CENA 1/ EXTERIOR/ DIA/ MANSÃO RIOS/ FACHADA

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Laerte percebe que está conversando com a mulher que ele abandonou, e sai do carro. Olinda continua muito nervosa.

LAERTE – Olinda… Que merda! Não tava nos meus planos, ter que lidar com você!

OLINDA – Pensou que eu tava ainda no interior, é? Como você teve coragem de sumir daquele jeito? Como que você ficou rico assim? Meu deus! Tá até com o rosto diferente!

LAERTE – Olinda, não vai fazer escândalo. O dinheiro muda a gente, pra bem melhor…

OLINDA – Agora que eu tô lembrando! Eu te vi na revista! Me lembrou muito de como você era, mas eu achei que fosse só alguém parecido. Como que eu podia imaginar que aquele ricaço era você! Tu era um pé rapado, vagabundo, não tinha nada/

LAERTE – (corta) É melhor você falar mais baixo, e parar de ficar me lembrando desse passado.

OLINDA – Cê ta me ameaçando, é? Seu canalha!

Nesse momento, Laerte vê de longe, Ana Alice se aproximando aos poucos.

LAERTE – (sussurrando) Cala a boca que minha mulher tá vindo!

OLINDA – É bom mesmo ela conhecer o homem que ela tá casada!

LAERTE – (se aproxima e ameaça) Se você não calar a boca e dar o fora daqui eu acabo com sua raça! Você não me conhece.

Olinda chocada, tenta se recompor e observa Ana Alice chegando.

ANA ALICE – (grita) Oi! Você é a diarista, não é?

LAERTE – Não meu amor! Ela confundiu de casa.

ANA ALICE – (finalmente, chega perto dos dois) Como assim, confundiu de casa?

Laerte lança um olhar ameaçador pra Olinda.

OLINDA – É… Eu acho que eu confundi, é outro lugar nessa rua… Tanta mansão nesse condomínio, acabei me enganando… Me desculpe… (vai saindo)

ANA ALICE – Engraçado, me parece a voz que eu ouvi no telefone.

OLINDA – (aperta o passo) Não é não, minha senhora, foi engano.

ANA ALICE – (para Laerte) Que estranho…

LAERTE – (disfarça) Não é, também achei.  Mulher doida. (vai entrando no carro)

ANA ALICE – Mais estranho foi o jeito que você olhou pra ela… (se aproxima do marido) Laerte, você não teve um caso com essa mulher não né?

LAERTE – De onde você tirou essa ideia maluca, Ana Alice?

ANA ALICE- Das outras vezes que você assediou nossa antiga empregada. Me fala a verdade, Laerte. Você parecia estar discutindo com aquela mulher.

LAERTE – Você tá louca… Eu nunca vi aquela mulher na minha vida. Será que agora eu posso sair?

Laerte sai em disparada e Ana Alice fica intrigada.

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 2/ EXTERIOR/ DIA

 Olinda caminha pela rua do condomínio, ainda atordoada por causa do encontro com Laerte. De um lado há lindas mansões, do outro uma floresta.

Mais distante, vem Laerte em seu carro. Ele observa Olinda na estrada, olha para os outros lados da rua e então acelera o carro em sua direção, determinado.

Pálida e tremendo, ela vê o carro chegando cada vez mais perto, rapidamente, e então corre, desesperada. Sem saída, acaba entrando na floresta fechada e caindo. Laerte segue com o carro em alta velocidade, fecha a cara, põe seus óculos e desacelera aos poucos, até passar pelo imenso portão do condomínio.

Olinda permanece caída na floresta, com as pernas e braços arranhados.  Ela levanta e continua seu caminho, chocada e amedrontada.

Um carro passa por ela lentamente e abaixa o vidro. É Marisa, apresentadora do “POP +”.

MARISA – Precisa de ajuda senhora?

OLINDA – (ignorante) Não minha filha, só preciso ir embora!

Marisa fecha o vidro e vai embora.

CORTA PARA/

CENA 3/ INTERIOR/ DIA/ MANSÃO RIOS/ ESTUDIO

Giselle está dentro do estúdio, concentrada, gravando uma música sexy e dançante, enquanto Rick, mexe na mesa de som com um fone no ouvido.

GISELLE – …já não dá mais pra escapar, você está na minha mão, como um refém do amor, sou dona do seu coração, se eu fosse você, não tentava fugir, mais de uma vez te avisei, seu lugar e bem aqui…”

Marisa chega, dança ao som da música e Giselle, ao ver a amiga, para de cantar, deixando Rick confuso. Ele desliga o som e Giselle grita.

GISELLE – Marisa sua cachorra! (sai da área de gravação)

MARISA – Gente, mal cheguei já sou ofendida. Bom dia pra você também, tá querida.

GISELLE – Bom dia nada, você ficou sabendo que meu pai vai procurar outra cantora e não me disse nada. E eu, sua amiga de infância, fico sabendo disso pelo seu programa?

MARISA – Gi, minha linda, eu não tenho culpa! O Armando, meu diretor, que conseguiu essa informação com seu pai e me passou minutos antes do programa ir ao ar.

GISELLE – Você devia ter me falado!

RICK – (constrangido) Gente eu vou sair… Tô cansado de ficar ouvindo discussão nessa casa. (se levanta e vai saindo) Quando você quiser gravar me chama, Giselle.

GISELLE – (debochando) Hum, ficou nervosinho ele… (se senta na cadeira de Rick) Mas voltando ao meu assunto com você, traíra. Custava você ter me falado antes?

MARISA – Giselle, qual a importância que isso tem? Acho que o seu pai agenciando outra cantora vai ser bom pra você também, isso vai/

GISELLE – (corta) Bom? Pra mim? Que loucura e essa? Ele contrata outra aí, que pode fazer mais sucesso que eu, e eu mesmo, que tenho o talento, fico onde, em segundo plano? De jeito nenhum!

MARISA – Deixa eu terminar, Giselle! O seu pai agenciando outra, a mídia vai voltar pra ele, pra nova cantora e consequentemente pra você! Você vai poder se aproveitar dessas novidades todas, vai gerar notícia! E aproveita essa fase pra lançar essa música que estava gravando, que eu achei ótima! Mesmo sendo suspeita pra falar…

GISELLE – É… As vezes você tem um pouco de razão… Mas eu continuo querendo outro empresário, não tô suportando mais meu pai.

MARISA – Você quem sabe… Mas aqui, eu tenho outra coisa pra conversar com você.

GISELLE – Ah, pronto… Solta a bomba.

MARISA – Vou ter que parar um pouco de falar sobre você no programa…

GISELLE – (se levanta) O que? Como assim Marisa, é nosso combinado, você sempre dá alguma notícia sobre mim, nem que seja uma notícia inútil, mas eu quero ser falada!

MARISA – Mas o diretor não está gostando, Giselle, eu não sou dona do programa. Eu não posso mudar o roteiro.

GISELLE – Que amiga em… Você só me dá desgosto ultimamente…

MARISA – Você sabe que é contra minha vontade que eu faço isso.

Marisa vai abraçar Giselle, que se esquiva.

CORTA PARA/

CENA 4/ STOCKSHOTS/ EXTERIOR/ DIA   

Takes aéreos da Ilha do Governador e da baia de Guanabara em volta. Mais distante, aviões posam no Galeão. Dentro do bairro, vemos um sobrado antigo com a “Padaria da Terê” no térreo e a casa dela em cima.

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 5 / INTERIOR/ DIA/ PADARIA DA TERÊ

Há algumas mesas dispostas pelo estabelecimento. De um lado, alguns produtos de padaria em estantes, aos fundos, estão dispostos diversos pães, no balcão está Kaio, ao lado de maquinas de café e do caixa.

Terezinha (50 anos, pele negra, cabelos pretos, curtinhos), mãe dele e proprietária do local, leva dois mistos até um casal em uma das mesas e volta ao balcão.

TEREZINHA – Movimento hoje foi fraco, filho…

 KAIO – É verdade… Mas ontem foi um movimento que eu nunca vi aqui.

TEREZINHA – Podia ser todo dia!

O telefone da padaria toca e Kaio atende.

KAIO – Alô. Oi tia Dulce! (pausa) Ah sim, pode deixar, aviso sim. (pausa) Beleza tia, abraços!

TEREZINHA – O que ela queria?

KAIO – Era só pra avisar que o Tarcísio chega segunda.

TEREZINHA – Ah sim, tenho que lembrar de arrumar o quarto pra ele ficar.

KAIO – Meu primo vem pro rio estudar o que mesmo?

TEREZINHA – Administração. (olha pra rua) Ih, veja lá quem tá vindo!

Henrique, colega de faculdade de Kaio, chega.

HENRIQUE – Bom dia, rainha da Ilha do Governador! (beija a mão de Terezinha)

TEREZINHA – Já tá de olho no café grátis, né seu paspalho!

KAIO – (rindo) Muito interesseiro esse ai!

HENRIQUE – Falando assim com seu amigo… Que feio.

Terezinha vai pegar um café pra Henrique.

HENRIQUE – E aí, já parou de pensar na Camila?

KAIO – Quem? Nem conheço…

TEREZINHA – Ah, me engana que eu gosto.

HENRIQUE – Tá ouvindo, Terê? Ele acha que sabe mentir.

KAIO – Ih, mas vocês são chatos em, só falam na Camila. Parecem estar apaixonados por ela mais do que eu!

HENRIQUE- Ai, tá vendo! Continua caidinho por ela! Meu amigo, se declara logo pra ela cara. Se você tá sem coragem, bebe alguma coisa pra você soltar tudo! Mas não deixa ela ficar atrapalhando seus estudos.

TEREZINHA – Eu acho bom que ele não me venha com problemas da faculdade! A chinela vai comer solta aqui. Eu hein, ficar de palhaçada logo no último período.

KAIO – Quer saber, vou embora. Não dá pra ficar com vocês aqui não, só ficam me enchendo, caramba!

Kaio tira o avental e sai estressado. Terezinha e Henrique se olham e riem.

CORTE RAPIDO PARA/

CENA 6 / EXTERIOR/ DIA

Kaio caminha pela rua após sair da padaria e passa perto da casa de Camila. Ele vê Olinda chegando e estranha a feição dela.

KAIO – Bom dia dona Olinda! Tudo bem?

OLINDA – (Estrando em casa) Tudo sim, meu filho.

KAIO – Camila tá aí?

OLINDA- Não, tá trabalhando… Tchau!

KAIO – (acena) Tchau…

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 7/ INTERIOR/ DIA/ CASA DOS OLIVEIRA/ SALA

Olinda chega e senta no sofá, com a mão na cabeça e observando os arranhados em sua perna. Jurandir vem do quarto.

JURANDIR – Ué, não ia trabalhar, mulher?

OLINDA- Ia, Jurandir… Me deixa em paz por favor.

JURANDIR – E por que voltou, em? Por que tá arranhada assim?

OLINDA – Por nada.

JURANDIR – Por nada, tá bom… Alguma coisa aconteceu que eu sei. Pode ir falando!

OLINDA – (grita) Não te interessa! Me deixa!

Jurandir a observa por alguns segundos, senta no outro sofá e liga a tv pelo controle.

JURANDIR – (batendo a muleta na perna dela) Aproveita que tá aqui, faz lá um almoço.

Olinda fica parada por um instante, depois se levanta e vai pra cozinha.

CORTE RÁPIDO PARA/

Olinda está na cozinha e ouve Jurandir.

JURANDIR – (grita, em off) Ah, você tem que ir lá no banco pegar minha aposentadoria!

Ela começa a chorar.

CORTA PARA/

CENA 8/ INTERIOR/ DIA/ MANSÃO RIOS/ SALA DE ESTAR

A campainha toca, Ana Alice desce as escadas e abre a porta para sua amiga Abigail ( 46 anos, pele branca, cabelos pretos ondulados, visual sofisticado).

ANA ALICE – (abraçando-a) Minha querida, quanto tempo…

ABIGAIL – Pois é, desde que saiu do trabalho não me ligou mais. Como vão as coisas?

Elas caminham até o sofá e vão se sentar.

ANA ALICE – Tudo bem…    

ABIGAIL – Hum, pelo seu tom de voz, não parece. Aliás, até hoje não entendo por que parou de dar aula.

ANA ALICE – Queria ficar mais tempo com minha família… Quando dou aula, acabo me envolvendo demais com tudo e passo a viver pra escola…  

ABIGAIL – E está ficando bastante tempo com a família agora?

ANA ALICE – (pausa e respira fundo) Ah, não. Sou praticamente sozinha nessa casa, Laerte passa mais tempo fora daqui e Giselle sempre enfurnada naquele estúdio, só pensa na fama. Ai por isso te chamei, pra colocar o papo em dia.

ABIGAIL – Olha, sinceramente, Ana, acho que você deve voltar a dar aula. (pausa) Ah, tenho uma notícia que você pode gostar. Eu e a diretora lá da escola de música, estamos pensando em fazer uma escola gratuita, beneficente.

ANA ALICE- Hum, conte mais.

ABIGAIL – Então, ela é proprietária um galpão inutilizado lá na Ilha do governador, e tá pensando em fazer algo pra população carente de lá.  

ANA ALICE – Nossa, adorei a ideia!

ABIGAIL – Não é ótima? Só que estamos precisando de mais colaboradores, mais capital na verdade, pros instrumentos e tudo mais. Topa fazer isso com a gente?

Marisa e Giselle cortam a resposta de Ana Alice ao saírem do estúdio. Marisa está indo embora.

MARISA – Gi, minha querida, boa sorte amanhã! Você vai bombar, acredita! (para Ana Alice e Abigail, simpática) Oi lindas, tudo bom? Até mais! (e sai).

GISELE – Te espero amanhã lá!

Giselle vai subindo pro seu quarto.

ANA ALICE – Filha, não viu que tem visita?

GISELE – (sem olha e sem parar de subir) Oi, Abigail. Tudo bem? Tchau! (e sai)

ABIGAIL – Nossa…     

ANA ALICE – Tá vendo, parece que nem mora nessa casa…

ABIGAIL – Mas voltando ao nosso assunto, você não me respondeu se topa ou não.

ANA ALICE – (determinada) Topo!

Elas dão um aperto de mão.

CORTA PARA/

CENA 9/ EXTERIOR/ NOITE

Anoitece. Imagens do bairro, trânsito de carros e pessoas, um casal apaixonado se abraçando da calçada, alguns bebendo num bar qualquer. Entre eles está Kaio, sozinho, sentado ao lado de uma mesa repleta de garrafas de cerveja vazias e observando o casal.

KAIO – (grita pro garçom) Pode fechar ai, camarada!

CORTE RÁPIDO PARA/

Ele caminha pelo bairro, se apoia num poste ao tropeçar e quase cair. Respira fundo e volta a andar novamente, cambaleando um pouco.

CORTA PARA/

CENA 10/ EXTERIOR/ NOITE/ SUPERMECADOS DOIS IRMÃOS/ FACHADA

Camila sai com sua colega do trabalho, que segue por outro caminho.

CAMILA – Tchau, até amanhã!

Ela caminha um pouco e se surpreende ao ver Kaio, sentado na calçada.

CAMILA – (se abaixa) Kaio, tudo bem, o que aconteceu?

KAIO – (rindo) Oi, Camila…

CAMILA – Que bafo é esse, você bebeu? Você não é disso. Levanta vamos, vou te levar pra casa, sua mãe vai ficar doida que você não foi estudar.

KAIO – (dispensa a ajuda dela) Pode deixar, eu consigo.

Ele levanta e se apoia em Camila.

CAMILA – O que que te deu em?

KAIO – Não sei… Camila, eu preciso de falar uma coisa. (ele para na frente dela, ainda tonto)

CAMILA – O que? Problema na faculdade, por isso você não foi?

KAIO – Não, nada disso. É… (pausa) É que eu gosto de você Camila.

CAMILA – Eu sei, também gosto muito de/

KAIO – (corta) Não Camila, eu não só gosto. Eu te amo, eu sempre te amei, desde adolescente, sempre fui apaixonado por você. (Camila fica surpresa) Eu não sei como você nunca percebeu…

CAMILA – Nossa, Kaio… Eu achava que era só amizade entre a gente, uma forte amizade.

KAIO – Nunca foi só isso pra mim… (com olhos marejados) Todos esses anos, eu fui guardando esse sentimento dentro de mim, sabe? Sempre tentando arrumar um jeito de você perceber, de notar tudo que eu sinto, mas eu nunca consigo. (pausa) Agora eu tô ridículo aqui, bêbado, te falando tudo isso, e eu não queria que fosse assim, mas eu não tava aguentando mais guardar isso só pra mim, tava me machucando muito… (pausa e limpa as lagrimas) É isso, eu te amo muito, tudo que eu quero é ficar pra sempre com você, o resto da vida…

Camila o abraça, ainda muito surpresa e Kaio chora em seus braços.

CORTA PARA/

CENA 11/ EXTERIOR/ NOITE/ CASA DOS OLIVEIRA/ FACHADA

Um carro preto para em frente à casa de Olinda e dele desce Laerte, que bate palma no portão. Olinda abre a porta, se assusta ao vê-lo e se aproxima do portão.

OLINDA – (falando baixo e olhando pros lados) Tá fazendo o que aqui, peste? Como descobriu onde eu moro?

LAERTE – Tenho meus contatos… Será que posso entrar? A gente precisa conversar umas coisas…

OLINDA – Que? Conversar o que?

LAERTE – Bom, preciso calar sua boca, não quero confusão na minha vida agora. Acho melhor me deixar entrar, ou quer que os vizinhos escutem tudo?

OLINDA – Você tentou me matar, assassino!

LAERTE – Não, eu não tentei de matar e nem sou assassino. Se tem uma coisa que eu fujo nessa vida é de problemas, aquilo foi só pra te dar um susto. E foi pra fugir de problemas que eu vim até aqui. Você já percebeu mais cedo do que eu sou capaz então, se você for inteligente, vai fazer o que mando…

Olinda hesita, mas acaba abrindo o portão. Laerte vai entrando.

LAERTE – Tem alguém em casa?

OLINDA – Só minha outra filha, mas ela tá dormindo…

LAERTE – Hum, então teve outra filha…

Os dois entram e Olinda observa a rua antes de fechar a porta. Mais longe, Jurandir vê tudo.

CORTA PARA/

CENA 12 / EXTERIOR/ NOITE/ BAR

Camila e Kaio estão numa mesa de bar, na calçada. Kaio tomando uma água.

CAMILA – Eu tô até agora sem saber o que te dizer Kaio…

KAIO – Não precisa falar nada, eu já sei sua resposta. Você vai dizer que só quer ser minha amiga, que não quer estragar a amizade… Eu sei.

CAMILA – A gente cresceu junto… Você tá sempre do meu lado e é como um irmão pra mim, sabe? Eu achava que você sentia isso também… Nunca passou pela minha cabeça que você fosse apaixonado por mim…

KAIO – É… Eu sou. Quer dizer, era. (respira fundo) Quer saber? Tudo bem! Eu só precisava te dizer mesmo. Eu vou focar nos meus estudos, minha formatura tá quase chegando… Só que eu vou precisar me afastar um pouco…

CAMILA – O que vai ser difícil, a gente mora bem perto…

KAIO – É, mas eu vou tentar parar de pensar em você… E eu vou conseguir…

CAMILA – Nossa, Kaio, que situação que você me deixou agora…

Os dois se olham por alguns instantes, mas Camila desvia o olhar ao ver Bruno passando pela rua com o violão dele nas costas. Ela se levanta e grita. Kaio sem entender.

CAMILA – Bruno!

Ele se vira e vai na direção de Camila.

BRUNO – Oi, cantora. (a abraça) Tudo bem?

CAMILA – Tudo… Achei que nunca mais ia te ver de novo…

Kaio observa o dois e quase chora.

BRUNO – Já eu sabia que ia te encontrar…

CAMILA – Como assim? Por que?

BRUNO – Tava com essa sensação!

CAMILA – (sorrindo) Sei… Tá indo pra onde?

BRUNO – Pra casa, quer me acompanhar? Desde que te vi não consegui mais compor… Preciso de você minha musa inspiradora.

CAMILA – (sem graça) Bobo! Posso ir com você sim… (pausa) Não, quer dizer, tô com um amigo aqui/

Camila olha pro bar e não vê mais Kaio.

CAMILA – (olhando em volta) Ué, cadê o Kaio?

Ela fica preocupada.

CORTE RÁPIDO PARA/

Kaio já está em outra rua, cambaleando e chorando. Noite com o trânsito movimentado.

KAIO – (sussurrando pra ele mesmo) Ela já tem outro! Ela não gosta nem um pouco de você, seu idiota!

Ao chegar na faixa de pedestre, ele atravessa sem perceber que o sinal acabara de abrir e um carro o atinge. Kaio vai ao chão e o motorista se apavora.

FIM DO CAPITULO

 

No próximo capítulo… Camila e Bruno compõem juntos e têm a primeira noite de amor. Laerte tenta silenciar Olinda. Começam os preparativos para o show comemorativo de Giselle.

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  • Adorei! Tô com muita dó do Kaio, e o pior é que não se shippo a Camila com ele ou com o Bruno, me ajuda, Deus! Parabéns, Tales! Capítulo muito bom!

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