Tudo pronto para os casamentos de Dyana e Luiz, Cida e Valter.

Enquanto as noivas não vêm, Luiz e Valter as esperam no altar e Luiz lamenta com seu amigo.

LUIZ: Muito feliz com a realização de meu casamento com Dyana, mas gostaria que fosse diferente. Queria que meu pai estivesse aqui e que não tivesse feito o que ele fez com seu Pedro. Também queria que minha mãe tivesse vindo para abençoar a nossa união.

VALTER: A vida é assim mesmo meu amigo. Nem sempre as coisas acontecem como queremos. Você precisa entender sua mãe e torcer pra que um dia ela mude seu modo de pensar.

Na casa de Santa.

SANTA: Preciso preparar a charrete rapidamente (termina de preparar a charrete e vai às pressas até seu quarto, pega a maleta com o dinheiro roubado, volta para a charrete e sai em disparada)

Dyana e Cida estão prontas para irem ao altar e dizer o sim aos seus noivos.

DYANA: (olha pra Cida) Bom (pega nas mãos de Cida) minha amiga e irmã, agora nossas vidas tomarão outros rumos, vamos nos separar, mas a minha amizade, carinho por você jamais irá acabar. Será eterno.

(as duas se abraçam)

CIDA: Eu tenho muito que agradecer a você Dyana, és a irmã que não tive, amiga, companheira. Jamais esquecerei do que você e sua família fizeram e representam para mim.

Pedro bate na porta.

PEDRO: Prontas meninas? Vamos que o padre Samuel está mais nervoso do que os noivos.

DYANA: Sim papai estamos prontas.

Caminham até a sala e. . .

CIDA: Seu Pedro e dona Sônia, quero dizer a vocês neste momento que sou grata a tudo o que fizeram por mim. Devo tudo aos senhores, e jamais conseguirei pagar aos gestos de carinho, amor, misericórdia que tiveram por mim.

SÔNIA: Que isso minha filha! O que fizemos foi exercitar o amor ao próximo e você acabou se tornando nossa filha. Tudo o que queremos é que sejas muito feliz e que sempre que precisar pode contar com a gente. Estaremos aqui de portas e braços abertos pra te acolher.

PEDRO: Isso mesmo minha filha. Pode contar com a gente em qualquer momento de sua nova vida.

DYANA: Chega disso, senão vamos todas chorar. E agora não podemos.

PEDRO: Então vamos minha filha.

Pedro então, desce as escadas da fazenda com sua filha Dyana e o padre Samuel pede a atenção de todos.

PE. SAMUEL: Meus amigos, atenção! A noiva Dyana está chegando, para darmos início a cerimônia.

Todos voltam seus olhares para a noiva que está se aproximando do altar. Pedro entrega sua filha ao noivo Luiz e volta para buscar Cida. E assim se procede.

No momento em que o padre dará início a cerimônia, chega um carro desconhecido e dele sai Florina acompanhada da irmã Clara responsável pelo orfanato onde Cida fora criada, e . . . .

FLORINA: Seu padre, por favor! Espere um pouco, antes que o senhor inicia a cerimônia, eu preciso esclarecer um fato.

CIDA: Irmã Clara?

PE. SAMUEL: Ah minha filha! Já estamos muito atrasados!

FLORINA: Por favor padre. É sério, preciso consertar um erro do passado.

PEDRO: Padre Samuel, vamos ouvir a mulher, a dona Florina.

PE. SAMUEL: Pois não senhora! Pode falar.

Todos ficam atentos e surpreso com a atitude de Florina, que quase não é conhecida na região.

FLORINA: Antes de mais nada, gostaria que uma pessoa viesse aqui e sentasse nessa cadeira (pega uma cadeira e posiciona bem na frente do altar). Dona Terezinha, a senhora poderia vir se assentar aqui?

D. TEREZINHA: Eu? Mas posso levar minha filhinha?

FLORINA: Claro, dona Terezinha. Traga a sua filhinha.

Com a ajuda de alguns amigos, dona Terezinha foi e se assentou na cadeira.

FLORINA: Bom, preciso diante de todos assumir um erro meu e tentar consertar esse erro que causou danos, machucando muito a vida de duas pessoas e para esse momento trouxe comigo a irmã Clara responsável pelo orfanato aqui da cidade. . . Pois bem! Quando jovem, me tornei uma pessoas ambiciosa, egoísta, medíocre, pessoa maquiavélica mesmo. Não me importava com os sentimentos das pessoas alheias . Um certo dia eu estava na cidade e surgiu um jovem casal procurando por famílias que quisessem dar seus filhos em adoção. Se aproximaram de mim com essa indagação e eu propus em arrumar uma criança, mas eu queria uma quantia em dinheiro pelo serviço. Aceitaram a proposta. Deram o endereço de onde eu poderia encontrá-los quando conseguisse a criança. A ganância pelo dinheiro falou mais alto e comecei a me informar sobre onde tinha crianças recém nascidas que eu pudesse de uma certa forma pegá-la para mim. Foi então que fiquei sabendo que aqui nesta fazenda uma mulher havia acabado de dar à luz uma menina. Me aproximei daqui, me fiz passar de trabalhadora da lavoura, sondei tudo e um dia criei coragem, quando a mãe estava sentada dando de mamar a menina, em um ataque rápido, peguei a criança e saí correndo e consegui fugir com o bebê . Cheguei na cidade e fui procurar o casal no endereço que me deram, chegando lá fui informada, que já havia ido embora. Diante da situação, com aquela criança nos braços, não tive outra alternativa, a não ser deixá-la na porta do orfanato. Pois não tive coragem de voltar a fazenda e entregá-la a mãe novamente. Fiquei de longe observando, quando de repente a freira, a irmã Clara, abriu as portas e viu a menina, se aproximou e a acolheu, então fui embora viver minha vida e esse meu mal ato nunca me comoveu no decorrer de minha vida, fui morar na capital, até que a pouco tempo, isso começou a mexer em meu coração. Então voltei aqui a poucos dias atrás e conversando descobri quem era a mãe de quem arranquei a criança de seu braços enquanto amamentava e mais ainda descobri quem era a criança.

IRMÃ CLARA: Verdade, acolhi a criança e o orfanato ficou responsável por ela, a educou. . . até que ela fosse acolhida por uma família .

FLORINA: Sim, a senhora e o orfanato acompanhou até aqui esta criança que hoje é uma jovem prestes a se tornar uma esposa comprometida. (olha para Cida)

Cida aos prantos.

CIDA: Então foi você que me tirou o direito de ter uma família?

FLORINA: Sim, mas estou imensamente arrependida e disposta a pedir perdão a todos que com essa minha atitude sofreram ao longo destes anos.

CIDA: Mas se eu só esta criança, quem é a minha mãe? . . . (em sua cabeça revive algo e lentamente se vira para dona Terezinha. Dona Terezinha olha calmamente para Cida)

D. TEREZINHA: Filha? . . . Você é a minha menina?

CIDA: Mamãe! (Cida e dona Terezinha se abraçam e choram)

PEDRO: Espera aí! É delas que você está falando senhora?

FLORINA: Sim seu Pedro. Dona Terezinha é a mãe de Cida. E Cida é a criança que eu roubei pra vender e não deu certo. E assim como eu as separei, a vida me encarregou de juntá-las novamente na intenção de consertar hoje o que destruí no passado.

Florina se aproxima da mãe e filha e. . .

FLORINA: Dona Terezinha me perdoa. . . (olha para Cida)Cida me perdoa.

A alegria é tão grande no coração de Cida e de dona Terezinha que não usaram palavras e abraçaram Florina, vendo sinceridade e arrependimento em seu ato de reaproximá-las e choram copiosamente.

O padre então propõe dar continuidade aos casamentos, em meio aquele clima misto de tristeza pelo passado e alegria no presente.

Cida se recompõe e Florina agradece ao padre pelo tempo cedido e pede para continuar a cerimônia.

Padre Samuel recomeça a cerimônia e entre uma palavra e outra chega uma charrete em disparada. É Santa que chega. E num movimento rápido, desce da charrete e se dirige ao local do casamento e. . .

SANTA: Padre Samuel, por favor espere um pouco!

PE. SAMUEL: Outra vez, vou ter que esperar? (o padre se senta e espera pelo que Santa irá dizer)

SANTA: Filho vim aqui para te abençoar e abençoar a sua união com você minha filha (abraça Luiz e Dyana)

Todos mais uma vez vive outro intenso momento de emoção.

SANTA: E diante de todos, quero pedir desculpas, perdão a seu Pedro e a sua família pelas atitudes de meu falecido marido Camilo. E como prova da sinceridade de meu pedido, trouxe aqui a maleta com todo o dinheiro que Camilo furtou naquela noite.

(Todos ficam admirados)

PEDRO: Santa, o que aconteceu foi uma fatalidade. Apesar das atitudes impensadas do meu grande e eterno amigo Camilo, não me fez mudar minha opinião sobre ele e sua família: pessoas amigas, companheiras de longa data. Camilo agiu de maneira gananciosa, foi algo que surgiu em seu coração e ele não conseguiu dominar, foi mais forte que ele. Mas isso já passou, infelizmente ele não está aqui para receber meu perdão . Então, quero continuar tendo a sua amizade Santa e de sua família, ainda mais agora que nossos filhos estão se unindo em matrimônio.

SANTA: Obrigado Pedro, por mim compreender, por perdoar a atitude de Camilo. Eu me alegro muito por Dyana estar entrando para minha família. Quero dizer a você meu filho e Dyana que eu os abençoo e abençoo a união de vocês. . . Padre Samuel por favor case logo meu filho com Dyana.

PE. SAMUEL: É isso que estou tentando há horas, dona Santa, mas. . . Enfim vamos casar logo antes que não apareça mais nada para atrasar de novo.

E assim foi concluída a cerimonia de casamento, e todos foram festejar. D. Terezinha, toda feliz, ficou o tempo todo com Cida e Valter. Santa, alegre com a união de Luiz e Dyana. Pedro com o dinheiro imediatamente convocou todos os que trabalham para ele e que aos quais ainda estava em débito e acertou o restante que os devia.

COSME: Finalmente, tudo parece ter voltado ao normal.

DAMIÃO: Mas não com o sentimento ganancioso de Camilo.

COSME: A paz, o amor, o perdão, a verdade e felicidade mútua, agora é o que impera na fazenda onde “A Sociedade” continuará entre duas famílias que venceu a ambição através do amor.

FIM

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