simples
garçom, se tornou quem é hoje.
Marla – Hoje recebi uma ligação de uma pessoa muito poderosa, e essa pessoa me alertou que,
Jean Ribeiro, não está pra brincadeira, se os negócios do seu protetor eram grandes, os dele
serão muito maiores, tão maiores que tudo que eu construí pode ruir.
Andreia – Quem diria, não? Todos o subestimamos.
Marla – Não importa, nem, Jean Ribeiro, nem ninguém vai atrapalhar meus planos, não
agora que eu estou tão perto de deixar isso, Andreia.
Andreia – Fala sério quando diz que vai entrar para política?
Marla, levanta o copo
Marla – E isso é só o começo…
REI DO FUMO/DIA
Em seu escritório, Jean, recebe, Aroldo, que lhe dá conselhos preciosos:
Jean – Aroldo, sente-se, bebe algo?
Aroldo – O que você me oferecer.
Jean – Cachaça, a bebida preferida do rei, Dom Armando.
Aroldo – Vejo que não teve grandes dificuldades em seguir seus passos.
Jean – De verdade? A cada passo que dou vou descobrindo que isso tudo é uma
bomba relógio.
Aroldo – As coisas aconteceram, Jean, e da maneira que aconteceram não agradou
a muitos. Neste negócio,ninguém começa do topo, e por ironia do destino você começou,
por tanto fique de olhos bem abertos sempre, seu nome já está correndo, tu tornas a cada
dia mais e mais conhecido, por hora seu pior inimigo é Walter Pernas, mas ele não vai
descansar até que todos fiquem contra você.
Jean – Aroldo, talvez eu não tenha pensado bem nas coisas, trouxe para perto de mim as duas
pessoas mais importantes da minha vida, e essas pessoas não tem nem ideia do que faço.
Aroldo – Tem medo do que pode acontecer a elas?
Jean – Não durmo uma só noite pensando nisso.
Aroldo -Tiras o quanto antes de perto você, mesmo que isso doa, na nossa condição somos
condenados a viver sozinhos.
CASA DE BARTÔ/NOITE
Jean, chega, quando Bartô se prepara para sair:
Jean – Hum! vai sair?
Bartô – Vou me divertir um pouco, desde que se tornasse um homem de negócios, vivo entediado
entre os muros dessa casa.
Jean, o puxa pela mão e os dois sentam no sofá:
Jean – Tomei uma decisão, vou mandar minha mãe e Ritinha, de volta pra casa. Não sei como
vão reagir, mas é para o próprio bem delas.
Bartô – Elas não merecem essa vida que tu e eu levamos, Jean, com o tempo elas vão
entender e te perdoar.
Jean – Fica em casa essa noite, não me deixe.
Jean, deita em seu colo.
Bartô – Jamais vou deixá-lo, meu pequeno rei.
PLANO DE GUERRA/NOITE
Walter, liga para Marla, que atende do escritório de sua casa:
Walter – Marla, como estamos?
Marla – Tudo nos conforme.
Walter – Muito bom fazer negócios consigo.
Marla – Já sabe jamais tivemos qualquer contato.
Walter – ameaçador – Eu sei que tivemos. – Desliga o telefone, acende um cigarro e se ajeita
em sua confortável cadeira.
CASA DE BARTÔ/NEM NOITE NEM DIA
Na sacada do quarto, Jean e seus pensamentos:
Jean – A hora cinzenta, está é a hora em que um dia vou morrer, este momento que não é
nem de dia nem de noite.
Bartô, vai até a sacada.
Bartô – Não consegue dormir?
Jean – acendendo um cigarro – Tenho que tirar as pessoas mais importantes da minha
vida, acha que conseguiria dormir assim?
Bartô – Não.
Jean – O que você conversou, Dom Armando, no casamento da Carol e do Fano?
Bartô – Já lhe disse, falamos de você, do quão você era importante para ele, porque esse
assunto agora?
Jean – Nada não, eu preciso tomar um banho agora.
Jean, vai saindo e Bartô, diz:
Bartô – Acha que tive alguma coisa com a morte do Dom Armando?
Jean – Isso foi o que você sempre quis.
Bartô – Mas não foi o que aconteceu, Dom Armando, era meu pai, eu não ia conseguir, Jean.
Jean – Não, vai me contar estorinhas agora? Tenho que fazer algo muito importante agora,
falamos depois sobre isso.
CASA DE BARTÔ/DIA
D. Ivone, serve café a Ritinha, Jean, entra sério:
Ritinha – Obrigada.
D. Ivone – Meu filho, quer café?
Jean – Não.
D. Ivone – Aconteceu alguma coisa? Que cara é essa?
Jean – Mãe, vocês têm que ir embora daqui.
D.Ivone – Mas porquê? Meu filho se for por alguma coisa que dissemos ou fizemos, é pelo
Bartô? Não, me diz eu estou disposta a consertar qualquer erro.
Ritinha, segura a xícara de café trêmula sem dizer uma única palavra:
Jean – Não, não é isso […] Eu só peço que confiem em mim, eu preciso tirar vocês daqui,
eu só não posso responder o porquê, por favor, arrume as suas coisas preciso tirá-las daqui.
Jean, olha para Ritinha e diz:
Jean – Acho que temos que conversar, não?
Jean, fecha a porta da biblioteca e Ritinha, diz:
Ritinha – Já não precisa mais mentir, Jean, agora D. Ivone não está aqui. É pelo Bartô, não é?
Jean – Não Rita, não é pelo Bartô, por favor, confie em mim, eu jamais vou deixar vocês desamparadas.
Ritinha – Jean, chega, chega, eu não sou nem uma burra, me conta vai, me conta tudo, confia em mim caralho.
Eu já sou bem grande pra saber que esse dinheiro e tudo que você tem aqui não é limpo, é dinheiro de
droga não é?
Jean – Sim.
Ritinha, chora, Jean chora, é todas as dores são expostas de uma vez:
Ritinha – Era para isso que você tanto queria sair de casa, pra se meter com essa merda. E cada vez que te perguntava você me dizia, não, Rita, não me faça perguntas que não posso responder.
Jean – Eu não busquei, não, não busquei. Foram as circunstâncias, a vida que me arrastou pra dentro disso.
Ritinha – Por que nos tirou de Arraial então?
Jean – Por que vocês são as pessoas mais importantes pra mim, porque necessitava de vocês aqui comigo, porque necessitava sentir que tenho uma família, pena que já é demasiado tarde.
Ritinha – Eu te odeio, te odeio, te odeio, Jean.
Jean – Me fala, Rita, me fala tudo que tem pra falar, desabafe se isso vai te fazer se sentir melhor.
Chorando, corre para seus braços, num abraço apertado que quase os sufoca:
Jean – Eu te amo, te amo mais que a minha própria vida.
A DESPEDIDA/DIA
Jean, abraça a mãe que lhe abençoa como na primeira despedida, na estação de embarque em
Arraial do cabo:
D. Ivone – Que deus sempre te acompanhe, meu filho.
Jean, abraça Ritinha, que emocionada, diz:
Ritinha – Sempre te amei, e vou seguir amando, Jean.
Jean – Vá cuidado – Diz a, Silas.
Silas, sai com o carro levando seus maiores tesouros. Bartô coloca a mão sobre o ombro de Jean,
que chora:
Bartô – Já pode dormir em paz agora meu rei.
MAU FINAL/DIA
Na estrada, Silas percebe que um carro os segue, e acelera:
D. Ivone – O que foi?
Silas – Estão nos seguindo.
D. Ivone – Vai com cuidado.
O carro emparelha com o de Silas, e um outro atravessa na sua frente, Silas, para, e diz:
Silas – É uma emboscada.
Continua…
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