“Olhos Vermelhos”


[CENA 01 – PIZZARIA/ NOITE]

(Eduardo continua olhando para Larissa e Nathaniel, ambos na entrada da pizzaria, sorrir)
NATHANIEL – Estávamos passando pela rua, acabamos vendo está pizzaria, mas não imaginávamos te encontrar aqui.
EDUARDO – (contendo o sorriso) É. É aqui onde eu trabalho. Mas, podem ficar à vontade, está bem. Tenho algumas entregas para fazer agora. (olha para Larissa, que desvia o olhar para uma tabela de preço das pizzas)
NATHANIEL – Sem problema. Não queremos atrapalhar ninguém.
EDUARDO – Com licença. (abaixa a cabeça assim que passa por Larissa, que continuava olhando para a tabela de preço. Assim que Eduardo sai da pizzaria, Larissa olha para ele montando na moto e indo fazer as entregas)
NATHANIEL – Custava ter ao menos falado com o rapaz?
LARISSA – Fiquei sem saber o que fazer. Não esperava que iria encontrá-lo assim de cara.
NATHANIEL – Ué, mas viemos aqui para falar com ele, não foi?
LARISSA – Foi, só que eu fiquei sem saber o que fazer, Nathan. Foi isso!
NATHANIEL – Já que viemos aqui, vamos pedir alguma pizza ao menos?
LARISSA – Sim, vamos. Demorou um pouquinho para chegarmos até aqui! (os dois caminham até o balcão, e logo são atendidas)

[CENA 02 – CASA DE ANDRÉA/ SALA/ NOITE]
(Douglas está sentado no sofá, aguardando a resposta de Pedro. Andréa está sentada ao lado dele, mexendo no celular)
DOUGLAS – Será que ele está dormindo?
ANDRÉA – Essa hora? Eu duvido.
DOUGLAS – Vou ligar para ele então.
ANDRÉA – Melhor não, Douglas. Vai que ele está jantando com a família ou está tomando banho, sei lá. Daqui a pouco ele vai ver a mensagem e vai te responder.
DOUGLAS – É, pode ser. Bem, acho que vou comer alguma coisa. Da rodoviária pra cá, não paramos em lugar algum. (levanta do sofá em direção à cozinha) Você já comeu?
ANDRÉA – Ainda não. Na verdade estava esperando vocês chegarem. Mas, pode comer, qualquer coisa como algo mais tarde. (Douglas vai para a cozinha, Andréa continua sentada no sofá, mexendo no celular)

[CENA 03 – CASA DE ALICE/ ESTÚDIO/ NOITE]
(Alice e Pedro continuam se beijando. Felipe ao ver a cena, sai do estúdio em silêncio, os dois encerram o beijo logo em seguida)
PEDRO – Eu acho que é melhor descemos. Sua avó deve estar nos procurando já.
ALICE – Acho que não podemos negar que ambos sentimos algo especial um pelo o outro.
PEDRO – Melhor não forçarmos nada. Não nego que sinto algo por você, mas não consigo explicar ainda o que é.
ALICE – Eu consigo definir o que sinto por você! (o beija novamente, esse dura bem menos que o primeiro)
PEDRO – Melhor descermos. (levanta da cadeira e sai do estúdio. Alice continua sentada, com um leve sorriso no rosto)

[CENA 04 – LANCHONETE DO IVO/ NOITE]
RITA – (ainda olhando para ele, surpresa) Você não está falando sério, está?
IVO – É claro que estou. Eu sei que ficar tomando de conta da lanchonete não é o seu sonho, mas não tenho a quem deixar. Sem contar que você é a única parente que eu tenho aqui.
RITA – Eu não sei, Ivo. Eu não conseguiria tomar de contar de sua lanchonete sozinha.
IVO – Você não ficará sozinha, eu ainda continuarei aqui. Só preciso que alguém fique cuidado dos negócios, enquanto eu estiver acompanhando os garotos. Enquanto eu estiver agendando os shows, essas coisas. (uma moça o chama) Eu sei que você vai se sair bem minha irmã. (sorri para Rita e vai atender a mesa, Rita observa o irmão, pensativa)

[CENA 05 – CASA DE OTÁVIO/ Q. DE OTÁVIO/ NOITE]
(Otávio ainda não respondeu à pergunta de sua mãe, contínua de cabeça baixa, pensativo)
SILVANA – (preocupada com o silêncio do filho) Aconteceu alguma coisa na praia, filho?
OTÁVIO – Não. Não aconteceu nada.
SILVANA – Então por que você ficou tão calado quando perguntei?
OTÁVIO – (levanta-se) Só estou um pouco cansado, mãe. Conhecer a praia foi mais cansativo do que pensei.
SILVANA – Gostou?
OTÁVIO – (solta um leve sorriso) Sim. O som que vem do mar é lindo. Caminha na areia então, nunca tinha sentido aquela sensação antes.
SILVANA – Fiquei pensando, talvez podemos até marcar um dia para irmos à praia. Já que você gostou tanto assim.
OTÁVIO – Claro, podemos sim.
SILVANA – (levanta e caminha até o filho) Assim que eu tiver uma folga, marcaremos para irmos. Agora vamos jantar?
OTÁVIO – Vamos! (Silvana enrola seu braço ao redor do de Otávio e os dois saem do quarto)

Amanhecendo…

[CENA 06 – CASA DE ALICE/ SALA/ DIA]
(Pedro vem descendo as escadas apressado em direção à saída, mas acaba encontrando Felipe vindo da cozinha)
FELIPE – Saindo assim tão cedo, Pedro!
PEDRO – Oi, Felipe. Bom dia.
FELIPE – Bom dia. Vai ensaiar com o pessoal da sua banda?
PEDRO – Hoje sim, mas não agora. Estou indo a outro lugar. Estou indo me encontrar com o meu pai!
FELIPE – Sério! Ele já voltou de viagem?
PEDRO – Voltou. Chegou ontem à noite. Hoje vamos conversar e quem sabe tirar essa dúvida de vez.
FELIPE – Não quer que alguém vá com você?
PEDRO – Não, não precisa. Esse assunto é meu, vocês já fizeram muito por mim.
FELIPE – Está bem então. De qualquer forma, quero saber como foi a conversa com o seu possível pai.
PEDRO – Pode deixar que direi o que houve. (os dois se olham por alguns segundos, Pedro vira-se em direção a porta e vai embora. Felipe fica na sala pensativo)

[CENA 07 – CASA DE ANDRÉA/ SALA/ DIA]
(Mauro está sentado no sofá ao lado de Andréa, enquanto Douglas está em pé na sala, andando de um lado para o outro)
MAURO – Você quer fazer o favor de parar e se sentar um pouco, filho?
DOUGLAS – (caminha até o sofá, senta-se, ainda ansioso) É que estou preocupado com a demora do Pedro. Tem quase 1 hora que ele mandou a mensagem que estava chegando.
ANDRÉA – Pedro mora longe da gente, Douglas. Ou você esqueceu?
DOUGLAS – Eu não esqueci, só estou preocupado.
MAURO – Eu que devia estar preocupado por está conhecendo um segundo filho.
ANDRÉA – O senhor realmente pedirá para o Pedro realizar um teste de paternidade entre vocês?
MAURO – Sim, é o único jeito de comprovar que ele é ou não meu filho.
DOUGLAS – Será que vai demorar muito o resultado?
MAURO – Hoje com o avanço da tecnologia, muitas vezes se recebem quase na mesma hora esses resultados. Porém, é necessário pagar um dinheiro à mais para acelerar este processo.
DOUGLAS – Não será necessário, pai. Tenho certeza que o Pedro é o seu filho.
MAURO – Você falando assim, até parece que vocês dois já se conheceram.
DOUGLAS – É que de tanto conversarmos por vídeo chamada, eu meio que já criei uma espécie de relação familiar.
MAURO – Só tenha cuidado filho, que da mesma forma que ele pode ser seu irmão, existe a chance dele também não ser.
DOUGLAS – Relaxa, pai. Eu sei dessa possibilidade. E mesmo assim, eu e Pedro podemos ser bons amigos. Não precisamos ser parentes de sangue para termos este vínculo. (campainha toca, Douglas levanta do sofá apressado e vai em direção à porta) Ele chegou! (abre a porta, deixando Pedro entrar) Bem-vindo, Pedro! (os dois se cumprimentam e caminham até o sofá, Mauro e Andréa se levantam) Bem, pai esse é o Pedro.
PEDRO – (fica de frente para Mauro) Mauro, né?
MAURO – E você é o Pedro! (os dois ficam se olhando por alguns segundos, Andréa caminha até eles)
ANDRÉA – Creio que vocês têm várias perguntas a fazer um para o outro! Melhor irmos para cozinha, assim podemos conversar e comer alguma coisa. O que acham?
MAURO – Andréa tem razão. (Mauro aponta a direção da cozinha para Pedro e os dois caminha até lá. Andréa se aproxima de Douglas, se entre olham, ansiosos)

[CENA 08 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Ramon está no palco, verificando os equipamentos para o ensaio. Ivo se aproxima deles)
IVO – E aí, turma! Pedro não veio com você novamente?
RAMON – Pedro está resolvendo algo importante. Ele foi encontrar o pai, que chegou de viagem ontem. Ou melhor, foi encontrar o suposto pai.
IVO – Entendo. Bem, sei como isso deve ser importante para ele. Mas, não sei… às vezes percebo que o Pedro não se dedica completamente a banda.
RAMON – Como assim?
IVO – Sei lá. Me parece que ele não está totalmente conectado com vocês. Certo que ele canta bem, é o vocalista e tudo. Mas, esperava ao menos que ele se comprometesse com a banda, tanto como você ou os outros garotos se comprometem.
RAMON – Pedro pode não ser tão presente assim quando combinamos os ensaios, mas ele nunca deixou de nos avisar e se justificar quando não estava presente.
IVO – Eu sei, eu sei. Só que… bem, enfim não quero criar nenhum desentendimento entre vocês. Só estou dando um ponto de vista, com o que andei percebendo. Afinal, sou empresário de vocês agora, preciso que a banda esteja em harmonia. (vai atender uma mesa, Ramon fica parado no meio do palco, pensativo)

[CENA 09 – CASA DE ANDRÉA/ COZINHA/ DIA]
(Pedro e Mauro estão conversando, rindo e animados. Andréa junto com Douglas apenas os observam)
MAURO – Sua mãe era a pessoa mais inteligente que eu conheci. Tão dedicada na faculdade, interessada. E isso eu achava lindo nela. Mas, hora ou outra ela costumava sair durante os intervalos das aulas, e ficava andando pelos corredores da faculdade.
PEDRO – (ri) Esse lado travesso dela eu não conhecia.
MAURO – Eu pensei que a veria mais uma vez novamente. Mas, depois que eu soube o que aconteceu com ela. (abaixa a cabeça, sorriso logo desaparece) A Carla era uma das pessoas mais especiais que conheci na vida.
PEDRO – Você ainda não contou como vocês dois se conheceram?
MAURO – A primeira vez que a vi, foi na direção de curso da faculdade. Ela estava lá para resolver algum problema que tinha dado em uma documentação na matrícula dela, não sei ao certo o que tinha acontecido. Ela estava no primeiro período, não tinha muitos amigos ainda. Então eu me ofereci para apresentar a faculdade a ela, as normas, tudo. (fica alguns segundos em silêncio, como se todos esses momentos estivessem passando em sua cabeça)
PEDRO – Vocês namoraram por muito tempo?
MAURO – Não tivemos um relacionamento longo. Ela mesma não queria nada sério, pois queria focar nos estudos. Sua mãe se dedicou muito para conseguir aquela vaga, fiquei triste ao ver que ela trancou o curso e mudou-se de cidade.
PEDRO – Eu sei pouco sobre os motivos que a levaram ir embora. Pelo que ela me contou, ela não tinha condições de ficar cuidado da casa da vovó sozinha. Por isso precisou ir para a casa da madrinha dela.
MAURO – Terminamos alguns meses antes dela ir embora.
PEDRO – Ela descobriu que estava grávida assim que chegou em São Paulo.
MAURO – Então as contas devem bater. Você sabe de quanto meses ela devia estar?
PEDRO – Não sei.
DOUGLAS – Bem, mas pela a história e pelos os eventos, há uma grande possibilidade dar Carla ter engravidado do meu pai.
MAURO – Sim, porém o único jeito de sabermos a verdade, é por meio de um teste de paternidade.
PEDRO – Sim.
MAURO – Tudo bem pra você?
PEDRO – Claro, o que eu mais quero é saber quem é o meu pai.
MAURO – Então. Tudo bem se for amanhã?
PEDRO – Pode ser. Só que, precisa ser antes deu ir para o colégio.
MAURO – Não tem problema, posso pegar cedo você em casa e irmos para o laboratório, em seguida te levo para o colégio.
ANDRÉA – E não se preocupa, Pedro. Posso inventar algo para a professora, para justificar o seu atraso.
MAURO – Então combinado então. Amanhã cedo, iremos à um laboratório, realizaremos o teste e descobriremos a verdade.
PEDRO – Combinado! (os dois se olham, Pedro está esperançoso)

Mais Tarde…

[CENA 10 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Ramon está tomando um suco com o pessoal da banda. Pedro entra na lanchonete, os vê e caminha até onde estão)
PEDRO – (senta-se em frente à Ramon) Desculpa a demora, pessoal. É que passei a manhã conversando com o meu pai, que perdi a noção do tempo.
RAMON – (um pouco sério) Você descobriu se ele realmente é o seu pai?
PEDRO – Ainda não. Mas iremos fazer um teste amanhã. Estou confiante!
RAMON – Então já que você está aqui, podemos ensaiar com a banda completa agora. (levanta-se) Nem precisamos lembrar que o programa é daqui alguns dias e iniciará a fase eliminatória. (caminha até o palco, os demais integrantes levantam e seguem Ramon. Pedro olha os garotos, os percebem estranhos. Levanta, vai para o palco, pega seu baixo e começam a tocar)

[CENA DE MÚSICA – OLHOS VERMELHOS (CAPITAL INICIAL)]

Os velhos olhos vermelhos voltaram 1
Dessa vez
Com o mundo nas costas
E a cidade nos pés
Pra que sofrer se nada é pra sempre?
Pra que correr se nunca me vejo de frente

Parei de pensar e comecei a sentir
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez

Os velhos olhos vermelhos enganam 2
Sem querer
Parecem claros, frios, distantes
Não têm nada a perder
Por que se preocupar por tão pouco?
Por que chorar se amanhã tudo muda de novo?

Parei de pensar e comecei a sentir 3
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez

Parei de pensar e comecei a sentir 4
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez

Os velhos olhos vermelhos (na, na, na, na)
Os velhos olhos vermelhos (na, na, na, na)

1. Pedro começa a cantar, estranhando que Ramon, não está tão animado assim tocando.
2. Ivo que vem da cozinha, ouve os garotos tocando. Entrega o pedido ao cliente, volta para o balcão e presta atenção na apresentação.
3. Pedro sai um pouco do meio do palco, caminha até a beira, olha para Ramon novamente e o percebe um pouco sério.
4. Pedro volta para o centro do palco, foca-se sua atenção para a plateia. A música se encerra, os garotos são aplaudidos, Pedro volta a olhar novamente para Ramon, que estava fingindo arrumar alguma coisa na bateria.

Dia Seguinte…

[CENA 11 – LABORATÓRIO/ DIA]
(Pedro e Mauro estão no laboratório recolhendo o material para o teste. Após a amostra ter sido retirada, os dois estão na recepção)
MAURO – Pronto, agora só aguardarmos o resultado amanhã.
PEDRO – Eu tô confiante de que você é o meu pai! Algo está me dizendo isso.
MAURO – Vamos, tenho que te levar para o colégio agora.
PEDRO – Será que eu posso te pedir uma coisa?
MAURO – Claro.
PEDRO – Um abraço… pai! (Mauro sorri, caminha até ele e os dois se abraçam, Pedro fica um pouco emocionado)

[CENA 12 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO – SALA/ DIA]
(Andréa está conversando com Dácio em um dos banquinhos do pátio)
ANDRÉA – Eles já devem ter coletado o material para o teste. Daqui a pouco o Pedro deve aparecer por aí e vai nos contar como foi.
DÁCIO – Eu espero que o resultado desse teste dê positivo. Imagino o quanto o Pedro ficará decepcionado caso seu tio não seja o pai dele.
ANDRÉA – (observa Pedro entrando no pátio) Ele chegou! (levanta o braço, acenando. Pedro se aproxima, senta ao lado de Dácio) Então, como foi?
PEDRO – Retiramos o material genético, e amanhã sai o resultado.
ANDRÉA – O Mauro não exigiu pressa no resultado?
PEDRO – Não. Eu também disse que não era necessário. Afinal, nos dois já sabemos o resultado. O teste será apenas como prova.
DÁCIO – (com receio de Pedro está criando expectativa demais sobre o assunto) Vocês têm tanta certeza assim?
PEDRO – Tenho, Dácio. (Ramon aparece logo atrás dele)
RAMON – Será que podíamos conversar, Pedro?
PEDRO – Oi, Ramon! Claro. Não pode ser aqui?
RAMON – Não. Tem que ser em particular. (caminha em direção a escola)
PEDRO – Tá. (levanta-se e vai atrás dele, Dácio e Andréa se entre olham, curiosos)
[SALA]
(Ramon entra na sala que estava vazia, e aguarda Pedro entrar. Pedro entra, caminha até ele e o percebe ansioso)
PEDRO – Está tudo bem, cara?
RAMON – (sério) Precisamos conversar sobre a banda, Pedro!

[CENA 13 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ DIA]
(Otávio vem saindo da cozinha com alguns sanduíches na mão, em direção ao seu quarto. Alguém toca a campainha nesse exato momento)
OTÁVIO – (caminha até o sofá, coloca o prato de sanduíche nele e caminha até a porta) Quem é? (ninguém responde, ele tem um certo receio de abrir) Quem é?!
SAULO – (responde detrás da porta) Sou um amigo da sua mãe!
OTÁVIO – Amigo? (se aproxima ouvido da porta) Minha mãe não está!
SAULO – Eu sei. Será que podemos conversar!
OTÁVIO – Não posso abrir a porta enquanto a minha mãe estiver fora.
SAULO – Precisamos conversar, filho! (ao ouvir a palavra filho, Otávio se afasta da porta, surpreso) Sou seu pai!
OTÁVIO – (abrindo a porta) Pai?!
SAULO – (sorri) Olá, filho! Acho que precisamos conversar.

[CENA 14 – SHOPPING/ LANCHONETE/ DIA]
(Luana está sentada em uma mesa, tomando um café aguardando Felipe. Após alguns segundos de espera, ela o observa se aproximando)
LUANA – (levanta-se e os dois se cumprimentam) Espero que não esteja atrapalhando seus compromissos com esse convite.
FELIPE – (sentando-se) Não, a agenda desta semana está tranquila. Mas confesso que não esperava você me chamar para um lanche.
LUANA – Pois é, te chamei aqui porque queria conversar algo sério com você.
FELIPE – Estou ouvindo.
LUANA – É sobre o Pedro. E meio que isso envolve a Alice também.
FELIPE – O que tem os garotos?
LUANA – Sei lá. Posso está imaginando coisa, mas no jantar naquela noite, eu meio que imaginei Alice olhando diferente para Pedro.
FELIPE – Diferente como?
LUANA – Com um olhar apaixonada, sabe? Os dois por acaso, têm ou tiveram alguma coisa?
FELIPE – (ri) Na verdade, nem sei ao certo o que os dois estão tendo.
LUANA – (preocupada) Os dois estão tendo algo?
FELIPE – Eu acho que sim. Eu meio que os flagrei se beijando no estúdio da Alice.
LUANA – Se beijando… beijo de verdade? Boca a boca?
FELIPE – Claro? Um beijo normal, de adolescentes apaixonados.
LUANA – (fica pálida) Ah, meu Deus!
FELIPE – Uau? Você ficou branca de repente? Tudo bem?
LUANA – Eles não podem ter nada, Felipe! Você não pode deixar isso que os dois estão tendo continue. Você tem que separá-los!
FELIPE – (confuso) O que tem de mais em os dois namorarem?
LUANA – (preocupada) Você não está entendendo a situação, Felipe. Não pode existir nada entre o Pedro e a Alice. Os dois não podem namorar, porque os dois são… (não termina, o que deixa Felipe curioso)
FELIPE – (curioso) O que os dois são, Luana? O que eles são que não podem namorar? (Luana continua olhando para ele, sem saber o que dizer, pálida)

Contínua no Capítulo 29…

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