The Black List : Episódio 1×07 – Tumulto

Harry

 

Harry estava nas arquibancadas, conversando com sua nova e estranha amiga Maggie, quando a bomba explodiu. Ele não conseguia parar de olhar para a tela do celular, já a garota deu uma leve risada quando viu a mensagem do anônimo.

– Olha…seu amigo está muito ferrado. – Maggie disse.

– Como você pode rir disso?! – gritou Harry.

– Olha, eu não tenho nada a ver com os Evans. Por mim, eles poderiam explodir junto com essa escola. E se esse anônimo estiver falando a verdade, que eu suponho que sim, essa família precisa pagar pelo o que fizeram.

– Eles não fizeram nada! – Harry abriu os braços, ainda em choque. – Mas que diabos Austin e Jade estavam saindo do cemitério? Logo…

Ele se calou. Lembrou que estava ao lado de Maggie, que não era tão confiável assim. Na verdade, ninguém daquela escola era mais confiável. A ideia de Austin visitar um cemitério logo na noite em que o anônimo fala sobre Kelly, e em seguida eles recebem uma mensagem falando que os Evans tem o sangue de Kelly nas mãos, estava martelando sua cabeça.

– Kelly era a ex dele, não é? – Maggie parecia ter lido seus pensamentos.

– Sim. – Harry disse. –

– E porque ele visitaria um cemitério logo na noite que a gente recebeu a mensagem sobre essa tal Kelly?

– Eu…Kelly está na Itália. Os Evans pagaram sua moradia lá depois que os dois…terminaram.

Maggie abaixou a cabeça e abriu um sorriso que fez Harry se arrepiar inteiro.

– Eu já li muitos livros sobre crimes. – ela disse. – Se você não quiser acreditar nisso, ok.

– O que quer dizer?

– Você fecha os olhos para muita coisa. – Maggie disse. Harry começou a ficar irritado. – Mas seu amigo matou essa tal de Kelly.

– O que?!

– Ou mandou matar. – ela acendeu um cigarro. – Por que diabos ele iria visitar um cemitério naquela noite? É claro, ele queria confirmar que ela estava realmente morta!

– Isso é loucura.

– Você viu Kelly ir para Itália? Não. Então tudo é possível. – Maggie tragou e revirou os olhos. – Acorde. Nem tudo é um mar de rosas entre essas famílias poderosas. Os Evans não são os únicos que lidariam com situações dessa forma.

– Eu não consigo imaginar eles…ou Austin matando alguém.

– Pois comece a imaginar.

 

Austin decidiu reunir todos seus amigos, assim como Jade, Emily e até Sam no refeitório durante o intervalo para o almoço. Todos da escola cochichavam ao seu redor, e ele parecia muito atordoado assim como Jade. Mason também estava lá, deixando Harry um pouco incomodado com sua presença.

– Então. – disse Travis.

– Olha, eu posso explicar tudo isso…e não é o que parece. – Austin disse.

– Cara, tudo isso é muito estranho não acha?  – Sam se intrometeu, Harry arregalou os olhos para ele.

Todos da mesa viraram para encarar Sam, que percebeu que não era hora de falar.

– Quem chamou ele? – disse Jade. – Ele não tem nada a ver com o assunto.

– Ele estava na casa de Travis naquela noite. Ele foi atrás do Austin comigo, ele presenciou tudo. – Harry disse. – É um de nós, agora. Ele também deve explicações.

– Sinceramente, acho desnecessário a presença desse novato aqui. Todo mundo sabe, porém não comentam, que desde que eles chegaram aqui na Harper, toda essa merda aconteceu. – Jade apontou o dedo para Sam. – Ele e os dois amiguinhos podem muito bem ser esse tal de anônimo.

– Eu nunca faria isso. – Sam disse, antes que Harry pudesse defende-lo. – Por qual motivo? Eu nem conheço vocês.

– Eu sei. – Austin disse. – Eu senti confiança em você. Apesar de ser meio estranho que logo no primeiro dia de vocês na Harper, tudo isso aconteceu. Mas tudo bem. Vamos precisar de você neste momento.

Harry franziu a testa e encarou Austin, o que ele queria dizer? Se bem que realmente, Sam e os outros dois bolsistas poderiam ser um deles. Assim como qualquer um naquela mesa.

– Naquela noite, eu fui visitar o cemitério onde Kelly está enterrada.

Todos arregalaram os olhos e prenderam a respiração. Jade suspirou e olhou para o irmão.

– Kelly morreu em um acidente de carro na Itália. Seu corpo foi enviado para Nova York.

– Ah. – Sam disse. – Isso esclarece algumas coisas.

– Mas – Ben, que Harry tinha esquecido que estava ali ao lado de Michael, disse. – e a mensagem? Por que sua família teria o sangue de Kelly e de Nova York nas mãos?

– Isso é mentira. – disse Jade. – Essa droga de anônimo está fazendo de tudo pra acabar conosco.

– É claro. – disse Emily. – Nunca que os pais deles iriam fazer algo de ruim para cidade.

– Não sei. – disse Michael. – Essa história está meio estranha.

– Em quem você quer acreditar? – Austin estava o encarando com os punhos cerrados. – Em mim ou na droga de um anônimo que não tem nem a coragem de colocar a cara pra bater.

– Talvez ele, ou ela, tenha um motivo para não divulgar seu nome. – Michael retrucou.

– Assim como você tem motivo pra ser o anônimo. – Austin se levantou, Emily segurou seu braço.

– Austin. – Jade disse, com toda a calma. – Não é hora disso.

Harry estava tenso. Ele já vira Austin em uma crise de fúria, e não gostaria que Michael conhecesse esse lado dele. Travis se levantou e colocou a mão no ombro de Michael, atraindo um olhar contrariado de Ben.

– Acho que já está tudo resolvido. Depois a gente conversa.

– Sei. – Michael ainda encarava o rosto de Austin, ele se levantou e foi embora junto com Ben.

Jade olhava friamente para seu almoço, enquanto Emily tentava acalmar Austin que praguejava algumas ofensas à Michael.

– Então – Sam disse, sorrindo. – como vão as coisas para o baile, Jade?

– Não se direcione a mim. – ela virou o rosto, enfurecida.

Austin olhou para Sam e depois para Harry. Mason ainda estava ali, porém calado desde o início.

– Por que não fala alguma coisa? – Austin disse a Mason.

– Não tenho nada para dizer. – ele murmurou, olhando friamente para Austin. – Tudo que eu pude fazer para ajudar, eu já fiz.

– Não. – Austin aproximou o rosto do de Mason, fazendo o garoto arregalar os olhos. – Quero que você investigue cada aluno dessa escola. Você não quer ser popular como nós? Então. Essa é a sua chance.

– Como eu vou fazer isso? – Mason riu. – Sair perguntando?

– Se vira. – agora ele voltou-se para Sam. – Você quer realmente ser um de nós, certo?

– Eu…- Sam gaguejou.

– Quero informações dos seus amigos. – Austin cruzou os braços. Emily estava rindo ao seu lado. – Todas as informações possíveis.

Harry engoliu em seco, assim como Sam.

 

 

Mason

 

A foto de Austin e Jade viralizou na internet. Todo mundo estava comentando sobre a estranha ida dos dois irmãos Evans a um cemitério no meio da noite.

 

@thefoxsaid : o que será que a dupla Evans estava fazendo no meio da noite em um cemitério? Será que estavam roubando ossos?

 

@TMX : BOMBA – Jade Evans é vista saindo de cemitério ao lado de seu irmão, Austin Evans.

 

@idontweargucci : será que Jade Evans matou alguém? Será que a Regina George da Escola Harper surtou de vez?

 

@lewiscolton : todo dia é uma mensagem anônima diferente nessa escola!

 

Esses e muitos outros tweets comentavam sobre a foto e as mensagens sobre os Evans. O canal de fofoca TMX era coordenado por Petra, e Mason não aguentava mais as mensagens dela em seu telefone. Leonard também continuava a mandar mensagens sobre a noite em que os dois ficaram mas Mason tinha problemas maiores para resolver, principalmente agora que Austin estava na sua cola.

Porém nem tudo se resumia aos bastidores da fama dos Evans. A mãe de Mason estava terminando seu último mês de quimioterapia, e ele não poderia estar mais feliz.

 

A vida de Mason Carter poderia ter sido bem melhor, de acordo com ele mesmo. Seus pais moraram juntos desde quando ele nascera, apesar do pai trabalhar muito e ter pouco tempo para aproveitar o filho e a mulher.

Tanto tempo na rua acabou trazendo sérios problemas dentro de casa. Começando pelo alcoolismo, seguindo pelas agressões diárias a mãe de Mason. Seu pai não era uma pessoa fácil de se lidar, e Mason não via a hora de se ver livre de toda aquela situação.

Até o momento que Mason descobriu que gostava de meninos. Ele conseguiu esconder por um tempo dos pais, principalmente do pai. Mas houve um momento no qual ele decidiu se libertar deste segredo. Maldita hora. Sua casa virou um inferno maior do que já era.

Seu pai decidiu sair de casa um mês depois de sua mãe descobrir o câncer. Ele alegou que não iria aguentar toda essa “coisa de doença” e simplesmente abandonou os dois. A sorte que sua mãe tinha um dinheiro reserva para a faculdade de Mason, que se inscreveu em todos os projetos de bolsas escolares possíveis. E graças ao seu esforço, Mason era muito inteligente. E assim, conseguiu a bolsa na Escola Harper.

As coisas melhoraram quando ele conheceu Jade Evans e se tornou o administrador de suas redes sociais, fechando inúmeros contratos para a garota e ganhando um bom dinheiro. Esse dinheiro serviu também para ajudar nas contas da casa e no tratamento da mãe.

– Hoje começa o último mês! – disse a enfermeira quando os dois chegaram no centro de quimioterapia. – Como está se sentindo, Leslie?

– Bem. – sorriu Leslie Carter, a mãe de Mason.

Os dois foram guiados até a poltrona onde sua mãe sempre se acomodava para receber o tratamento. Mason sentou-se ao seu lado enquanto os enfermeiros faziam todos os preparativos. Ele já estava super acostumado com todo aquele ambiente.

Enquanto sua mãe conversava com os enfermeiros e outros pacientes ao seu redor, Mason ia resolvendo alguns projetos futuros de Jade e respondendo e-mails de representantes que perguntavam o motivo dela estar naquele cemitério.

– Mason? – era o médico do centro de quimioterapia. – Posso falar com você por um segundo?

Leslie parou de falar e observou o filho ir com o médico até um canto mais reservado da sala. Mason estava começando a ficar preocupado.

– O que houve, doutor? – Mason disparou.

– Bom – ele suspirou. – estive checando os exames de sua mãe.

– E aí? Hoje começa o última mês dela aqui.

– Eu não teria tanta certeza sobre isso, Mason. – o médico olhou nos olhos do garoto, que pareceu murchar. – O câncer evoluiu. Parece que os quimioterápicos não tem feito efeito. Vamos entrar com mais uma dose para…

– Evoluiu? – Mason gaguejou. – Quanto?

– Bastante, Mason.

– Quanto tempo a mais de quimioterapia?

– Não sabemos. Talvez mais 2 meses.

– Hm. – Mason abaixou a cabeça. – E se não resolver?

O médico ficou sem resposta. Mason assentiu com a cabeça e voltou o olhar para a mãe, ela voltara a falar com os outros pacientes.

– Obrigado, doutor. – ele suspirou e voltou para o banco ao lado de sua mãe.

Leslie olhou nos olhos do filho e parecia que já tinha entendido tudo. Mason abaixou os olhos e tentou escolher as palavras certas para contar a notícia.

– Tá tudo bem, Mason. – ela sorriu delicadamente.

Ele levantou os olhos e encarou a mãe. Como ela era linda. E com os olhos cheios de lágrimas, ele a abraçou.

 

 

Emily

 

Naquela noite, Emily e Austin decidiram sair para jantar. Apesar de Victoria e Jade serem contra por causa do tumulto que isso poderia causar. Austin ignorou as duas e levou a namorada em um restaurante caríssimo na Broadway.

– Uau. – Emily ficou encantada com o restaurante.

Austin se sentou e observou o rosto de Emily sobre a luz de velas. Até ele, após toda aquela confusão, estava se sentindo feliz na presença da namorada.

– Gostou?

– Eu nunca tinha vindo aqui. – disse Emily. – Adorei.

O garçom os serviu com vinho branco e as entradas, tudo estava delicioso. Emily percebeu que Austin estava atraindo alguns olhares dos clientes e funcionários do restaurante. Mas ele não parecia se importar.

– O que achou de hoje?

– Sobre? – ela perguntou.

– A atitude de Michael e Ben.

Ela engoliu em seco. Tomou um gole do vinho e tentou buscar uma resposta coerente.

– Desnecessária. Eles deveriam te apoiar.

– É. – ele concordou, olhando nos olhos de Emily. – Achei Travis meio desconfiado.

– É da natureza dele, Austin. Travis é desconfiado desde criança, você sabe.

– Verdade. – riu Austin.

O garçom veio com os pratos principais e em seguida, as sobremesas. Austin tinha um ótimo gosto para escolher restaurantes em Nova York. Ao terminarem , ele pagou a conta e os dois foram até o lado de fora do restaurante.

– Podíamos caminhar um pouco. – Emily observava as luzes dos imensos telões da Broadway ao seu redor.

Austin concordou. Os dois caminharam pela longa rua do restaurante, conversando sobre a escola, o baile que estava por vir, a família e a reação de Travis ao saber sobre o namoro dos dois.

– Ele vai superar. – riu Austin. – Uma hora ou outra.

– Ele meio que já sabia dos nossos encontros. – ela estava de braços dados com ele. – Jade superou super bem.

– Você que acha. – ele olhou para o céu. – Ela acabou comigo quando descobriu. Falou que eu era um idiota por “comer” a melhor amiga dela.

– Meu Deus. – ela gargalhou.

Um homem coberto com uma jaqueta preta e um boné azul escuro estava caminhando na direção dos dois. Emily simplesmente o ignorou, mas Austin ficou tenso ao ver o homem caminhar em sua direção.

– Austin? – Emily olhou para seu rosto.

O homem sacou uma câmera imensa da jaqueta, ele era um paparazzi. Austin fechou a cara e xingou. O paparazzi tirava fotos e gritava :

– Austin, me conta o motivo de você ter ido até o cemitério! Austin! Quem está enterrado lá? É sua ex namorada? Aonde está Kelly? Qual o motivo dela ir pra Itália?!

Austin se enfureceu. Ele soltou o braço de Emily e voou na direção do homem, arrancando sua câmera e a jogando contra o concreto do chão.

– Ei! – gritou o paparazzi. – É meu trabalho!

Austin socou o nariz do homem, que cambaleou para trás. Emily começou a gritar e ir em direção ao namorado, que batia ainda mais no paparazzi.

– Austin! Para com isso!

O homem gemia de dor a cada soco que Austin lhe dava. E nesse momento, Emily ouviu o barulho das câmeras ao seu redor. Câmeras de celulares. Havia um grupo de quatro pessoas no outro lado da rua que estavam registrando toda a confusão.

– Não! – gritou Emily. – Pare! – ela se meteu entre os dois e afastou Austin.

– Fique longe de mim! – gritou Austin para o paparazzi, que saiu correndo. – Saiam daqui!! – ele se virou para as pessoas.

Seu peito arfava de tanto ódio. Emily o segurava pelos ombros, com os olhos arregalados.

– Austin…Austin…o que foi isso?!

– Vamos – ele murmurou, arfando. – Vamos voltar.

 

 

J.J

 

O dia foi tão corrido para J.J que ele nem conseguiu parar em casa para trocar o uniforme da Harper. O dono da pizzaria na qual ele montava as caixas de pizza estava reclamando horrores da demora da entrega das caixas.

J.J saiu correndo da escola, já quase de noite, para terminar de montar as caixas e entregar na pizzaria. Chegando lá, acabou levando um sermão do dono.

– Você vai morrer montando caixas se continuar assim.

– Desculpe, eu fiquei enrolado com a escola.

E realmente estava, as aulas de Álgebra e Geometria estavam acabando com seu tempo por causa da grande quantidade de trabalhos. Maria tinha tentado ajuda-lo com os deveres mas sua dificuldade estava cada vez maior.

– Quero mais 200 caixas na semana que vem.

– Ok. – J.J suspirou, limpando o suor da testa. Ele teria que colocar aquele uniforme para lavar, estava completamente sujo de suor.

Saindo da pizzaria, completamente derrotado, uma mão o puxou de volta. Ele levou um susto, e quando viu quem era, ficou completamente desnorteado.

– Oi. – era uma jovem que aparentava uns 26 anos, vestida com uma camisa florida e óculos de grau. – Me chamo Miranda. Sou jornalista do TMX.

– Oi. – J.J disse, ele conhecia um pouco desse canal TMX.

– Você é da Harper não é? Escola Harper.

– Sim.

– Soube que os alunos tem recebido algumas mensagens anônimas. Sobre os Evans.

– Sim. – ele não estava acreditando no que estava acontecendo. – E?

– Bom…poderíamos nos sentar e…

– O que a senhora quer de mim? – J.J estava perdendo a paciência.

– Bom, eu queria saber mais sobre essas mensagens. Sobre o que elas falam. Por incrível que pareça, ninguém vazou uma informação sobre…acho que os alunos tem medo dos Evans.

– É a soberania dos Evans. – J.J revirou os olhos.

– Pois é. – Miranda riu. – Então, o que me diz? É minha obrigação pagar pelas informações que eu colher de você. Um dinheirinho poderia te ajudar né, já que trabalha pra essa pizzaria horrível.

J.J arregalou os olhos, surpreso. Ele lembrou do pequeno apartamento que morava, do emprego horrível que tinha, do desespero de Eleonor para pagar as contas.

– Quanto?

– Hm, por agora, posso te pagar mil dólares. – ela sussurrou. – Mas se me manter informada…posso te pagar muito mais.

– Fechado. – J.J sorriu. Pensando “foda-se os Evans”.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Publicidade

Inscreva-se no WIDCYBER+

O novo canal da Widcyber no Youtube traz conteúdos exclusivos da plataforma em vídeo!

Inscreva-se já, e garanta acesso a nossas promocionais, trailers, aberturas e contos narrados.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo