Você está lendo:

The Black List : Episódio 1×06 – Sangue

Jade

 

Os dois chegaram em casa ao mesmo tempo, o trânsito da cidade até que estava bem tranquilo. Ao chegarem na entrada de casa, viram sua mãe, Victoria Evans andando de uma lado para o outro.

– Eles chegaram! – uma voz conhecida, que não era de Victoria, surgiu. Era Mason.

– Calma. – começou Jade, até ela ver que Emily também estava ali. – O que faz aqui?

Emily abriu a boca para falar mas a voz retumbante de Victoria a calou. A mãe estava visivelmente irritada e havia uma preocupação tremenda em seus olhos.

– Onde estavam?!

– Calma, mãe. – Austin disse. – Houve uns problemas na escola e quis sair pra pensar um pouco…

– Ela sabe. – Mason disse. – Eu…

– Merda. – Jade cerrou os punhos, revirando os olhos. – Mason, sua função aqui não é contar as merdas pra minha mãe. Ela já tem muito o que se preocupar.

– Não, Jade. – Victoria cruzou os braços. A mãe dos dois estava em seu roupão vermelho. – Mason fez muito bem em contar. O anônimo atacou novamente, hm? E agora falou da Kelly.

Parecia que Austin tinha se encolhido de tamanho desconforto ao ouvir o nome de Kelly. Jade olhou para o irmão e depois para Emily, que parecia de certa forma perdida na conversa.

– É. – Jade disse. – Eu fui atrás de Austin, antes que ele fizesse alguma merda.

– Onde você se enfiou? – Victoria foi ao encontro do filho, segurando seu rosto. – Austin…

– Fui ao túmulo de Kelly. – Austin olhou friamente para a mãe. Emily e Mason prenderam a respiração.

Victoria se afastou do filho com os olhos assustados, ela virou de costas e colocou as duas mãos sobre o rosto. Jade suspirou e olhou para Austin, ele mantinha os olhos abaixados.

– Você sabe o perigo disso, não sabe? E se alguém estivesse seguindo vocês? – Victoria abriu os braços. – Você se descontrola demais, Austin. Você não sabe quem está por trás disso, precisava manter a calma.

– É fácil falar. – Austin tinha crescido agora. – O meu nome que está envolvido nessa historia toda!

– Ora – Victoria cruzou os braços. – Qual é o nome que você carrega? Hein? Quem fez de tudo para sumir com essa garota?! Você é um ingrato!

– Ei! – gritou Jade. – Parem!

– Maldita hora que me colocaram a droga desse nome! Olha o fardo que é carregar a porra do nome dessa família?! Eu não tenho paz!

– Não se pode ter tudo nessa vida, garoto. – Victoria se aproximou de Austin e segurou seu rosto com os dedos finos, suas unhas vermelhas pressionando a bochecha do filho. – Se quer ser famoso, ter dinheiro e fama, precisa ceder em algumas coisas. Você não passa de um ingrato, tudo que você tem…tudo que fazemos por você…

– Eu não pedi pra nascer nessa maldita família. É melhor nascer sem nada disso e ter uma família de verdade. – Austin se afastou da mãe. Ele foi em direção às escadas e Emily foi ao seu encontro.

– O que ela faz aqui? – Jade sussurrou para Mason.

– Não sei…encontrei ela na portaria. – ele respondeu.

Austin olhou nos olhos de Emily e sussurrou algumas palavras que Jade não conseguiu compreender. Victoria abaixou a cabeça e secou as lágrimas que caiam dos seus olhos. Jade virou-se para mãe, depois que Austin subiu as escadas sozinho:

– Você não tinha o direito de fazer isso. Ele está muito perturbado.

– Seu irmão precisa acordar, Jade. – a mãe virou para encarar a filha, os olhos inchados. – Seu pai não pode saber do que aconteceu. Ele já se preocupou em denunciar e colocar a policia atrás desse anônimo, mas se souber que vocês sumiram por horas…e foram no cemitério onde ela está enterrada…

– Pode ficar tranquila que ninguém nos seguiu.

– Como pode ter certeza?! – Victoria gritou. – Por que Jade e Austin Evans estavam saindo de um maldito cemitério no meio da noite? As pessoas vão começar a investigar.

– Senhora Evans – Mason disse. – Posso manter contato com jornalistas caso alguma coisa vaze…posso…

– Reze para não sair nenhuma matéria sobre isso. – Victoria encarou Mason. – É seu trabalho fazer esse controle midiático de Jade. Não podem descobrir que Kelly está morta.

– Espera aí. – Emily finalmente consegui falar. – As pessoas não sabem? Como assim?

– Nunca percebeu que nunca chegaram em uma conclusão sobre a gravidez de Kelly? – Victoria agora sorria friamente, Jade suspirou. Ela estava começando a ter medo. – E que nunca mais tiveram contato com ela?

Emily franziu a testa e olhava de Victoria para Jade, bem nervosa. Jade estava começando a ficar preocupada pelo o que sua mãe estava falando.

– Ela morreu. Mas para a mídia, ela foi morar na Itália. – riu Victoria. A mãe foi até uma mesinha no canto da sala e serviu-se de um copo de whisky.

– C-Como ela morreu? – Emily gaguejou. Mason olhou sério para Jade.

– Em um procedimento de aborto. – foi Jade quem falou desta vez.

Emily arregalou os olhos e colocou as duas mãos cobrindo a boca. Victoria deu uma gargalhada.

– Lembre-se, Emily. Você é parte de um laço eterno entre os Evans e Hopper. – Victoria deu uma golada no whisky. – Lembre-se que a mídia sempre pode ser controlada. Com mentiras ou com dinheiro. Você escolhe o método mais seguro.

Emily abaixou os olhos e parecia estar tentando processar tudo aquilo. Jade se aproximou da amiga e disse:

– É melhor não contar isso para ninguém, ouviu?

– Claro. – Emily olhou sério para Jade.

– Nem para Bridgit.

Emily assentiu. Mason andou pela sala com os braços cruzados, ele já sabia daquela história. Jade havia contado para ele em um momento de bebedeira, mas ele jurou não contar para ninguém. Nesse momento, ele suspirou e lembrou do que falara para aqueles jornalistas…se eles começarem a investigar as mensagens da Harper, muita merda poderia  acontecer.

– Austin acha que Kelly está viva. – Jade disse. – Que ela é a autora dessas mensagens.

– Duvido. – disse Victoria. – Nós a enterramos bem naquele maldito cemitério.

– Sim – disse Jade. – Mas não vimos seu corpo, vimos?

Victoria, Mason e Emily olharam para Jade, sérios.

– Não há morte sem um corpo. – ela murmurou.

 

 

Sam

 

– Então supostamente ela foi para a Itália. – Sam estava ligando os pontos da história que Harry o contara.

Os dois estavam em um diner, Harry estava contando o que sabia da história de Kelly e Austin. Por incrível que parecia, o jovem acreditava muito na índole de Sam e decidiu contar tudo o que sabia.

– Sim. Ela engravidou, fez um aborto. E a família de Austin fez de tudo para que ela fosse para a Itália. – Harry cruzou os braços e encarou Sam. – E por favor, não fale que eu te contei isso. Austin me mataria.

– Claro que não. – Sam sorriu. – Se me contou, é por que confia em mim, certo?

– Te conheci hoje praticamente e te considero já um irmão. – Harry mordiscou uma batata frita de seu prato. – Vai ser bom ter você no time.

– Certo. – Sam estava “desenhando” com o dedo sobre a mesa de plástico. – Então…quem mandaria essa mensagem? Conte a verdade sobre Kelly. Será que essa não é a verdade?

– Duvido. – disse Harry. – Austin não é de mentir. Aliás, toda a mídia comprou essa história…não acredito que eles seriam capazes de mentir sobre algo tão grave.

– Hm. – Sam bebeu um pouco do seu milk-shake. – Pode até ser. Mas não encaixa, sabe? Por que alguém mandaria essa mensagem sem ter uma outra verdade? A verdade que todo mundo precisa saber?

Harry suspirou e abaixou os olhos. Sam não acreditava em nada dessa história, estava bem claro que essa Kelly não estava na Itália. Ou ela até foi pra lá, mas alguma coisa lhe dizia que havia mais uma coisa por trás disso tudo.

 

 

J.J

 

– Que doideira! – gritou Park.

J.J, Park e Maria estavam uma chamada de vídeo pelo celular. O garoto estava quase dormindo quando a mensagem chegou, e agora ele estava animado demais para dormir, assim como seus amigos.

– Quando pesquisei não apareceu nada demais sobre essa Kelly. – disse Park. – Lembra?

– Sim. – J.J disse. – Muito estranho, cara.

– Não é possível. – disse Maria. – Vocês pesquisaram direito? Se o anônimo sabe da verdade sobre isso tudo, é porque a família Evans mentiu em algum momento!

– Exato. – Park disse. Um barulho surgiu em sua chamada de vídeo e ele gritou. – JÁ VOU! Foi mal, minha mãe.

– O que será que Sam sabe disso hein? – J.J perguntou. – Ele deve saber de alguma coisa, agora que ele está andando com esses caras.

– Precisamos falar com ele. – Maria estava pensativa.

Os três continuaram conversando por um bom tempo, e de vez em quando J.J olhava para a pilha de caixas de pizza que ele precisava montar na manhã seguinte. Eleonor já estava dormindo no quarto ao lado, ele precisava ajudar sua irmã urgentemente.

– Meu Deus. – Maria disse, do nada. – Essa escola é maluca.

– Hein? – J.J estava praticamente cochilando.

– O que houve? – Park estava dormindo, e acordou no susto.

– Olhem o e-mail…na verdade, só você, J.J.

– Ah. – Park revirou os olhos. – Burgueses da Harper.

J.J abriu o e-mail pelo celular e viu o que recebera da Escola Harper. Era um e-mail com as letras gigantes:

 

                                                   BAILE DE BOAS VINDAS

Nós da Harper High School desejamos uma boas vindas para nossos alunos e novos alunos, principalmente os 3 alunos bolsistas que recebemos no início dessa semana.

Para comemorar o inicio de mais um ano letivo, iremos realizar no próximo Sábado (17/10) o BAILE DE BOAS VINDAS. Contamos com a ajuda de todos os alunos para que se inscrevam como voluntários para a organização do evento.

Teremos o concurso de Rei e Rainha do Baile, inscrições já abertas.

Mais informações na Secretaria.

 

Att

 

Diretor Hopper

 

– Puta merda. – disse Maria.

– No meio do caos…um baile de boas vindas. – J.J não estava nem um pouco chocado.

– Posso ir? – perguntou Park.

– Tomara que não seja mais um dia para o Anônimo atacar, né? – Maria disse, bocejando.

– Com certeza. – J.J suspirou. – Um dia de comemoração, a escola lotada…um dia perfeito para esse filho da puta aparecer novamente.

 

Jade

 

A manhã finalmente chegara.

Jade estava tentando aliviar toda aquela tensão do dia anterior. Ela acordou e abriu as cortinas da imensa janela que dava uma bela vista para a Quinta Avenida e o amanhecer de Manhattan. Ela suspirou e observou o fluxo de carros na movimentada avenida. Seria um novo dia, um novo recomeço.

– Bom dia. – disse Mason, na mesa do café da manhã. Ele havia passado a noite na casa dos Evans.

Jade já estava vestida com o uniforme da Harper, ela se sentou à mesa e olhou nos olhos do amigo.

– Que seja um bom dia mesmo. – ela murmurou.

Victoria desceu as escadas falando ao celular, ela passou pela mesa e procurou algo. A governanta surgiu correndo com uma xícara de café e entregou para a patroa. Jade observou toda aquela cena e abaixou os olhos.

– Austin? – Victoria interrompeu sua conversa e perguntou.

Austin estava descendo as escadas com uma cara horrível, ele ignorou a presença da mãe e sentou-se. A mãe suspirou e continuou sua conversa.

– Hoje vai ser um novo dia. – sussurrou Mason.

– Eu sei. – Austin disse, pegando um pão. – O que posso fazer para melhorar todo esse clima? Com certeza o Hopper vai me chamar na coordenação.

Era uma das primeiras vezes que Austin pedia a opinião de Mason, o garoto arregalou os olhos e pigarreou:

– Acho que você deve continuar na história de Kelly ir para Itália. – Jade se intrometeu.

– Sim. – Mason concordou. – Negue até a morte.

– Essa história vai dar merda. – Austin suspirou, se sentindo incomodado com a mãe falando freneticamente ao telefone. – Olha…eu preciso falar com a família de Kelly.

– O quê? – Jade disse. – Não mesmo.

– Pagamos um bom dinheiro a eles. Todo mês. Os miseráveis podem estar por trás disso. – Austin mastigou um pedaço de pão. – Mas antes, eu vou…sei lá.

– Fale que Kelly sofreu um acidente na Itália. – Mason tamborilou os dedos. – E morreu…e seu corpo foi enterrado por aqui. Antes que essa história de vocês no cemitério vaze.

– Você acha que isso pode vazar? – perguntou Jade.

– É claro. – Mason franziu a testa, olhando para Victoria que continuava andando pela sala, falando ao telefone. – Uma hora ou outra essa história das mensagens vai chegar na mídia.

– Então Kelly morreu na Itália.

– Isso pode dar errado. – suspirou Jade. – E se essa vagabunda estiver mesmo viva?

– Isso é o que eu vou descobrir. – Austin olhou para a irmã. – Preciso ir até a casa deles.

– Vamos juntos. – Jade encarou Austin, preocupada.

Harry

 

Toda a trama da mensagem havia deixado a Escola Harper em chamas. Os alunos não paravam de comentar sobre o relacionamento de Kelly e Austin, e muitos perguntavam a Harry.

– Mano, essa escola está maluca! – disse Sam, no vestiário. – Sério, isso é loucura!

– O poder de uma fofoca. – disse Harry.

O treinador havia convocado os reservas para um treino separado com alguns dos jogadores titulares, logo pela manhã. Harry e Sam foram convocados, já Austin havia sido liberado junto com os outros.

– O que acha que Austin vai fazer? – Sam perguntou.

– Não faço a mínima ideia.

O treino até que passou bem rápido. Ele e Sam correram para a aula de Geometria, passando pela aglomeração que estava nos corredores. No caminho, eles encontraram Travis e Ben.

– E aí. – Travis disse, olhando nos olhos de Harry. – Cadê o Austin?

– Não sei. – Harry respondeu. – A primeira coisa que fiz quando cheguei foi ir ao campo treinar com os reservas.

– Hm. – Ben semicerrou os olhos e encarou Sam. – Muito estranha essa história da ex do Austin.

– Ei. – Travis disse, sério. – Não vamos comentar sobre isso no corredor. – os quatro caminharam para a aula.

– Sim. – Ben suspirou, colocando as mãos nos bolsos. – Mas quem quer que seja esse anônimo, sabe de muita coisa.

– De fato. – Sam murmurou.

Harry olhou com desconfiança para Sam e Ben. Ele não queria desconfiar que algum dos seus amigos poderia ser o tal Anônimo, mas algo lhe dizia que provavelmente o responsável por toda essa confusão poderia estar bem próximo deles. Mas o que lhe perturbava a mente era como alguém poderia saber algo a mais sobre Kelly e se a verdade que o anônimo falara não fosse o que Austin tinha lhe falado?

– Lá vem ele. – Sam sussurrou, ao seu lado, na sala de Álgebra.

Austin estava chegando ao lado de Emily Hopper, de mãos dadas. Ele percebeu que Ben se movimentou de uma forma bem estranha em sua carteira.

– Ei…- Travis murmurou. – O que…

Travis era irmão de Emily, e os dois eram filhos do Diretor Hopper. Os Evans e os Hopper tinham uma amizade de anos.

– Estamos juntos. – Austin disse. – Eu e Emily.

Todos da sala pararam de respirar quando Austin falou. Travis franziu a testa e olhava de um para outro.

– É… – Harry tentava buscar palavras. – Meus parabéns…só que…desde quando?

Emily deu um pequeno sorrisinho, enquanto Austin continuava sério e carrancudo.

 

Emily

 

As ultimas 24 horas foram intensas para Emily Hopper.

Depois de saber tudo pela boca de Victoria Evans sobre a suposta ida de Kelly para Itália, tudo mudou. Ela se sentiu um pouco chocada com toda aquela história, porém era a oportunidade dela se aproximar ainda mais de Austin.

Naquela manhã, ele mandou uma mensagem para que ela a encontrasse no corredor dos laboratórios, era o único lugar na Harper que naquela hora do dia estaria completamente vazio. Emily foi imediatamente para lá quando chegou na escola.

Austin estava encostado em uma pilastra, olhando seu telefone, provavelmente buscando alguma notícia ou tweet sobre seu nome. E havia muitos tweets sobre ele.

– Oi. – disse Emily. – Como você está?

– Melhor. – Austin murmurou, pegando nas mãos de Emily. – Queria falar com você. A gente…

– Eu sei. – Emily suspirou e abaixou os olhos. – Você não está em um momento bom…tá tudo bem.

– Não. – ele franziu a testa. – Eu quero assumir o namoro com você.

– Sério?! – Emily não conteve a surpresa. – Nossa…- ela riu.

– Já passou da hora, né? Eu sei que não é o momento, preciso resolver muitas coisas. Mas eu preciso do seu apoio mais que nunca.

Algo em Emily crescia no interior de seu peito, ela estava muito feliz. A família Hopper tinha um laço com os Evans há anos, desde antes do nascimento de Austin e Jane. Morgan Evans e Elliot Hopper tinham estudado juntos na faculdade de Nova York, porém Morgan tivera mais sorte e construiu um imenso império enquanto o pai de Emily e Travis se voltara para a vida acadêmica. Porém, pela amizade dos dois, Evans conseguiu grandes oportunidades para Hopper, uma delas foi o cargo como diretor da Escola Harper.

– Austin… – ela sorria. Ela não conseguiu falar mais nada, simplesmente se jogou nos braços de Austin e o beijou.

Austin e Emily começaram a ter relações no meio das férias, durante uma festa de ano novo na mansão dos Hopper. Durante a celebração, os dois acabaram bebendo demais e transando no quarto que a jovem dividia com sua irmã mais nova, Isabella. Depois de anos de tensão sexual, os dois finalmente conseguiram ficar a sós para ficarem juntos. Desde que eram crianças havia uma tensão entre os dois, a pequena Emily do ensino fundamental era apaixonada pelo pequeno e marrento Austin Evans, porém não conseguia lidar com seus sentimentos pois ao mesmo tempo tinha Jade como sua melhor amiga.

– O que vai falar para os outros? Sobre nós? – Emily perguntou.

– A verdade. – Austin a beijou.

E assim quando eles chegaram na sala de Geometria , juntos, o choque foi geral. Até mesmo os três alunos novos ficaram chocados, na verdade, todos menos Jade e Bridgit.

– Que porra é essa? – Travis começou.

Travis nunca nem desconfiou da queda de Emily por Austin, nem mesmo quando ele e os outros garotos iam passar o dia na piscina dos Hopper e ela ficava os observando o dia inteiro.

– Estamos conversando desde o ano novo. – disse Emily. – Eu rezei muito. Pedi muito à Deus…que me mostrasse o caminho certo e ele me mostrou. Austin é a pessoa certa para mim.

Emily reparou que Harry estava disfarçando uma risada, ela olhou sério para o garoto. Travis continuava sem acreditar.

– Qual o problema, Travis? – perguntou Austin. – Nossas famílias são unidas há anos. Nossas famílias vão gostar da notícia.

– Você é meu melhor amigo, cara. – Travis disse. – Como que você namora a minha irmã?

– Ora, Travis. – Jade se aproximou. – Eles estão transando desde o início das férias. E não venha com essa história de que pediu muito a Deus, Emily.

Emily corou e arregalou os olhos para Jade.

– Eu já aceitei. – a garota colocou a mão sobre o ombro de Travis. – O que nos resta é aceitar.

– Vou precisar de um tempo. – Travis resmungou, olhando para o quadro.

– Você tem todo o tempo do mundo. – Austin disse.

– Bom dia, classe. – disse o professor. – Vamos todos nos sentar?

Emily e Jade foram até suas carteiras, ela sussurrou no ouvido da amiga:

– Ei, qual o seu problema? Pra que contar que estou com o Austin desde as férias?

– Não se faça, Emily. – Jade voltou-se para Emily.

– Não se faça? O que quer dizer?

– Meninas? – o professor olhou para as duas, assim como boa parte da turma.

As duas se sentaram lado a lado, Bridgit encarou as duas. Jade cruzou os braços e voltou sua atenção para a aula, Emily suspirou e começou a anotar.

Mason

 

– Esse baile vai ser tudo. – sorriu Mason para a secretária do diretor. – Não vejo a hora.

Mason estava assinando os termos de compromisso para a organização do baile. Desde que chegara à Harper, ele participara da organização de todos os eventos, e esse baile de boas-vindas seria uma boa oportunidade de mostrar serviço pela escola.

– Sabia que ia te encontrar aqui. – Jade abriu a porta da secretaria. – Você acha que eu não iria me inscrever para ser voluntária? – ela riu.

– Ora, ora. Jade Evans vai ser a nova voluntária do baile de boas vindas. – sorriu Mason. – O tema vai ser primavera. Tem alguma ideia?

– Várias. – a secretária entregou os formulários para Jade. – Não vejo a hora de colocar todas em prática.

O celular de Mason vibrou, ele hesitou por um momento e disfarçou para olhar. Jade continuava falando sobre o baile, olhando para a secretária que tinha uma grande sorriso na cara.

– Meu Deus. – Mason sussurrou.

A mensagem era de Petra, a jornalista :

 

Não precisei ir até a Escola Harper para investigar a vida de Jade Evans. Jade Evans veio até a mim. O que será que a maior patricinha de Nova York estava fazendo em um cemitério tão tarde da noite?

 

A mensagem era seguida por uma foto. Era Jade e Austin saindo do cemitério onde Kelly estava enterrada.

– O que houve? – Jade tinha parado de falar, agora ela olhava seriamente para Mason.

– Jade…

O rosto de Jade mudou em um instante. Ela agarrou o telefone de Mason, que por um instante tentou recuar mas não conseguiu. Jade estava vermelha de raiva.

– Eu não tenho nada a ver com isso. – Mason começou. A secretária do diretor estava com a testa franzida.

– Ótimo. – ela suspirou, olhando para o teto.

– Como que isso vazou…

– De onde você conhece ela? Essa tal de Petra?

– Eles quiseram informações sobre você e sua família mas eu não…

– Idiota! – gritou Jade.

– Ei! – a secretária disse. – Não tolero que briguem aqui.

Jade saiu da secretaria e Mason foi atrás. No corredor, todos caminhavam e olhavam para os dois. Parecia que a foto realmente tinha vazado para todos.

– Droga. – Jade sussurrou.

E para melhorar tudo, todos os telefones tocaram, de uma só vez. Era o anônimo novamente.

 

A FAMÍLIA EVANS TEM SANGUE NAS MÃOS.

O SANGUE DE KELLY.

O SANGUE DE NOVA YORK.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo