“Você Me Vira a Cabeça”

 

[CENA 01 – PENSÃO/ Q. DE EDUARDO/ TARDE]
(Dácio entra e caminha até a cama, Daniel o segue)
DANIEL – Como foi a aula?
DÁCIO – Normal. Aulas começaram agora, os trabalhos ainda não apareceram. Gostando de morar aqui?
DANIEL – Sim. É uma pensão agradável, os vizinhos são legais, enfim… você também iria gostar daqui.
DÁCIO – Eu não vou morar com você.
DANIEL – (se aproxima dele) Não agora… mas um dia quem sabe. (os dois se beijam. Daniel tira sua camisa, e vai empurrando Dácio até a cama. Os dois caem em cima dela, e continuam se beijando)
DÁCIO – (interrompendo o beijo) Tem certeza que não corre o risco do Eduardo chegar e flagrar nos dois assim? Ele meio que ainda não sabe que eu curto isso…
DANIEL – Relaxa, como eu te falei, Eduardo às vezes só costuma chegar à noite.
DÁCIO – Sendo assim. (voltam a se beijar. O clima esquenta entre os dois, Dácio tira sua camisa, nesse momento alguém bate na porta) Será que é o Eduardo?
DANIEL – Não, acho que não. (sai de cima de Dácio) Acho que deve ser algum vizinho. (veste sua camisa, e abre a porta. Dácio também havia vestido a dele, senta-se na cama) Oi?
VIZINHA – Oi, Daniel. Vim saber se você teria um pouco de açúcar para me emprestar?
DANIEL – Açúcar? Eu acho que tem sim. Vou verificar. (caminha até o armário, deixando-a na porta. Curiosa, a mesma olha para dentro do quarto e repara Dácio sentado na cama, aparentemente nervoso)
VIZINHA – (com um leve sorriso) Oi!
DÁCIO – Olá.
VIZINHA – É amigo do Daniel?
DÁCIO – Sim. Estudamos juntos.
VIZINHA – Ah sim.
DANIEL – (voltando com um pouco de açúcar) Na verdade, estudávamos juntos. Não estudamos mais.
VIZINHA – Por que?
DANIEL – Porque meio que não vou poder estudar esse ano.
VIZINHA – Por causa de seus pais?
DANIEL – Exatamente. (entrega a xicara para ela) Aqui está o açúcar.
VIZINHA – Muito obrigada.
DANIEL – Não tem de quer. (a mulher continua olhando para ele, olha novamente para Dácio, desconfiada) Mas alguma coisa?
VIZINHA – Não, é só isso. É já que eu trago a xícara de volta.
DANIEL – Sem problema. (a vizinha dar um leve sorriso para Daniel e vai embora. Ele fecha a porta e volta para perto de Dácio)
DÁCIO – Acho que ela desconfiou de alguma coisa!
DANIEL – Do que ela desconfiaria?
DÁCIO – Sei lá.
DANIEL – Relaxa, está bem. (se aproxima dele novamente para beijá-lo, Dácio recua, levanta-se e caminha até a pia)
DÁCIO – Melhor esperarmos ela voltar com a xícara. Evitar que ela veja qualquer cena.
DANIEL – Ok. (senta-se na cama, olhando para ele, com um leve sorriso)

[CENA 02 – CASA DE ALICE/ SALA/ TARDE]
VIVIANE – O que você está fazendo aqui? Pensei que estivesse em Minas?
FREDERICO – E eu estava, só vim porque recebi uma ligação do hospital onde a Paula está internada.
VIVIANE – Ele acordou do coma?
FREDERICO – Não. Ela ainda continua dormindo, porém, o corpo dela tem mostrado algumas reações.
VIVIANE – Isso é bom, significa que ela está se recuperando.
FREDERICO – Sim. Acabo de vim do hospital, e os médico disseram que uma enfermeira a viu mexendo os dedos das mãos, movimentando os braços.
VIVIANE – Que maravilha, Frederico. Certamente você veio aqui para contar a novidade para o Pedro! Ele infelizmente saiu, está no trabalho.
FREDERICO – Sim, eu sei. Eu na verdade, estou voltando para Minas ainda hoje.
VIVIANE – Você não vai conversar com o Pedro?
FREDERICO – Não terei tempo, preciso voltar para o sítio. Depois do incêndio que foi provocado, não posso deixar o sítio sozinho.
VIVIANE – Alguma informação sobre quem foi o responsável?
FREDERICO – A polícia está investigando. Mas eles têm certeza que foi proposital.
VIVIANE – Você suspeita de alguém?
FREDERICO – Tenho meus suspeitos, mas infelizmente não tenho como provar nada. Tenho que deixar nas mãos da polícia.
VIVIANE – Pode deixar que contarei para o Pedro que você veio aqui, e contarei sobre a Paula também.
FREDERICO – Obrigado. E, na verdade, queria aproveitar esse momento que o Pedro se mudou para cá, e usar como pretexto para te ver. (Viviane envergonha-se, Frederico se aproxima dela, Alice desce as escadas nesse momento)
ALICE – Avô do Pedro? O que faz aqui?
VIVIANE – (se afastando de Frederico) Ele veio ver a filha, querida. Parece que a Paula está saindo do coma.
FREDERICO – Isso. E também vim ver meu neto, mas parece que ele não está.
ALICE – Não está mesmo. Está na pizzaria, trabalhando. (senta-se no sofá, mexe no celular)
FREDERICO – Bem, então acho que já vou indo.
VIVIANE – Eu acompanho você até a porta.
FREDERICO – Tchau, Alice.
ALICE – Tchau! (Frederico e Viviane vão até à porta)
FREDERICO – Antes deu ir, gostaria de agradecer por ter recebido meu neto. Eu sei o quanto ele está feliz com essa história da banda, e não queria estragar isso para ele.
VIVIANE – Não tem que agradecer, Frederico. Pedro já é da família. (Frederico sorri, e olha para Viviane em silêncio por alguns segundos) O que foi?
FREDERICO – Pode passar o tempo que for, você sempre continuará bonita para mim. (Viviane envergonha-se)
VIVIANE – Melhor você ir, Frederico. (os dois se olham por alguns segundos, Frederico a abraça)
FREDERICO – Tchau.
VIVIANE – Tchau. (Frederico vai embora, Viviane fica alguns segundo o observando, em seguida fecha a porta e volta para a sala)

Anoitecendo…

[CENA 03 – CASA DELLE ROSE/ Q. DE LARISSA – SALÃO/ NOITE]
(Larissa está em frente ao espelho animada após a conversa que teve com Josué. Nathaniel bate na porta do quarto, entrando)
NATHANIEL – Está pronta, Larissa?!
LARISSA – Estou sim, Nathan.
NATHANIEL – Que bom. Imagino que o motivo desse sorriso estampado no rosto, seja pela ótima notícia que recebeu do advogado?!
LARISSA – Também, e porque hoje nos dois iremos abrir a casa.
NATHANIEL – É uma honra dividir o palco com você. (segura as mãos dela)
LARISSA – Vamos?
NATHANIEL – Vamos!
[SALÃO]
(alguns clientes estão andando pelo salão, conversam com algumas meninas que circulam pelo ambiente, outros estão sentados em algumas mesas, aguardando a cortina do palco se abrir. Salete está andando pelo salão, cumprimentando os clientes. A cortina do palco se abre, Nathaniel e Larissa estão no centro dele, prontos para cantar)

[CENA DE MÚSICA – VOCÊ ME VIRA A CABEÇA (ALCIONE)]

[LARISSA]
Você me vira a cabeça 1
Me tira do sério
Destrói os planos
Que um dia eu fiz pra mim
Me faz pensar
Porque que a vida é assim

Eu sempre vou e volto
Pros teus braços

Você não me quer
De verdade
No fundo eu sou
Sua vaidade
Eu vivo seguindo
Teus passos
Eu sempre estou presa
Em teus laços
É só você chamar
Que eu vou

[NATHANIEL E LARISSA]
Por que você 2
Não vai embora de vez?
Por que não
Me liberta dessa paixão?
Por quê?
Por que você
Não diz que não me quer mais?
Por que não
Deixa livre o meu coração?

Mas tem que me prender
(Tem!)
Tem que seduzir
(Tem!)
Só pra me deixar
Louca por você
Só pra ter alguém
Que vive sempre ao seu dispor
Por um segundo de amor
Oh! Oh! Oh! Oh!

Mas tem que me prender
(Tem!)
Tem que seduzir
(Tem!)
Só pra me deixar
Louca por você
Só pra ter alguém
Que vive sempre ao seu dispor
Por um segundo de amor
Oh! Oh! Oh! Oh!

[NATHANIEL]
Você não me quer 3
De verdade
No fundo eu sou
Tua vaidade
Eu vivo seguindo
Teus passos
Eu sempre estou
Presa em teus laços
E é só você chamar
Que eu vou

Por que você
Não vai embora de vez?
Por que você não vai embora?
Por que não
Me liberta dessa paixão?
Por quê?
Por que você
Não diz que não me quer mais?
Por que não
Deixa livre o meu coração?…

[NATHANIEL E LARISSA]
Mas tem que me prender 4
(Tem!)
Tem que seduzir
(Tem!)
Só pra me deixar
Louca por você
Só pra ter alguém
Que vive sempre ao seu dispor
Por um segundo de amor
Oh! Oh! Oh! Oh!

Mas tem que me prender
(Tem!)
Tem que seduzir
(Tem!)
Só pra me deixar
Louca por você
Só pra ter alguém
Que vive sempre ao seu dispor
Por um segundo de amor
Oh! Oh! Oh! Oh!

Mas tem que me prender
(Tem!)
Tem que seduzir
(Tem!)
Só pra me deixar
Louca por você
Só pra ter alguém
Que vive sempre ao seu dispor
Por um segundo de amor
Oh! Oh! Oh! Oh!

1. Larissa começa a cantar ao lado de Nathaniel. Ao longo da música, ela caminha pelo palco. Nathaniel também começa a andar pelo palco, com o violão nas mãos.
2. Ambos estão de lado opostos, um de frente para o outro, ao longo da música Larissa vai se aproximando de Nathaniel.
3. Nathaniel quem canta sozinho, sendo observado por Larissa. Sorri, os dois voltam a se separar novamente.
4. Ambos em cada lado do palco, encerram a música olhando para os clientes que são aplaudidos.

[CENA 04 – CASA DE ALICE/ SALA/ NOITE]
(Pedro, Paulo e Viviane estão na sala esperando Alice descer e Felipe chegar em casa)
PEDRO – Poxa, ele poderia ter me ligado ou mandado mensagem.
VIVIANE – Ele só estava de passagem. Apenas foi ver como estava sua tia, se ela realmente havia acordado do coma.
PEDRO – Queria vê-la, mas amanhã não vou ter tempo. (Alice vem descendo as escadas)
PAULO – Quiser eu posso ir com você nesse final de semana.
PEDRO – É que nesse final de semana eu tenho um outro compromisso.
ALICE – Com quem? Com a tal de Andréa!?! (senta-se, sem esconder o tom de ciúmes)
PAULO – Andréa? (percebendo o clima entre os dois)
PEDRO – Andréa é apenas uma amiga minha. E não, meu compromisso é com meu pai.
PAULO – Seu pai?
PEDRO – É. Meu suposto pai. Ele vai chegar de viagem este final de semana, e temos um encontro marcado.
PAULO – Interessante. Bem, boa sorte e que você consiga descobrir a verdade. (Felipe chega em casa com Luana)
VIVIANE – Finalmente chegaram. (levanta-se) Estávamos só esperando por vocês.
FELIPE – Desculpem a demora, o trânsito não ajudou muito hoje.
LUANA – Isso é verdade. (repara em Pedro, sentado ao lado de Paulo) Você aqui?
FELIPE – Esqueci de te falar, acho que você deve se lembrar do Pedro?
LUANA – Ele é o filho da Carla, certo? Eu o vi no casamento dela com o Miguel!
FELIPE – Exatamente, algumas coisas acontecerem quando você não estava aqui. Miguel voltou para São Paulo, depois que a Carla… (sabe que tocar nesse assunto não faz bem para Pedro) …enfim, infelizmente a Carla não está mais entre nós. O Pedro então veio passar um tempo com a gente, já que sou o único parente próximo que ele conhece. (Luana choca-se com a notícia)
LUANA – (olhando para Felipe) A Carla morreu?

[CENA 05 – CASA DE RAMON/ Q. DE RAMON/ NOITE]
(Ramon está em frente ao seu computador, compondo a música para a final de Band Night. De acordo que ia escrevendo alguns trechos, ia criando algumas melodias em um programa de computador)

[CENA 06 – LANCHONETE DO IVO/ COZINHA/ NOITE]
(Ivo está fritando algo, quando Fábio e Jorge aparecem na cozinha, o assustando)
JORGE – Que saudade da sua comida, cara!
IVO – (quase derrubando a frigideira) Poxa, pessoal! Vocês estão querendo mesmo que eu vá para o outro lado ficar com vocês. Quase eu morro do coração aqui.
FÁBIO – Eu avisei que você não gosta muito quando aparecemos assim, mas conhece o Jorge!
JORGE – Desculpa, cara. É que eu gosto das caretas que você faz quando fazemos isso.
IVO – Sei. Tem um bom tempo que vocês não aparecem. Pensei até que tinham evoluídos espiritualmente e foram para algum plano superior.
FÁBIO – Não, não. Continuamos no mesmo plano.
IVO – (apaga o fogo e foca-se em seus amigos) Então, o que vocês vieram me dizer agora?
JORGE – Nada demais. Só viemos rever um velho amigo.
FÁBIO – Isso. E os garotos? Eles foram para a próxima etapa do programa em primeiro lugar, quem diria!
JORGE – Bem merecido!
IVO – Os garotos têm se dedicado demais a esse programa. De vez enquanto eles vêm ensaiar aqui.
JORGE – Sabemos disso. Mesmo que a gente não apareça muito, sempre estamos de olho com o que acontece por aqui.
IVO – Às vezes eu esqueço que vocês estão me espionando. Espero que não estejam me vendo até quando eu vou ao banheiro.
JORGE – Pode deixar que isso fazemos questão de não ver.
FÁBIO – Quando você vai pedir para ser empresários dos garotos?
IVO – Eu já fiz esse pedido uma vez, eles não gostaram muito da ideia.
FÁBIO – Isso porque você se antecipou e fez o pedido antes do tempo.
IVO – Eu tinha medo dos garotos chamar alguém, sei lá.
JORGE – Só que a gente ia te dizer o tempo certo. Que é agora.
IVO – Então, vocês estão dizendo que se eu pedir para ser empresário dos garotos, eles irão aceitar agora.
FÁBIO – Sim.
IVO – Como vocês sabem disso?
JORGE – A gente só sabe, está bem. E faça o que estamos te pedindo.
IVO – Ok. Na próxima vez que eles vierem ensaiar, farei novamente o pedido.
JORGE – Isso.
IVO – Posso fazer uma pergunta, já que vocês são os sabem tudo.
FÁBIO – Bem, se tiver ao nosso alcance, manda ver.
IVO – Os meninos irão ganhar o programa? (Fábio e Jorge se entreolham)
FÁBIO – Podemos dizer que se os garotos continuarem como estão, as chances são grandes.
IVO – Qual é? Vocês devem saber essa resposta. Eles vão ganhar, não vão?
FÁBIO – Não podemos dizer muita coisa, Ivo. Só temos permissão para intervir no necessário.
IVO – Tanto faz. Pelo jeito que vocês ficaram, tenho certeza que eles irão ganhar. Por isso só agora que eu devo pedir para ser empresário deles.
JORGE – Você chegou nesse raciocínio por conta própria, não dizemos nada.

[CENA 07 – CASA DE ALICE/ SALA/ NOITE]
FELIPE – Ela vinha lutando com uma doença durante alguns meses, e no final do ano passado a doença acabou vencendo. (olha para Pedro e o ver incomodado com essa conversa) Mas, creio que todos aqui estão com fome, então chega de esperar.
VIVIANE – Concordo, filho. Então vamos?! (caminha em direção à cozinha, Pedro, Alice e Paulo levantam-se e caminham logo atrás dela. Luana continua em pé, ainda surpresa com a notícia que acabou de ouvir)
FELIPE – (caminha até ela) Está tudo bem? Você ficou estranha depois que soube da morte da Carla?
LUANA – Sim, estou. Só fiquei chocada. Até pouco tempo atrás eu estava no casamento dela. E a irmã dela? A Paula?
FELIPE – A Paula está em estado de coma, após ela ter sofrido um sequestro.
LUANA – Meu Deus!
FELIPE – É, a família de Pedro passou por algumas situações conturbadas. Por isso não podíamos deixá-lo sozinho. (Alice volta para a sala)
ALICE – A vovó está perguntando se vocês não vêm?
FELIPE – Estamos indo querida. (Alice volta para a cozinha) Vamos?
LUANA – (tentando se manter firme) Vamos! (os dois caminham até a cozinha)

Amanhecendo…

[CENA 08 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO/ DIA]
(Ana e Alan estão sentados um de frente do outro, em um dos banquinhos do pátio. Alan segura na mão dela)
ANA – Confesso que cheguei a pensar que jamais voltaria a te ver novamente.
ALAN – Eu também cheguei a pensar nessa possibilidade. Mas, desde que minha mãe iniciou o tratamento dela, percebi que ela vem melhorando.
ANA – Será que seria bom se eu fosse visitá-la?
ALAN – É bom esperarmos um pouco. Mas, assim que possível, podemos combinar de você ir lá em casa, está bem?
ANA – Ok. (Pedro se aproxima deles)
PEDRO – Oi, pessoal! Espero não estar atrapalhando nada.
ANA – Não, só estávamos conversando.
PEDRO – (senta-se ao lado de Ana) Você voltou quando, Alan?
ALAN – Voltei tem algumas semanas já.
PEDRO – E o curso de dança? Esse ano agora vai, né?
ALAN – Eu meio que não tive tempo para pensar na dança, mas, acredito que este ano vai sim.
PEDRO – (observa Dácio junto com Ramon) Oh, o pessoal apareceu. Vocês não se importam se eu os chamá-lo, né?
ALAN – Não, sem problema. (Pedro estende a mão, acenando para os garotos, que caminham até eles. Ana fica séria, abaixa a cabeça com a presença de Dácio)
DÁCIO – Oi, pessoal.
RAMON – Estávamos te procurando, Pedro!
PEDRO – Pois é, eu saí da sala, fui ao banheiro e quando voltei, vocês não estavam mais lá. Vim para o pátio e vim conversar com a Ana e o Alan.
DÁCIO – (fica ao lado de Ana) Foi o que eu sugeri para o Ramon, que você estava aqui fora.
RAMON – Quero saber se vamos poder ensaiar hoje?
PEDRO – Só se for na pizzaria.
RAMON – Pode ser.
PEDRO – E a música? Compôs já?
RAMON – Quase, mas em breve término.
ALAN – Ah é, vocês estão participando daquele programa de música. Não vou mentir pra vocês, consegui acompanhar só o primeiro programa. Como vocês estão no ranking? (enquanto os garotos conversavam, Ana estava um pouco incomodada com Dácio ao seu lado)
RAMON – Pois perdeu muita coisa, oh. Terminamos a primeira fase em primeiro lugar. Iremos iniciar a fase eliminatória com 10 pontos.
ALAN – Parabéns. Vou começar acompanhar de agora em diante, e tenham certeza que a banda de vocês terá meu voto. (repara em Ana calada demais) Imagino que você também, né Ana? (Ana não responde, mas olha para Alan)
PEDRO – Tudo bem, Ana?
ANA – Sim. (olha estranho para Dácio, levanta do banco) Será que podemos conversar um pouco ali Pedro?
PEDRO – Claro. (levanta, sem entender nada e se afasta do pessoal junto com a Ana. Os dois estão no fundo do pátio, onde não havia ninguém) O que houve?
ANA – O Dácio é muito amigo seu?
PEDRO – É, claro que sim. Na verdade, foi um dos primeiros amigos que eu fiz quando cheguei aqui. Você sabe disso.
ANA – Eu acho que você não deve mais ser amigo dele.
PEDRO – Como? Por que eu não devo ser amigo do Dácio?
ANA – Porque… porque o Dácio é gay!

[CENA 09 – HOSPITAL/ Q. DE PAULA/ DIA]
(Luana entra no quarto onde Paula está internada. Caminha até a cama dela e a observa por alguns segundos. Após observá-la por um tempo, Luana vira-se para ir embora, no entanto, nesse momento Paula abre os olhos)
LUANA – (surpresa) Paula? (volta para perto dela) Você voltou, Paula!

[CENA 10 – PENSÃO/ PÁTIO/ TARDE]
(Daniel está lavando roupa, a vizinha que foi pedir açúcar no quarto dele ontem, aparece com algumas roupas no braço. Caminha até o lavatório, coloca as roupas em cima da pia, e se aproxima de Daniel)
VIZINHA – (simpática) Bom dia, Daniel.
DANIEL – Bom dia!
VIZINHA – Você está lavando só a sua roupa ou a do Eduardo também?
DANIEL – Só a minha. O Eduardo lava a dele todo dia, por isso não acumula. Eu já não tenho essa vontade de lavar todo dia, por isso as vezes me deparo com essas montanhas de roupa. (caminha até um varal para estender uma camiseta, a vizinha o segue)
VIZINHA – Entendo. Bem… (se aproxima dele) …se precisar de ajuda. (assim que Daniel se vira, se surpreende com ela bem próximo dele)
DANIEL – Eu agradeço, mas estou terminando já.
VIZINHA – Posso te ajudar em outras coisas também. (o surpreende e o beija, Daniel fica sem reação a atitude dela)

[CENA 11 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ DIA]
(Silvana está colocando alguns itens de costura em sua mochila, preparando-se para mais um trabalho. Assim que ela o guarda, alguém bate na porta. Fecha a mochila, coloca no sofá, caminha até a porta e a abre)
SILVANA – Saulo? O que você veio fazer aqui?
SAULO – Temos que conversar, Silvana.
SILVANA – Creio que já conversamos tudo naquele dia. (tenta fechar a porta, mas Saulo impede)
SAULO – Por favor, me escuta. Você precisa entender o motivo de não querer me aproximar do garoto.
SILVANA – (ainda empurrando a porta, tentando fechá-la) Eu não preciso entender nada.
SAULO – Eu estou morrendo, Silvana! (Silvana para de empurrar, a abre e presta atenção em Saulo)
SILVANA – Você o que?
SAULO – Eu tenho uma doença grave. Eu estou morrendo!

[CENA 12 – CASA DE ALICE/ SALA/ DIA]
(Paulo está na sala, mexendo no celular. Campainha toca, a empregada vai atender e assim que abre, Verônica entra na casa. Paulo levanta-se do sofá, ao ouvir a voz dela)
VERÔNICA – Será que poderia avisar a sua patroa, que estou aqui. Olá, Paulo. Não sabia que tinha voltado.
PAULO – Olá, Verônica. E até onde eu sei, você não é bem-vinda nessa casa. Então, poderia me explicar o que veio fazer aqui? (Verônica o encara, com um sorrisinho falso no rosto)

Contínua no Capítulo 26…

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