Fim de tarde. Na casa de Pedro estão todos envolvidos com o carregamento e a entrega da colheita do café.
Damião e Cosme estão um pouco afastados, observando a movimentação.
DAMIÃO: Estou sentindo cheiro de algo errado.
COSME: Será? Vamos acompanhar de perto!
(Os dois se aproximam dos demais.)
Bento e Rosa estão sentado em um banco velho de madeira e podem contemplar a alegria dos amigos sócios pelo bom negócio que conseguiram fechar com o comprador.
BENTO: É muito bom a gente ver a alegria dos outros.
ROSA: Você está vendo a alegria de quem meu vei?
BENTO: Olha seu Pedro Rosa! Ele está muito feliz com a venda .
ROSA: É verdade! Mas parece que seu Camilo tá bem tranquilo. Esse homem não me engana.
BENTO: Já vem você com esta história de novo mulher.
( Chega dona Terezinha, trazendo sua boneca )
ROSA: Ei dona Terezinha. Senta aqui perto de nós.
D. TEREZINHA: Obrigado Rosa, mas eu não posso demorar, minha Aparecida não pode ficar tomando vento, poeira, faz mal para ela.
BENTO: Nós estamos olhando a carreta sendo carregada de café.
D. TEREZINHA: Olha só, aquele homem do olho ruim, não está fazendo nada.
ROSA: Já notei isso também dona Terezinha!
BENTO: Agora pronto! Vão ficar duas velhas condenando o pobre do seu Camilo. Ele deve estar passando mal.
(Bento caminha até onde estão os trabalhadores)
Pedro abraça sua esposa Sônia e sua filha Dyana.
PEDRO: Estou muito satisfeito. Vejam só como foi boa a produção.
SÔNIA: Também estou muito feliz.
PEDRO: Agora eu e Camilo, poderemos acertar todas as nossas dívidas e vai sobrar um bom valor pra nós.
DYANA: Hoje teremos uma noite de muitas emoções.
(Pedro não entendeu o que Dyana quis dizer)
PEDRO: Sim minha filha. Pra comemorar vamos preparar um churrasco pra todos que trabalharam na colheita .
(Valter e Luiz falam sobre Camilo)
VALTER: O que está acontecendo com seu pai? Parece tão pensativo, enquanto seu Pedro está tão entusiasmado.
CAMILO: Meu pai é assim mesmo. Deve estar pensando no que tem para pagar com esse dinheiro.
(Cida se aproxima de Dyana e o peão comenta)
VALTER: Eta morena bonita !
LUIZ: De quem você tá falando rapaz?
VALTER: Olha lá perto de sua futura noiva, que morenão!
LUIZ: Aproveita que hoje vou pedir Dyana em casamento e faz você também para Cida.
VALTER: Não amigo! Hoje não! Ainda não é hora! .
(Enquanto isso dona Terezinha vai até seu Camilo)
D. TEREZINHA: Por que o senhor não está ajudando seu Pedro? . Olho ruim!
CAMILO: O que a senhora está fazendo aqui ? Sua velha maluca!
D. TEREZINHA: Esse olho ruim do senhor não me engana. Malvado!
CAMILO: A senhora saia daqui já ou vou ter jogar essa boneca, nojenta, da senhora no lixo.
D. TEREZINHA: (Abraça forte a boneca) Não! A Aparecida não! (Sai correndo)
CAMILO: Ainda vou colocar essa maluca num asilo.
(D. Terezinha volta correndo e leva um tombo, Dyana e Cida vão ajuda-la)
CIDA: A senhora se machucou?
(D. Terezinha olha pra Cida e sorri.)
DYANA: Nós vamos ajudar a senhora a se levantar.
D. TEREZINHA: Eu não! Olhem se a Aparecida não quebrou nada.
CIDA: Quem é Aparecida?
DYANA: (fala baixo)É a boneca dela.
D. TEREZINHA: Me dê a minha menina aqui. Ô moças toma cuidado com aquele homem que está assentado lá naquela cerca. Ele é mal. Cuidado. ( e sai repetindo: Cuidado! )
( Dyana e Cida estranham .)
CIDA: Mas aquele é seu Camilo! Seu futuro sogro.
DYANA: Sim! D. Terezinha tem a mente perturbada. Coitada!
As carretas lotadas de café vão embora, o comprador reúne com Pedro e Camilo e faz o acerto da compra.
Pedro então, sobe em seu jipe e faz um convite a todos que estão ali.
PEDRO: Eu e o amigo Camilo, queremos convidar todos vocês e suas famílias, para um churrasquinho em minha casa hoje a noite. Vamos festejar o fim da colheita deste ano.
( De dentro do armazém, Cosme e Damião, se expressam)
COSME: Penso eu que esta festa não irá acabar bem!
DAMIÃO: Penso o mesmo meu irmão!
Gostei da dona Terezinha. O Camilo realmente não é flor que se cheire. Vamos lá.
Gostei da dona Terezinha. O Camilo realmente não é flor que se cheire. Vamos lá.