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Episódio 14 – Ameaça

Jade

 

– Você só pode estar de brincadeira. – disse Jade, olhando do rosto sorridente de Max para o rosto tenso dos pais. – Max, eu não quero mais nada com você. O que nós tivemos foi…

– Eu errei demais. – Max abaixou os olhos.

Jade viu que seus pais olhavam sérios para o carpete, e Austin se movimentava de uma forma bastante impaciente. Ela queria saber qual seria o  envolvimento de seus pais naquela história. Eles nunca se meteram em seu relacionamento com Max, e ainda o detestavam pelo que fez.

– Foi um erro. – Jade disse, jogando a mochila no sofá. – Todo o nosso caso foi um erro.

– Não diga isso, Jade. – Max se aproximou da garota, ela recuou e Austin se interpôs entre os dois.

– É melhor ir embora. – Austin disse, colocando o dedo indicador no meio do peito de Max. O modelo o lançou um olhar de desprezo.

– Austin – disse Victoria. – não se meta. Jade, você precisa escutar o que ele tem a dizer.

Morgan olhou sério para o rosto da filha, ela retribuiu com um olhar incrédulo. Jade não acreditava que depois de tudo que passara com Max, eles ainda quisessem que ela o escutasse.

– Eu não vou escutar! – Jade gritou. – Eu quero saber a relação de vocês com isso!

– Olha, Jade, podemos rever o nosso relacionamento. Somos tão poderosos juntos. Lembra de quanto faturamos naqueles ensaios? Viviam comentando sobre nós. – Max sorriu.

Jade finalmente entendeu o que estava acontecendo ali. Era tudo por causa de negócios, de dinheiro. Ela ficou vermelha, tinha vontade de socar o maldito rosto de Max Peterson.

– Eu nunca mais quero ser vista com você. – disse Jade. – Foda-se a fama, todo o dinheiro que ganhamos. Você me enoja. – ela olhou para os pais. – É isso mesmo?  Eu não estou a venda!

– Pense no seu futuro, Jade. – disse Morgan, pela primeira vez. – Não precisa se casar com Max por agora, é claro. Mas vocês dois juntos são tão poderosos na mídia…que ao reatar esse antigo namoro… – ele esfregou as palmas das mãos e se aproximou da filha – imagine o tanto de matérias serão escritas sobre vocês. Pense no quanto de trabalho você terá depois disso.

– Estou satisfeita com a quantidade de trabalhos que tenho, pai. – Jade disse. – Isso está fora de cogitação.

– Jade, por favor. – Max disse. – Eu…eu te amo.

– Cale a boca! – ela urrou, empurrando o modelo. – Enfie esse anel no-

Morgan gritou, fazendo todos se calarem e arregalarem os olhos. Seu rosto se transformou de repente, seus olhos transmitiam pura fúria.

– Chega. – ele disse, voltando ao tom normal de sua voz. – Chega. – Morgan sorriu e apertou a base do nariz com os dedos.

– O que quer dizer com isso? Eu não sou uma peça do seu joguinho, pai. Não vai fazer comigo o que fez com Austin. Não vai me obrigar a fazer esse tipo de coisa.

– Isso é um absurdo. – disse Austin, ele estava mais distante com os braços cruzados.  – Não pode nos tratar assim.

– Não se meta. – Victoria voltou a falar. – Você é o último que pode argumentar sobre isso.

– Não se trata de um jogo, querida. – Morgan sorriu para a filha, abrindo os braços.  – É uma regra. É uma lei. Vocês moram sobre o meu teto, logo, terão que obedecer ao que eu mandar.

– Isso já é demais. – Jade estava chorando. – Eu não vou me casar com ele. Nunca.

Morgan deu um suspiro profundo, fechando os olhos para absorver as palavras da filha. Victoria estava tensa ao lado do marido, balançando a cabeça sem parar. Enquanto Max brincava com o anel de noivado em seus dedos, sem olhar para Morgan.

– Tudo bem. – Morgan disse. Seus ombros pareciam ter relaxado.

– Como? – Victoria disse. – Morgan?

– Você terá tempo o suficiente para pensar, Jade. – Morgan tocou o ombro de Max. – Entraremos em contato com você, Maxwell. Não se preocupe.

Max olhou nos olhos de Morgan, pareciam se comunicar apenas pelo olhar. Jade estava com lágrimas nos olhos, ela queria que tudo aquilo fosse apenas uma ilusão. Não acreditava que seu pai estava lhe usando daquela forma.

– Até logo, meu amor. – Max insinuou querer dar um beijo em Jade. Ela virou o rosto na direção contrária. Ele olhou novamente para Morgan e Victoria e assentiu.

Ele saiu andando pela sala e entrou no elevador no final do corredor, Austin o seguiu com os olhos.  O mordomo veio correndo perguntar se a família queria alguma coisa para beber.

– Ainda não. – Morgan disse. – Guarde as bebidas para outro momento. Teremos uma grande celebração em breve.

Jade olhou friamente para o pai, o peito ardendo de raiva. Ele deu um sorriso leve e virou-se, indo em direção às escadas.

 

Sam

 

Para seu pai, pouco importava a quantidade de trabalhos da escola que Sam tivesse. Lá estava ele, no balcão da mercearia, resolvendo os problemas de álgebra enquanto nenhum cliente aparecia. Já estava um pouco tarde, então logo ele estaria livre do trabalho.

Ele não parava de pensar no tempo que passara com Jade. A garota parecia ser bem difícil por fora, mas por dentro ela se mostrou bastante sensível. Por incrível que pareça, todos os planos de Sam de surfar na fama dos Evans estavam começando a ficar em segundo plano. Ele estava realmente gostando de ficar na presença dela.

Durante seu expediente, ele mandou várias mensagens para Jade, dizendo que já estava com saudades e que queria estar com um tempo livre para levá-la para jantar. Mas infelizmente, seu pai estava no seu pé.

– Não vá fechar a loja muito tarde. – disse seu pai, ao telefone. – Preste atenção no serviço.

– Pai, eu também preciso terminar esse trabalho. Não tem nenhum cliente.

Sam ouviu seu pai resmungar um pouco e desligou o telefone. Ele revirou os olhos e continuou a focar no dever. A porta da mercearia abriu, um jovem com uma jaqueta de couro entrou e caminhou entre as gondolas.

– Boa noite. – Sam disse, mas não obteve respostas.

Ele suspirou e continuou olhando para seu caderno. Por um instante, ele pensou já ter visto o rosto do cliente em algum lugar…talvez em um anúncio? Uma propaganda de alguma marca de roupas?  Mas a gondolas estavam escondendo seu rosto, por enquanto Sam não conseguia identificá-lo.

Foi quando o cliente finalmente chegou no balcão para pagar que Sam conseguiu ver claramente quem era. Ele engoliu em seco e encarou o rosto do rapaz, que o encarava friamente. Max Peterson não estava ali por acaso.

– Eu conheço você. – Sam murmurou, sério. – O que faz aqui?

Max olhou ao seu redor, depois voltou a encarar Sam.

– Vim dar umas palavrinhas com você. – Max sussurrou. – Sei que está saindo com Jade.

– Nós nunca saímos. – Sam sorriu, debochado. – Não por enquanto.

– Acho melhor você manter distância dela e de sua família. Pelo seu próprio bem. – Max olhou para os produtos que ele tinha escolhido. – Está esperando o que para registrar isso?

Sam franziu a testa e começou a registrar e embalar os produtos de Max nas sacolas de papel.

– Qual é a sua? – Sam interrompeu o que estava fazendo. – Ela já disse que não quer nada com você.

– As coisas mudaram. – Max disse, sua boca se contorcendo em um sorriso incômodo.

– Como assim? – Sam perguntou. Onde aquele cara queria chegar com aquele papo?

– Nós estamos juntos novamente.

– Impossível. – Sam riu. – Ela não quer te ver pintado nem de ouro.

– É o que eu disse. As coisas mudaram. – Max olhou para a sacola. – Já terminou?

– Não. – Sam continuou a colocar os produtos na sacola, agora com um pouco de ignorância em seu gesto.

– Nós voltamos, e agora com a benção de Morgan Evans, o pai dela…acho que você não sabe quem ele é.

– Não. – disse Sam. – Não sei.

– Ah, é claro. Morgan não se importaria em conhecer um verme como você. – Max disse, com o mesmo sorriso de antes. – Ele preza muito pelo futuro de Jade. Ele não gostaria de ter um genro que trabalha num lixo de mercearia como essa.

Aquilo foi demais. Sam desejou que não houvesse um balcão entre os dois naquele momento. Ele cerrou o punho e puxou a jaqueta de Max, fazendo com que seus narizes quase se encostassem.

– Não te dei permissão de falar assim comigo. Você não me conhece, seu modelo falido de merda. – Sam disse, entre os dentes. – Não acredito em uma palavra que saia da sua boca imunda.

– Ah, que pena. – Max foi rápido demais. Com uma das mãos, ele puxou algo de dentro da calça. Uma pistola, agora apontada para o rosto de Sam. – Quer mesmo brincar comigo?

Sam o largou na mesma hora, se afastando o máximo do balcão e ficando imóvel. Max agora gargalhava.

– Acho que você entendeu o recado. – ele disse. – Quanto que eu te devo?

Ele repousou a pistola no balcão, olhando para a sacola. Sam agora respirava com dificuldade, ele manteve silêncio.

– Foi o que eu pensei. – Max sorriu, recolheu a sacola e deu uma última olhada no rosto assustado de Sam. – Até.

Max saiu da mercearia, fazendo a porta balançar por um bom tempo. Sam colocou as duas mãos sobre a madeira do balcão, ainda respirando um pouco rápido demais para seus pulmões.

Ele deu a volta no balcão, o corpo tremendo de nervoso e também de raiva, foi em direção à porta da mercearia e virou a placa de aberto/fechado, sinalizando o fim do expediente.

 

Maria

 

Maria estava perdida em seus pensamentos enquanto fazia a contabilidade dos negócios de sua família daquele mês. Ela e sua irmã, Carla, estavam no quarto em que dividiam. Enquanto a mãe e sua tia estavam conversando na sala de estar, no andar de baixo.

Carla não parava de falar sobre os meninos de sua escola por um segundo, e Maria fingia escutar as histórias da irmã. Ela estava preocupada com coisas mais importantes, seu dia tinha sido tão estressante e não havia alguém naquela casa que ela pudesse desabafar. Ela pensou em falar com um dos primos, no quarto ao lado, mas infelizmente tinha medo da história chegar nos ouvidos de Cristina e Flora.

– O jantar está pronto, meninas. – a porta se abriu e um rosto familiar surgiu na fresta, era Leo.

Maria odiava o fato de alguns subordinados da família terem que morar no mesmo teto que eles. Leo era um dos vários vendedores que trabalhavam para os Santiago, vendendo seus produtos por toda a região. Havia algo em seu olhar que intimidava e também, de uma forma estranha, atraía Maria. Mas ela conseguia esconder isso muito bem.

– Valeu, Leo. – disse Carla, se levantando da cama. – Vamos, Maria?

Maria estava encostada na cabeceira da sua cama e com o notebook sobre suas coxas, ela ergueu os olhos para Leo, que lhe lançou aquele mesmo olhar intimidador de sempre. Ela levantou da cama e seguiu a irmã até o primeiro andar, enquanto Leo chamava os filhos de Flora para o jantar.

– Obrigada por avisá-los, Leo. – disse Cristina, bebendo um pouco de vinho.

A mesa da família Santiago era imensa. Maria brincava que parecia a mesa da Santa Ceia de tão grande. Cristina e Flora bebiam suas taças de vinho enquanto um dos primos de Maria, trazia o jantar da cozinha.

– Por nada, senhora. – Leo assentiu.

Além de Leo, mais dois subordinados moravam com a família. Apesar de dormirem em um quarto aos fundos, Cristina fazia questão de os tratar bem e convidar para as refeições como se fossem da família. Maria observou Leo sentar-se à mesa.

– Onde estão os outros dois? – Flora perguntou. – Não vão jantar?

– Ah, Marcel e Ernesto não estão na cidade, senhora. – Leo disse. – Estão fazendo negócios em Hoboken.

– Ótimo. – disse Cristina. – E a contabilidade do mês? Maria?

– Tudo indo. – Maria disse. Leo virou-se para olhar a garota.

Os primos começaram a brigar para se servir do jantar, Flora começou a gritar com eles enquanto Cristina balançava a cabeça negativamente. Leo observava a confusão e de vez em quanto trocava olhares com Maria.

– Pelo amor de Deus! – Flora disse. – Cresçam! Tomem exemplo de Maria, estuda em uma escola renomada e ainda trabalha para o negócio da família!

– Maria teve sorte de ser sorteada para Harper. – um dos primos, Pietro, disse. – Não temos culpa da nossa escola ter sido demolida.

– Sim, se não fosse aquela demolição, estaríamos todos no mesmo barco. – Salvador disse.

Flora havia tido quatro filhos homens : Carlos, Pietro, Salvador e Jorge. Sendo Carlos o mais velho e Jorge o mais novo, Pietro e Salvador eram gêmeos bivitelinos. Cristina e Flora tinham um irmão, Junior Santiago, que também tinha dois filhos. Porém Junior morava na Califórnia e seus filhos vendiam drogas na cidade de Los Angeles.

– Falando na demolição. – disse Cristina, mudando de assunto. – Ainda não revelaram o motivo?

– Dizem que compraram o terreno pra construir um prédio. – disse Carla. – Mas ninguém sabe se é verdade.

– Quem comprou deve ser um grande filho da puta. – disse Carlos, de boca cheia. – As famílias que tiveram que se virar pra arranjar uma escola para os filhos que estudavam lá. Muitos ainda estão tentando uma vaga.

– Daí do nada a prefeitura me vem com um sorteio de bolsa para Harper. – Flora disse. – Isso tem coisa errada no meio.

– Ah, com certeza. – disse Carlos.

Maria percebeu que sua mãe e Flora se entreolharam por um tempo, depois voltaram sua atenção para o jantar. Ela franziu a testa e perguntou:

– Vocês não tem nem ideia de quem seja o comprador?

– Como teríamos? – Carlos murmurou.

Cristina deu um longo pigarro, Flora bebeu um pouco mais do seu vinho e mudou de assunto:

– E as vendas, Leo? Tudo certo?

Maria levantou uma sobrancelha, incomodada. Parecia que sua mãe e Flora estavam escondendo alguma coisa. Será que elas sabiam quem era o comprador e o mandante da demolição de sua antiga escola?

– Tudo no esquema, senhora Flora. – Leo disse, levantando o rosto. – Algumas dificuldades, com o bando dos Parker nos arredores.

Maria engasgou, fazendo um barulho um pouco alto demais. Todos da mesa pararam e fitaram a garota. Sua tia continuou, olhando séria para a garota:

– Quer dizer que eles estão pela área?

– Sim. – Leo disse.

– Pelo jeito vamos ter que dar uma palavrinha com eles. – Cristina concluiu. – Essa área é nossa.

– Malditos. – Carlos murmurou.

Maria bebeu um pouco da água que estava em seu copo, Carla olhou em direção à irmã com uma grande interrogação no rosto. Ela respirou, tentando se acalmar. Leo olhava em sua direção, deixando Maria mais tensa ainda. Parecia que ele suspeitava de algo.

 

Mason

 

O tempo que Mason e Harry passaram juntos foi incrível. Depois da conversa que tiveram no café, eles acabaram indo para a casa de Harry, que naquele momento estava vazia. Porém as coisas acabaram indo longe demais e quando eles ouviram a mãe de Harry chegar em casa do trabalho, Mason teve que se esconder no meio das roupas do armário do rapaz.

Harry foi até o primeiro andar para conversar com a mãe, enquanto Mason permanecia imóvel dentro do armário. Quando ela subiu para tomar seu banho, foi a hora que ele conseguiu descer as escadas e se despedir de Harry.

– Então…até logo. – sussurrou Harry. – Foi ótimo.

– Sim. – Mason segurou em sua mão, ele estava extremamente nervoso. – Até.

Mason saiu andando pela rua escura, pegou o metrô até sua casa e finalmente se viu tomando seu tão esperado banho. A casa estava totalmente escura, ele se movimentou bem devagar para não acusar que estava chegando tarde em casa em pleno dia de semana. Sua mãe já estava dormindo, e sua tia estava lá para cuidar dela enquanto Mason resolvia sua vida na escola.

– Onde esteve? – ela sussurrou quando Mason saiu do banho, fazendo o garoto levar um susto.

– Tive que resolver uns probleminhas na rua, tia. – Mason sussurrou. A tia revirou os olhos. – Como ela passou o dia?

– Mal. – ela o empurrou em direção ao seu quarto e trancou a porta. – Hoje foi péssimo, Mason.

– Por que não me ligou? – Mason murmurou, irritado. – Falei que se ela passasse mal…

– Ela pediu que eu não ligasse. – a tia abaixou os olhos. – Ela disse que não queria atrapalhar sua vida e seus planos. – seus olhos se encheram de lágrimas.

Mason ficou em silêncio, encarando o rosto da tia. Ele já não tinha mais esperanças que um dia pudesse ver sua mãe sair daquela situação.

– Eu não sei mais o que fazer. – ele sussurrou. – O médico…

– Não há mais o que fazer, Mason. – ela levantou os olhos e segurou os braços do sobrinho. – Não há.

Mason suspirou, as lágrimas caindo sobre seu rosto. Ele se sentou sobre a cama, olhando para o chão. Ele se culpava demais por tudo que estava acontecendo na vida de sua mãe. Odiava o fato de ter trazido tantos problemas para sua vida. E agora, não podia fazer mais nada além de esperar ela ser levada pelo câncer.

– Obrigado, tia. – Mason ergueu os olhos.

– Ela é minha irmã. – ela disse. – Eu faria tudo para proteger vocês dois. Tudo.

Mason assentiu e lhe respondeu com um breve sorriso. A tia afagou os cabelos do sobrinho e saiu do quarto, deixando-o sozinho. Ele deitou-se e olhou para o teto, as lágrimas voltando a rolar sobre seu rosto.

 

Jade

 

A noite estava sendo uma tortura para Jade. Principalmente o jantar com seus pais, que não paravam de falar sobre Max Peterson. Austin permaneceu calado durante todo o jantar. A irmã lhe mostrou várias vezes que precisava que ele tentasse mudar o assunto da conversa (que apenas Morgan e Victoria falavam), mas parecia não perceber ou estava simplesmente a ignorando.

Jade fez questão de engolir a janta o mais rápido possível para poder subir ao seu quarto e ignorar a existência de seus pais, Austin e o infeliz do Max.

– Aonde vai? – Victoria disse quando ela se levantou da mesa. – Não terminamos.

– Eu já. – ela subiu as escadas, enquanto sua mãe gritava para que voltasse.

– Deixe ela, Victoria. – Jade ouviu Morgan dizer. – Assim ela terá mais tempo para pensar.

Jade enterrou o rosto nos travesseiros de sua cama, ela queria se afogar nas lágrimas. Seria tudo mais fácil se nunca tivesse conhecido Max naquela festa de Petra. Maldita hora que ela foi sair de casa naquele dia.

Ela precisava sair daquele lugar, gritar, bater em algo. Jade se levantou e começou a andar pelo cômodo. Precisava falar com alguém de confiança. Seu telefone tocou, era uma mensagem de Sam. Na verdade, uma de muitas mensagens. Mas ela decidiu, por impulso, ligar para o rapaz.

– Jade? Não respondeu minhas mensagens… – ela ouviu a voz de Sam.

– Preciso sair daqui. – Jade sussurrou. – Quer me encontrar?

– É, eu também estava precisando sair pra respirar. – Sam disse. – Droga, já está bem tarde.

– Não ligo. – Jade disse. – Me encontra na Times Square. – do nada, como uma lâmpada sendo acesa no escuro, ela teve uma ideia.

– Sério? – havia um tom de excitação na voz de Sam.

Jade se vestiu bem rápido, se cobrindo um grande sobretudo verde musgo. Ela esperou seus pais subirem para seus quartos, o que durou apenas poucos minutos depois de sua partida, e desceu as escadas até a sala de jantar. Eles subiram ainda comentando sobre Max e como as páginas de fofocas iriam dar atenção para o retorno dos dois.

Austin estava sentado em uma das poltronas, mexendo no celular e mordiscando o lábio. Ele sempre fazia isso quando estava preocupado. Quando Jade chegou na sala, ele ergueu os olhos para a irmã.

– Onde vai? – ele disse, um pouco alto demais.

– Silêncio! – ela disse. – Vou sair um pouco.

– Jade, não. – Austin se levantou, largando o celular na poltrona. – Quer arrumar mais problemas?

– Quem arruma problemas aqui é você. – Jade lhe lançou um sorriso debochado e saiu em direção ao elevador.

Austin a observou com os braços cruzados, sabia que teria problemas com Morgan e Victoria.

 

Sam estava próximo à escada iluminada de vermelho da TKTS quando Jade chegou, ela pegou um táxi e demorou praticamente 15 minutos para chegar na Times Square. No caminho, ela abriu a janela do carro e respirou o ar das ruas da cidade. Seu peito ardia de ansiedade, sua cabeça parecia que iria explodir. Ela sabia bem o que queria naquele momento, e a Times Square era o lugar mais apropriado para tal.

– Oi. – Sam estava tenso. – O que houve?

– Estou cansada. – Jade o abraçou.

A Times Square estava lotada naquele horário, ela ouviu alguns comentários ao seu redor como “olha lá, é a Jade Evans!” e “Jade! Jade Evans!”. Ela deu um leve sorriso e olhou o rosto de Sam, ele parecia um pouco abatido.

– Cansada? – Sam sorriu, tentando disfarçar a sua tensão. Ele precisava urgentemente falar sobre o que havia lhe ocorrido.

– Eu topo. – ela disse. Sam franziu a testa.

– Topa? Topa o que? – ele perguntou. Os comentários das pessoas se intensificaram ao seu redor.

– Eu quero namorar com você. Eu topo namorar com você. – ela apertou os braços do garoto.

– Mas eu não te pedi em namoro, sua doida. – Sam riu. – O que está acontecendo, Jade?

– E daí? Eu estou te pedindo em namoro, Sam West. – ela murmurou. Ela viu pelo canto do olho, alguns flashes ao seu redor. Era o que ela queria. – Você aceita ou não?

Sam estava sem palavras. Aquela noite estava sendo louca demais para ele, seu cérebro não conseguia captar todas aquelas informações.

– É óbvio. – ele sorriu. Os dois ficaram ainda mais próximos e se beijaram.

Naquele momento a Times Square se tornou mais iluminada do que normalmente já era. Os flashes não paravam de vir de todos os cantos.

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